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como falar com seu I-Chefe

No documento A PRENDA A EVITAR CONFLITOS (páginas 194-197)

O nono passo:

"Fazer reparações a todas as pessoas que posso ter prejudicado com minha estupidez, a não ser que entrar em contato com elas coloque minha vida em risco."

Citar uma clássica canção country, mesmo para um I-Chefe que pode não saber exatamente o que ela significa, não é um comportamento apropriado para quem quer investir na carreira. Se você quer se livrar do fardo que trabalhar para um idiota pode representar, se quer libertar- se da culpa opressiva de odiar seu I-Chefe, se gostaria de restaurar a energia e o entusiasmo que antes levava para o trabalho, tenho boas e más notícias. A boa notícia é que você pode mudar todo o relacionamento com seu I-Chefe. A má notícia é que você precisa fazer algumas reparações relacionadas a ele.

Não se preocupe: ele provavelmente nunca perceberá o que você está fazendo, a menos que o encare e diga diretamente: "Desculpe, pensei que você fosse um idiota". Aplicar as técnicas que venho mencionando em todos os capítulos vai fazer com que ele se sinta melhor em sua companhia, e, de maneira geral, você se sentirá melhor. Assim, ele passará a tratá-lo melhor depois da execução de sua estratégia.

Fazer reparações a seu I-Chefe, fazer com que ele se sinta melhor, tem muito a ver com a linguagem. Se as palavras que

escolhemos usar ou omitir de uma conversa revelam muito sobre quem somos e nossas atitudes e crenças, nossas ações são verdadeiras enciclopédias. Uma pesquisa conduzida pelo professor emérito de psicologia da Universidade da Califórnia, Albert Mehrabian, determinou que as palavras representam 7 por cento de uma mensagem cara a cara. Inflexões verbais representam 38 por cento, e a expressão facial responde por 55 por cento.

A análise do dr. Mehrabian não mencionou os gestos italianos ou os sinais de mãos tão comuns no trânsito na hora do rush, circunstâncias em que as palavras são desnecessárias, mas sua teoria foi bem colocada. Não são as palavras que você diz, mas como as diz. Se você franze a testa ao dizer para seu I-Chefe que está prestes a atirar o monitor do seu computador pela janela, ele vai se atirar sob a mesa. Se você diz a mesma coisa sorrindo, ele abrirá a janela para você.

A linguagem corporal raramente induz ao erro. A secretária que se atirava sobre a mesa na Disney fazia uma afirmação clara e concisa com seus movimentos acrobáticos.

Contentamento

Você não pode fazer uma reparação apropriada a menos que entenda os componentes básicos da comunicação. O que você diz ou não diz e o que você faz ou não faz diz tudo. É assim com seu I- Chefe. Você pode fazer seu relacionamento com o I-Chefe funcionar contra ou a seu favor, dependendo de como se comunica com ele e o que escolhe comunicar. Já o aconselhei a ouvir cuidadosamente quando seu I-Chefe fala. Sobre o que ele escolhe falar: trabalho ou futebol?

Se ele gosta de falar sobre futebol, você só vai aborrecê-lo se tentar conduzir a conversa para questões relacionadas ao trabalho. Você pode manobrá-lo com astúcia e contornar o impasse usando metáforas do futebol para descrever situações de trabalho que considera importantes.

Fale em "tirar as caneleiras", atingir objetivos organizacionais marcando "gols", colocar os problemas "na marca do pênalti", e criar história na corporação aplicando um "chapéu".

Também não sei o que tudo isso significa. Mas se meu I-Chefe é fã de futebol, pode apostar que vou descobrir o que é um chapéu, e terei revistas de futebol sobre a minha mesa, uma bola encostada no canto da minha sala, e uma foto de uma copa do mundo como proteção de tela no meu monitor.

Se você quer conquistar corações e mentes de outras pessoas no escritório, especialmente seu I-Chefe, ajude-as a realizar suas fantasias... dentro do razoável. Que atividades extracurriculares envolvem seu I-Chefe fora do trabalho ou mesmo dentro dele? Se ele gosta de se vestir de xeque árabe, eu o aconselho a pôr as mãos numa túnica e num par de sandálias e beber chá enquanto se senta de pernas cruzadas sobre um tapete persa. Pessoas muito ricas no oriente Médio fazem exatamente o mesmo todos os dias. E os velhos hippies em Portland, Oregon, também. A diferença está basicamente no valor do tapete. Se seu I-Chefe pensa ser Rodolfo Valentino, não apareça vestido como um hippie de Portland.

Não irei tão longe a ponto de invocar a analogia de "ensinar um porco a cantar", mas você vai viver uma vida mais feliz, saudável e produtiva se desenvolver métodos e técnicas para visitar o mundo de seu I-Chefe quando for apropriado, em vez de tentar arrancá-lo de lá e levá-lo ao seu mundo. Se seu chefe idiota o frustrou a ponto de distraí-lo, você provavelmente fez o mesmo com ele. Deve ter investido tempo e energia excessivos agindo como age ou, pelo menos, agindo como quer que ele aja. Isso vai esgotar a todos.

Faça uma reparação a seu I-Chefe resolvendo não arrancá-lo de seus interesses e de suas atividades favoritas. Não admita que tentou e falhou. E você vai falhar se tentar seguir por esse caminho. Seu I-Chefe vai deixá-lo maluco o bastante para fugir e se juntar a uma tribo indígena antes de ter alcançado qualquer medida de influência sobre seus interesses ou decisões. Torne uma tarefa pessoal priorizar os interesses dele enquanto trata de se envolver numa arquitetura social no escritório.

No documento A PRENDA A EVITAR CONFLITOS (páginas 194-197)