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A nexo 2: Q uadro de factores de risco

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Factor de Risco Explicação

Vítima

Gravidez/recém-nascido

A violência na família começa muitas vezes ou intensifica-se durante o período de gravidez e está, muitas vezes, associada ao aumento das taxas de aborto, baixo peso do bebé à nascença, partos prematuros, lesões fetais ou morte fetal. A violência na família durante a gravidez é considerada um factor de risco significativo de maus tratos à mulher e às crianças.

Depressão/Problema de Saúde Mental

As vítimas com experiência de doença mental podem estar mais vulneráveis à violência porque têm mais dificuldades em avaliar a gravidade da situação.

Consumo de álcool ou substâncias

As vítimas podem recorrer ao consumo de álcool e drogas para poderem lidar melhor com o impacto físico, emocional e psicológico da violência, mas isso pode aumentar a sua vulnerabilidade.

Verbalização de ideação suicida ou tentativas de suicídio

As ideias suicidas e/ou as tentativas de suicídio são indicadores da extrema vulnerabilidade da vítima/sobrevivente, e que a situação se tornou crítica.

Isolamento

A vítima/sobrevivente fica mais vulnerável se estiver isolada da família, dos/as amigos e das suas redes sociais. O isolamento não é apenas geográfico, aumenta a probabilidade da ocorrência de violência. Como exemplo de outras formas de isolamento temos os factores culturais, que podem limitar o acesso das imigrantes aos apoios sociais; a deficiência, que pode limitar a interacção social e/ou o agressor impedir essa interacção.

Agressor

Uso de armas no último incidente

Um agressor que tenha acesso a armas, nomeadamente, a armas de fogo tem maiores probabilidades de ferir com gravidade ou matar a vítima do que um agressor que não tem acesso às mesmas.

Acesso a armas

Um agressor que tenha acesso a armas, nomeadamente, a armas de fogo tem maiores probabilidades de ferir com gravidade ou matar a vítima do que um agressor que não tem acesso às mesmas.

Nunca agrediu fisicamente, nem ameaçou agredir a vítima

A violência psicológica e emocional são bons preditores de uma violência continuada, incluindo a violência física.

Tentou estrangular a vítima O estrangulamento é uma forma comum dos agressores matarem as vítimas.

Ameaçou matar a vítima Há evidências que demonstram que um agressor, quando ameaça matar a vítima a sua ameaça é genuína.

Agrediu ou ameaçou agredir ou matar as crianças

Há evidências que demonstram que há maiores probabilidades de ocorrer violência contra as crianças em famílias onde existe violência doméstica. As crianças que testemunham, ouvem ou são sujeitas a violência são afectadas de forma adversa e podem desenvolver problemas a nível comportamental e emocional.

Agrediu ou ameaçou agredir ou matar outros familiares

Fazer ameaças de agressão a familiares é uma forma de controlar a vítima através do medo.

Agrediu ou ameaçou agredir ou matar animais de estimação ou outros

animais

Há um reconhecimento crescente que existe uma correlação entre os maus tratos aos animais de estimação e a violência na família. O agressor utiliza as ameaças e os abusos contra os animais como forma de controlar os familiares.

Ameaçou ou tentou suicidar-se

As ameaças ou as tentativas de suicídio estão identificadas como um factor de risco de homicídio-suicídio.

Stalking

Os stalkers têm tendência a serem mais violentos se tiverem tido uma relação de intimidade com a vítima. O stalking em conjunto com a violência física tem uma forte correlação com o homicídio ou a tentativa de homicídio. Os pensamentos obsessivos e o stalking estão fortemente relacionados.

Violência Sexual

É violência sexual quando o agressor força a vítima a manter relações sexuais contra a sua vontade, a força a actividades sexuais não consentidas ou a toca de uma forma sexualizada contra a vontade desta. Nalguns relatos de violência sexual está presente a violência na família.

Incumpriu com uma medida de coacção

O incumprimento das medidas de coacção aplicadas pelo tribunal é comportamento que deve ser considerado como um indicador do aumento do risco de violência.

Adaptado de: Family Violence Coordination Unit (2007), Family Violence. Risk Assessment and Risk Management,

Victorian Government Initiative: State of Victoria.

Comportamentos de controlo O agressor pode controlar totalmente todas as actividades da vítima/sobrevivente. Por exemplo, dizendo-lhe com quem é que ela pode estabelecer amizades, controlando o dinheiro e decidindo quando é que ela pode ver os/as amigos e família, usar o carro. Os homens que consideram que devem ser eles a “mandar” têm maior predisposição para usar vários tipos de violência contra as suas companheiras.

Desemprego O desemprego está associado ao aumento do risco de uma agressão letal, e à mudança súbita do estatuto ou nível profissional – término de vínculo laboral, ou despromoção – pode aumentar o risco.

Depressão ou doença mental Pode existir algum tipo de associação entre os homicídios-suicídios e problemas de saúde mental do agressor, nomeadamente, depressão.

História anterior de violência Os agressores com um historial de violência familiar têm maiores probabilidades de exercer violência contra os/as familiares. Pode acontecer, mesmo quando a violência nunca foi dirigida aos/às familiares. Algumas das vítimas/sobreviventes destes agressores poderão ter sido estranhos/as, conhecidos/as ou forças de segurança. Esta violência pode incluir ameaças credíveis, utilização de armas ou agressão ou tentativa de agressão.

Relação

Separação Para as mulheres em situação de violência familiar, os períodos de maior risco são os que antecedem a saída da relação/separação e a pós- separação. As vítimas/sobreviventes que permanecem na relação por terem medo de sair; fazem-no por anteciparem a possibilidade de uma agressão que pode ser letal. Os dados relativos à separação sugerem que as mulheres ficam num risco mais elevado durante os dois primeiros meses após a separação.

Escalada – aumento da severidade e da frequência da violência

O aumento da frequência e da gravidade da violência está associado ao aumento da probabilidade de letalidade para as vítimas.

Dificuldades financeiras O baixo rendimento salarial (abaixo do necessário para satisfação das necessidades básicas) e o stress financeiro, incluindo a adição do jogo, são factores de risco para a violência familiar.