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F idelidade é a terceira qualidade necessária em um colega de trabalho A Bíblia diz: "Muitos proclamam a sua própria be-

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Superando as Dificuldades

3. F idelidade é a terceira qualidade necessária em um colega de trabalho A Bíblia diz: "Muitos proclamam a sua própria be-

nignidade, mas o homem fidedigno, quem o achará?" (Pv 20:6). Tenho de admitir que essa qualidade é rara. E difícil encontrar alguém em quem se possa confiar plenam ente. Parece que confiabilidade não é uma das características de nosso tempo. Talvez jamais tenha sido em tempo algum. "Socorro, Senhor! Porque já não há homens piedosos; desaparecem os fiéis entre os filhos dos homens" (SI 12:1).

Contudo, os líderes devem esperar por pessoas fiéis com quem possam compartilhar os fardos.

Salomão nos dá a razão: "Como dente quebrado e pé sem fir­ meza, assim é a confiança no desleal, no tempo da angústia" (Pv 25:19).

Duas passagens que leio para as pessoas na tentativa de ins­ pirar fidelidade, expressam princípios ensinados por Jesus a seus discípulos. O primeiro diz respeito à importância dafid eli­ dade nas pequenas coisas. "Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito" (Lc 16:10). Alguém que não consegue ver a importância de fazer um trabalho pequeno fielmente, será o mesmo alguém que fra­ cassará nas tarefas maiores. Você pode saber muito a respeito de uma pessoa ao observar como ela arruma as cadeiras para uma reunião ou cumprimenta os outros na chegada. É muito fácil detectar se o seu coração está ou não no que faz. Pessoas que fazem um trabalho malfeito no transporte da turma da clas­ se para o retiro de final de semana prestarão o mesmo tipo de serviço quando lhes for solicitado que liderem o retiro.

() segundo princípio éfidelidade ao trabalhar com os outros. "Se não vos tornastes fiéis na aplicação do alheio, quem vos dará o

SUPERANDO AS DIFICULDADES 1 >') que é vosso?" (Lc 16:12). Alguns simplesmente odeiam ser cha­ mados para ajudar outra pessoa em suas atividades. Se isso não está intimamente relacionado à tarefa deles, simplesmente não ajudam. Jesus ensinou que, antes que você possa ter suas pró­ prias responsabilidade, deve aprender a trabalhar com os ou­ tros e ajudá-los nas responsabilidades deles.

E por isso que há sempre lugar no topo. Pouquíssimas pes­ soas estão dispostas a aprender a lidar com responsabilidades importantes, adaptando-se primeiro à vida, agenda e progra­ mação de um semelhante.

Mas as Escrituras estão carregadas de exemplos desse tipo de atitude.

Josué foi "ministro de Moisés". Eliseu foi escolhido como aquele que viria após Elias e o serviria. Cada um desses ho­ mens tornou-se um grande líder à sua própria maneira, mas primeiro aprendeu que demonstrar essa característica básica é uma verdadeira bênção. Os líderes poderão delegar boa parte de sua carga de trabalho aos outros e alegrar-se à medida que a obra segue adiante no cumprimento da missão da igreja.

M antendo os outros informados

A segunda área na qual os líderes podem encontrar obstáculos difíceis de transpor é ao supor que as pessoas sabem o que se passa, ou ao pensar que todo mundo sabe por que eles fazem as coisas que fazem. Moisés passou por este problem a: "O ra, Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os que­ ria salvar, por intermédio dele; eles, porém, não compreende­ ram" (At 7:25). Os líderes logo aprendem a deixar suas linhas de comunicação abertas. Se não aprendem, isso pode causar um tremendo desastre.

