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P elo desejo de ter os fru to s de nossa vida levados à perfeição "A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer

No documento A Formação de Um Líder - LeRoy Eims.pdf (páginas 66-78)

Por que Alguns Líderes São Excelentes

7. P elo desejo de ter os fru to s de nossa vida levados à perfeição "A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer

dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e de­ leites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer" (Lc 8:14).

Algumas palavras de advertência precisam ser ditas a essa altura. Primeiro, precisamos examinar nossa motivação. Exce­ lência por si só não é nosso padrão, mas excelência por amor a Cristo.

Estou casado há muitos anos com uma mulher maravilhosa. Para minha vergonha, tenho de admitir que algumas vezes es­ queço nosso aniversário de casamento. Mas quando lembro, ofereço-lhe rosas vermelhas. Agora, como seria se marchasse casa adentro no dia 21 de junho e dissesse: "Bem, aqui estão elas! Mais rosas! Durante anos tenho trazido essas coisas para

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você, e aqui está outro buquê. Bem na hora. Penso que é minha obrigação fazer isso, assim aqui estão elas! Espero que apro­ veite!"

Qual seria a reação de minha esposa? Sua alegria desabaria como um balão de cimento! Se eu trouxesse rosas simplesmen­ te porque sempre faço isso nos aniversários, elas teriam muito pouco significado.

Agora digamos que este seja um daqueles anos em que es­ queci da data. Três dias depois a informação de que a data che­ gou e passou atinge-me como a hélice de um helicóptero. Corro à floricultura e compro um buquê de rosas; entro em casa com as flores escondidas atrás das costas. A p roxim o-m e de a Virgínia e digo: "Bem, meu amor, estou certo de que sabe o que fiz. Fico impressionado em ver como você consegue suportar- me, mas também feliz por saber que você me suporta. Querida, quero dar-lhe essas rosas, dizer que am o você loucamente e pedir seu perdão. Será que em seu coração você pode encontrar lugar para me perdoar mais uma vez?".

D eixe-m e perguntar-lhe: Qual foi o resultado de minha ação? Soou como ganhar uma bicicleta no Natal! Por quê? Não agi na hora certa, esqueci, estraguei tudo. No primeiro exemplo fiz tudo certo, mas não valeu. No segundo falhei, mas no final deu tudo certo. Por quê? A motivação fez a diferença.

A segunda coisa para ter em mente é que houve apenas uma única Pessoa que fez tudo bem-feito. Essa pessoa, é claro, foi Jesus. Leia cuidadosamente Hebreus 13:20-21: "Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, ope­ rando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre". O autor estabelece um padrão — "vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade!".

Como será que alguém pode atingir isso? "Por Jesus Cris­ to!". Através de Jesus Cristo, o único que fez todas as coisas de l orma excelente, em todos os momentos, todas as horas, todos

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os dias de sua vida. Assim minha imica esperança de atingir o padrão de excelência de Cristo está em descansar com pleta­ mente nos braços de Jesus e deixá-Lo viver Sua vida através de mim. Nenhum suor e esforço por maior que seja, pode alcançar isso. Nada em nossa própria força resolveria. Apenas "através de Jesus Cristo" podemos obtê-lo.

Ele, que é o autor e consumador da nossa fé, aguarda para assumir nossas frustrações e fracassos e transformá-los em rea­ lizações felizes que tragam glória ao Senhor. Aquele que conti­ nua fazendo todas as coisas com excelência está esperando para "vos aperfeiçoar em todo o bem... operando em vós o que é agradável diante dele".

Iniciativa

A segunda característica do líder bem-sucedido é a iniciativa. Os líderes não esperam as coisas acontecerem; eles ajudam a fazer com que aconteçam. Essa é uma das razões pelas quais as pessoas evitam assumir responsabilidades de liderança. Elas sabem que aquele que vai à frente tem de assumir as conseqü­ ências de seus atos. Um dos traços peculiares do líder é estar disposto a fazer isso.

