• Nenhum resultado encontrado

As cidades precisam se reinventar, as novas demandas de água, energia, descarte de resíduos, transporte mais eficiente, aliados ao do CO2 e do aumento populacional tornando os centros urbanos em megacidades, estão na pauta dos planejadores urbanos. Afinal, elas não são fossilizadas (Monfaredzadeh & Berardi, 2014). As melhores cidades são aquelas que continuamente conseguem se renovar, funcionam semelhantemente a um organismo vivo, quando adoecem, se curam e mudam (Bertalanffy, 2014; Butler, 1980; Gehl, (2013).

Nas grandes cidades surgem vazios no centro, com vida intensa no horário comercial, mas a noite viram sombrios desertos. Os projetos urbanos de porte, devem instrumentalizar a regeneração urbana dos vazios centrais (Gehl, 2013). O redesenvolvimento destes territórios representa voltar a cidade para dentro. Refazê-la, ao invés de expandi-la. Compactá-la, deixá-la mais sustentável e transformá-la em uma rede estratégica de núcleos policêntricos compactos e densos, otimizando infraestruturas e liberando territórios verdes (Leite (2012); Gehl (2013).

Ao citar a ligação entre a cidade inteligente e o destino turístico inteligente, torna- se relevante avaliar a intrínseca relação entre planejamento urbano e o planejamento turístico. Além disso, é requerido entender que o conceito de destino turístico inteligente decorre dos conceitos da cidade inteligente (Buhalis e Amaranggana (2014); Celdrán (2019)).

O manual operativo dos destinos turísticos inteligentes de INVAT.TUR (2015), destaca a conexão entre ambos e adiciona o termo território inteligente, em substituição à cidade inteligente, esclarecendo que o destino pode ser maior do que os limites da cidade, portanto, o termo território inteligente parece ser mais apropriado. Esta tese anui com esse

conceito e foi acatado, passando a usar ambos os termos: destinos ou territórios inteligentes como sinónimos.

Neste mesmo documento INVAT.TUR (2015), sugere a adoção do planejamento estratégico, que tenha como base a participação social, a transparência e liderança. Também sugere uma série de parâmetros para poder mensurar a governança deste tipo de destinos. Neste trabalho há novamente uma anuência com o órgão espanhol e estes elementos foram usados como base das categorias usadas na análise.

INVAT.TUR (2015) acrescenta: constante monitoramento e controle do plano estratégico participativo e consensuado, que deve estar em harmonia com outros planos e políticas, inclusão da estratégia de destino inteligente, transparência da administração pública, apoio do cidadão e participação e confiança entre os agentes sociais, capacidade técnica e financeira para a execução das políticas.

Esses elementos serviram de base para a elaboração do framework desta tese. Para tal, torna-se indispensável a vinculação da implementação do turismo aos planos urbanos, pela necessidade de criar ou modificar a imagem urbana para a definição da atratividade do território para empresas, investidores e turistas. Um clássico na literatura sobre o tema é: El libro blanco de los destinos turísticos inteligentes, do espanhol Javier Blanco (2015), que o define como:

Um espaço inovador consolidado baseado no território e uma infraestrutura tecnológica de ponta. Um território comprometido com os fatores ambientais, culturais e socioeconômicos de seu habitat, equipado com um sistema de inteligência que capta informações de forma procedimental, analisa e compreende eventos em tempo real, a fim de facilitar a interação do visitante com o meio ambiente e os tomadores de decisão dos gerentes de destino, aumentando sua eficiência e melhorando substancialmente a qualidade das experiências turísticas (Blanco, 2015, p. 31. Tradução nossa).

Cabe aqui destacar o espaço inovador. Entenda-se inovador como um destino em cujo cerne está a inovação, consequentemente, esta não pode ser interrompida, a cada novo ciclo, a inovação deve ser um dos alvos buscados pelo destino.

Outro termo usado neste estudo é território, não cidade, mas sim território, subentendendo que o destino pode ser maior do que a espaço geográfico da cidade. Outro conceito usado por Blanco é a infraestrutura tecnológica de ponta, que está relacionada tanto ao hardware como também aos sistemas envolvidos (software) em todos os níveis, desde o turista, passado pelos gestores de atrativos e culminando na governança dos destinos.

