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A origem etimológica da palavra "inteligência" teve o latim com a palavra precursora: intelligentia. Oriunda de intelligere, na qual o prefixo inter significa "entre", e o subfixo legere se refere a: "escolha". Assim sendo, o significado deste termo faz referência a capacidade de escolha de uma pessoa (Merchant, 2018). Ainda segundo o autor, a inteligência pode ser um processo, e mais recentemente também pode ser um produto, que tem múltiplas funções, tais como um telefone inteligente, Relógio inteligentes etc. Em termos empresariais pode ser uma função organizacional, onde as pessoas estarão voltadas especificamente para essa atividade.

Na obra: “A teoria das inteligências múltiplas”, o psicólogo americano Howard Gardner apresentou um conjunto de oito processos mentais diferentes existentes dentro do cérebro. De acordo com essa teoria, todos os seres humanos possuem um pouco de cada uma dessas "inteligências" (Gardner, 2010). Embora, existam pessoas que tem uma maior predominância de um ou de outro tipo, tendo sido mais desenvolvido do que em outras pessoas e fazendo com que se destaque em determinadas campos ou áreas de atividade. Estes oito tipos de inteligência apresentados pelo autor são:

1) Inteligência linguística: pessoas com facilidade em se expressar, oralmente e através da escrita. Pessoas com este tipo de inteligência mais desenvolvido têm tendência a aprender outros idiomas com mais facilidade, além de possuir muita atenção.

2) Inteligência lógica: pessoas com facilidade em trabalhar com a lógica em geral, como operações matemáticas ou trabalhos científicos, por exemplo. Normalmente, possuem uma boa memória e conseguem solucionar problemas complexos facilmente. Podem ainda ser consideradas mais organizadas e disciplinadas.

3) Inteligência espacial: pessoas com facilidade em entender e manipular o mundo visual, como imagens em 2D ou 3D. São bem desenvolvidos por arquitetos e profissionais ligados à arte gráfica.

4) Inteligência motora: pessoas que conseguem realizar movimentos complexos com o próprio corpo, tendo para isso uma espantosa noção de espaço, distância e profundidade dos ambientes.

5) Inteligência musical: pessoas com facilidade em identificar e reproduzir diferentes tipos de padrões sonoros, além de criar músicas ou harmonias inéditas. Este é um dos tipos raros de inteligência presentes entre as pessoas.

6) Inteligência interpessoal: pessoas com facilidade de liderar, a partir do entendimento do ponto de vista e intenções dos outros. São considerados indivíduos ativos, que gostam de responsabilidades e que têm facilidade em conseguir convencer os demais a fazer aquilo que desejam.

7) Inteligência intrapessoal: pessoas com facilidade em observar, analisar e compreender a si próprias. Também podem exercer influência sobre as pessoas, mas de maneira mais subjetiva, utilizando ideias e não ações. 8) Inteligência naturalista: são as pessoas com facilidade de identificar e

diferenciar diferentes padrões presentes na natureza. (Gardner, 2010). O conceito de produtos inteligentes (do inglês: smart) cresceu nos últimos anos: as TVs, os relógios, as casas, os estacionamentos, eletrodomésticos em geral e até as cidades. O smartness enfatiza a facilidade com que os usuários podem obter serviços apropriados (Celdrán-Bernabeu et al., 2018). Segundo os autores, a ideia de smart se remete à identificação das necessidades dos usuários e oferecer-lhes serviços de informação personalizados, por meio da captura e uso de dados, empregando diversos dispositivos tecnológicos (sensores, aparelhos, equipamentos para intercâmbio de informações etc.).

Portanto, o conceito smart não se concentra na tecnologia, mas sim nos resultados tecnológicos para as pessoas. Destarte, ser smart significaria identificar as necessidades dos usuários para fornecer serviços adequados às suas necessidades (Celdrán-Bernabeu et al., 2018).

