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O tema Obtenção de Informação tem uma grande importância no fluxo para captar as informações que atendem às necessidades dos usuários e para abastecer as próximas etapas. Nesta categoria estão agrupados os dados referentes à identificação das fontes de informação dos professores orientadores, e da frequência com que ocorre o acesso a essas fontes.

Como discutido no item anterior, uma das principais necessidades de informação citadas nas entrevistas foi a descrição das atividades do estagiário. Essa informação, obtida pelos professores no plano de atividades do estagiário, anexo do Termo de Compromisso do Estágio, torna-se uma fonte de informações relevante, como confirmou P3:

Plano de atividades é relevante para eu saber o que eu considero o principal: o que o aluno vai fazer nesse estágio, e se esse estágio, pelo menos pela descrição, que é o que a gente tem, pode ser uma experiência formativa, realmente formativa. (P3)

Sendo o Termo de Compromisso do Estágio e seu plano de atividades do estagiário fontes de informação, o momento da assinatura desses documentos foi citado por 18 entrevistados, nove professores e nove alunos, como de maior contato para obtenção de informações. O entrevistado A1 falou sobre isso:

No início a gente conversa com o orientador, no momento da assinatura ela esclarece o que a gente tem direito e aí ele tira dúvidas em relação se a empresa está cumprindo ou não esse termo. E ele fala só no momento da assinatura. [...] Depois não tem [contato]. Só na hora de assinar o contrato. (A1)

Como visto na fala acima, aproveita-se esse encontro porque, ao longo do estágio, raramente ocorrerão novas oportunidades de encontros pessoais. Vários entrevistados, P2, P6, P7, P12, A1, A2, A7, A8, A13, A14 e A15, confirmaram essa situação. Abaixo se destaca a fala do entrevistado P6:

Acaba virando uma rápida entrevista quando eles vêm me solicitar para assinar o termo de estágio, tá. [...] Muito raramente me procuram durante o estágio. A necessidade básica é assinar o termo: eu sou um “assinador” de termo no começo. Depois, no decorrer, é muito raro eles virem me procurar. (P6)

Após seis meses de estágio não obrigatório, ou antes, em caso de encerramento antecipado, novamente professor orientador e alunos aproximam-se, por meio eletrônico. O estagiário deve inserir um relatório no módulo Central de Estágios do SIGAA para ser validado pelo professor orientador. Esse relatório configura-se como oportunidade de obtenção de informações, como destacou o

entrevistado P5: “Eu acho que tem coisas que, por exemplo, quando eu leio aqueles relatórios, eu acho que eles têm informações extremamente interessantes, certo?”.

No entanto, a falta de devolutiva do relatório aos alunos, relatada pelos entrevistados P5, P7, P9, A1, A2, A3, A4, A6, A7, A8, A9, A11, A12 e A14, reduz sua função como fonte de informação, e consequentemente sua importância para esse fim, porque os alunos o veem somente como um procedimento burocrático e não como um espaço informativo ou provocador de reflexões, devido à falta de troca com o professor orientador, como relatou o aluno A1:

[...] a ideia que passa é que esse relatório é mecânico. A gente tá lá, tem um vínculo, tem que dar um retorno, porque não tem, assim... [...] não faz diferença ter ou não ter. A questão é por burocracia, que a gente tem que dar um retorno, fica lá. (A1)

Isso é uma constatação importante, visto que, entre outros fatores, o gerenciamento estratégico depende da qualidade das fontes de informação (STAREC, 2003). Sendo o relatório uma das poucas fontes de informação formais, sua valorização é estratégica para o fluxo de informações.

Por entender que as informações não podem ser restritas ao que se acessa na assinatura do Termo de Compromisso do Estágio, ou no relatório a cada seis meses, foi questionado na entrevista como os professores orientadores tomam conhecimento do andamento do estágio não obrigatório ao longo do contrato. Constatou-se que os alunos são a maior fonte de informações, como afirmam P1, P2, P3, P4, P5, P6, P9, P10 e P12. Confirma-se a constatação pelas falas de alguns professores entrevistados: “Pelos alunos, só” (P1), “Só quando eles [estagiários] vêm. Só quando eles procuram” (P4), “Pelos próprios estagiários” (P10).