Blanco (2015) também salienta que o destino deve captar informações de forma procedimental. Entenda-se que existem processos que permitem a captura de dados e informações do turismo a partir de eventos ocorridos no ecossistema e que são enviadas às pessoas de direito, no tempo certo.

Isto implica em uma rede de sensores espalhados pelo território capazes de obter, processar e enviar dados e informações relevantes. Porém, além de capturar as informações acrescenta que: analisa e compreende eventos em tempo real. Isto afeta diretamente aos tomadores de decisão tanto da urbe, como do turismo.

Estes decisores podem receber uma elevada quantidade de dados em estado bruto, mas que conduzam à pouca informação e, consequentemente, uma quantidade menor de inteligência. Um dos objetivos da tecnologia smart é agregar valor à informação. Isso ocorre nos processos onde há coleta, tratamento, análise e contextualização da informação para que seja transformada em inteligência (Charan, Chouhan & Pereira (2016); Gajdošík (2018)).

Corroborando assim com pesquisas que destacam a necessidade de um sistema de inteligência turística (Biz, Cappelini, Rossetto, Camilotti & Rodrigues, 2017; INVAT.TUR 2015; Sousa, 2018; Blanco 2015). E desta forma, ser capaz de atenuar os problemas de excesso de dados, transformando-os em informação e esta, por sua vez em inteligência.

Entende-se que isto pode ser revertido através de um Sistema Integrado de Inteligência do Turismo, que tenha módulos específicos para: os atrativos turísticos, para os meios de hospedagem, os estabelecimentos que comercializam alimentos, a governança, os locais não turísticos mas, que são mais frequentados pelos turistas, museus, locais de amostra cultural, centros de convenções etc. (Blanco (2015); Biz et al., (2017); Gretzel, Werthner, Koo & Lamsfus (2015);

Com a ajuda dos sistemas de informação do turismo os gestores dos atrativos, poderão tomar decisões para melhorar a experiência do visitante, ou para agir em caso de que a capacidade de carga do atrativo esteja próxima de chegar ao limite, ou de algum problema iminente que seja detectado por estes sistemas, ou ainda, qualquer outro evento que requeria intervenção dos decisores.

Parece evidente que, desenvolver um sistema deste porte, com vários módulos, específicos para cada classe de usuário, deverá levar uma boa quantidade de tempo e recursos até ser implantado e implementado. Por outro lado, uma alternativa, poderia ser a elaboração e implantação em etapas. O importante é ter uma solução (software) integrado e único, capaz de assistir e acompanhar o visitante em toda sua estada; que seja compartilhado por todos os entes do destino.

Uma outra relevante definição para destino turístico inteligente, provém do Instituto Valenciano de Tecnologias Turísticas (INVAT.TUR) no manual operativo supracitado, e destaca:

[…] aquele que demonstra ter uma capacidade contínua de aprendizado e reinvenção em termos de suas formas de competitividade e desenvolvimento, que permitem um aumento equilibrado de níveis de qualidade de vida no econômico, social, natural e bem-estar do indivíduo circunscrito ao seu ambiente mais imediato e global. (INVAT.TUR, 2015, p. 7).

Neste trabalho foi adotado o conceito de território inteligente por haver concordância com a perspectiva apresentada por: López de Ávila & Garcia (2016) e por INVAT.TUR (2015) que descrevem o território turístico inteligente, ultrapassando as fronteiras das cidades. Essa perspectiva é reforçada porque o órgão espanhol adota termos que são usados como elementos chave ao longo deste trabalho e são determinantes para o desenvolvimento deste. Os termos são: capacidade, aprendizagem contínua, reinvenção, competitividade e desenvolvimento. Esses vocábulos merecem destaque porque servem de base para a postura epistemológica desta tese.

