AUTOMOBILÍSTICOS
4. CINEMÁTICA DO TRAUMA EM ACIDENTES AUTOMIBILÍS-
4. CINEMÁTICA DO TRAUMA EM ACIDENTES AUTOMIBILÍS-
TICOS
TICOS
No
No estudo estudo da da cinemática cinemática do do trauma, trauma, encontramos encontramos osos
traumas fechados e as lesões penetrantes. Há muitas coisas
traumas fechados e as lesões penetrantes. Há muitas coisas
para os traumas fechados, mas as colisões automobilísti-
para os traumas fechados, mas as colisões automobilísti-
cas, incluindo as de motocicletas, são as mais comuns, com
cas, incluindo as de motocicletas, são as mais comuns, com
os acidentes envolvendo veículos e pedestres em segundo
os acidentes envolvendo veículos e pedestres em segundo
lugar. Por isso, é importante que o socorrista seja capaz de
lugar. Por isso, é importante que o socorrista seja capaz de
um acidente e o padrão de lesões produzidas naquele tipo
um acidente e o padrão de lesões produzidas naquele tipo
de acidente, utilizando os conhecimentos de cinemática do
de acidente, utilizando os conhecimentos de cinemática do
trauma.
trauma.
4.1 Os três impactos de uma colisões
4.1 Os três impactos de uma colisões
Em
Em uma uma colisão colisão devemos devemos sempre sempre distinguir distinguir e e levarlevar
em consideração a ocorrência de três impactos:
em consideração a ocorrência de três impactos:
1.
1. Primeiro Primeiro impacto impacto – – Do Do veículo veículo contra contra um um objeto objeto ouou
obstáculo, causando danos ao veículo e ao objetivo ou obs-
obstáculo, causando danos ao veículo e ao objetivo ou obs-
táculo
táculo
2.
2. Segundo Segundo impacto impacto – – Do Do corpo corpo da da vítima vítima contra contra asas
partes do veículo, em decorrência da inércia, causando lesões
partes do veículo, em decorrência da inércia, causando lesões
que são normalmente externas e visíveis no corpo da vítima
que são normalmente externas e visíveis no corpo da vítima
3.
3. Terceiro Terceiro impacto impacto – – Dos Dos órgãos órgãos internos internos da da vítimavítima
contra as paredes internas das cavidades corporais ou mes-
contra as paredes internas das cavidades corporais ou mes-
mo outros órgãos, causando lesões normalmente internas e
52
52
CBMES
CBMES Resgate Veicular Resgate Veicular difíceis de identicar
difíceis de identicar
4.2 Os padrões de colisões
4.2 Os padrões de colisões
O tipo de acidente será determinante do padrão de lesões
O tipo de acidente será determinante do padrão de lesões
produzidas na vítimas. Uma maneira de estimar as lesões
produzidas na vítimas. Uma maneira de estimar as lesões
sofridas pelos ocupantes de um veículo é observar o carro e
sofridas pelos ocupantes de um veículo é observar o carro e
determinar o tipo de colisão. Os ocupantes normalmente so-
determinar o tipo de colisão. Os ocupantes normalmente so-
frem o mesmo tipo de colisão. Os ocupantes normalmente
frem o mesmo tipo de colisão. Os ocupantes normalmente
sofrem o mesmo tipo e quantidade de forças que o veículo e
sofrem o mesmo tipo e quantidade de forças que o veículo e
a troca de energia ocorrerá de maneira similar e em direções
a troca de energia ocorrerá de maneira similar e em direções
similares.
similares.
4.2.1 Colisão frontal
4.2.1 Colisão frontal
Quanto
Quanto o o movimento movimento do do veículo veículo para para frente frente é é abrup-abrup-
tamente interrompido. Neste tipo de colisão o ocupante
tamente interrompido. Neste tipo de colisão o ocupante
pode apresentar dois padrões de movimento distintos:
pode apresentar dois padrões de movimento distintos:
Acima e por cima
Acima e por cima
Mecanismo de lesões:
Mecanismo de lesões: O corpo da vítima perde o contato O corpo da vítima perde o contato
com o assento e é “projetado” para cima e para frente.
com o assento e é “projetado” para cima e para frente.