Para Blanco (2015) a inteligência está relacionada com a aprendizagem e a continua evolução, trata-se de um conceito amplo, onde são capturados dados processados e a informação é utilizada pela gestão, para melhorar a experiência do visitante. Mas, também essa informação serve à gestão para aprender os comportamentos, as necessidades, as demandas e intervenções e interações destes com os atrativos. Permitindo constantemente o aumento do conhecimento sobre os visitantes e consequentemente aumentado a inteligência do destino.

Javier Blanco (2015) na obra intitulada destinos turísticos inteligentes, destaca que a DMO deve ser responsável pela inteligência dos destinos, e isso tem direta relação com:

1) A capacidade de aprender, adaptar-se e compreender: a época e a sociedade em que vivemos; de interagir com uma ampla variedade de ambientes e combinar o conhecimento para atingir os objetivos. De maneira geral, viabilizará uma melhor abordagem para configurar o modelo de turismo e sua própria oferta; 2) Organizar de forma diferente, investindo no conhecimento e no capital

intelectual, estabelecendo sistemas de colaboração e conexões construídas em todas as escalas, tanto formais como informais, entre o setor público e o privado, entre as diferentes administrações públicas, nas relações com outros parceiros externos, nas relações individuais com os turistas (através de dispositivos tecnológicos ou pessoalmente) e nas relações sociais que dão suporte para o destino e são necessárias para a integração;

3) A tecnologia, a equidade e a segurança; que proporcionam outro sentido ao espaço público com outras formas de pensamento, criatividade e expressão e, onde a cultura, as artes e a ciência estejam presentes em ambientes livres. Os destinos geralmente estão dentro das cidades, e estas sofrem os impactos do aumento populacional que conduz ao crescimento das cidades (no mundo todo), à competição por novos mercados, ao crescente surgimento de novas tecnologias, às demandas da sociedade pelo desenvolvimento sustentável e por efetiva governança (transparente voltada para os benefícios dos residentes), que conduzem a um novo modelo de gestão urbana (Weiss, 2017).

Com relação à cidade inteligente, Giffinger, Fertner, Kramar, Kalasek, Pichler- Milanovic e Meijers (2007) descrevem como uma cidade pode ser inteligente quando tem um bom desempenho em proatividade e inovação. Na economia, governança, pessoas e qualidade de vida, mobilidade e meio ambiente. E é construída a partir da combinação inteligente de talentos e atividades de cidadãos autossuficientes, independentes e conscientes. (Giffinger et al., 2007).

Embasados no conceito de Giffinger et al. (2007), os autores Giovannella, Gobbi, Zhang, Perez-Sanagustin, Elsner, Del Fatto, Avouris e Zualkernan (2013) corroboram indicando que são aquelas cidades com boa performance, atitude proativa e inovadora em seis áreas (em ordem alfabética e não de importância):

1) Economia inteligente; 2) Governança inteligente;

3) Mobilidade inteligente; 4) Meio-ambiente inteligente; 5) Pessoas inteligentes;

6) qualidade de vida inteligente.

Construída a partir da combinação inteligente de talentos e atividades de cidadãos autossuficientes, independentes e conscientes (Giovannella, 2013). Lombardi, Giordano, Farouh e Yousef (2012) no livro “Smart Cities in the Innovation Age” destacam que o termo “smart city” refere-se à relação entre o governo administrativo da cidade e seus cidadãos. A cidade inteligente detém habitantes também inteligentes em termos de seu grau educacional. E a boa governança (governança inteligente) é interpretada como o uso de novos canais de comunicação com os cidadãos, isto é, ‘‘e-governance’’ ou ‘‘e-democracy”. (Lombardi et al., 2012).

Komninos (2014) destaca que os urbanistas do século 21 devem ter como novo paradigma de planejamento e gestão urbana, o conceito de cidade inteligente. E que baseados nas novas tecnologias de informação e comunicação e seus artefatos, tornam as cidades em “sistema de sistemas”.