Para efeitos desta tese, o conceito de território inteligente torna-se um sinônimo da junção dos conceitos de cidade inteligente com destino turístico inteligente. Além disso, pressupõe um enfoque de governança e gestão integral, onde, a tecnologia é compreendida como um elemento transversal que contribui para melhorar a qualidade de vida dos residentes, bem como, a experiência turística para os visitantes (López de Ávila & Garcia (2016); INVAT.TUR (2015)).

Também cabe destacar que foi usada uma abordagem epistemológica construtivista, que conduz na busca de novas reflexões baseadas no uso das recentes tecnologias de informação e comunicação, bem como nas tendências das futuras TICs e seu consequente impacto no turismo. Estas reflexões, procuram não replicar os modelos consolidados, mas analisar suas fragilidades, para superar as limitações das percepções do século passado.

Há também uma expectativa de que os pressupostos teóricos formalistas hoje dominantes, sejam atualizados por este novo olhar, e que, ajudem na elaboração de novos construtos que permitam avanços nos escopos da compreensão e interpretação dos fenômenos sociais relacionados à área da governança no turismo.

Panosso Netto (2012, p.14) destaca que a abordagem do turismo usando a teoria geral dos sistemas, traz vantagens e desvantagens, frisando: “a separação do sistema turístico

dos outros sistemas, facilita seu estudo, mas em compensação, ocasiona uma visão fragmentada do objeto de estudo”.

Destarte, e concomitante com as posturas de Giffinger et al. (2007) e de Panosso Netto (2012), nesta tese a abordagem do sistema de turismo é tida como sendo uma parte de um sistema maior que envolve as cidades ou territórios de destino. Isto é: a governança do turismo é um subgrupo da governança da(s) cidade(s), que é um subgrupo da região, que é um subgrupo do país, que é um subgrupo de uma parte do continente etc. A figura 20 apresenta essa relação de governanças e a característica de natureza multinível.

Quando o território turístico inteligente abranger mais de uma cidade, as governanças das cidades envolvidas conterão a governança do destino turístico com maior ou menor foco neste. Isto baseado em Giffinger et al., (2007), onde pode-se inferir que a relação entre a governança do destino com a governança da cidade é de uma espécie de “dependência”, onde a cidade determina a prioridade que será dada ao turismo.

Isto implica em uma maior ou menor valorização dos investimentos em infraestrutura turística. Porém, não se trata de dois conjuntos separados, há vários pontos de intersecção como: a sustentabilidade, a perspectiva econômica, a perspectiva social, ambiental, institucional e a valorização cultural.

Como a(s) cidade(s) e o destino possuem várias estruturas em comum, devem ser tratadas em conjunto, como é o caso da: sustentabilidade, da vida cultural ativa e das melhorias para os residentes. Além disso, a literatura contemporânea faz a ligação do destino turístico inteligente com a cidade inteligente (Celdran, 2019; SEGITTUR, 2019). Porém, cabe questionar: em que medida essa conexão é realizada?

Para responder a essa questão, recorre-se novamente a Giffinger et al. (2007) autores da obra: “Smart cities: ranking of european medium-sized cities“, onde destacam seis (6) dimensões inteligentes para as smart cities:

1) Economia, ligada à competitividade, empreendedorismo e outros; 2) Pessoas, nível de qualificação, participação na vida pública etc.; 3) Governança, transparência, participação, serviços públicos etc.;

4) Mobilidade, sistemas de transporte sustentáveis e inovadores, acessibilidade; 5) Meio ambiente, Proteção ao ambiente, poluição, gestão sustentável;

Construídas sob uma combinação inteligente de cidadãos engajados e independentes (Giffinger et al., 2007). A figura 19 apresenta as seis dimensões das cidades inteligentes definidas por Giffinger et al., (2007).

Figura 19 - Tipologia das cidades inteligentes

Fonte: Giffinger et al. (2007).

Ao esquadrinhar a dimensão smart living (Quality of life), encontra-se a resposta para a questão. A definição de smart living pode ser associada à qualidade de vida ou lugar inteligente, ou ainda como tratada por outros atores: estilo de vida inteligente, mas em todos os casos a qualidade de vida é imperativa.