Danos
Danos no no veículo: veículo: Amassamento Amassamento da da parte parte frontal frontal dodo
veículo, danos no motor incluindo vazamento de combustí-
veículo, danos no motor incluindo vazamento de combustí-
vel (carros com carburador convencional) e danos na bateria,
53
53
CBMES
CBMES Resgate VeicularResgate Veicular
quebramento do pára-brisa, trancamento das portas, deslo-
quebramento do pára-brisa, trancamento das portas, deslo-
camento do painel e da coluna de direção, deslocamento dos
camento do painel e da coluna de direção, deslocamento dos
assentos e acionamento do air bag.
assentos e acionamento do air bag.
Lesões prováveis:
Lesões prováveis: Primeiramente lesões de extremidades Primeiramente lesões de extremidades
inferiores, destacando-se fratura e luxações de fêmur, lesões
inferiores, destacando-se fratura e luxações de fêmur, lesões
de pélvis, lesões na região abdominal (principalmente o mo-
de pélvis, lesões na região abdominal (principalmente o mo-
torista), e secundariamente lesões de tórax, face e crânio. A
torista), e secundariamente lesões de tórax, face e crânio. A
probabilidade de lesão de coluna, principalmente cervical,
probabilidade de lesão de coluna, principalmente cervical,
ocorre em todos os acidentes.
ocorre em todos os acidentes.
Abaixo e por baixo:
Abaixo e por baixo:
Mecanismo de lesão:
Mecanismo de lesão: O corpo da vítima se desloca ao longo O corpo da vítima se desloca ao longo
do assento deslizando para baixo da painel ou da coluna de
do assento deslizando para baixo da painel ou da coluna de
direção
direção
Danos
Danos no no veículo: veículo: Amassamento Amassamento da da parte parte frontal frontal dodo
veículo, danos no motor incluindo vazamento de combustí-
veículo, danos no motor incluindo vazamento de combustí-
vel (carros com carburador convencional) e danos na bateria,
vel (carros com carburador convencional) e danos na bateria,
quebramento do pára-brisa, trancamento das portas, deslo-
quebramento do pára-brisa, trancamento das portas, deslo-
camento do painel e da coluna de direção, deslocamento dos
camento do painel e da coluna de direção, deslocamento dos
assentos e acionamento do air bag.
assentos e acionamento do air bag.
Lesões
Lesões prováveis: prováveis: Primariamente Primariamente lesões lesões de de extremida-extremida-
des inferiores, destacando-se fratura e luxação de fêmur, le-
54
54
CBMES
CBMES Resgate Veicular Resgate Veicular
sões de pélvis, lesões na região abdominal (principalmente o
sões de pélvis, lesões na região abdominal (principalmente o
motorista), e secundariamente lesões de tórax, face e crânio.
motorista), e secundariamente lesões de tórax, face e crânio.
A probabilidade de lesões de coluna, principalmente cervi-
A probabilidade de lesões de coluna, principalmente cervi-
cal, ocorre em todos os acidentes.
cal, ocorre em todos os acidentes.
4.2.2 Colisão traseira
4.2.2 Colisão traseira
Ocorre
Ocorre quando quando o o veículo veículo é é subitamente subitamente acelerado acelerado dede
trás para frente, ou ainda quando o movimento do veículo
trás para frente, ou ainda quando o movimento do veículo
para trás é a abruptamente interrompido.
para trás é a abruptamente interrompido.