As Escrituras estão repletas de exemplos de gente que to­ mou a iniciativa de realizar os propósitos de Deus em seus dias. Por exemplo, Davi escolheu Joabe como seu general por esse motivo. "Porque disse Davi: Qualquer que primeiro ferir os jebuseus será chefe e comandante. Então, Joabe, filho de Zeruia, subiu primeiro e foi feito chefe" (1 Co 11:6). Isaías destacou-se ao tornar-se uma voz para Deus em sua geração. "Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim" (Is 6:8).

E óbvio que iniciativa é uma qualidade básica para a lideran­ ça. Suponha que haja uma tempestade gigante durante o culto de oração no meio da semana. Umas poucas almas conseguem chegar à igreja, abrem a porta, acendem as luzes e esperam pela chegada do pastor. Sem que saibam, no entanto, ele está preso no congestionamento, tentando desesperadamente vencer a

POR QUE ALGUNS LÍDERES SÃO EXCELENTIiS V\ enchente. Ele grita por ajuda a um grupo de jovens que tentam sem sucesso em purrar o carro. O tempo passa e vai ficando cada vez mais tarde.

Enquanto isso, na igreja o povo se pergunta o que teria acon­ tecido, assentado nos bancos e esperando a reunião começar. Fi­ nalmente alguém se levanta e sugere que cantem um hino ou dois enquanto aguardam. Ele anuncia a página e começa a diri­ gir o cântico. Nesse exemplo não importa se esse homem algu­ ma vez já havia feito isso ou não; ele se tornou o líder. Ele pode­ ria ter habilidade para aquilo ou não; ter a mínima idéia de como lidar com aquilo ou não. Pelo simples fato de exercitar um pouco de iniciativa ao colocar-se em pé, ele se transformou no lí­ der. Ele pode ter realizado ou não um bom trabalho, mas, a des­ peito de seu desempenho, é o homem que está no comando. Iniciativa é uma das maiores responsabilidades da liderança.

E claro que todos os cristão devem tomar a iniciativa de apre­ sentar-se a Deus para o Seu serviço. Personagens bíblicas que nunca foram particularmente conhecidas como líderes foram ricamente abençoadas e usadas por Deus simplesmente porque serviram de maneira espontânea.

Rebeca tornou-se a esposa de Isaque e a "mãe de milhões" porque tomou a iniciativa de servir ao servo de Abraão. Ofere­ ceu-se voluntariamente para pegar água da fonte, não apenas para ele mas também para seus camelos, uma grande tarefa; e esse ato elevou-a à condição de noiva escolhida por Deus para Isaque (veja Gn 24:14-21).

Um pequeno garoto tornou-se a peça-chave de um grande milagre porque deu um passo adiante e ofereceu seu almoço para ajudar a alimentar uma multidão faminta (veja Jo 6:9-11). Mas o maior exemplo é o do próprio Deus. "Expôs Simão como Deus primeiro, visitou os gentios, a fim de constituir den­ tre eles um povo para o seu nome" (At 15:14).

Por sua própria iniciativa, os gentios não teriam vindo a Ele. Assim, foi o Senhor quem tomou a iniciativa. "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo m or­ rido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5:8). Tomar a iniciativa é característica divina.

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Os líderes devem estar alertas para exercitar a iniciativa de várias maneiras. Uma, alguém já sugeriu, é na área do serviço. O apóstolo Paulo demonstra isso de modo vivido. O navio no qual viajava para Roma naufragou na ilha de Melita. "Os bárba­ ros trataram-nos com singular humanidade, porque, acenden­ do uma fogueira, acolheram-nos a todos por causa da chuva que caía, e por causa do frio. Tendo Paulo ajuntado e atirado à fogueira um feixe de gravetos, uma víbora, fugindo do calor, prendeu-se-lhe à m ão" (At 28:2-3). Lá está Paulo, um homem idoso, ajuntando gravetos para os outros. Sem dúvida estava cansado como todos, mas tomou a iniciativa de servir, como Cristo teria feito quando caminhou neste mundo.