Fazem parte desta dimensão as seguintes áreas: 1) vida cultural ativa; 2) boas condições de saúde; 3) sensação de segurança; 4) qualidade da habitação; 5) bons serviços de educação; 6) Atratividade turística; e 7) Inclusão e bem-estar econômico (Giffinger et al., 2007). Todos estes fatores definidos na dimensão smart living (quality of life) afetam direta ou indiretamente o turismo.

No modelo de cidade inteligente dos autores supracitados, descrevem a dimensão smart living, a qual oferece boas condições para garantir a qualidade de vida da população (dos residentes) através de:

1) Vida cultural ativa: envolve as áreas comuns para entretenimento, atividades programadas, qualidade das áreas verdes, quantidade e qualidade das bibliotecas, respeito para cultura local etc.

2) Boas condições de saúde: quantidade e qualidade de hospitais, índices de saúde, saneamento, taxas de mortalidade etc.

3) Sensação de segurança: qualidade da segurança pública, taxa de homicídios, avaliação da tranquilidade, acidentes de trânsito etc.

4) Qualidade da habitação: quantidade e qualidade das moradias, taxa de ocupação, densidade demográfica etc.

5) Bons serviços de educação: quantidade de escolas por estudantes, taxa de sucesso na educação, taxa de abandono, alunos por turma etc.

6) Atratividade turística: deve ser um lugar vibrante, com grande e diversificada oferta de lazer, entretenimento e convívio social, boa receptividade ao turista, impulsionamento e desenvolvimento sustentável do turismo.

7) Inclusão e bem-estar econômico: deve ser um bom lugar para morar por pessoas criativas, empreendedoras e inovadoras (Giffinger et al., 2007).

Jan Gehl (2013) no livro: “Cidade para pessoas” e Rudolph Giffinger (2007) no seu trabalho: “Smart cities - Ranking of European medium-sized cities”, concordam em que, a cidade inteligente deve incentivar e promover troca de conhecimentos, informações e ideias entre seus habitantes através da boa convivência, seja por meio do uso dos espaços públicos (ex.: praias, calçadões, praças, ruas exclusivas para pedestres) ou privados (ex.: cafés, escritórios de co-working etc.).

Ambos autores concordam em que o foco são os residentes, e que no turismo, também há uma preocupação com o morador do lugar, mas, ao se referirem à atividade turística, destacam que deve ser um lugar hospitaleiro, com atrativos turísticos, entretenimento, mas que também utiliza de ferramentas e ações para melhorar qualidade de vida de seus moradores (Giffinger et al., 2007; Gehl (2013).

A integração entre a cidade inteligente e o turismo se exacerba quando as governanças do território e do turismo trabalham em harmonia e bem sincronizadas, buscando benefícios comuns. Assim, para incentivar e melhorar as estruturas do turismo se investem ou direcionam esforços e recursos, seja para realçar as belezas naturais, arquitetônicas, culturais ou históricas.

A integração com a rede de transportes inteligentes também beneficia o turista, ao usar o transporte público, conseguir localizar-se e descobrir o trajeto para os atrativos turísticos. O uso de sensores nas paradas, interligando o meio de transporte com a ponto de parada, permitem informar o tempo de espera, a quantidade de vagas disponíveis, o trajeto etc. (Gretzel et al., 2015; INVAT.TUR, 2015). Estas informações apoiam tanto os residentes,

como os turistas e devem fazer parte de um sistema de informação computadorizado integrado de turismo, baseado em computação cognitiva contextualizada.

Neste trabalho, foram usadas as dimensões para as cidades inteligentes definidas pelos autores Giffinger et al. (2007). Embora à primeira vista, a definição pareça antiga por ter mais de dez anos, mas os elementos usados pelos autores ainda parecem atualizados.

Logo, torna-se relevante que os conceitos de cidade inteligente e destino inteligente sejam estudados dentro de um único contexto, porque existe uma dependência bilateral e tomam uma relevância especial.

