intervenção nesta área tenham equipas específicas que actuam em situações de alto risco, constituídas por:
☉
Organização gestora do caso e que realizou a avaliação de alto risco;☉
Serviços especializados de apoio à vítima/sobrevivente, nomeadamente serviços de acolhimento de emergência;☉
Forças de Segurança;☉
Ministério Público/DIAP;☉
Serviços de Saúde;☉
Outros serviços e organizações relevantes para apoio ao caso concreto.As equipas de alto risco devem desenvolver:
Planos de segurança destinados às sobreviventes e às crianças que diminuam o risco imediato;
Definição de estratégias de contenção e de restrição da liberdade do agressor, tais como a prisão preventiva.A situação de alto risco poderá necessitar de uma resposta de casa de abrigo, sendo importante que o respectivo encaminhamento seja acompanhado de um
relatório
que contemple:1)
Identificação clara da organização e da/o profissional com que se deverá articular e respectivos contactos;2)
Identificação completa do agregado familiar em relação ao qual é solicitado acolhimento;3)
Identificação do agressor;4)
Fundamentação do pedido de acolhimento com base no contexto de violência, na avaliação de risco;5)
Informação sobre:>
Necessidades específicas na área da saúde;>
Situação escolar das crianças;>
Existência ou não de rede social/familiar segura e apoiante.6)
Referência aos processos judiciais em curso, em especial à existência de queixas- crime;7)
Identificação de zonas de risco: zona de residência e de frequência do agressor, local de trabalho de ambos, bem como as zonas de residência e de frequência de familiares, amigos/as e colegas de trabalho de ambos;8)
Sempre que possível, identificar, de forma objectiva e sem juízos de valor, potencialidades e constrangimentos em termos da intervenção desenvolvida e/ou a desenvolver, tendo em conta a motivaçãoA forma eficaz para lidar com estas situações depende de respostas altamente coordenadas que garantam a coerência e a comunicação entre os
para a mudança e a decisão de criar um novo projecto de vida sem violência;
9)
Posteriormente ao acolhimento e caso exista uma reacção violenta do agressor face à saída da vítima/sobrevivente, a Casa de Abrigo deverá ser informada.
Recomendações
☉
O modelo de intervenção em rede na área da violência doméstica e de género deverá ser implementado a nível nacional, tendo o poder local um papel preponderante na mobilização dos actores e na promoção de respostas articuladas para as suas comunidades.☉
Os municípios devem ter um papel fundamental na mobilização dos recursos existentes no território e na constituição das redes comunitárias especializadas.☉
As comunidades devem organizar-se para a resolução das suas necessidades. Sendo um problema enraizado a nível social, a violência doméstica/violência nas relações de intimidade só poderá ser eficazmente combatida com o envolvimento directo dos diversos actores-chave da comunidade que são indispensáveis no processo de apoio e protecção das vítimas/sobreviventes.☉
As redes comunitárias de combate à violência doméstica/violência nas relações de intimidade devem ser formalizadas através de protocolos de intervenção ou memorandos de entendimento, promovendo uma linguagem comum relativamente ao processo de avaliação e gestão de risco e contribuindo para a construção de uma cultura de responsabilização.☉
Nestas redes, é fundamental a participação de diversos actores-chave no processo de avaliação e gestão de risco, e no processo de suporte e recovery das vítimas/sobreviventes: as forças de segurança, os/as representantes da área da justiça, os serviços de saúde e as organizações de apoio às vítimas/sobreviventes.☉
Estas redes devem ter mecanismos de resposta às situações de alto risco, assegurando o direito de viver em segurança.☉
A intervenção das redes nesta área não deve ser isenta das questões de género, uma vez que este problema afecta desproporcionalmente mulheres, estando associado à construção histórica da desigualdade entre mulheres e homens.☉
As estruturas representativas de mulheres sobreviventes devem participar nas redes e As equipas de altorisco devem definir procedimentos de segurança para os/as
profissionais que as integram.
Bibliografia Temática
☉
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No documento
Avaliação e Gestão de Risco em Rede. Manual para Profissionais
(páginas 92-96)