Um jovem líder de uma classe de adolescentes em nossa ci­ dade, chamado Mark Sulcer, doou-se sem reservas. Ele levava os garotos em seu carro a várias igrejas e atividades escolares. Também acompanhava seu comportamento após as aulas na escola dominical. Estava sempre disponível para eles, de dia ou de noite. E eu percebia que aqueles meninos jamais haviam co­ nhecido ninguém como Mark e estavam muito impressiona­ dos.

Quando chegou o Natal, dois deles se reuniram e planeja­ ram dar a Mark um presente surpresa. Sem contar a ninguém, foram a um shopping e fizeram todos os preparativos. Na noite de Natal, entregaram-lhe o presente. Ele abriu a caixa. Era um troféu de prata em forma de taça com os dizeres: "Para o segun­ do maior servo do mundo".

A vida e o exem plo de Mark tiveram im pacto na vida de seus seguidores, e eles estão mostrando sinais de crescimento nessa área. Sua iniciativa está gerando dividendos.

Um segundo modo de exercitar a iniciativa é dar o primeiro passo em direção à reconciliação. Dois textos dão orientação clara com relação a isto. "Se, pois, ao trazeres ao altar a tua ofer­ ta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta" (Mt 5:23-24). "Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüi-lo entre ti e ele só. Se

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ele te ouvir, ganhaste a teu irmão" (Mt 18:15). Se você ofendeu a um irmão ou irmã em Cristo e o Senhor traz isso à sua mente, você deve tomar a iniciativa de pedir perdão a ele ou ela. Se, por outro lado, alguém o ofendeu, você também deve tomar a inici­ ativa de ir a essa pessoa e acertar essa situação. Em ambos os casos, você age prim eiro!

Isso, logicamente, é uma das coisas mais difíceis de fazer na vida. Especialmente para um líder. Vários missionários me con­ taram de lutas desse tipo quando estavam trabalhando no cam­ po missionário: o orgulho era o obstáculo principal. Quando se dispunham a abrir mão dele e a tomar a iniciativa, o Senhor lhes dava alegria, libertação e bênção sobre cada situação.

Uma das táticas do diabo é fazer com que os líderes pensem que, se se humilharem e forem conversar com um membro do grupo para pedir perdão ou acertar alguma pendência, serão posteriormente menosprezados. Nada poderia estar mais longe da verdade. E com esse tipo de atitude que os líderes mostram o que têm de melhor, e as pessoas sabem disso. Geralmente o lí­ der acaba ganhando um seguidor leal, um bom amigo e um fiel ajudador na obra.

Uma terceira área para o exercício da iniciativa é a da busca por conhecimento. "Como águas profundas são os propósitos do coração do homem, mas o homem de inteligência sabe des­ cobri-los" (Pv 20:5). A alegria do líder é complexa, e dele não se espera que saiba tudo sobre todas as coisas. Portanto, um líder deve buscar cristãos sábios e aprender com eles.

Novamente, o orgulho muitas vezes atrapalha. Lembro um incidente em minha própria vida que ilustra bem esse conceito. Eu havia sido transferido de um ministério no campo para tare­ fas administrativas no escritório. Não tive muito tempo em nos­ sa base antes de assumir, e portanto não conhecia ao certo a si­ tuação na nova função. Por fim, vi-me em comitês discutindo coisas sobre as quais não sabia quase nada. Mas hesitava em admitir isso e fazer perguntas. Pensei que os outros esperassem que eu soubesse de tudo. Estava convencido de que, se come­ çasse a fazer perguntas, revelaria o quão ignorante era. Assim sendo, continuei na ignorância.