A inteligência das cidades está na combinação das redes de comunicação digital (nervos), inteligência onipresente (cérebros), sensores (órgãos) e software (competência cognitiva) (INVAT.TUR, 2015). As cidades se reinventam. Afinal, elas não são fossilizadas: as melhores cidades, são aquelas que continuamente sabem se renovar, funcionam similarmente a um organismo, quando adoecem, se curam, mudam (Leite, 2012).

Weiss (2017) salienta que melhores níveis de governança, apoiados em legislação adequada, transparente e bem comunicada, criam um ecossistema crível e confiável, o que conduz ao desenvolvimento econômico sustentável, à equidade e à justiça social. (Weiss, 2017).

Os projetos urbanos de porte, devem instrumentalizar a regeneração urbana dos vazios centrais. O redesenvolvimento destes territórios representa voltar a cidade para dentro. Refazê-la, ao invés de expandi-la. Compactá-la. Deixá-la mais sustentável e transformá-la em uma rede estratégica de núcleos policêntricos compactos e densos, otimizando infraestruturas e liberando territórios verdes (Leite, 2012).

Segundo Monfaredzadeh e Berardi (2014), existem várias definições para as cidades inteligentes. Mas, a maioria destas, converge na possibilidade de uso das novas tecnologias (TICs) para melhorar a competitividade e garantir um futuro mais sustentável.

Geralmente pela ligação simbiótica de redes de pessoas, empresas, tecnologias, infraestruturas, consumo, energia e espaços (Monfaredzadeh & Berardi, 2014).

Com mais de mil e quinhentas (1.500) citações na literatura, Giffinger et al. (2007) são um ícone no tema das cidades inteligentes. Eles que defiram a smart city em seis dimensões: economia, pessoas, governança, mobilidade, meio ambiente e qualidade de vida. Destaque aqui para a governança e a qualidade de vida. E se estas são características de uma cidade inteligente. Torná-la inteligente não é uma questão binaria de ser ou não o ser, cada uma destas dimensões terá um grau de alcance e por tanto um nível de inteligência. Quanto mais alto melhor, quanto mais baixo significa que precisará de muito trabalho para aumentar esta inteligência.

Na Espanha, a promoção das cidades inteligentes iniciou através de programas como o plano nacional de ciudades inteligentes (2015-2017), enquadrado na Agenda Digital Española (ADE), após esse período, evoluiu para o plano nacional para territórios inteligentes (2017-2020), que visa ampliar o plano das cidades inteligentes e intersectar com o plano de destinos turísticos inteligentes (Celdrán-Bernabeu et al., 2018).

Como afirma Celdran (2019), é essencial entender que o termo Smart aplicado à gestão se origina nas cidades. Em meados dos anos 90 e antes dos problemas das áreas urbanas, os urbanistas cunharam a abordagem Smart City, sendo este um novo paradigma de planejamento e gestão urbana que incorpora a tecnologia como um elemento-chave. É por isso que a abordagem Smart Destination ou destinos turísticos inteligentes devem ser entendidos como o resultado da transferência da abordagem urbana da Smart City para os destinos turísticos (Celdrán, 2019).

Corroborando com Celdran (2019), Baggio e Cooper (2010) descrevem o conceito de destino turístico inteligente como o resultado da evolução urbana da smart city para os destinos turísticos. Semelhantemente, SEGITTUR (2019) define a cidade de turismo inteligente como uma cidade que: implementa soluções inovadoras, inteligentes e inclusivas no campo do turismo; que usa seus recursos territoriais, sociais e humanos para o desenvolvimento de seu setor turístico, a prosperidade da cidade e melhora a qualidade de vida dos seus habitantes. (SEGITTUR, 2019).