Essa realidade é vividamente ilustrada na história dos filhos de Israel. As guerras de conquista haviam sido esquecidas, e a terra desfrutava paz. "Desta m aneira, deu o Senhor a Israel toda a terra que jurara dar a seus pais: e a possuíram e habita­ ram nela" (Js 21:43). As tribos que tinham fazendas no outro lado do Jordão retornaram às suas casas. No caminho, constru-

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iram um altar ao lado do rio Jordão (22:10). Então algo estranho e terrível aconteceu. Ao ouvir sobre o altar e imaginando o pior, o restante dos filhos de Israel fez planos de guerrear contra seus irmãos por causa da idolatria!

A Escritura descreve a situação assim: "Os filhos de Israel ouviram dizer: Eis que os filhos de Rúben, os filhos de Gade e a meia tribo de Manassés edificaram um altar defronte da terra de Canaã, nos termos pegados ao Jordão, da banda dos filhos de Israel. Ouvindo isto os filhos de Israel, ajuntou-se toda a congre­ gação dos filhos de Israel em Silo, para saírem à peleja contra eles" (vv. 11-12). Imagine só!

Após anos de guerra, companheiros em inúmeras batalhas, planejavam agora uma guerra civil. Por quê? Houve um sim­ ples equívoco que gerou toda essa confusão, porque as linhas de comunicação não estavam abertas. A maioria havia apenas "ouvido falar" das ações da minoria e não sabia nada sobre as razões por trás dessas ações.

Felizm ente, foi enviada uma delegação que cruzou o rio para apurar os fatos. A explicação foi simples. O altar não era "nem para holocaustos, nem para sacrifício, mas, para que entre nós e vós e entre as nossas gerações depois de nós, nos seja tes­ temunho, e possamos servir ao Senhor diante dele com os nos­ sos holocaustos, e os nossos sacrifícios, e as nossas ofertas pací­ ficas; e para que vossos filhos não digam amanhã a nossos fi­ lhos: Não tendes parte no Senhor" (vv. 26-27).

Quando a delegação ouviu a explicação, ficou satisfeita, e o assunto foi encerrado (22:30). Um desastre foi evitado. Mas note o padrão: a suspeita precipitada levou a falsas acusações, que por sua vez provocaram ira e divisão, que poderiam ter condu­ zido à guerra. Os líderes devem fazer o que for possível para prevenir tais situações, mantendo as pessoas informadas. Pla­ nos mantidos em segredo acabam trazendo uma resposta nega­ tiva. Um esforço ativo para ajudar o povo a ver o que e por que está sendo feito terá grande valia para deter boatos e rumores.

A maioria dos líderes concorda em que a boa comunicação é necessária e ao mesmo tempo tremendamente difícil. O proble­

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ma é agravado pelo fato de que, em muitos casos, a real fonte de

11 issensão e divisão é o diabo. Uma de suas principais ferramen­ tas para interrom per o projeto da igreja e deter o ímpeto do evangelho é fazer com que cristãos lutem entre si. Os líderes devem fazer tudo o que puderem para m anter um clima de amor, paz e harmonia entre as pessoas. E isso demanda esforço. "Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, su­ portando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligen­ temente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz" (Ef 4:2-3).

Um testemunho pessoal ou um informativo ocasional por escrito ajuda muito. Pedir conselho às pessoas e deixá-las parti­ cipar das decisões é produtivo de muitas maneiras. Em uma palavra, os líderes geralmente necessitam de toda a ajuda que puderem conseguir. Segundo, as pessoas sabem que estão par­ ticipando e fazendo reais contribuições. Isso mantém o moral alto e o nível de equívocos baixo. Dessa tarefa os líderes não podem esquivar-se. Eles devem encarar a responsabilidade de manter o fluxo de informações e as linhas de comunicação aber­ tas. Embora este seja um trabalho árduo, encontrarão êxito se assim o fizerem.

Cumprindo tarefas desagradáveis

Quando os líderes se dedicam as coisas que apreciam fazer e desprezam as tarefas consideradas desagradáveis para eles, surgem problemas. Há muita responsabilidade envolvida no trabalho do líder, e eles devem estar dispostos a cumpri-la ca­ balmente. Davi é um exemplo clássico disso. Ele era um ho­ mem que se sobrepujava na batalha. Era um guerreiro, e dos bons. E também administrava habilmente os negócios do povo. Não negligenciava essas atividades porque preferia o prazer da I iderança na batalha.