Esses relatos evidenciam que na instituição de ensino há um foco predominante em informações oriundas de fontes internas, quando se sabe que as informações podem ser provenientes de fontes internas e externas (BEAL, 2004).

Nota-se, com a análise das entrevistas, uma dependência de informações associadas ao ponto de vista do sujeito em formação, excluindo as informações produzidas a partir da visão do profissional formador no campo de estágio. A perspectiva do estagiário é relevante, mas ele pode não compartilhar todas as informações, como comentou o entrevistado A3:

Eu acho que muitas vezes a gente fica um pouco receoso de falar das problemáticas da escola, porque bem se sabe que é o próprio... a própria UF pode fazer o cancelamento do estágio. Então eu acredito que é até o receio de muitas pessoas que estão no estágio, né... de compartilhar um pouco dessas angústias com receio de que a UF venha fazer o cancelamento por essa razão, entendeu? Porque por mais que às vezes as pessoas enfrentam angústias, muitas vezes as necessidades que elas têm, né... o que as motiva tá naquele estágio superam até essa angústia, digamos assim, né. Ela se dispõe a passar por isso em nome das suas necessidades financeiras, etc. (A3)

Embora os supervisores tenham informações que ajudariam a universidade no acompanhamento do estágio não obrigatório, como, por exemplo, o desempenho do estagiário em campo, todos os professores e supervisores entrevistados enfatizaram que não há contato entre instituições de ensino e qualquer profissional da instituição concedente. O professor orientador P5 comentou: “Fico sabendo do andamento do estágio [não obrigatório] pelos alunos. Pela escola, só se a escola fizesse contato, mas nunca fizeram”. Os supervisores confirmaram a inexistência de contato: S1 comenta “[...] eu não tive contato. Nem a instituição [de ensino] me procurou e nem a escola procurou a instituição [de ensino]”.

Para manter contato com os alunos em estágio não obrigatório, os professores P2, P3, P5, P7, P8 e P9 disseram que se colocam à disposição dos seus orientandos, via correio eletrônico, telefone e aplicativos de mensagens instantâneas. Encontrou-se na fala do entrevistado P9:

Mas, de maneira muita aberta, logo no início, nós combinamos que eles [estagiários] ficariam com o canal aberto, tanto via e-mail quanto via telefone celular, para qualquer situação mais específica. [...] Especificamente sobre o estágio [não obrigatório] é a partir da demanda, sempre foi assim. (P9)

No entanto, iniciativas dos professores orientadores para obtenção de informações ao longo do período de estágio não obrigatório foram relatadas pelos participantes P1, P2, P5 e P8: agendamento de encontros coletivos ou individuais, conversas no corredor ou na sala quando é professor da turma, pedido de cessão de alguns minutos para outro professor em aula para conversar com sua turma de orientação acadêmica. O estagiário A11 participou de uma reunião com seu professor orientador:

O meu orientador aqui da UFRN, ela fez uma reunião com a gente, com todas as pessoas da minha turma que fazem estágio [...]. Ela fez uma reunião pra basicamente indicar textos que a gente possa ler e pra ouvir sobre como está sendo nossa experiência no estágio [...] (A11)

Evidencia-se maior captação de informações por fontes informais ao longo do estágio não obrigatório, no caso, os alunos. Beal (2004) classifica as fontes de informação em formais e informais. A autora aponta que a organização não deve desprezar informações informais, sobretudo quando o ambiente não apresenta informação de fácil acesso. No fluxo de informações do acompanhamento do estágio não obrigatório, as fontes informais atuam como complemento ao Termo de Compromisso de Estágio, ao plano de atividades do estagiário e ao relatório eletrônico, que se constituem o conjunto disponível de fontes formais.

Como repositório de informações formais, chama a atenção a pouca consulta ao módulo Central de Estágios indicada durante as entrevistas: “Não tenho costume de fazer consultas [no módulo Central de Estágios]” (P3). O acesso a esse módulo do sistema se limita ao preenchimento do relatório pelos alunos e, para os professores, basicamente, para leitura e validação desse relatório. Além disso, os supervisores não acessam o módulo Central de Estágios do SIGAA, cujo uso atual é exclusivo da UFRN.