Ser capaz de definir hoje os caminhos para alcançar o patamar de desempenho esperado pela sociedade é um dos principais desafios das organizações públicas. Em tempos atuais, o setor de turismo precisa adaptar-se a um ambiente de mudanças muito rápidas e a uma competitividade mais forte (Gajdošík, 2018; Buhalis & Amaranggana, 2013).

Neste contexto, os Destinos Turísticos Inteligentes (DTIs) descrevem o estágio atual do desenvolvimento do turismo, que influenciados pela evolução das tecnologias da informação, estão se tornando um caminho promissor para enfrentar as novas condições do setor de viagens (Gajdošík, 2018).

Como visto anteriormente Giffinger et al. (2007, p 11, tradução nossa) indicam uma cidade inteligente é aquela que “apresenta um bom desempenho de forma proativa em seis áreas (economia, pessoas, governança, mobilidade, meio ambiente e qualidade de vida). Sendo que o turismo não é o foco explicitamente desta definição, embora, no item qualidade de vida, um dos subgrupos é o turismo e a vida cultural.

O que denota a importância que o papel do turismo exerce sobre a cidade. Destarte, percebe-se a necessidade de vinculação da implementação do turismo aos planos urbanos, principalmente motivados pela necessidade de viabilizar a atratividade do território para empresas, investidores e turistas.

Dentre os principais conceitos sobre cidade inteligentes, um estudo também bem- conceituado é o de Schaffers, Komninos, Pallot, Aguas & Almirall (2012) que ressaltam: “O conceito de cidade inteligente é multidimensional. É um cenário futuro, [...] ainda mais é uma estratégia de desenvolvimento urbano (como alcançá-lo). Centra-se em como as tecnologias (relacionadas com a Internet) melhoram as vidas dos cidadãos.” (Schaffers et al., 2012, p.57, tradução nossa).

Anteriormente, Komninos, Schaffers, Pallot (2011), no trabalho: “Developing a policy roadmap for smart cities and the future internet”, descrevem a cidade inteligente como: localidades com um grau elevado de aprender e inovar, como fruto da criatividade de seus residentes, das instituições responsáveis pela geração de saber e da sua estrutura digital para comunicação e gestão do conhecimento.

Celdrán-Bernabeu et al, (2018), realçam que a tecnologia e as TICs específicas, são um meio de alcançar a cidade inteligente. Para segmentar as dimensões da smart city, se apoiam na definição de Giffinger et al (2007) citando as mesmas seis (6) dimensões, ver figura 7. Marcos Celdran (2019) na postagem de março/2019 no seu blog, reforça que o conceito smart é um novo paradigma para o planejamento e a gestão urbana, e que a tecnologia deve ser usada como um meio, não um fim em si mesma.

Enquanto Giffinger et al. (2007) mencionam o turismo como uma parte do desenvolvimento das cidades inteligentes, Caragliu et al. (2011) e Schaffers não tocam no tema, porem todos os autores supracitados, destacam a importância da governança nas cidades inteligentes.

Já no Brasil, ao descrever o que é a governança no setor público, o TCU (2015, p.32) indica: “compreende essencialmente os mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a atuação da gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade”.

Ao adaptar o termo governança publica para área de turismo resulta em: a governança contemporânea, deve identificar a situação atual do destino baseado nas tendências do mercado, nos destinos concorrentes, nas tecnologias atuais e futuras, e nos objetivos que se desejam para o futuro do turismo.

Para assim, definir uma direção, preparar estratégias e políticas que atendam os interesses do destino. Porém, monitorando constantemente e comparando os resultados obtidos versus os esforços despendidos e os objetivos esperados na ótica da estratégia como um todo. A monitoração também envolve o acompanhamento do cumprimento das regras, da legislação, das regulamentações e das políticas públicas locais, regionais e/ou nacionais (Blokdyk, 2019; ABNT NBR, 2018).

