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Como Causar Impacto

No documento A Formação de Um Líder - LeRoy Eims.pdf (páginas 78-94)

O

pai de Ezequias foi um desastre. Quando você olha o re­ gistro do pai dele, o rei Acaz, começa a questionar se tudo o que Acaz fez foi sentar-se e pensar em novos modos de pecar e levar o povo pelo mesmo caminho. Durante 16 anos, ele cha­ furdou na lama da perversidade. Fez imagens de deuses pa­ gãos e queimou seus filhos conforme o caminho dos ímpios. Fechou as portas da casa de Deus e construiu altares idólatras em cada esquina de Jerusalém. Depois de destruir tudo em 16 anos, ele morreu.

Conforme o costume da época, seu filho ocupou seu lugar. Quando Ezequias assumiu o reino, tinha 25 anos. Ele havia vis­ to o que o pai fizera, seus pecados e corrupção, e não quis ter parte com nada disso. Antes, determinou-se a mudar as coisas e conclamou a nação a voltar-se para Deus. Quando considera­ mos o caos que herdou, poderíamos concluir que muito pouco poderia ser feito no período de vida de um homem, mas estarí- amos errados. Num curto espaço de tempo a situação foi com­ pletamente revertida. "H ouve grande alegria em Jerusalém;

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porque desde os dias de Salomão, filho de Davi, rei de Israel, não houve cousa semelhante em Jerusalém" (2 Cr 30:26).

E uma história impressionante. Ezequias produziu um im­ pacto para Deus que foi verdadeiramente maravilhoso. Ao es­ tudar sua vida, você perceba que ela é caracterizada por alguns princípios básicos. Três deles são identificáveis de imediato.

Inteireza de coração

O primeiro princípio no causar impacto para Deus é a inteireza de coração. "Em toda a obra que começou no serviço da casa de Deus, na lei e nos mandam entos, para buscar a seu Deus, de todo o coração o fez e prosperou" (2 Cr 31:21).

O apóstolo Paulo nos exorta com palavras parecidas: "Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens" (Cl 3:23). Salomão assim coloca o mesmo conceito: "Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o confor­ me as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria algu­ ma" (Ec 9:10).

Ao ler essas passagens, podemos ver que Deus deseja pesso­ as entusiasmadas e zelosas. Mas qual parece ser o espírito do nosso tempo? Será que somos com freqüência exortados à intei­ reza de coração? Raramente. Quase diariamente ouvimos pes­ soas dizendo: "N ão esquente" / "N ão trabalhe tão duro" / "Não se sobrecarregue". O perigo é que a falta de um coração íntegro pode ser assimilada pelos líderes cristãos. Quando isso ocorre, gera mediocridade e fracasso na obra.

Meu ídolo no colegial era um veterano apelidado de "Bola- H". Ele era fora-de-série nos esportes e um excelente estudante. Eu imitava seus maneirismos e jeito de andar. Aprendia a fazer jogadas com a bola de basquete e arremessar, assim como ele. Sua posição no time de beisebol era também a que eu havia es­ colhido, e cheguei a imitar até o jeito com que ele colocava o boné na cabeça. Eu estava determinado a ocupar seu lugar no time quando ele se formasse.

No ano seguinte à sua formatura, apareci num treino seleti­ vo. O técnico veio até mim e perguntou se eu queria jogar. Se eu

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queria? "Sr. treinador, darei tudo de mim. Eu quero tanto jogar, que é como se já estivesse lá no campo".

De todas as maneiras que conhecia, tentei comunicar a ele meu entusiasmo e determinação. Ele ficou feliz e me disse para vestir o uniforme e mostrar o que eu podia fazer. Por fim, entrei no time e ganhei a posição que sonhei.

O que você acha que teria acontecido se eu tivesse dito ao treinador: "Ah, eu não sei. Tenho pensado a respeito, mas não estou muito preocupado com isso. Vou tentar uma vaga no time, mas isso não é algo que me empolga". Ele não teria sequer olhado para mim uma segunda vez. Teria sido o fim de minha carreira no beisebol.

Você acha que Deus tem padrões inferiores aos do meu trei­ nador no time de beisebol do colégio? De jeito nenhum! Deus está buscando gente que assuma compromissos com Ele e com Sua obra, de todo o coração. Seu padrão não é o do espírito do nosso tempo — indolente, relaxado e descomprometido.

Mas é difícil m anter um padrão bíblico em uma época de indisciplina. Seu referencial de desempenho precisa ser alto.

No meu primeiro ano de trabalho missionário no Centro- Oeste, conheci um jovem chamado Johnny Sackett. Começa­ mos a ter comunhão juntos na Palavra e na oração, e o Senhor uniu nossos corações. Johnny começou a mostrar-se uma gran­ de promessa na obra de Cristo. Um dia ele me perguntou se podia juntar-se ao nosso time. Expliquei a ele o que isso signifi­ cava, e ele se mostrou empolgado em participar da nossa tur­ ma. Ele foi um grande colaborador, cheio de dedicação e entusi­ asmo.