Reinou, pois, Davi sobre todo o Israel; julgava e fazia justiça a todo o seu povo. Joabe, filho de Zeruia, era comandante do exército; Josafá, filho de Ailude, era cronista. Zadoque, filho de Aitube, e Abimeleque,

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filho de A biatar, eram sacerdotes; e Sausa escrivão. E Benaia, filho de Joiada, era o com an dan te da g u arda real. Os filh o s de D avi, porém , eram os prim eiros ao lado do rei (1 Cr 18:14-17).

Davi tinha dois ministros militares, um para com andar as forças nos campos de batalha e otitro, seu guarda-costas, para manter a ordem dentro do país. Tinha dois líderes religiosos sob A biatar. Tinha tam bém dois m inistros civis, um para mantê-lo a par das coisas que precisavam ser feitas e outro para manter o povo informado do que havia sido feito. Assim, qual­ quer nova lei era de imediato conhecida, além de haver um ca­ nal de comunicação direto com o rei. E isso funcionava bem. O povo o amava.

É tarefa dos líderes manter um programa equilibrado. É fácil promover um aspecto da tarefa em detrimento de outro. Eles podem enfatizar levantam ento de fundos e negligenciar o evangelismo. Podem ter um forte ímpeto evangelístico e me­ nosprezar o treinamento de seu povo. Podem ficar tão preocu­ pados com aspectos organizacionais e detalhes administrativos que perdem a visão de objetivos mais abrangentes. O desequi­ líbrio ocorre normalmente quando os líderes se deixam concen­ trar no trabalho que mais apreciam, enquanto evitam as res­ ponsabilidades que são parte do trabalho. A habilidade para provar tanto do doce quanto do amargo é uma das marcas do bom líder.

Problemas pessoais: tristeza e aflição

Os líderes não estão isentos de enfrentar problemas pessoais. Dificuldades financeiras podem atingi-los. Eles podem enfren­ tar provas severas com os filhos. Doença familiares podem re­ presentar um fardo difícil de carregar. Eles também podem re­ ceber ataques pessoais com relação a suas motivações, caráter e integridade. As tempestades da vida podem rugir ao redor de­ les e às vezes parecer tragá-los em sua fúria. Inquietações, pre­ ocupações e perplexidade não são sentimentos estranhos a uma pessoa em posição de liderança.

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O apóstolo Paulo falou sobre isso:

E não som en te isto, m as tam bém nos gloriem os nas próprias tributa­ ções, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confun­ de, porqu e o am or de D eus é derram ado em nosso coração pelo E spiri­

to Santo, que nos fo i ou torgado (Rm 5:3-5).

Quando leio esta passagem, fico impressionado com o fato de o apóstolo afirmar que se gloria e se regozija na tribulação. Por quê? O que seria tão agradável na tribulação? Por que uma pessoa normal haveria de se gloriar nisso? Para a maioria de nós, a tribulação deve evitada, mas aqui ela é apresentada como algo no qual se gloriar. Este é um estranho paradoxo, pois tribu­ lação significa pressão, aflição e dificuldade.

A palavra tribulação no texto vem de um termo empregado para um antigo instrumento que separava o trigo da palha. Isso nos dá uma pista daquilo em que Paulo se gloriava. E não ape­ nas ele. Outros autores do Novo Testamento ressaltam a mes­ ma idéia. Pedro escreveu: "Amados, não estranheis o fogo ar­ dente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo" (lPe 4:12). Tiago diz: "Meus irmãos, tende por motivo de toda ale­ gria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes" (Tg 1:2-4).

Incrível! Minha tendência natural é alegrar-me quando venço

tentações, não quando caio nelas!

