• Nenhum resultado encontrado

CHECKLIST DE CABECEIRA

No documento Manual de Cuidados Pós-Anestésicos II (páginas 63-67)

6 – PÓS-OPERATÓRIO DE ENDARTERECTOMIA CAROTÍDEA

5. CHECKLIST DE CABECEIRA

Cuidados Pós Endarterectomia Carotídea Monitorização

 Standard e pressão arterial invasiva

 Avaliar grau de dor e medicar de acordo (paracetamol ev, baixas doses de mofina em bólus ev; eventualmente AINEs – mas ponderar risco de nefrotoxicidade) Posicionamento

 Decúbito dorsal com cabeça e pescoço alinhados na linha média  Elevar a cabeceira a 30º (excepto se contra-indicação expressa)

 Ensinar o paciente a apoiar a cabeça com as mãos aquando houver alterações de posicionamento

Vigiar sinais de Hemorragia

 Avaliar frequentemente se há hemorragia no local da incisão ou formação de hematoma

 Drenos cervicais visíveis, pendentes, com verificação frequente da sua funcionalidade

 Avaliar perímetro cervical e verificar eventual existência de perda sanguínea oculta (por baixo dos ombros e do pescoço do paciente)

 Contactar equipa cirúrgica, em caso de hemorragia com sinais de gravidade Vigiar sinais de Dificuldade Respiratória

 Monitorizar frequência respiratória e sinais de esforço respiratório  Avaliar dificuldade na deglutição, desvio da traqueia e sinais de agitação  Presença de caixa de traqueostomia / kit de cricotirotomia na proximidade  Contactar equipa cirúrgica, em caso de sinais de dificuldade respiratória

Cuidados Pós Endarterectomia Carotídea Vigiar sinais de oclusão da Artéria Carótida ou de AVC  Monitorização neurológica: confusão, disartria ou hemiparésia Vigiar sinais de disfunção de pares cranianos

 Assimetria facial, rouquidão, disfagia, desvio da língua, dificuldades na linguagem ou queda do ombro ipsilateral

Vigiar ocorrência de Hipertensão ou Hipotensão Arterial  Se Hipertensão (TA sistólica > 170mmHg):6

• Excluir / tratar outras causas:

- hipoxémia / hipercapnia / distensão vesical / dor /omissão da toma de anti- hipertensores .

• Tratar de imediato (pelo risco de AVC ou rotura arterial)

- sentar o doente, o que pode baixar a TA e deixá-lo mais confortável - instituir terapêutica farmacológica: labetolol, esmolol, hidralazina, dinitrato

isossorbido ou nitroprussiato de sódio - Ex.:

a) LABETOLOL 5 mg/ml

Dar bólus lentos de 10 mg cada 2 min até 100mg Se TA elevada após 20 min, mudar para agente de 2ª linha Se TA diminui sem aumentar de novo: manter vigilância Se TA diminui mas volta a subir: perfusão labetolol 50-100 mg/h b) DINITRATO ISOSSÓRBIDO

(se história de Asma / IC / Bloqueio Cardíaco)

25 mg dinitrato isossórbido em 50ml NaCl 0,9% (0,5mg/ml) Iniciar perfusão a 4 ml/h, aumentando até 20ml/h de acordo com TA c) NITROGLICERINA

50 mg Nitroglicerina até 50 ml NaCl 0,9% (1 mg/ml)

Iniciar perfusão a 5 ml/h, aumentar progressivamente consoante TA, até 12 ml/h

NOTA: se o doente está na UCPA, deve permanecer nesta Unidade até, pelo menos, 2

horas após suspensão da terapia endovenosa, pelo risco de hipertensão rebound.

• Logo que possível:

- iniciar terapêutica anti-hipertensora per os ou através de sonda naso-gástrica - Se não faz medicação anti-hipertensora:

a) Nifedipina retard 10 mg (não perfurar cápsulas), podendo repetir após 1 hora b) Bisoprolol 5mg (se contra-indicado ou sem efeito, passar a c))

c) Ramipril 5mg (repetir após 3 horas se necessário)  Se Hipotensão:

• Tratar rapidamente: risco de isquémia do miocárdio - fluidoterapia até atingir normovolémia - vasopressores (fenilefrina)

• Se for persistente:

Cuidados Pós Endarterectomia Carotídea Vigiar sinais de Isquémia do Miocárdio

 Dor precordial sugestiva  Alterações electrocardiográficas

 Considerar monitorização dos níveis de troponina em doentes de risco  Evitar e tratar agressivamente a hipotermia