A Central de Estágios não é uma ferramenta considerada de fácil consulta para os entrevistados P2, P6 e P7. Essa dificuldade pode ser uma explicação para o uso quase restrito às ações obrigatórias, como comentou o entrevistado P6:

Porque quando a gente procura aqui, pelo sistema, olhando lá na abinha lá do estágio e tal, não é muito amigável o sistema, ele é pouco amigável, sabe? Você olha, os dados estão lá... mas não sei... (P6)

A análise desta categoria revelou o uso exclusivo de fontes de informação internas, com destaque para as fontes informais, os alunos, que também elaboraram uma importante fonte formal, o relatório do sistema. Nessa condição, em grande parte é o aluno que domina quais informações entrarão no fluxo.

Ressalta-se, também, a frequência de captura de informações concentrada no início e no encerramento do estágio, deixando uma lacuna enquanto a experiência acontece. Isso remete à opinião de Beal (2004) na qual menciona que, na maioria

dos casos, a obtenção de informações precisa ocorrer ininterruptamente para alimentar as necessidades da organização. Ao longo do estágio, como uma atividade dinâmica, diversas informações serão continuamente produzidas.

5.6 Categoria 4: Tratamento, armazenamento e descarte da informação

Esta categoria agrupa respostas referentes ao tipo de registro realizado a partir de informações do estágio não obrigatório, compilando as descrições dos entrevistados quanto ao tratamento, armazenamento e descarte desse material.

Cabe destacar que, com a etapa de tratamento no fluxo de informações do estágio não obrigatório, as informações poderiam retratar a história da atividade de estágio não obrigatório ao longo do tempo. O entrevistado P8 tocou nessa questão:

Eu acho que além de contar um pouco a história desse estágio, né, porque a gente vai passando também por algumas mudanças, [...] então todas essas questões [relacionadas ao estágio não obrigatório] elas mostram um pouco como essas transformações dos contextos político e econômico vão modificando a própria condição desse estágio no curso [...]. (P8)

Esse item tem uma especial importância nesse trabalho visto que a pesquisa bibliográfica realizada constatou, como já descrito na seção Procedimentos Metodológicos, a pequena quantidade de estudos sobre o tema. Durante a entrevista, o aluno A6 comentou:

Eu até pensei, ainda, em fazer meu TCC com foco nisso [estágio não obrigatório], [...] só que eu sabia que não ia ter acesso a isso. Eu teria que sair procurando... Eu não sei nem como é que você conseguiu esse acesso, porque nós alunos não temos não... (A6) O relato do aluno evidenciou a escassez de informações como aspecto limitante tanto à produção de conhecimento sobre o estágio não obrigatório quanto à visibilidade do tema, tanto que os estagiários dessa modalidade de atividade foram classificados como “categoria oculta” por De Paiva e De Freitas Costa (2017, p. 115, aspas das autoras): “Ao discutir o desenvolvimento profissional docente identifica-se uma categoria ‘oculta’ – os estagiários remunerados, os quais são discentes dos cursos de licenciatura que assumem o estágio não obrigatório [...]”.

Durante a entrevista, questionados se fazem registros e armazenamento de informações do acompanhamento do estágio não obrigatório, todos os professores responderam que não fazem nenhum tipo de registro e armazenamento. O entrevistado P5 foi enfático: “Nós não armazenamos nada... Nós não ficamos com nada...”.

Entretanto, todos os professores e os estagiários A1, A2, A4, A5, A6, A8, A9, A14 e A15 expuseram que seria importante criar acervo das informações. O professor P4 comentou: “Acho que deveriam ser registrados. Uma ação dessas precisa de resultados. Uma ação dessas precisa ser analisada, estudada, até pra ser avaliada em termos do que melhorar, ou de não existir”.

Sob a perspectiva institucional e com base no que apontaram as entrevistas, na universidade há registro e armazenamento de dados cadastrais e relatórios semestrais dos alunos que realizaram estágio não obrigatório, inseridos na Central de Estágios do SIGAA. O entrevistado P9 se referiu a isso: “o único registro mesmo é do SIGAA [relatório dos estagiários no módulo Central de Estágios]. Não faço nenhum registro”.