Por alguns meses, tudo correu muito bem. Num final de se­ mana, planejamos uma atividade em equipe, que era testemu­ nhar no câmpus da Universidade de Iowa. Quando chegou a hora de irmos para a escola, notei a ausência de Johnny. Quan­ do perguntei por ele, um dos rapazes disse que ele havia decidi­ do não ir. Quando questionei se havia estado sob pressão por causa dos estudos ou se não estava passando bem, ou se tinha responsabilidades com seus pais, disseram que ele simplesmen­ te havia decidido não ir.

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Fomos sem Johnny e tivemos um tempo frutífero. Reunimo- nos com um grupo regular de estudantes entusiasmados em falar do Senhor e alguns entregaram a vida a Ele. Retornamos cheios de alegria e gratidão a Deus.

Na segunda-feira tomei emprestado o Fusca de um amigo e fui ver o Johnny. Depois de conversar um pouco, perguntei a ele se havia compreendido os padrões que o time havia estabe­ lecido para si mesmo. Ele disse que sim e que estava feliz por fazer parte do grupo. Eu comentei que, porque apreciava tê-lo no time, lamentava que ele houvesse escolhido não mais traba­ lhar conosco. Ele ficou chocado e perguntou o que eu queria dizer com aquilo. Eu o lembrei de que um de nossos padrões envolvia estar disponível quando tivéssemos um ministério a realizar juntos. Ele começou a soluçar. Após recompor-se, saiu do carro e foi para o seu quarto.

Orei por Johnny aproximadamente duas semanas e então recebi uma carta, na qual ele agradecia por minha postura com relação ao ministério e dava treze razões por que deveria estar incluído. Liguei para ele imediatamente e com alegria dei-lhe as boas vindas. Desde então, ele se tornou um de nossos homens mais produtivos, servindo ao Senhor em dois continentes. O problema foi que ele não tinha idéia do que eu realmente quis dizer quando falei de padrões de compromisso e inteireza de coração. Minha simpatia por ele poderia ter deixado o episódio passar em brancas nuvens. Compaixão, não.

Quando Jesus disse: "Se alguém quer vir após mim, negue- se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me", Ele quis dizer real­ mente isso. Francamente, quando olho para esse incidente tan­ tos anos depois, sei que teria lidado com a situação de um modo diferente hoje. Teria mostrado mais rapidamente a ternura e bondade de Cristo. Mas o princípio permanece inalterado.

Um de meus instrutores de guerra na Marinha insistia comi­ go em altos padrões de desempenho, não somente porque ele tentava ser e fazer conforme ele exigia, mas também porque ele sabia que estávamos indo para uma luta, e era preciso estimular em mim hábitos que poderiam salvar minha vida. Ele não me

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estava fazendo mal. Ao contrário. E quando estive sob fogo cru­ zado, cercado por morte e destruição, senti-me grato por tudo o que aprendera. Seguindo esse exemplo, os líderes devem mani­ festar um coração sincero, a fim de que os que os seguem te­ nham seu coração por inteiro na tarefa. Se Ezequias tivesse de­ monstrado a mínima falta desse tipo de envolvimento, a nação poderia não ter abandonado seus pecados de um modo tão ra­ dical. Foi a sua liderança que apontou o caminho e deu o tom para o comportamento de outros.

Eu estava em Minneapolis, fazendo levantamento de peso com um amigo meu chamado Bill Cole. Outro colega juntou-se a nós por alguns minutos e, quando ele estava saindo da sala de ginástica, eu tinha 84 quilos bem acima da minha cabeça. Ele olhou para mim e disse: "R elaxe!". Se eu relaxasse naquele momento, teria morrido! Naturalmente aquela não era a inten­ ção dele; foi apenas um modo de dizer "Até logo". Mas tenho pensado naquilo muitas vezes. Mesmo que seja algo descabido, sempre aconselhamos "R elaxe!". Francam ente, não preciso desse tipo de exortação. Tenho propensão a isso sem nenhuma ajuda exterior. Minha natureza indisciplinada, indolente, rela­ xada e preguiçosa me diz para fazer isso o tempo todo. O qtie preciso é ser desafiado a rebatê-la com todas as forças.

