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COLETA DE DADOS

No documento maristelabatista (páginas 103-106)

6 OBJETIVOS

7.5 COLETA DE DADOS

Como instrumentos de coleta de dados para o trabalho de campo foram utilizadas duas técnicas complementares de entrevista como prática dialógica de interação social, que expressa a realidade num dado contexto: a entrevista semiestruturada individual e em grupo focal (GF), e as informações coletadas na primeira serviram de base para as discussões do grupo focal.

Na entrevista semiestruturada, é permitido ao entrevistado discorrer sobre o tema proposto sem se prender à indagação formulada. Facilita a aproximação e dá maior flexibilidade ao entrevistador no diálogo com o entrevistado (MINAYO, 2004; TRIVIÑOS, 2007).

O grupo focal tem a finalidade de obter a fala em debate, em que são discutidos vários pontos, gerando conceitos, impressões, concepções sobre determinado tema. É utilizado no entendimento de diferentes percepções e atitudes sobre um determinado fato ou prática, cujo objetivo é permitir ao pesquisador coletar dados a partir de uma discussão focada em tópicos específicos e diretivos (LERVOLINO; PELICIONI, 2001).

Nesta pesquisa, primeiramente, utilizou-se a entrevista semiestruturada individual na abordagem sobre o trabalho da enfermeira na vacinação nas UAPSs para validar o instrumento de pesquisa (roteiro de entrevista – Apêndice D). Desta forma, foi possível construir questões para o cenário do grupo focal.

No grupo focal, a coordenadora/pesquisadora conduziu a discussão, permitindo que cada participante compartilhasse oralmente seu entendimento e experiências sobre o trabalho da enfermeira na vacinação e buscando o aprofundamento da discussão. Contou com um relator para auxiliá-la, fazendo as observações e anotações sobre o processo criativo e interativo, além de colaborar nos aspectos organizacionais.

Ao adotar a técnica de grupo focal, a pesquisadora traçou o planejamento da coleta de dados preliminarmente. Assim, seguiu um roteiro nesta etapa do trabalho de campo, a saber: a) Foi convidada uma colega mestranda para participar do GF como observadora; b) Foi solicitada à supervisão do Departamento de APS a aplicação do GF e eleito o local para realização da reunião em área central de fácil acesso e disponível para fins de sala de aula (Escola de Governo da Prefeitura); c) Foi feito, inicialmente, para a seleção das participantes, convite às enfermeiras por ocasião da visita da pesquisadora às UAPSs e em reunião no Polo de Educação Permanente em Saúde (PEPS); d) Feita apresentação do projeto de pesquisa e autorização institucional para as convidadas que compareceram aos encontros marcados, as quais assinaram o TCLE; e) Foi dado explicação sobre a técnica de entrevista de GF; f) Preocupou-se em promover uma dinâmica de apresentação para integração das participantes. Cada enfermeira registrou dados sobre seu perfil profissional.

Antes da entrevista do GF, foram adotados pseudônimos escolhidos pelas próprias participantes do estudo, sob a temática de “flores” e distribuídos os crachás com os respectivos pseudônimos e orientados sobre a técnica de grupo focal (Margarida, Jasmim, Lírio, Dama-da-noite, Dália, Violeta, Rosa, Orquídea, Hortência).

As questões formuladas para embasar a discussão em grupo focal foram apresentadas em projeção de Power Point: como se caracteriza o trabalho da enfermeira na vacinação nas UAPSs do município da Zona da Mata de Minas Gerais? Existem contradições, conflitos e tensões neste trabalho? Quais? Debater sobre as facilidades e dificuldades encontradas neste trabalho.

Assim, o grupo focal foi realizado em maio de 2012, em dois encontros com as enfermeiras selecionadas, com uma duração de 90 minutos por sessão. Ao final, a pesquisadora encerrou agradecendo a participação dessas enfermeiras. As entrevistas individuais e no grupo focal foram gravadas e transcritas na íntegra para estudo posterior, com aquiescência das entrevistadas e ficarão arquivadas com a pesquisadora responsável por um período de cinco anos e, após, serão incineradas.

As enfermeiras selecionadas apresentam características comuns associadas ao tópico pesquisado e mantiveram a tendência humana de formar opiniões e atitudes na interação com outros indivíduos.

7.5.1 A entrevista individual

Utilizou-se da entrevista semiestruturada individual (APÊNDICE D) para validação do instrumento para o grupo focal, sendo abordadas as principais dificuldades e facilidades da enfermeira na atuação na sala de vacinação. Desta entrevista individual, emergiram os seguintes temas pertinentes à realidade da enfermeira nas UAPSs: vinculação empregatícia, relacionamento enfermeira-auxiliar de enfermagem-gerente, o registro, conhecimento sobre a cobertura vacinal e o alcance das metas, indicações e orientações, aceitação da população/adesão, preparo da equipe, capacitações, estrutura física da sala de vacinação, abastecimento de insumos e vacinas, o seu cotidiano na UAPS.

Neste momento, percebe-se a pertinência do estudo e maior aproximação da pesquisadora com a realidade dialógica a ser explorada nos dois encontros do grupo focal.

O mesmo instrumento foi disponibilizado às participantes do GF que completaram dados referentes à construção do perfil das enfermeiras entrevistadas.

7.5.2 A entrevista do grupo focal

Os debates que emergiram no GF são complementares e constituem relevância para as enfermeiras entrevistadas. Isso facilitou o trabalho da pesquisadora. Tratou-se da realidade objetiva (matéria) sobre a vacinação no cotidiano das UAPS; da consciência (imagem da realidade) sobre o trabalho da enfermeira e da equipe de enfermagem refletida nas percepções, conceitos, juízos e sensações das entrevistadas e da prática social da enfermeira frente aos diversos contextos das políticas de saúde e de vacinação.

Buscou-se, nos depoimentos das participantes do GF, separar as unidades de significado que representam os subtemas, contidos nos temas. Os temas definidos a partir da coleta de dados se apoiam no referencial teórico sobre o SUS, trabalho da enfermeira e vacinação. Assim foram selecionados os temas e subtemas, buscando analisar a realidade concreta do trabalho da enfermeira na vacinação nas UAPSs, numa perspectiva dialética.

No documento maristelabatista (páginas 103-106)