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Medite na Palavra

No documento A Formação de Um Líder - LeRoy Eims.pdf (páginas 166-172)

Atendendo às Necessidades do Grupo

B. Ilustração — Os prisioneiros de guerra no Vietnã que ha­ viam decorado trechos da Bíblia puderam usá-los como

III. Medite na Palavra

A. Escritura — Salmo 119:97; Salmo 1:2-3; Josué 1:8 B. Ilustração — A história da vela

IV. Aplicação

Apresente um método de memorização ou estudo da Bíblia que possam usar por si mesmos em seu dia-a-dia.

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Observe que ao longo de toda a mensagem, as Escrituras são o centro. Uma história ou ilustração apenas acrescentam luz ao assunto. Ao final, uma aplicação prática mostra ao grupo como fazer algo sobre o que foi dito. Experimente esta abordagem cada vez que fizer uma apresentação. Os oradores muitas vezes nos desafiam e exortam, despertando em nós o desejo de seguir adiante. Mas eles não dizem nada sobre com o fazer isso. Um lí­ der deve ser prático e oferecer o "com o".

Quando usar uma história ou ilustração, certifique-se de se­ lecionar uma com a qual os ouvintes se identifiquem. Um fa­ zendeiro de trigo no Kansas veria as coisas de um modo dife­ rente do de um metalúrgico em New Jersey. Nem todos perten­ cemos ao mesmo contexto.

Uma ilustração que certa vez usei em Cingapura é um exem­ plo clássico de como não fazer isso. Ao tentar comunicar uma idéia, contei a história de dois homens de Nevada que quase congelaram de medo ao dirigir durante uma tempestade de neve. Meus ouvintes nunca haviam ouvido falar de Nevada, nunca haviam visto neve, nem poderiam jamais imaginar al­ guém congelando de medo. Eu teria alcançado maior identifica­ ção com eles se tivesse falado dos três jovens hebreus na forna­ lha. Cingapura, acima de tudo, é quente!

Superando o nervosismo

Um grande obstáculo a ser vencido quando falamos em público é o nervosismo. Eu sei — porque tenho esse problema. Na ver­ dade, quando estou testemunhando a uma pessoa ou falando a um grupo, sinto a garganta seca e as mãos úmidas. Gostaria que fosse ao contrário, mas nunca é. Um versículo que me con­ forta com relação a isto é: "Antes, santificai a Cristo, como Se­ nhor, em vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo" (1 Pe 3:15-16).

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Observe que Pedro diz "com mansidão". Assim, se você se sente um pouco amedrontado, alegre-se! Você está qualificado! Se Deus quisesse que fôssemos impetuosos e nos sentíssemos qualificados em nosso próprio intelecto e força, Ele o teria dito. Mas, quando as borboletas começam a voar dentro de nosso estômago, nossas mãos começam a tremer, nossos joelhos co­ meçam a bater, e nossa garganta fica seca, é aí que nos vemos prostrados diante de Deus clamando por Sua graça e força. E é exatamente aí que Ele pode nos usar.

Então ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfei­ çoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraque­ zas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto pra­ zer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, e que sou forte" (2 Co 12:9-10).

Muitas vezes tenho de falar a uma platéia não muito amiga vel. Posso eventualmente falar em uma residência estudantil ou a uma classe ou em um encontro do centro acadêmico. ( ieral mente alguns estudantes vêm ã reunião para tentar provar que estou errado e para opor-m e à m ensagem do evangelho. Aprendi do modo mais difícil algumas coisas que me ajudam a vencer o nervosismo.

Primeiro, quando estiver dando uma mensagem fundamen­ tada na Palavra de Deus, você tem uma vantagem que lhe deve dar a intrepidez de Daniel. Essa vantagem é: o que você está dizendo é verdadeiro. Quer as pessoas creiam ou não, isso não muda o fato. Jesus disse: "A Tua Palavra é a verdade" (Jo 17:17). Paulo falou da "Palavra da verdade, o evangelho" (Cl 1:5). Em um mundo onde a única constante é a mudança, é algo abenço­ ado saber que a Sua mensagem, a Palavra de Deus, é a verdade eterna.

Pois fostes regenerados, não de sem ente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanen­

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te. Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a flor; a palavra do Senhor, porém, permane­ ce eternamente. Ora, esta é a palavra que vos fo i evangelizada ( I Pe 1:23-25).