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De tempos em tempos, por exemplo, era convidado a reunir- me com o comitê de finanças. Meses se passaram antes que eu descobrisse que, quando se referiam ao I.R.P.F., estavam falan­ do de Imposto de Renda Pessoa Física! Vocês fazem idéia de quão útil devo ter sido para esse grupo. Se tivesse esquecido

m eu orgulho e tomado a iniciativa de perguntar, poderia ter prestado algum tipo de serviço. Os líderes não podem sustentar um comportamento como o que eu tive. Devem buscar ativa­ mente a informação de que necessitam a fim de conduzir seu trabalho de maneira apropriada. Devem fazer perguntas. De­ vem estar dispostos a aprender com os outros.

Iniciativa é definida como o espírito necessário para dar origem à ação. Como um líder adquire esse espírito? Como alguém pode tornar-se o tipo de pessoa que dá origem a ações? A coisa mais produtiva que um líder pode fazer é treinar a si m esm o para pensar na fren te. Um líder tem sido descrito como uma pessoa que vê mais do que as outras, além e antes que os outros.

Se o s líderes treinarem para pensar na frente, produzirão dois efeitos positivos sobre seu trabalho. Primeiro, isso os ajudará a mdnter-se longe de confusão. Eles evitarão tropeços e armadilhas pelo caminho. Eles se perguntam: "Se fizermos isso, o que pro­ vavelmente acontecerá? Como resultado, aonde isso nos leva­ rá? Quando isto ocorre, produz que resultados? Queremos es­ ses resultados? Se não, não vamos nem sequer andar nessa dire­ ção". Segundo, ao pensar na fren te, os líderes podem estabelecer alvos

para si mesmos e para seu grupo. Podem então imaginar os melhores caminhos para alcançar seus alvos e iniciar ações nes­ sa linha.

Tudo isso pressupõe que os líderes estejam em comunhão vital e diária com o Senhor através da Palavra e da oração (veja o capítulo 2). Caso contrário, podem ser levados por seu pró­ prio entendimento ou fazer planos usando a sabedoria do mun­ do como guia. Os líderes devem lembrar que a verdade só é encontrada em Jesus Cristo. Livros seculares sobre gerencia­ mento ou liderança são úteis, mas nosso recurso básico é Deus.

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"Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens" (1 Co 1:25)

Criatividade

A terceira razão pela qual alguns líderes são excelentes é sua criatividade. Eles não têm medo de experimentar coisas novas e diferentes. Quando examinamos a vida dos apóstolos, não encontramos a monotonia e a mesmice que caracteriza tantas vidas nos dias de hoje. Essa diferença pode ser traçada pela natureza de Deus em contraste com a natureza humana.

Para explicar melhor, Deus é um Deus de variedade e or­ dem, enquanto as pessoas adoram conformidade e desordem. As pessoas lutam para conform ar-se. Vá a qualquer cidade, olhe para as casas feitas durante a mesma época, e todas serão parecidas. As pessoas se esforçam para parecer-se umas com as outras no jeito de falar, vestir e com prar. A música pode ser identificada com as várias décadas; há uma espécie de igual­ dade.

Quão reconfortante é, ao contrário, ver o Senhor trabalhan­ do! Ele ama a variedade. Fico impressionado com isso num zo­ ológico. O jacaré, a girafa e o elefante revelam o amor de Deus pela diversidade. As flores e os pássaros e as árvores ensinam essa mesma verdade. Os cientistas asseguram que não há dois flocos de neve iguais. Quando refletimos sobre tudo isso, é tris­ te constatar que nosso trabalho para Deus é tão diferente do tra­ balho que Ele fez. As mesmas velhas e inexpressivas programa­ ções são executadas ano após ano. A criatividade infelizmente está em falta.

A criatividade do Senhor foi dem onstrada a mim de um modo bem -hum orado, único e marcante. Minha esposa e eu visitamos a Rússia. Quando estávamos prontos para regressar, disseram que deveríamos assinar um documento declarando que não estávamos levando rublos para fora do país. Tínhamos permissão de ter um pequeno valor para compra de souvenirs, mas era crime sujeito a severa punição tentar deixar o país com papel-moeda. Trocamos então os rublos por dólares e assina­

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mos o documento. Passamos pela polícia e aguardamos no sa­ guão pelo avião que nos levaria a Helsinki.

