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97 6. Conclusões e Perspetivas Futuras

A realização do EP superou as minhas expetativas pela positiva, mas confesso que também pela negativa. Pela positiva, principalmente, porque me permitiu identificar com a profissão e conhecer o verdadeiro papel do professor de EF. Na verdade, no início do ano, revia-me mais como estudante do que como professora e essa noção fez com que sentisse bastantes dificuldades na PP. Com o passar do tempo, fui-me sentindo mais à vontade com o papel que desempenhava, aprendendo a reconhecer o meu valor enquanto professora. Aliás, o facto de ser reconhecida por toda a comunidade escolar como professora permitiu-me sentir que o meu trabalho era valorizado. Mas foi o reconhecido conquistado junto dos meus alunos que mais marcou este meu percurso formativo. Lembro-me das primeiras vezes em que os meus alunos me chamaram “professora” e do orgulho que sentia nesses instantes. Também os momentos de proximidade com os alunos, as conversas de incentivo, as vitórias que iam sendo conquistadas por eles e os seus agradecimentos, foram momentos que me mostraram o quão compensador é “ser professor” e foram momentos que deixarão para sempre saudade. Já pela negativa, principalmente, por me senti entristecida frente à atitude de alguns alunos em relação à EF e à escola. Primeiro, porque são cada vez menos os alunos que dão importância à nossa disciplina e, segundo, porque enquanto aluna nunca tinha percebido a imensidão de maus comportamentos e de indisciplina por parte dos alunos na escola. Na verdade, penso que a maioria da juventude encontra-se cada vez mais pobre em valores e, simultaneamente, sem objetivos em relação à escola.

Relativamente à minha atuação como docente, considero que teve um balanço positivo, apesar do início controverso, com alguns altos e baixos. Reconheço que nem sempre foi fácil desempenhar o papel de professor, no entanto, nunca desisti e sempre procurei respostas e soluções para os meus problemas. Neste conjunto de contrariedade, o meu maior desafio foi, de facto, o controlo da turma. Efetivamente, desde o início do ano que a turma se mostrou indisciplinada, obrigando-me a muita reflexão, muita análise das aulas com os meus colegas de estágio e PC, muito estudo e muita pesquisa para

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encontrar estratégias que me ajudassem a superar estes problemas de indisciplina. Inclusive, parte dessas estratégias acabaram por surgir do estudo de investigação que realizei. Atualmente, terminando o EP, reconheço que este problema não ficou totalmente resolvido, mas considero que as estratégias implementadas apresentaram bons resultados e uma mudança significativa no comportamento geral da turma. Mas, se me fosse dada uma nova oportunidade, com as capacidades, competências e conhecimentos que consegui adquirir, provavelmente iria repensar algumas decisões, sobretudo, relativas ao controlo da turma e à imposição de regras desde o início do ano.

Em termos de aprendizagens, a maioria resultou da capacidade de adaptar o conhecimento adquirido na formação, em anos anteriores, ao contexto real da minha turma e escola. Estas centraram-se, principalmente, na elaboração de UDs e planos de aula, seleção e ajuste dos exercícios, emissão de feedback e definição de estratégias pedagógicas, principalmente, estratégias preventivas.

Relativamente às minhas perspetivas futuras, atendendo ao contexto atual do mercado de trabalho no ensino, estas não são muito animadoras. No entanto, considero que o conhecimento adquirido e a experiência vivida serão ferramentas muito úteis para trabalhar em qualquer outra área desportiva, pois considero que estes são conhecimentos transversais a muitas áreas de intervenção. Deste modo, voarei mais baixo, mas não deixarei de voar até chegar onde sempre quis estar, na escola.

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