Contudo, os dados dos relatórios dos alunos no módulo Central de Estágios ainda não passam por tratamentos que possam oferecer informações periódicas. Isso pode dificultar a utilização das informações do relatório, pois como defende Beal (2004), o tratamento é a etapa que faz as informações serem preparadas em condições de aproveitamento.

Além dos registros eletrônicos no módulo Central de Estágios do SIGAA, dez dos alunos entrevistados relataram a existência de registros pessoais e armazenamento de informações, como contou A7: “Faço um diário desde o primeiro estágio até hoje, mas o orientador não sabe, não discute”. Somente A5 afirmou ter discutido sua produção com seu orientador: “Sim, eu cheguei a conversar [com o orientador sobre meu registro]”. Ou seja, via de regra, a universidade desconhece e, portanto, não discute tais registros.

Os entrevistados A7, A9, A10, A11, A12, A13 e A15 relataram que seus registros estão armazenados com eles próprios. O entrevistado A11 comentou que “Cada um tem o seu [registro]. Cada um tá com o seu guardado”. Mas os alunos A3, A4, A5, A9 e A10 salientaram que existem informações armazenadas nas instituições concedentes. Os supervisores S1 e S3 confirmaram que na instituição

concedente existem registros arquivados, referentes ao estágio não obrigatório, de autoria dos estagiários. O entrevistado S3 mencionou que

Elas [estagiárias] têm uma pasta ou um caderno onde elas registram todas as atividades diárias que elas fazem. Isso pra compor o relatório de estágio delas. Então, esse local onde registra, elas têm acesso e eu também tenho acesso. (S3)

As entrevistas mostraram que as informações existentes estão como dados brutos. Não houve relatos de produção sumarizando as informações da atividade de estágio não obrigatório, ou sendo convertidas em formato que permita sua apresentação a indivíduos que possam se interessar por elas. Para Beal (2004, p.39), continuamente deve-se buscar melhor forma de apresentar as informações, o que é “[...] essencial para assegurar que esta tenha o seu valor percebido pelos potenciais usuários.” Para Davenport (1998), essa etapa é uma forma de criar interesse pela informação. Como se notou pelas entrevistas, esse interesse não vem sendo estimulado.

Embora para Beal (2004) o descarte vise excluir dados e informações inúteis, esse tema não suscitou discussões produtivas nas entrevistas. Visto que não constataram armazenamento físico na universidade, os entrevistados não perceberam o que possa ser descartado. O entrevistado P3 disse que “não tem como responder...”. Dentre os entrevistados, somente P1 trouxe sua preocupação com relação ao volume de informações no sistema, mas apontou que é uma decisão dos técnicos da área de informática.

Os professores consideraram necessária uma definição quanto ao que deva ser armazenado, e posteriormente, o debate referente ao seu descarte. Essa discussão é importante, pois “ela permite controlar o valor histórico dos documentos, tornando possível o descarte de documentos sem valor e assegurando a preservação daqueles de valor permanente” (BEAL, 2004, p.50). A autora cita a tabela de temporalidade como instrumento para definição de prazos de guarda e destinação de documentos da organização. Essa tabela é atualmente aplicada à guarda da via original do Termo de Compromisso do Estágio, por orientação da Coordenadoria de Estágios da PROGRAD.

As entrevistas indicaram que não há tratamento das informações do relatório dos alunos no módulo Central de Estágios, principal registro formal da experiência

do estágio não obrigatório. No entanto, esses registros estão mantidos armazenados eletronicamente, sem previsão de descarte, o que permite vislumbrar oportunas iniciativas de tratamento das informações.

5.7 Categoria 5: Distribuição da informação

A categoria distribuição da informação foi estabelecida para agrupar as respostas referentes ao acesso às informações do estágio não obrigatório, importante etapa para divulgação de informações e estruturação de um fluxo informacional.

Os professores P1, P2, P3, P6 e P10 apontaram que as informações circulam entre os alunos, de maneira informal. Já entre os professores, os entrevistados P2, P4, P6, P7 e P11, disseram que não percebem essa comunicação. O professor P1 comentou: “Só existe troca entre os alunos, e de informações básicas: se é bom ou não estagiar naquela escola”.