Os líderes devem considerar o seguinte fato. Eles não estão apenas construindo para o presente, mas também para o futu­ ro. Se o coração está morno, o que lhes reserva o futuro? Como estarão as pessoas por eles treinadas? O coração delas estará queimando com zelo total por Deus? Não, se o coração dos líde­ res estiver insensível, pois só o fogo é capaz de gerar mais fogo. Quando Jesus limpou o templo, suas atitudes lembraram as dos profetas no Antigo Testamento: "Lem braram -se os seus discípulos de que está escrito" (Jo 2:17; veja SI 119:139). Ambas as passagens falam de ser consumido pelo zelo de Deus. Quan­ do foi a última vez que você lembrou de alguém, em uma pre­ gação bíblica, que falasse de ser devorado com santo zelo? Seria

11 m espírito ardente e zeloso tão antiquado hoje quanto um ca­ valo puxando uma charrete? Serão os líderes de torcidas orga­

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nizadas nos estádios os únicos que restaram em nossa socieda­ de, que fazem seu trabalho com zelo e prazer? Um líder verda­ deiramente cristão há de demonstrar o mesmo fogo e intensida­ de que Jesus demonstrou.

Inteireza de coração e zelo são a expressão do amor que quei­ ma no coração do líder e se espalha ao coração e vida de outros que são consumidos pela chama desse espírito. Alguns pensam que os líderes deveriam ser mais condescendentes, com receio de que assustem algumas pessoas. Isso não pode acontecer. Se os líderes falarem sério, terão quem os escute. O primeiro man­ damento ainda se encontra na Bíblia: "Respondeu Jesus: O prin­ cipal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! A m arás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua for­ ça" (Mc 12:29-30).

Sinceridade

A segunda coisa a observar na vida de Ezequias foi sua sinceri­ dade. Ele se entregou de cabeça ao trabalho e perseverou nele.

"No primeiro ano do seu reinado, no primeiro mês, abriu as portas da casa do Senhor e as reparou. Trouxe os sacerdotes e os levitas, ajun- tou-os na praça oriental e lhes disse: Ouvi-me, ó levitas! Santificai- vos, agora, e santificai a casa do Senhor, Deus de vossos pais; tirai do santuário a imundícia" (2 Cr 29:3-5).

Ele não se deixou levar, seja por resistências, por medo do ridículo ou por oposição.

Três autores bíblicos nos dão motivos para a sinceridade. Pedro diz: "Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor, no qual os céus passarão como estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela exis­ tem serão atingidas" (2 Pe 3:10). Tudo n este m undo é tem poral e transitório. Duas coisas transcendem este mundo e permanece­ rão por toda eternidade: a Palavra de Deus e a alma das pesso­

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as. Quando os líderes se dedicam a elas, comprometem-se com valores eternos. As coisas do mundo clamam pela sua atenção, mas eles mantêm os olhos nas coisas que permanecem.

Uma segunda razão para ser sincero é sugerida nas palavras de Tiago: "Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vos­ sa vida? Sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa" (Tg 4:14). A vida é m uito cu rta para ser d esp er­ diçada. Quando as pessoas reconhecem essa verdade, isso as aju­ da a permanecer no caminho, a despeito dos incessantes bom­ bardeios do mundo tentando desviar nossos olhos de Jesus. A Palavra de Deus nos mostra para onde devemos olhar:

"Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nu­ vem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firm em en te para o A utor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está as­ sentado à destra do trono de Deus" (Hb 12:1-2).

O terceiro motivo para a sinceridade é declarado por Paulo: "Portanto, meus am ados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Se­ nhor, o vosso trabalho não é em vão" (1 Co 15:58). Quando estamos seguindo pelo caminho estreito com os olhos firmes em Jesus, temos segurança de que o que estamos fazendo vale a pena. Que alegria é para os líderes saber que, enquanto multi­ dões estão desperdiçando a vida em atividades sem valor, o serviço deles para Cristo permanece para a eternidade.

A Bíblia está cheia de exemplos de pessoas que foram since­ ras em sua caminhada com Deus. Moisés é um caso típico.

"Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a

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O apóstolo Paulo enfatiza o mesmo ponto: "Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma cousa faço: es­ quecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fp 3:13-14).

Mas o maior de todos os exemplos é o do próprio Jesus: "E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou no semblante a intrépida resolução de ir para Jerusalém" (Lc 9:51). Seus discípulos viram isso e se maravilharam: "Estavam de caminho, subindo para Jerusalém, e Jesus ia adiante dos seus discípulos. Estes se admiravam e o seguiam tom ados de apreensões. E Jesus, tornando a levar à parte os doze, passoLi a revelar-lhes as cousas que lhe deviam sobrevir" (Mc 10:32). Por que eles se maravilharam? Porque Ele sabia exatamente o que O aguardava e marchou adiante sem hesitar. "Eis que subimos para Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; condená- lo-ão à morte e o entregarão aos gentios" (Mc 10:33).