Segundo, sorrir ajuda. A distância mais curta entre duas pes­ soas é um sorriso amigo. O sorriso apara as arestas do seu ner­ vosismo e da hostilidade da audiência. Como eu disse, esta é uma das coisas que aprendi do modo mais difícil.

Lorne Sanny, Walt Henrichsen e eu estávamos no Noroeste do Pacífico em uma viagem ministerial. Quando cheguei à Uni­ versidade Estadual do Oregon, fiquei impressionado em ver penduradas nas janelas de alguns dormitórios enormes faixas que diziam: "LeRoy está chegando". Imediatamente o medo me dominou. Eu sabia que em nossa reunião daquela noite uma gangue estaria esperando para esfolar-me vivo. Quando o LeRoy chegasse, eles estariam prontos.

O encontro era em uma sala de aula grande, e havia um bom número de pessoas. Cheguei nervoso e apreensivo com o que aconteceria. A organização fez uma abertura e passou a palavra a mim. Olhei para a platéia e notei o que parecia ser um grupo sinistro dep u n ks radicais. Comecei minha apresentação com fir­ meza — sem sorrir — e fui duro e claro. Para o meu espanto, eles ouviram com grande interesse e, quando abrimos espaço para perguntas, eles foram honestos e sinceros.

Após o final da reunião, eles vieram para a frente, apertaram minha mão e disseram: "Louvado seja o Senhor, irmão! É muito bom ouvir o evangelho apresentado tão claramente. Obrigado por ter vindo".

Pela primeira vez naquela noite, eu sorri.

No caminho de volta para casa, Lorne me disse: "Você deve­ ria ter sorrido de vez em quando. Ajudaria a dar ao encontro um pouco mais de calor humano". Eu sabia que ele estava certo e aprendi outra lição preciosa.

O ingrediente principal

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apresentação. Ore antes de começar a preparar e ore antes de fazer sua apresentação. Ore para que o Espírito Santo lhe dê os textos bíblicos e as ilustrações certas, e o capacite a dar a mensa­ gem sob o Seu poder.

Esta foi outra das lições que aprendi do modo mais difícil. Por dois anos em meados da década de 50, participei de uma equipe que apresentava o evangelho a instituições de caridade na Universidade de Pittsburgh e no Carnegie Tech. Todas as noites de segunda-feira, pregávamos o evangelho, agendáva- mos encontros e então conversávamos com algumas pessoas durante a semana.

Uma das coisas que decidimos no início do trabalho foi orar juntos antes de cada reunião. Estávamos trabalhando com a Cruzada Estudantil naquela época, e fomos fiéis a isso. O se nhor abençoou nossos esforços, e logo reunimos um número razoavelmente grande de novos convertidos que freqüentavam o estudo bíblico. Alguns deles, por sua vez, freqüentavam ou tras instituições e davam testemunho com o parle de nossa equipe. As coisas caminhavam bem.

Acho que nos tornam os complacentes ou orgulhosos, ou autoconfiantes ou algò assim, o nosso tempo em oração come çou a ser negligenciado. Então, uma noite aconteceu. Reunimo nos na casa da instituição onde iríamos falar, ofegantes e bas­ tante apressados. Um de nós se ofereceu para orar rapidamen­ te, e iniciamos a reunião.

Eu poderia afirmar que, desde o primeiro momento daquele encontro, seria um desastre. A organização não conseguiu cap­ tar a atenção da platéia. Os homens que deram seu testemunho soavam como robôs recitando um relatório de bolsa de valores. Quando me levantei para falar, não havia nenhum sentimento da presença do Espírito Santo ministrando aos nossos corações. Foi uma palavra enlatada, nada mais que isso. Quando encerra­ mos a reunião, fomos convidados rapidamente a sair da casa.

Olhamos um para o outro e sabíamos o que tínhamos de fa­ zer. Entramos no carro e gastamos um bom tempo em oração, confessando nosso pecado a Deus e pedindo seu perdão. Aque­

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la foi a última noite em que negligenciamos nosso tempo de oração antes da reunião. O Senhor ouviu nossas orações e con­ tinuou a abençoar sua palavra. E com tudo isso aprendemos uma lição que nunca esqueceremos.

"Não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar algu­ ma cousa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa sufi­ ciência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos minis­ tros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica" (2 Co 3:5-6). "Tudo posso naquele que me fortalece" (Fp 4:13).

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