 Controlar fatores precipitantes de isquémia: Fatores que  o consumo de O2

pelo miocárdio Factores que  aporte Oao miocárdio 2 •  da frequência cardíaca •  fluxo sanguíneo coronário •  volume diastólico •  vasoconstrição coronária •  contratilidade •  trombose coronária

•  TA •  do hematócrito

• stress •  da saturação de O2

Monitorização da glicemia

 de 140 a 180mg/dl nas primeiras 24 horas

(a hiperglicemia é um factor de risco independente no desenvolvimento de infecções)

6. CONCLUSÃO

Apesar do desenvolvimento tecnológico e de toda a investigação em torno das técnicas minimamente invasivas, a EAC continua a ser a terapêutica de eleição para a doença cerebrovascular secundária a estenose carotídea.

Os Anestesiologistas enfrentam grandes desafios na abordagem desta popula- ção de doentes, geralmente idosa e com patologias coexistentes de gravidade significativa.

A avaliação pré-anestésica e otimização das comorbilidades dos doentes, a conduta anestésica intra-operatória e os cuidados de vigilância no pós-ope- ratório, atuando de acordo com alterações verificadas, torna fundamental o papel do Anestesiologista na abordagem do doente submetido a EAC.4

7. REFERÊNCIAS

1. Arnold M, Perler B. Carotid Artery Endarterectomy. In: Cronenwett JL, Johnston KW Rutherford´s Vascular Surgery. 8th ed. Vol.2. Philadelphia: Saunders; 2014. p1514-43.e8.

2. Raju I, Fraser K. Anaesthesia for carotid surgery. Anaesth Int Care Med 2013; 14(5): 208-11.

3. Modaghegh M.H, Ravanbakhsh M, Ghorbanian E. Review of Post-carotid Endar- terectomy Complications. Patient Safety and Quality Improvement Journal. 2014; 2(3): 135-8.

4. Herrick I, Higashida R, Gelb A. Occlusive Cerebrovascular Disease. In: Cottrell and Young's Neuroanesthesia. 5th ed. Philadelphia: Mosby; 2010. p 278-95.

5. Ricotta J, AbuRahma A, Ascher E, Eskandari M, Faries P, Lal B. Updated Society for Vascular Surgery guidelines for management of extracranial carotid disease. J Vasc Surg. 2011; 54(3): 832-36

6. Stoneham M, Thompson J. Arterial pressure management and carotid endarterectomy. Br J Anaesth. 2009; 102(4): 442-52.

7. Singh S, Maldonado Y, Taylor MA. Optimal Perioperative Medical Management of the Vascular Surgery Patient. Anesthesiol Clinics. 2014; 32 (3):615-37.

8. Norris E. Anesthesia for Vascular Surgery. In: Miller RD, Cohen NH, Eriksson LI, Fleisher LA, Wiener- Kronish JP, Young W, editors. Miller's Anesthesia. 8th ed. Vol 2. Philadelphia: Saunders; 2015. p2106-57.e5.

9. Stoneham M. Anaesthetic techniques for carotid surgery. Anaesth Int Care Med. 2007; 8 (6): 260-2.

10. Crimi E, Hill C. Postoperative ICU Management of Vascular Surgery Patients. Anes- thesiol Clinics. 2014; 32 (3): 735-57.

11. Biller J, Feinberg WM, Castaldo JE, Whittemore AD, Harbaugh RE, Dempsey RJ et al. Guidelines for Carotid Endarterectomy - A Statement for Healthcare Professionals From a Special Writing Group of the Stroke Council, American Heart Association. Circulation. 1998; 97: 501-9.

12. Moulakakis KG, Mylonas SN, Sfyroeras GS, Andrikopoulos V. Hyperperfusion syn- drome after carotid revascularization. J Vasc Surg. 2009; 49(4): 1060-8.

13. Kuliha M, Roubec M, Procházka V, Jonszta T, Hrbác T, Havelka J et al. Randomized clinical trial comparing neurological outcomes after carotid endarterectomy or stenting. Br J Surg. 2015; 102 (3): 194-201.

14. Clinical Guideline for the management of Post-Carotid Endarterectomy (CEA) Hyper- tension. Royal Cornwall Hospitals NHS Trust. 2013.

15. Munro F, Makin A, Reid J. Case Reports: Airway problems after carotid endarterec- tomy. Br J Anaesth. 1996; 76: 156-9.

7 – PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA PARA A DOENÇA

No documento Manual de Cuidados Pós-Anestésicos II (páginas 63-67)