Alguma coisa no semblante de Jesus causou desconforto aos doze. Eles temiam o que viria pela frente e estavam admirados com a coragem de seu líder. Jesus Cristo seguiu com passadas decididas para a cruz. Ele sabia sua missão e estava determina­ do a cumpri-la. O mesmo deve acontecer conosco. O mundo nos importuna para que sejamos iludidos com uma coisa ou embaraçados com outra, mas a Palavra de Deus nos convoca a libertar-nos, a deixar de lado todo peso e a correr em direção ao alvo. Sinceridade não é fácil, mas é necessária.

Q uando Billy G raham p regou o serm ão do funeral de Dawson Trotman, falou da sinceridade daquele homem: "Aqui jaz um homem que não dizia 'Nestas quarenta coisas estou ati­

vo mas "Esta é a única coisa que faço".

Uma pessoa pode destruir sua vida de pelo menos três ma­ neiras. A primeira é entregar-se a uma natureza preguiçosa e indolente, e não fazer coisa alguma. Tenho visto gente jovem descendo por essa estrada. Com pram um violão, um par de pés-de-pato, vão para as praias e desperdiçam a vida deitados, fritando-se em sua própria gordura.

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O segundo modo de destruir a vida é estabelecer para si mesmo um alvo, trabalhar duro e descobrir no final que você se entregou ao alvo errado. Conheci muitos que fizeram isto. Al­ guns terminaram suas histórias com arrependimentos amargos e lágrimas.

A terceira maneira é a que o dr. Graham mencionou. Tornar- se um diletante e nunca realmente fazer coisa alguma.

Josué foi advertido com respeito à dispersão: "Tão somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejais bem- sucedido por onde quer que andares" (Js 1:7). Esta não é uma advertência contra andar pela estrada errada, mas contra virar- se primeiro para um lado e depois para o outro.

Tenho visto pessoas assim. Elas com eçam bem, mas algo aparece para atrair sua atenção e elas mudam de lado. Final­ mente vêem a tolice de seus caminhos e voltam para a estrada, tão somente para mais tarde mudar novamente. Que coisa la­ mentável! Boas pessoas, de bom coração, indo a lugar nenhum. Por quê? Elas são facilmente manipuláveis. A sinceridade de Moisés ou de Paulo ou do próprio Cristo não faz parte da vida delas.

Alguém pode reclamar: "Isso é difícil de conseguir". E claro que é difícil! O apóstolo Paulo afirmou: "Eu prossigo em direção ao alvo". Ele não disse: "Eu flutuo em direção ao alvo, eu desli­ zo em direção ao alvo, eu escorrego em direção ao alvo, ou eu navego em direção ao alvo". Ele disse prossigo, e isso pressupõe oposição. O mundo vai enganá-lo, e o demônio vai lutar contra você, mas, se você correr olhando para Jesus, ele o capacitará a terminar bem a corrida.

O testemunho de Paulo ilustra isso vividamente: "Porém, em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Se­ nhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus" (At 20:24). Ele fala da "corrida". A maior alegria na vida é saber que você está na perfeita vontade de Deus, fazendo o que Ele quer, do modo que Ele deseja que seja feito.

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Os guerreiros de Zebulom nos desafiam com respeito a isso: "De Zebulom, dos capazes para sair à guerra, providos com todas as armas de guerra, cinqüenta mil, destros para ordenar uma batalha com ânimo resoluto" (1 Cr 12:33). Lá estavam ho­ mens que foram para a batalha, treinados, equipados, discipli­ nados e sinceros.

Cada um de nós tem um rumo a seguir, uma missão a reali­ zar, um alvo a atingir, "Também dizei a Arquipo: Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para o cumprires" (Cl 4:17). Lembro-me de um acontecimento em minha vida que deter­ minou meu destino. Minha esposa e eu havíamos encontrado o Senhor através da leitura da Bíblia. Não havia muitas pessoas ao redor que pudessem nos dar aconselhamento espiritual pro­ fundo, mas ambos concordamos em que deveríamos seguir ao Senhor com sinceridade de propósito. Um pastor, o rev. Arlan Halverson, de Harlan, lowa, falou de uma escola em Minnea- polis onde poderíamos aprender a Palavra de Deus.

Éramos cristãos novos na fé e ansiosos por crescer. Assim sendo, decidimos ir e entregar nossa vida por completo ao ser­ viço de Cristo. Eu tinha um emprego àqtiela altura e, quando comecei a contar a meus colegas sobre o que havia decidido fa­ zer, não recebi nada a não ser críticas. Eles chamaram isso de to­ lice — fanatismo. Jogar fora um bom emprego com um alto sa­ lário e segurança era loucura. Mas nós sabíamos o que devería­ mos fazer.

Deixei meu emprego e preparei-me para mudar de Council Bluffs, lowa, para o Northwestern College. Vendemos alguns de nossos bens, demos a maioria do que sobrou, e ficamos livres para ir. Colocamos nossas roupas e alguns objetos da casa em pequenas caixas, com as quais enchemos um carrinho de crian­

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