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TRATAMENTO E PROGNÓSTICO DO CISTO DENTÍGERO

No documento ODONTOLOGIA Uma visão contemporânea (páginas 152-156)

Erica Fernanda dos Santos Fonseca Ciro Borges Duailibe de Deus

4. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO DO CISTO DENTÍGERO

A terapêutica de qualquer procedimento cirúrgico extrativo é remover a lesão por inteiro e não deixar células que possam proliferar e causar a recorrência da lesão (PETERSON, et al.2000).

O tipo de tratamento para os cistos dentígeros deve ser selecionado de acordo com o tamanho da lesão, a idade do paciente, os dentes envolvidos e o envolvi-mento de outras estruturas anatômicas, são critérios básicos que devem ser con-siderados e utilizados na escolha da modalidade de tratamento para cada caso. A descompressão, marsupialização e a enucleação são as formas de tratamento mais empregadas (MOTAMEDI et al., 2005). Na literatura incluem, além da enucleação

e marsupialização, as técnicas de descompressão e tapizamento.

Após a remoção, a amostra da lesão deve ser encaminhada para exame histo-patológico para conclusão do diagnóstico, onde, na maioria dos cistos dentígeros, o prognóstico, é positivamente bom, com baixo nível de reincidência após a remoção completa da lesão (SILVA et al., 2015).

4.1 Descompressão

A técnica de descompressão consiste em uma instalação de um dreno cirúrgico que proporciona uma comunicação entre a cavidade oral e o interior da lesão cís-tica, possibilitando irrigação intralesionais, a fim de diminuir sua pressão interna, evitar o crescimento da lesão e estimular sua neoformação óssea. É semelhante à marsupialização e está indicado a lesões volumosas (OLIVEIRA JÚNIOR et al., 2014).

4.2 Marsupialozação

A técnica da marsupialização é similar à técnica de descompressão, onde a comunicação entre os meios intralesional e oral, é mantida por meio de suturas entre a mucosa oral e a cápsula cística, feitas ao longo da borda da ferida cirúrgica, também mantidas por duas a três semanas (HUPP, 2009).

4.3 Enucleação

É o processo através do qual se consegue a remoção total de uma lesão cística.

A enucleação é a terapia de escolha para cistos de dimensões menores e quando não há continuidade com estruturas anatômicas importantes (PETERSON et al, 2012). A remoção do dente associado a enucleação está muito vez relacionado a terapia definido (REGEZI et al., 2008). Enucleação e descompressão são duas téc-nicas associadas para salvar o dente, é uma modalidade de tratamento em crian-ças (NEVILLE et al., 2009).

4.4 Tapizamento

A técnica de tapizamento consiste de uma associação da enucleação com a marsupialização, consistindo na remoção total do cisto por meio de enucleação,

revestimento da cavidade com a própria mucosa que recobria a região afetada e tamponamento de parte da cavidade que ficou sem cobertura por mucosa com gaze embebida com medicamentos à base de esquina, sendo que essa gaze deve ser trocada diariamente até que ocorra a epitelização de toda a cavidade (FREI-TAS,2008).

4.5 Prognóstico

O prognóstico para maioria dos cistos dentígeros é favorável e raramente no-ta-se recidiva. Evidencias histológicas afirma a possibilidade de transformação ne-oplasia para um ameloblastoma, porem a frequência é baixa. Raramente um car-cinoma de células escamosas pode desenvolver-se a partir do revestimento de um cisto dentígero bem como carcinomas mucoepidermóides intraósseos (NEVILLE et al.,2009).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cisto dentigero é uma lesão muito comumente encontrada na prática odon-tológica, e o cirurgião-dentista deve estar preparado para fazer o seu diagnóstico, descartando os demais tipos de lesões com características clínico-radiográficas se-melhantes, além do acompanhamento radiográfico pós-operatório anual.

Há diferentes condutas preconizado por diferentes autores, sendo essencial a individualização de cada tratamento. Os cistos dentígeros apresentam boa resposta frente as modalidades cirúrgicas de descompressão, marsupialização e enucleação, sendo o de enucleação o de maior conduta, e sendo associada por muitas vezes a outros tipos de técnicas.

Este estudo buscou levantar os principais características clinicas-radiográficas do cisto dentigero e a melhor conduta de tratamento. Espera-se que este estudo sirva como contribuição para literatura, para ser utilizado em futuras pesquisas acerca do tema.

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CAPÍTULO 12

No documento ODONTOLOGIA Uma visão contemporânea (páginas 152-156)