O apóstolo Paulo orientou os colossenses a responder ao sofrimento continuado com alegria e ações de graça! "Sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria" (Cl

1:11).

Ao ler estas passagens, podemos entender por que as provas e dificuldades devem ser saudados com alegria e gratidão. É

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através delas que Deus constrói o caráter cristão. Perseverança e força para resistir são produzidas em nossa vida. Não deve­ mos perder de vista o modo como Deus faz as coisas. A perse­ verança é uma qualidade básica essencial à liderança, e este é o método de Deus para torná-la parte integrante de nosso caráter. Uma árvore que cresce em uma estufa é perfeitamente saudá­ vel, mas é alta e espichada. Uma árvore que cresce onde sopra um vento forte finca suas raízes em solo profundo. Ela é rude, forte e tem resistência. É disso que os líderes necessitam. As provas fortalecem nossa fé, e a experiência produz confiança em Deus para o futuro.

Paulo escreve:

Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder ser aper­ feiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraque­ zas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto pra­ zer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2 Co 12:9-10).

Devemos encarar o fato de que Deus está mais preocupado com nossa m aturidade do que com nosso conforto. É desejo Dele que as muitas facetas da beleza de Cristo possam brilhar através de nossa vida.

Você já visitou uma fábrica de vasos? Quando o vaso é colo­ cado no forno, suas cores são opacas e inexpressivas. Quando sai do fogo, elas são vividas. O fogo as torna belas. O mesmo ocorre com nossa vida. Os fornos da vida trazem a beleza da vida de Cristo para dentro de nós.

Lia Trotman, esposa do fundador de Navegadores, encarou muitas tempestades. Mas quando ela entra em um recinto, o lugar se ilumina. Ela irradia beleza e um frescor de espírito que é maravilhoso contemplar. A beleza de Cristo resplandece atra­ vés dela.

Isso só ocorre, é claro, quando enfrentamos tribulações na vida à luz da cruz de Cristo. Se não for assim, as adversidades

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podem erguer barreiras entre nós e o Senhor. Podemos tornar- nos amargurados. Para que isso não ocorra, devemos encarar nossas dificuldades crendo que Deus as usará para realizar Seus propósitos e completar Sua obra em nós.

Além de manifestar a beleza de Cristo, as tribulações podem ser usadas para demonstrar o poder de Deus. Paulo e Silas ha­ viam sido espancados, lançados na prisão, e presos em troncos. Embora os direitos civis deles tivessem sido violados, e ele ti­ vessem sido tratados fora dos parâmetros legais, o que os ob­ servamos fazer? Cantar! Canções de protesto? Não! Eles canta­ vam canções de louvor a Deus.

Paulo praticou em Filipos o que havia pregado em sua carta aos colossenses. Quando em sofrimento, eles deveriam respon­ der com alegria e gratidão. Esta seria a manifestação do poder glorioso e imensurável de Deus em ação. "Sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a per­ severança e longanimidade; com alegria, dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz" (Cl 1:11-12).

Há muita discussão sobre como o poder de Deus se manifes­ ta em uma vida. Paulo nos diz que, quando alguém passa pelas chamas da adversidade com espírito de gratidão e alegria, isso é poder.

E assim como Moisés desviou-se para observar a sarça que ardia mas não se consumia, as pessoas são desafiadas pela vida que passa pelo fogo a cantar louvores a Deus.

Um dos trechos mais úteis das Escrituras para ter em mente nos dias de dificuldade é dado por Isaías: "Porque os meus pen­ samentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos cami­ nhos, os meus caminhos, diz o Senhor; porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos" (Is 55:8-9).

Ao orar por libertação, devemos lembrar que Deus tem Seu tempo e Seus próprios caminhos. Isso está ilustrado claramen­ te na experiência do apóstolo Paulo. Em Antioquia da Pisídia,

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ele foi expulso da cidade (At 13:50). De lá ele foi para Icônio, onde tentaram apedrejá-lo mas ele escapou (14:5-6). Ele fugiu então para Listra, onde foi apedrejado e dado como morto (v. 19). São duas fugas de três possíveis ataques, o que não é nada mau, de acordo com a lei das m édias, embora alguém dificil­ mente possa resistir pelo m enos a uma das possibilidades, já que qualquer uma delas seria praticamente fatal!