Figura 20 - Sistema de governança multinível

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

Assim, a partir das definições dadas às cidades inteligentes, territórios inteligentes e aos destinos turísticos inteligentes, destacados no marco teórico, são inferidos os seguintes quatro (4) conceitos:

1) Para que o destino inteligente ocorra de maneira relevante, é necessário que o processo de tornar uma cidade inteligente, também tenha sido iniciado. E é independente do grau de evolução da inteligência desta cidade (ou território). Podendo crescer juntas ou o turismo evoluir logo a seguir, mas, o turismo não iniciará significativamente o processo de destino inteligente, porque depende das infraestruturas do território para seu desenvolvimento. Embora seja possível, que algumas iniciativas antecedam à estratégia de smart city, mas seguramente serão ações isoladas e sem muita profundidade no geral.

2) Dentro do âmbito exclusivamente do turismo, o conceito de destino turístico inteligente é uma evolução do destino tradicional, e deve ser tratado como uma atividade finalística, ou seja, o objetivo do turismo é o desenvolvimento sustentável da atividade turística, por tanto, esforços devem ser alocados para fazer a transformação do tradicional para o destino inteligente. Trata-se de uma atividade fim e não meio.

Por outro lado, sob a perspectiva da cidade inteligente, o turismo (e consequentemente o destino turístico inteligente), faz parte da governança da cidade, mas apenas como sendo um dos componentes das atividades de gestão da urbe. O objetivo não está no turismo, e sim na infraestrutura da cidade com foco no cidadão. Destarte, embora o destino inteligente acompanha ou sucede à cidade inteligente, o turismo é visto como atividade-meio dentre outras atividades que a smart city tem como foco.

Consequentemente, tendo em vista que existem outras estruturas de governança na cidade inteligente, que se relacionam e viabilizam a governança do turismo inteligente, a organização destas determinará a importância do turismo no destino, circunscrevendo o grau de prioridade e a forma como será conduzido.

3) A governança do destino inteligente, bem como a governança das TICs, são atividades-meio para se alcançar os objetivos, tanto na cidade inteligente, quanto nas organizações respectivamente. Logo, um ponto de interseção aparece aqui. Tanto a governança das TICs através da ISO 38500 (ou qualquer outro modelo), quanto a governança de destinos turísticos inteligentes, são atividades-meio. Isto posto, justifica usar uma norma internacional consolidada para desenvolver um framework para governança de smart destinations. E por conseguinte, cabe sim aplicar a ISO 38500 à governança dos destinos turísticos inteligentes.

4) Porém, como supracitado, o destino inteligente é fim em se mesmo, mas ao mesmo tempo é meio (para a cidade); depende da ótica pela qual se observa. Destarte, fica evidente que a governança para os destinos é diferente da governança para as cidades. Assim sendo, o termo smart governance usado amplamente nos trabalhos de smart city, não pode ser usado para ambas governanças (cidades e destinos).

À vista disso, torna-se importante estabelecer uma diferenciação entre as governanças, para deixar bem claro a qual tipo de governança está se referindo. Seja da cidade ou então seja do destino.

Para precisar adequadamente, a partir deste ponto nesta tese, é utilizado o termo governança inteligente ou smart governance para o contexto das cidades inteligentes. Já para fazer alusão à governança de destinos inteligentes, é empregado o termo Governança do Turismo Inteligente ou seu semelhante em inglês: smart tourism governance.

Baseados nesse conceito, a missão da governança do turismo inteligente (ou a governança dos destinos turísticos inteligentes) poderia ser: “assegurar que o turismo agregue valor à governança do território trazendo benefícios para a sociedade”. Destacando a relação bilateral entre a cidade e destino.

Qualquer que seja a governança, seja empresarial, seja de TIC, seja de destino, seja de uma cidade, ou seja qual for, é de suma importância a sua relação com o nível estratégico, pois essa é a natureza da governança (ABNT NBR (2018); CCE (2002); COE (2008); OCDE (2004); Pierre e Peters (2000); Trentin (2017);

Entenda-se que o framework da governança do turismo inteligente resultante deste estudo, aplica-se às organizações públicas de gestão de destinos turísticos (DMOs), independentemente do tamanho, estrutura e do alcance do seu uso. Também define a governança do destino inteligente como um subconjunto ou domínio da governança do território inteligente (smart city), ou no caso de uma região, como parte da governança nacional (ver figura 20).