Todavia, os entrevistados P3 e P5 indicaram que há circulação de informações entre os professores. O entrevistado P5 relatou a existência de troca informal:

Eu acho que se troca, mas muito desse trabalho não é sistemático, é informal. Eu não vejo momentos onde a gente pense, vamos sentar pra discutir o estágio não obrigatório assim como a gente senta pra discutir o estágio obrigatório. (P5).

Davenport (1998) e Beal (2004) citam que a distribuição da informação pode ocorrer pelo método de divulgação ou de busca pelo usuário. A melhor forma de distribuição de informações é a combinação desses dois métodos, pois se disponibilizam determinadas informações e permite-se que outras informações sejam acessadas quando o usuário sentir necessidade (BEAL, 2004). Notou-se, com a análise dos resultados das entrevistas, que não vem sendo adotado nenhum desses métodos na coordenação de curso.

Na análise dessa categoria, pode-se observar que as informações existentes ficam muito restritas aos leitores diretos do material produzido, seja na universidade ou na instituição concedente. Isso se constitui uma restrição no fluxo de

informações, pois é necessário oferecer informações para poder recebê-las (DAVENPORT, 1998).

O entrevistado A11 mencionou seu interesse em ter acesso às informações:

[...] a gente aprende ouvindo, as experiências do outro, as relações que o outro faz... E se tivesse algo escrito, um banco de dados, algo pra gente consultar. Não só aquele momento na aula, pudesse ver o registro daquela pessoa, seria muito interessante. (A11)

O relato acima ilustra a dependência entre as etapas de tratamento e distribuição da informação. Segundo Davenport (1998, p.189), a distribuição é um passo que “está ligado ao modo como a informação é formatada”. Além disso, ressalta que “se os outros passos do processo estiverem funcionando, então a distribuição será mais efetiva [...]”.

A análise mostrou que, apesar do notado interesse em formalizar uma distribuição, essa etapa atualmente é prejudicada pela falta de material informacional sistematizado.

5.8 Categoria 6: Uso das informações no contexto do curso de pedagogia

Entender como as informações chegam ao curso de Pedagogia, não exclusivamente limitado ao espaço da sala de aula, foi uma das preocupações principais ao elaborar o objetivo que descreve as etapas do fluxo de informações do acompanhamento do estágio não obrigatório nesta pesquisa. Desse modo, essa categoria agregou respostas que identificaram o tipo de uso dado às informações do estágio não obrigatório no contexto do curso.

Os entrevistados P1, P11 e P12 verbalizaram que não promovem qualquer uso de informações do estágio não obrigatório no contexto do curso. O entrevistado P4 comentou que “o estágio remunerado não tem sido, pelo menos pra mim, um objeto de estudo ou intervenção em sala de aula... não”.

No entanto, não promover não impede o uso das informações, como explicou P7: “Elas [informações do estágio não obrigatório] aparecem, elas surgem [dos alunos]. É uma coisa quase que espontânea”. Percebeu-se, assim, ao longo das entrevistas, que as informações do estágio não obrigatório são usadas, predominantemente, por iniciativa dos alunos e durante as aulas. Esse foi um

resultado esperado, visto que a participação dos alunos durante o curso ocorre a partir do seu próprio repertório de vida, formado, inclusive, pela experiência do estágio não obrigatório.

Quase totalidade dos alunos, dez dos 15 entrevistados, confirmou que o uso das informações “[...] não é algo puxado pelos professores. É algo que a gente vai... já tá na nossa realidade. A gente vai inserindo...” (A11) e “Se o professor dá uma brecha, a gente traz as experiências” (A13).

Por um lado detectaram-se professores que não usam as informações no curso de Pedagogia. No entanto, por outro lado, os professores P2, P3, P5, P9 e P10 mencionaram que introduzem as informações do estágio não obrigatório em sua prática docente, sobretudo no ensino. O entrevistado P10 relatou sua preocupação:

[...] Porque uma das preocupações que eu tenho no primeiro dia de aula da disciplina é saber quem está em estágio, quem está na sala de aula e em que condições está na sala de aula: é em estágio remunerado, estágio obrigatório, pra poder aproveitar essa experiência deles para conduzir o trabalho na disciplina. (P10)

Os estagiários entrevistados A4, A7, A8 e A11 confirmaram que nos