Ao relembrar essas passagens, Paulo faz contudo uma de­ claração surpreendente:

"Tu, porém , tens seguido, de perto o meu ensino, procedim ento, p ro­ pósito, fé , longanim idade, am or, perseveran ça, as m inhas p erseg u i­ ções e os m eu s sofrim en tos, q u a is m e acon teceram em A n tio q u ia , Icônio e Listra, que variadas perseguições tenho suportado! D e todas, entretanto, m e livrou o Senhor" (2 Tm 3:10-11).

Paulo realmente quis dizer "de todas"? Em Antioquia, sim; em Icônio, sim; mas em Listra ele foi apedrejado e dado como morto. Ainda assim Paulo diz que foi livrado por Deus de todas elas, e aqui se encontra uma verdade m aravilhosa. Paulo foi livrá-lo duas vezes d a s pedras, e uma vez a t r a v é s delas! E em ambos os casos foi um livram ento dado por Deus. Paulo sem dúvida teria escolhido ser libertado delas em tod o s os casos, mas os caminhos de Deus não são os nossos. Paulo saiu dessas ex­ periências com um testemunho radiante do poder libertador e preservador de Deus. "O Senhor me livrará tam bém de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. A m ém " (4:18).

"Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daque­ les que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28). A verdade desta declaração é fácil de compreender, mas é difícil de ser vivida no dia-a-dia. Quando o líder está no meio da fornalha da aflição, é penoso ter essa segu­ rança.

Enquanto eu escrevia estas palavras, minha esposa estava fa­ zendo uma torta de cenoura. Se ela me oferecesse um punhado

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de legumes para o almoço, eu diria "Não, obrigado". O mesmo seria verdade se me oferecesse uma caneca de farinha. Mas quando estes e outros ingredientes são misturados e o resultado da mistura vai para o forno por um tempo, então aí é outra his­ tória.

Isso é o que Deus muitas vezes faz com nossa vida. Ele tra­ balha misturando bons e maus momentos, e sabe a exata mistu­ ra que é ideal para nós. Passamos pelo fogo da tribulação e, quando o processo se completa, somos pessoas melhores por causa dele. O segredo é perceber o que Deus está fazendo e "gloriar-se nas tribulações"; responder com gratidão e alegria. Assim, quando você se vir atribulado ou perplexo, ou perse­ guido ou abatido, regozije-se! Deus está desenvolvendo perse­ verança e esperança. "Ora, a perseverança deve ter ação com­ pleta, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes" (Tg 1:4). E, se você estiver passando por estas coisas agora, ani- me-se! Está em poderosa e boa companhia. Paulo escreveu: "Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perple­ xos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desam­ parados; abatidos, porém não destruídos" (2 Co 4:8-9). Acres­ cente-se a isso que Paulo estava constantemente encarando a morte. "Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal" (v. 11).

O que manteve Paulo em atividade, diante de tudo isso? Ele lista cinco coisas. A primeira era a fé. "Tendo, porém, o mesmo espírito da fé, como está escrito: Eu cri, por isso é que falei, tam­ bém nós cremos, por isso também falamos" (v. 13). A segunda era a esperança: "sabendo que aquele que ressuscitou ao Se­ nhor Jesus, também nos ressuscitará com Jesus, e nos apresen­ tará convosco" (v. 14). A terceira eram as necessidades dos ou­ tros. "Porque, se enlouquecemos, é para Deus; e, se conserva­ mos o juízo, é para vós outros" (5:13). A quarta, era o benefício de sua própria alma. "Por isso, não desanimamos: pelo contrá­ rio, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo o nosso homem interior se renova de dia em dia" (4:16). A quin­

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