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O paradigma de pesquisas baseado em evidências teve origem na área da medicina, e tem se espalhado para outras áreas como: informática, administração etc. (Felizardo et al., 2017). Foi idealizado inicialmente para apoiar tratamentos, fármacos, práticas da medicina etc., na área da saúde.

Para dar suporte a esta tarefa, foi desenvolvido o protocolo PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyse) que se baseia na realização de estudos sobre dados secundários, que são avaliados e agregados a estudos empíricos. E tem como objetivo, compilar as melhores evidências disponíveis e responder às questões de pesquisa (Kitchenham & Charters, 2007).

A revisão sistematizada da literatura deve cobrir o material relevante que é escrito sobre um determinado tema, sejam: livros, artigos de periódicos (nacionais e internacionais), jornais, registros históricos, relatórios técnicos ou governamentais, teses e dissertações e outros tipos (Hohendorff, 2004).

Grant & Booth (2009) descrevem catorze (14) formas de fazer revisões da literatura, sendo todas importantes para sintetizar o conhecimento produzido. Embora pareçam semelhantes, mas “ponderar o investimento de recursos e energia” a ser despendido deve ser um critério para a escolha da forma de fazer a revisão (Sousa, Firmino, Marques- Vieira, Severino & Pestana. 2018, p. 54).

Na pesquisa também deve ser avaliada a quantidade e qualidade de critérios que serão aplicados e que determinará o maior ou menor rigor ao fazê-la; bem como disponibilidade de recursos, é outro elemento determinante para escolha da maneira de fazer a revisão (Sousa et al., 2018).

Destarte, Grant & Booth (2009) e Sousa et al (2018) descrevem treze tipos diferentes de elaborar as revisões da literatura. Algumas mais amplas, outras mais profundas, outras mais rigorosas, outras mais criteriosas etc. As formas de revisão definidas são:

1) Revisão integrativa; 2) Revisão da literatura;

3) Revisão de mapeamento/mapa sistemático; 4) Meta-análise;

5) Revisão de estudos mistos/revisão de métodos mistos;

6) Revisão sistemática qualitativa/ síntese de evidências qualitativas; 7) Revisão rápida;

8) Scoping review;

9) Revisão do estado da arte; 10) Revisão sistemática; 11) Revisão sistematizada;

12) Pesquisa e revisão sistemáticas; e 13) Revisão de guarda-chuva.

Para efeito deste trabalho, e em virtude desta tese ter recursos financeiros limitados (apenas do pesquisador), além de: contar apenas com um investigador e não uma equipe de trabalho maior, e ainda, quantidade de tempo cerceado para realizar esta tarefa em regime de trabalho não exclusivo, foi escolhida a decima segunda forma: revisão sistematizada, basicamente pela disponibilidade de tempo, de recursos e de pesquisadores empregados para realizar este mister.

As revisões sistematizadas estão ligadas à uma ação de repetição, de exaustão. São estudos exaustivos sobre um tema específico. Estas revisões geralmente são estudos conduzidos por estudantes de pós-graduação, podendo ou não incluir pesquisa mais abrangente (Grant & Booth, 2009). Ainda segundo os autores, poderá ou não incluir avaliação de qualidade e tipicamente trata-se de uma narrativa com acompanhamento tabular. Embora, também possua métodos rigorosos e explícitos que tem como objetivo identificar, selecionar, coletar dados e descrever as contribuições em relação à pesquisa (Grant & Booth, 2009).

Para realizar uma boa revisão da literatura, é requerido inicialmente a elaboração apropriada de uma ou de várias perguntas a serem pesquisadas. As perguntas de revisão estão ligadas ao uso de uma estratégia, como a PICO ou a PICOS (apresentadas mais adiante neste trabalho), que servirão para identificar quais estudos serão incluídos e quais dados precisam ser coletados de cada estudo (Kitchenham, 2010).

Segundo Grant e Booth (2009), as revisões sistematizadas ou (systematized review) são usadas quando não se dispõe de uma equipe com mais de três pesquisadores e também quando não se dispõe de tempo superior a 9 meses com dedicação exclusiva. Como é o caso das revisões sistemáticas. Revisões sistematizadas, geralmente são usadas para formar a base para um estudo mais extenso, seja uma tese ou um projeto de pesquisa totalmente financiado (Grant & Booth, 2009).

Os resultados obtidos por uma revisão sistemática ajudam a identificar lacunas na pesquisa e sugerem áreas para futuras investigações, além de examinar o quanto evidências experimentais apoiam ou contradizem as hipóteses teóricas, finalmente apoia a geração de

novas hipóteses, através de um método confiável (Kitchenham & Charters, 2007). Além disso, o processo é transparente, devido a explicitar toda a estratégia de pesquisa, incluindo restrições e critérios de avaliação. Trata-se de um processo claro e estruturado, pois não permite a presença de vieses (Kitchenham & Charters, 2007).

Esta revisão sistematizada é realizada em três etapas: 1) Planejamento da revisão.

a. Identificação da necessidade de uma revisão sistemática; b. Desenvolvimento do protocolo de revisão.

2) Condução da revisão.

a. Identificação da pesquisa; b. Seleção de estudos primários; c. Avaliação da qualidade dos estudos; d. Extração dos dados;

e. Síntese dos dados. 3) Publicação dos resultados

a. Definir a estratégia de publicação; b. Criação do relatório de revisão.

Esta tese seguirá o protocolo definido para Engenharia de Software baseada em Evidências (EBSE) proposto por Kitchenham (2010). Além disso, como o tema destinos turísticos inteligentes é relativamente novo (surgiu no início da década passada, por volta de 2010), a quantidade de estudos empíricos é ainda baixa, quando comparada com outros temas como competitividade, gestão do turismo, marketing, hospedagem etc.

Por escolha do pesquisador, há elementos que não são abordados, tais como: 1) Buscas manuais; 2) Técnicas de snowballing; 3) Pontuação por faixa de qualidade; 4) Análise de sensibilidade; 5) Análise conceitual; 6) Viés de publicação; 7) Lições aprendidas da síntese de dados; 8) Gráfico de floresta. Itens que fariam parte de uma revisão mais demorada e criteriosa.

Tampouco, não será utilizada nenhuma ferramenta para busca automática (software especializado), que ajudaria na seleção inicial e evitaria fazer o download dos artigos pré-selecionados, pois, a separação seria a partir do título e do resumo. A justificação se dá pela impossibilidade de obtê-la de forma gratuita.