Nas últimas décadas, a governança tradicional tem se modernizado e o poder do Estado tem sido “limitado” em favor de entidades infranacionais, tanto a nível macrorregional, estadual, regional, bem como municipal. Criando assim estruturas de governança menores. Mas, a governança também está sujeita a um processo externo que tem originado instâncias supranacionais ou internacionais, como a União Europeia, ou a Organização Internacional do Comércio (Carvalho, 2017).

Contudo, os destinos devem evoluir através de um planejamento baseado na geração de conhecimento e inovação, com um forte componente tecnológico associado. Que é o aliado perfeito para destinos do século XXI, pois permite reorientar a gestão para as necessidades do cenário do smart tourism. Uma evolução lógica do turismo tradicional (Celdrán, 2019).

Algumas das definições a respeito das cidades inteligentes citadas nesta tese, realçam o critério multidimensional. E embora poucos trabalhos descrevem as dimensões das smart cities, a obra de Giffinger et al. (2007) tem grande destaque. Um considerável número trabalhos atuais utilizam como base as seis (6) tipologias elencadas pelos autores. O trabalho destes é um ícone no tema, e derivou em vários papers baseados nas 6 áreas. Na figura 7 apresenta-se o modelo.

Figura 7 - Tipologia das cidades inteligentes

Fonte: Giffinger et al. (2007).

As TIC’s no decorrer desses últimos anos têm evoluído e se disseminado fortemente ao longo das atividades humanas ao ponto de fazer parte delas no seu âmago (Sommerville, 2011). Estudos apontam que um Destino Turístico Inteligente está pautado em novas tecnologias de informação e desenvolvimento turístico sustentável, promovendo benefícios ao território turístico com a criação de espaços inovadores, melhoria da experiência turística e qualidade de vida e aumento da competitividade (SEGITTUR, 2018).

Na virada do milênio a Internet se proliferou através das redes wi-fi, conexão 4G, redes wiMax, conexão via rádio frequência etc., de tal maneira que passou a ser ubíqua, e com isso, facilitou o surgimento de um novo tipo de dispositivos, os aparelhos smart: telefones, relógios, televisões, estacionamentos e outros.

Há avanços nos produtos smart tais como: geladeiras, casas, veículos etc. (Miskalo-Cruz & Gândara, 2017). À vista disso, este novo conceito tende a fazer parte do nosso cotidiano. Como consequência, começa a surgir um novo mercado, baseado na convergência dessas tecnologias, que conduz à criação de novas oportunidades tanto no turismo como também em outros setores, mas que demanda transformações e adaptações (Gretzel et al., 2015).

O impacto dessa convergência no turismo, aliado ao ciclo de vida do destino, torna um ambiente favorável para um novo posicionamento frente à realidade atual, nos dirigimos para uma nova fronteira, uma mudança no turismo apoiada fortemente nas novas

tecnologias e na inovação, que trará novas experiências para os visitantes (Buhalis & Amaranggana, 2014).

Resultados da introdução de novos modelos de governança, caracterizados pela inteligência (smart), a eficiência e a governança inteligente como elementos transversais na evolução do destino, esta fronteira é denominada de destino turístico inteligente (Giner, 2017; Miskalo-Cruz & Gândara, 2017; Santos-Júnior, et al., 2017).

Estes novos modelos de turismo demandam transformações também dos gestores de destinos, com novos posicionamentos, com modernos modelos de governança e gestão das DMO’s destacam Ruschmann et al. (2017). De acordo com Ivars, Solsina e Giner (2016) as DMO’s são os órgãos adequados para promover a transição para os destinos turísticos inteligentes. Segundo INVAT.TUR (2015), a governança e a gestão deste tipo de destinos estão fortemente ligadas, se complementam mutuamente e devem ser tratadas de forma integrada.

