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Com necessidade de protecção imediata: os factores de risco identificados

indicam que a violência é iminente, requerendo uma acção adequada imediata para a prevenir;

Risco regular:

quando alguns factores de risco estão presentes, mas a gestão de risco pode ser realizada através de serviços de suporte e de defesa de direitos, bem como através dos encaminhamentos adequados.

Quadro n.2: Exemplos de perguntas-chave

Alguns dos instrumentos de avaliação apresentam uma predição final constituída por diferentes níveis risco. Na generalidade,

Defendemos que esta fórmula de predição deve ser conjugada com outras informações, incluindo as que resultam da experiência de

Perguntas-Chave

Existem algumas perguntas-chave que permitem avaliar, num curto período de tempo e de forma directa (por exemplo, através de um contacto telefónico), o risco grave ou

mesmo risco de vida, tais como: - A violência tem-se agravado?

- Recebe ou já recebeu ameaças de morte em relação a si e/ou às crianças? - O agressor já alguma vez a tentou matar?

- O agressor já alguma vez a tentou estrangular? - O agressor já alguma vez ameaçou ou tentou suicidar-se?

- O agressor tem armas ou tem acesso fácil a armas?

- Já foi hospitalizada ou já recebeu tratamentos médicos em razão da violência? - Já alguma vez a forçou a ter relações sexuais ou outros actos sexuais que não

desejava?

- As crianças são alvo de maus tratos ou assistem à violência? - O agressor tem antecedentes criminais? De que tipo de crime?

Deste modo, neste processo, é fundamental:

Recolher a história de violência;

Compreender a percepção do nível de risco por parte da vítima/sobrevivente;

Identificar e avaliar a presença de factores de risco;

Identificar a existência de factores de protecção;

Determinar o nível de risco (se é risco elevado e se necessita de imediata protecção ou não);

Considerar as necessidades e a segurança da vítima/sobrevivente e das crianças;

Desenvolver planos de gestão de risco, incluindo planos de segurança e encaminhamentos.

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É fundamental incentivar a vítima/sobrevivente a relatar a sua história

e a definir o problema por si própria, promovendo a sua consciencialização e

fortalecimento.

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Após avaliação, se o risco estiver presente, é sempre necessário algum tipo de acção, incluindo a elaboração de um plano de segurança, individual e/ou multi- organizacional.

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A avaliação e a gestão de risco não excluem as situações menos graves de um

processo de suporte e protecção, permitindo o desenho de um plano de intervenção adequado ao nível de risco

identificado.

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O acesso das vítimas/sobreviventes ao sistema de apoio é feito, muitas vezes, através de entidades da comunidade que não intervêm directamente na área da violência. É fundamental que estas organizações e serviços tenham conhecimento sobre os sinais e indicadores de violência

doméstica/violência nas relações de intimidade, tais como, quando a vítima/sobrevivente:

Revela ansiedade ou desconforto com a presença do cônjuge/companheiro;

Aparenta nervosismo, vergonha e ansiedade;

É acompanhada pelo

cônjuge/companheiro, que toma sempre a palavra por ela própria;

Descreve o seu cônjuge/companheiro ou ex-cônjuge/companheiro como controlador e com manifestações de posse;

Tem dores físicas;

Tem sinais físicos de violência, tais como nódoas negras, cortes, queimaduras, entre outras;

Manifesta perturbações de sono e/ou alimentares;

Manifesta estados depressivos;

Tentou o suicídio.

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A separação ou tentativa de separação é um factor de alto risco.

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É importante ter presente que estes sinais podem não constituir só por si a existência de uma situação de violência, mas podem ser factores de alerta e de suspeição, devendo levar o/a profissional a abordar esta possibilidade junto da vítima/sobrevivente.

É fundamental reconhecer a gravidade do crime e acreditar na história de violência apresentada pela sobrevivente.

O processo de avaliação de risco deve ser introduzido e devem ser explicados os seus objectivos às vítimas/sobreviventes.

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Nesta primeira abordagem, os/as profissionais devem contextualizar e explicar a preocupação, procurando estabelecer uma relação de confiança com

a vítima/sobrevivente.

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A avaliação de risco deve ser conduzida de forma a assegurar que a vítima/sobrevivente:

Se sente segura e confortável para abordar estas questões;

Tem as suas necessidades básicas garantidas, tais como a alimentação, a privacidade;

Se sente capaz de comunicar, de entender e de ser entendida;

Compreende as responsabilidades do/a profissional que realiza a avaliação;

Se sente confortável com a pessoa que realiza a avaliação;

Se sente tratada com respeito e com sensibilidade perante as suas características individuais.

O processo de avaliação e gestão de risco implica:

1)

A existência de

serviços

especializados

que prestam suporte individualizado a vítimas/sobreviventes de violência doméstica/ violência nas relações de intimidade;

2)

A

formação adequada e contínua

das/os profissionais, bem como a sua supervisão.

Os/As profissionais devem ter um conhecimento aprofundado sobre:

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Violência doméstica/violência nas relações de intimidade, as suas dinâmicas e as estratégias desenvolvidas pelo agressor;

>

Metodologias de avaliação e gestão de risco (factores de risco, instrumentos, planos de segurança);

>

Serviços existentes na comunidade, o seu papel e responsabilidades, estando cientes de eventuais protocolos de intervenção existentes.

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As/Os profissionais necessitam de ter atenção ao facto das vítimas/sobreviventes

serem, muitas vezes, o melhor preditor do seu próprio risco do que qualquer

instrumento.

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3)

O desenvolvimento de

trabalho em

rede

, com definição estruturada de papéis e responsabilidades entre as organizações da comunidade que são fundamentais na resposta às necessidades de protecção e segurança das vítimas/sobreviventes (ver Capítulo “Redes Comunitárias Especializadas”);

Pode iniciar-se a abordagem de forma mais genérica focalizava na

história de violência e, posteriormente colocar questões sobre a frequência e a gravidade da

violência, tais como: - Pode contar-me mais sobre a última vez em que ele a agrediu? - De que forma exactamente é que

ele a agride (física, psicológica, sexual e/ou economicamente)? Dê

5)

A

avaliação e monitorização

de todo o processo através de procedimentos acordados e devidamente documentados;

6)

A existência de um

processo contínuo

e dinâmico

, que acompanha as alterações de vida da vítima/sobrevivente e do agressor, bem como as dinâmicas que caracterizam a violência doméstica;

7)

O desenvolvimento de medidas de

intervenção com os agressores

, bem como medidas de restrição do seu comportamento criminoso;

8)

O desenho, implementação e monitorização de um

plano de segurança

com a vítima/sobrevivente, numa perspectiva multi-organizacional, procurando assegurar que o risco seja minimizado.

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Um processo de gestão de risco eficaz requer o conhecimento do papel de cada

parceiro/a na rede de apoio.

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Figura n. 3: Requisitos essenciais do processo de avaliação e gestão de risco Dependendo do nível de risco, a intervenção

poderá contemplar o envolvimento das seguintes organizações (ver capítulo “Redes Comunitárias Especializadas”):

Organizações especializadas no suporte às vítimas/sobreviventes;

Forças de segurança e/ou órgãos judiciais;

Serviços de saúde e acção social, entre outros.

Neste processo, para além dos serviços da comunidade, são envolvidas as redes naturais de suporte das vítimas/sobreviventes, constituídas pela família e amigos/as apoiantes.

Requisitos da