Mecanismo de lesão:
Mecanismo de lesão: O corpo da vítima se desloca para fren- O corpo da vítima se desloca para fren-
te, em decorrência da aceleração do veículo, provocando
te, em decorrência da aceleração do veículo, provocando
uma hiperextensão do pescoço. Se o veículo sofrer uma de-
uma hiperextensão do pescoço. Se o veículo sofrer uma de-
saceleração brusca, por um segundo impacto ou pelo acio-
saceleração brusca, por um segundo impacto ou pelo acio-
namento dos freios, a vítima apresentará também o padrão
namento dos freios, a vítima apresentará também o padrão
de movimentos (e lesões) típicas da colisão frontal.
de movimentos (e lesões) típicas da colisão frontal.
Danos
Danos no no veículo: veículo: Amassamento Amassamento da da parte parte traseira traseira dodo
veículo, afetando o tanque de combustível (Principalmente
veículo, afetando o tanque de combustível (Principalmente
nos veículos mais antigos) ou a carga transportada.
nos veículos mais antigos) ou a carga transportada.
Lesões
Lesões prováveis: prováveis: Primariamente Primariamente lesões lesões de de colunacoluna
cervical, podendo sofrer outras lesões com o movimento
cervical, podendo sofrer outras lesões com o movimento
acima e por cima se o veículo for desacelerado também de
acima e por cima se o veículo for desacelerado também de
forma abrupta.
forma abrupta.
A
55
55
CBMES
CBMES Resgate VeicularResgate Veicular
cia do “efeito chicote”. Pela inércia, o corpo permanece em
cia do “efeito chicote”. Pela inércia, o corpo permanece em
movimento para
movimento para frente enquanto, a frente enquanto, a cabeça cabeça e o e o pescoço sãopescoço são
projetados para trás (movimento A), ocorrendo à fratura do
projetados para trás (movimento A), ocorrendo à fratura do
processo odontóide, localizado na 2ª vértebra cervical (Axis).
processo odontóide, localizado na 2ª vértebra cervical (Axis).
Quando o corpo é projetado para frente (momento B),
Quando o corpo é projetado para frente (momento B),
o fragmento ósseo lesiona a medula na altura da 1ª vértebra
o fragmento ósseo lesiona a medula na altura da 1ª vértebra
cerical (Atlas).
cerical (Atlas).
4.2.3 Colisão lateral
4.2.3 Colisão lateral
Quando
Quando o o veículo veículo é é atingido atingido em em um um dos dos seus seus lados, lados, ee
pode apresentar dois padrões diferentes:
pode apresentar dois padrões diferentes:
Impacto fora do centro de gravidade:
Impacto fora do centro de gravidade: Quando o veículo é Quando o veículo é
atingido nas laterais dianteira ou traseira, sofrendo um movi-
atingido nas laterais dianteira ou traseira, sofrendo um movi-
mento de rotação.
mento de rotação.
Mecanismo de lesão:
Mecanismo de lesão: O corpo da vítima é rotacionado, po- O corpo da vítima é rotacionado, po-
dendo haver impacto da cabeça e outras partes do corpo
dendo haver impacto da cabeça e outras partes do corpo
contra componentes internos do habitáculo (compartimen-
contra componentes internos do habitáculo (compartimen-
to dos passageiros).
to dos passageiros).
Danos no veículo:
Danos no veículo: Amassamento do ponto de impacto, comAmassamento do ponto de impacto, com
poucos danos extruturais uma vez que o veículo no
poucos danos extruturais uma vez que o veículo normalmen-rmalmen-
te é projetado, dissipando a energia.
56
56
CBMES
CBMES Resgate Veicular Resgate Veicular
Lesões prováveis: Primariamente lesão de coluna, principal-
Lesões prováveis: Primariamente lesão de coluna, principal-
mente cervical, e secundariamente traumatismos cranioen-
mente cervical, e secundariamente traumatismos cranioen-
cefálicos
cefálicos
Impacto no centro de gravidade do veiculo (T- bone):
Impacto no centro de gravidade do veiculo (T- bone): quan- quan-
do o veículo é atingido na parte central de uma de suas late-
do o veículo é atingido na parte central de uma de suas late-
rais, mais oumenos na altura das portas, sofrendo um forte
rais, mais oumenos na altura das portas, sofrendo um forte
colapsamento estrutural.
colapsamento estrutural.