Sendo que a governança, está centrada principalmente na participação social, na tomada de decisões compartilhadas e na transparência, para isso, usa as tecnologias de forma aberta para facilitar a participação do coletivo (IBGC, 2008; INVAT.TUR, 2018). E é a inteligência coletiva de todos os agentes (stakeholders) do destino que gera o conhecimento e se torna o principal motor do ecossistema turístico, porque constrói novas dinâmicas que rompem o que era estabelecido e conhecido até esse momento (Giner, 2017).

O destino turístico inteligente ou smart tourism destination é um território turístico que busca o desenvolvimento sustentável baseado nas limitações e capacidades locais, intensificando a integração das tecnologias em toda a relação criadora de valor do destino, bem como reforçar e incorporar ações entre gestores públicos e privados a fim de promover maior competitividade do destino (Blanco, 2015).

Xiang, Tussyadiah e Buhalis (2015) corroboram acrescentando que o conceito smart, impactou também nos destinos e culminaram na ideia de destino turístico inteligente onde as tecnologias de informação e comunicação representam o condutor e a base para a inovação e competitividade do destino.

É imperante uma renovação completa nos destinos turísticos, que não se baseie nos velhos padrões, que redefina o paradigma. Está-se vendo a criação de um novo modelo turístico do século 21: o destino turístico inteligente (López de Ávila, 2016; Santos-Júnior et al., 2017). Nesse ambiente emerge-se novos modelos de negócios disruptivos que exploram as possibilidades do novo entorno tecnológico, alavancados nos câmbios e nos movimentos sociais (Buhalis & Amaranggana, 2014; Mendes Filho, Silva & Silva, 2019).

Este novo conceito implica em uma mudança de perspectiva. Não é suficiente pensar em aumentar a eficácia apenas utilizando todas as organizações que fazem parte, é necessário pensar em competitividade que tem um foco mais amplo (Gretzel et al., 2015). E isso é afetado pelas condições do entorno. Os âmbitos de abrangência de um destino turístico inteligente são tão amplos quanto a gestão do destino na sua dimensão global. No que tange à governança, a base é o planejamento prévio, com metodologias, que devem incluir a participação social e ainda que possibilite atingir um alto grau de consenso entre os stakeholders, mas com enfoque direcionado para o turista (Giner, 2017).

Para se adaptar à mudança implícita no uso do conceito de destino inteligente, é necessário que todos os setores da sociedade estejam presentes. O setor público e o setor privado devem trabalhar de forma coordenada, uma vez que compartilham o mesmo território (Blanco, 2015; Buhalis & Amaranggana, 2014).

Os princípios de governança (aplicáveis a todos os níveis de governo) são uma condição sine qua non no desenvolvimento de destinos turísticos inteligentes (CCE, 2001). Blanco (2015) corrobora ao afirmar que os destinos inteligentes estão desenvolvendo novos modelos de governança adaptados ao tempo em que vivemos, liderados pela administração pública e com a participação ativa do setor privado (Blanco, 2015).

Associada a esses fatos se somam tanto a falta de capacidade inovadora, quanto o investimento individual em treinamento e aprimoramento das capacidades no turismo e em governança (Velasco, 2014). Mas principalmente no turismo, devido à atividade ser multidisciplinar, e possuir como peculiaridade a agregação e a integração dos serviços ofertados pelos empreendimentos que atuam no setor (Miskalo-Cruz & Gândara, 2017).

O termo inovação, deriva da palavra latina "innovatus", aquilo que é novo, modificando ou criando processos, modelos, cultura, normas e legislação etc. Trata-se da renovação ou criação de uma novidade. Significa transformar uma ideia em um produto (bens ou serviços) que pode ser desenvolvido e posteriormente vendido (Tüsiad, 2003, p. 53, tradução nossa).

Peter Drucker na sua obra: Inovação e espírito empreendedor (2010), destaca que a inovação significa usar novos métodos nas áreas social, cultural e no ambiente administrativo. O termo pode ser usado também como renovação. No entanto, o significado da inovação é amplo para ser expresso em uma única palavra.