Nosso vôo foi anunciado, e aguardamos na fila até sermos encaminhados para o embarque. O primeiro da fila parecia ser um turista americano. Depois de ter sua bagagem examinada, ao passar pelo detetor de metais, o alarme soou. Ele esvaziou os bolsos e tentou novamente. O alarme soou. Tirou seu cinto e tentou de novo. Nova sirene! Dessa vez, ele e começou a rir da situação. Ele podia ser ouvido por todo o saguão. E isso aconte­ ceu várias vezes com o mesmo resultado, e ele ria cada vez mais alto.

E lá estávam os nós, aproxim adam ente quarenta pessoas, esperando para despachar nossa bagagem , e um americano gordo e barulhento, de bermuda e camiseta, indo de um lado para o outro do detetor de metais fazendo com que o "gongo" soasse continuamente. Não havia absolutamente nenhuma ra­ zão para que o alarme soasse, mas ainda assim ele insistia em soar. Os guardas foram ficando cada vez mais agitados, e a multidão continuava rindo. Estávamos diante de um impasse. No meio da confusão, minha esposa que era a próxima da fila, aguardava a revista de sua bolsa, sem saber que no fundo dela havia oito rublos! Ela esquecera de trocá-los. Diante disso, tinha tudo para ser pega e acusada de um sério crime. Mas en­ quanto isso, o show prosseguia. O homem continuou a fazer soar o alarm e e rir ainda mais alto. O vôo já estava atrasado, mas a m ultidão não se im portava. Eles nunca haviam visto nada igual. Era um verdadeiro carnaval. Os guardas, no entan­ to, não estavam achando nenhuma graça. Um dos deuses da União Soviética era sua tecnologia, e esse deus estava sendo humilhado por um grupo de turistas americanos.

Finalmente os guardas, irados e frustrados, gritaram para todos da fila: "Podem passar!". Minha esposa inocentemente cam inhou para o avião carregando seus rublos proibidos. Quando chegamos em Helsinki, ela descobriu o dinheiro e ficou chocada. Então entendemos o porquê de o alarme ter tocado sem razão aparente. O Senhor olhou lá do céu, viu dois de seus

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filhos ingênuos prestes a entrar numa tremenda confusão, e os livrou do perigo. Mais uma vez Ele mostrou Sua natureza cria­ tiva e inovadora. Criatividade é parte de Sua natureza.

Há algum tempo, no escritório do presidente de uma organi­ zação internacional cristã, discutíamos a obra de Deus ao redor do mundo. Ele me mostrou uma carta que havia acabado de receber de um de seus missionários. Ela estava cheia de notícias e continha muitos relatos encorajadores da bênção de Deus so­ bre o trabalho. Mas uma sentença foi altamente perturbadora para o líder. "Temos seguido a mesma programação durante cinco anos e ela ainda produz resultados".

O presidente olhou para mim e disse: "Se eles têm seguido a mesma programação por cinco anos, é obvio que não deveriam fazê-lo. Deve haver uma maneira ainda melhor!".

Tenho pensado muito nesse comentário, e estou convencido de que ele está certo. Deve haver um caminho melhor! Com certeza não chegamos à melhor maneira possível de abordar os que estão perdidos. Nem mesmo ao melhor modo de ensinar aos que crêem. Há sempre espaço para aperfeiçoarmos. Deus por certo pode revelar mudanças e novas abordagens que pro­ duzirão uma colheita ainda melhor na seara do Seu reino.

A criatividade de quatro homens anônimos que trouxeram seus amigos a Jesus tem sido há muito tempo um desafio para mim.

"Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar; e anunciava-lhes a palavra. Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens. E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o eirado no ponto correspondente ao em que ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o doente. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados" (Mc 2:2-5).

Lá estavam quatro homens que tinham um problema. Havia um amigo que eles queriam levar à Jesus, mas achavam que

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