Mecanismode lesão:
Mecanismode lesão: O mecanismo de lesão se dá principal-O mecanismo de lesão se dá principal-
mente pelo contato direto da lataria que invade o habitáculo
mente pelo contato direto da lataria que invade o habitáculo
e o corpo dos ocupantes
e o corpo dos ocupantes
Danos no veículo:
Danos no veículo: Amassamento da lateral do veículo, in- Amassamento da lateral do veículo, in-
cluindo o trancamento das portas do lado atingido, diminui-
cluindo o trancamento das portas do lado atingido, diminui-
ção da altura do teto, deslocamento dos assentos e rebai-
ção da altura do teto, deslocamento dos assentos e rebai-
xamento do painel, É muito importante observar o grau de
xamento do painel, É muito importante observar o grau de
instrusão do obstáculo, ou seja, quanto do espaço dos ocu-
instrusão do obstáculo, ou seja, quanto do espaço dos ocu-
pantes está preenchido pela lataria amasada.
pantes está preenchido pela lataria amasada.
Lesões
Lesões prováveis: prováveis: Primariamente Primariamente lesões lesões em em todo todo oo
corpo do lado do impacto, destacando-se traumatismo cra-
corpo do lado do impacto, destacando-se traumatismo cra-
niano, fratura de fêmur e pélvis, lesões de tórax (pneumotó-
niano, fratura de fêmur e pélvis, lesões de tórax (pneumotó-
rax e hemotórax), lesão de braço/antebraço e de escápula.
rax e hemotórax), lesão de braço/antebraço e de escápula.
Secundáriamente lesões mais leves no lado oposto ao im-
57
57
CBMES
CBMES Resgate VeicularResgate Veicular pacto.
pacto.
4.2.4 Capotamento
4.2.4 Capotamento
No
No capotamento, capotamento, o o veículo veículo pode pode sofrer sofrer diferentes diferentes im-im-
pactos de diferentes direções e ângulos, o mesmo ocorrendo
pactos de diferentes direções e ângulos, o mesmo ocorrendo
com os ocupantes. Por isso, é difícil prever qual o padrão de
com os ocupantes. Por isso, é difícil prever qual o padrão de
lesões apresentado por estas vítimas embora possamos asso-
lesões apresentado por estas vítimas embora possamos asso-
ciar, como em outros tipos de acidentes, que as vítimas serão
ciar, como em outros tipos de acidentes, que as vítimas serão
normalmente atingidas na mesma área que o veículo.
normalmente atingidas na mesma área que o veículo.
4.2.5 Guilhotina
4.2.5 Guilhotina
Quando um autmóvel colide contra a traseira de um cami-
Quando um autmóvel colide contra a traseira de um cami-
nhão ou de um ônibus que não tem um pára- choque con-
nhão ou de um ônibus que não tem um pára- choque con-
ável, o mesmo
ável, o mesmo penetra sob a penetra sob a carroceria ou chassis carroceria ou chassis do veículodo veículo
maior. A carroceria ou chassis penetra no habitáculo do au-
maior. A carroceria ou chassis penetra no habitáculo do au-
tomóvel, atingindo seus ocupantes na altura da cabeça ou
tomóvel, atingindo seus ocupantes na altura da cabeça ou
do peito, e provocando uma alta taxa de mortalidade. Fre-
do peito, e provocando uma alta taxa de mortalidade. Fre-
qüentemente os passageiros do automóvel são dacapitados,
qüentemente os passageiros do automóvel são dacapitados,
resultado do terrível efeito guilhotina.
58
58
CBMES
59
59
CBMES
CBMES Resgate VeicularResgate Veicular