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& Barker, 2006; Campbell et al., 2007). Belfrage e Rying (2004) verificaram uma taxa de suicídio quatro vezes maior entre homicidas conjugais ou em relações de intimidade. Campbell et al. (2003 a) observam que risco de suicídio é significativo mesmo quando não há história de abuso físico na relação.

5)

Nos casos de homicídio/suicídio verificaram-se taxas mais elevadas de

depressão, abuso de álcool, história de

violência

e

perturbações

da

personalidade

, em comparação com outros casos de homicídio (Aldridge & Brown, 2003). Embora não exista um consenso sobre os principais factores de risco (violência anterior, agressão sexual e separação, ciúme e suicida em potencial), existe uma considerável variação nos factores de risco identificados e na sua ponderação relativa. No entanto, podemos destacar algumas

"bandeiras vermelhas" (antecedentes

situacionais)

claramente identificados em diversos estudos:

História prévia de violência doméstica. Nestes casos as vítimas relatam muitas vezes um encarceramento crescente;

Crenças obsessivas/possessivas da parte do agressor, muitas vezes acompanhadas por um comportamento de perseguição, vigilância, incapacidade de dormir por parte do agressor, depressão aguda, uma história de uso de medicamentos, história de ideação suicida ou, menos frequentemente, tentativas de suicídio documentadas;

Tentativa de ruptura com o agressor, incluindo o divórcio, separação e distanciamento. Num significativo número de casos de ruptura, os/as investigadores/as identificaram dificuldades relativas a questões como a guarda dos/as filhos/as e o regime de visitas;

Prévio envolvimento policial no caso;

História criminal do agressor, quase sempre envolvendo violência e/ou existindo ameaças de morte à vítima, comunicadas muitas vezes a amigos/as, familiares, vizinhos/as, e outros/as antes do homicídio;

Emissão de ordens judiciais de protecção à vítima;

Consumo de álcool ou drogas, que frequentemente se agrava antes do episódio fatal.

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Quando se trata de violência nas relações de intimidade, o conhecimento é

poder. Poder para prevenir, poder para evitar.

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Pressupostos e Benefícios

Para um adequado estudo de caso é essencial o acesso a informação de forma retrospectiva. Isto só se torna possível através de:

Trabalho de uma equipa multidisciplinar;

Troca de informação de forma confidencial entre os actores organizacionais que permita uma análise aprofundada dos casos seleccionados;

Um sistema de colaboração transversal como sendo um dos meios mais importantes para a prestação de serviços eficazes, de não duplicação de intervenções, de facilitação e de racionalização do acesso das vítimas e suas famílias às respostas socais existentes.

O estudo/revisão de homicídios apresenta diversos

benefícios

relevantes, tais como:

Identificar as inconformidades no sistema, a fim de produzir recomendações para a mudança e expandir uma política eficaz de prevenção da violência e, em última análise, evitar os homicídios;

Detectar padrões, factores e indicadores de risco de forma a promover a prevenção, educação e consciencialização da comunidade;

Agilizar a forma como as instituições respondem à violência doméstica.

Com esta prática pretende-se alcançar

objectivos

extremamente importantes:

1)

Identificar as mortes (homicídio e homicídio/suicídio) relacionadas com violência doméstica/violência nas relações de intimidade;

2)

Analisar os efeitos de todas as intervenções que ocorreram antes da morte da vítima;

3)

Considerar alterações nos sistemas de prevenção e intervenção de forma a evitar mortes no futuro;

4)

Desenvolver recomendações e iniciativas de intervenção e prevenção coordenadas para reduzir a violência doméstica/violência nas relações de intimidade.

O estudo e a revisão de homicídios possuem um

conjunto de pressupostos-base

:

Assegurar que as instituições respondem

intervenções de apoio adequados, com o objectivo primeiro de evitar a reincidência e homicídios;

A revisão deverá avaliar também se os organismos que intervieram no caso adoptaram os procedimentos suficientes e se têm protocolos operativos adequados, bem como se foram compreendidos e seguidos pelos/as profissionais. Simultaneamente deverá identificar a necessidade de melhorar aqueles procedimentos e protocolos.

Segundo a tese oficial do Home Office (2013), as conclusões das Domestic Homicide Reviews (DHR):

Não se confundem com os resultados das investigações sobre como a vítima morreu ou de quem é a culpa. Esse é um assunto para peritos/as criminais e para os tribunais penais determinarem;

Não servem para instaurar qualquer inquérito disciplinar ou auditoria interna. Quando surgem indícios no decurso de uma DHR sugerindo que uma acção disciplinar deve ser instaurada, a entidade interessada seguirá os seus próprios procedimentos

O estudo de revisão de femicídios deve ser realizado para apurar que ensinamentos devem ser retirados e

que como aplicar essas lições nas respostas providenciadas pelos diversos

serviços envolvidos, incluindo mudanças nas políticas e procedimentos, conforme for mais apropriado, no sentido de prevenir homicídios e melhorar a coordenação

das intervenções de proximidade disponíveis para todas as vítimas de

intimidade deve ser desenvolvida uma

ferramenta de recolha de informação

com várias questões centrais:

Primeiro e mais importante que permita obter uma melhor compreensão do contexto em que a morte ocorreu. Não deve ser apenas essencial recolher informação sobre o incidente, mas de todos os indícios de violência passada, isto é, contextualizar o histórico psicossocial, criminal e relacional;

Deve ter como orientação a aplicação retrospectiva de uma metodologia adequada, sendo que é algo ambicioso encontrar alguns acontecimentos, tendo em conta que muitas das perguntas constantes do instrumento podem não ser facilmente respondidas pelas instituições incumbidas da análise;

A aplicação de forma retrospectiva utilizando uma ferramenta adequada para a recolha, permite detectar os itens que forem surgindo durante a análise dos processos. Este passo pretende ser um elemento para a constituição do trabalho de sustentação do conhecimento sobre a problemática do homicídio doméstico.

Nos estudos de caso

é essencial examinar