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4. Realização da Prática Profissional

4.1. Planeamento e conceção de ensino

4.3.4. O terceiro momento Avaliação Sumativa

Com o final de cada modalidade lecionada, surge a necessidade de verificar o ponto de chegada dos alunos, comparativamente ao seu nível de aprendizagem inicial. Ou seja, importa verificar se existiu evolução desde o início da UD até ao seu final. Pois, como refere Ribeiro e Ribeiro (1990, p.359),

“A avaliação sumativa procede a um balanço de resultados no final de um segmento de ensino-aprendizagem, acrescentando novos dados aos recolhidos e contribuindo para uma apreciação mais equilibrada do trabalho realizado”.

Este momento de avaliação correspondeu a uma fase de averiguações, tendo como principal objetivo o balanço final de um ciclo de aprendizagem de uma matéria de ensino. Esta fase correspondeu ao balanço sobre as habilidades adquiridas pelos alunos e à sua classificação no final, conseguindo assim determinar se os objetivos inicialmente propostos foram, ou não, cumpridos.

Aliado aos diários de bordo e à AF, a avaliação sumativa (AS) acabou por ser também um ponto de partida para uma reflexão sobre as opções que tomei, desde o meu desempenho como professora, às estratégias adotadas e à forma como a matéria foi lecionada. Este processo reflexivo permitiu-me, sobretudo, retirar ilações para que os erros do presente não se expressassem no futuro. Como refere Bento (2003, p. 175), “Sem um trabalho de reflexão

suficientemente aprofundado não é possível a avaliação dos alunos e da atividade pedagógica do professor. E sem um controlo permanente da qualidade do ensino nenhum professor consegue garantir a eficácia e a melhoria da sua prática pessoal”.

A AS foi implementada no final de todas as modalidades lecionadas. Para o efeito, utilizei como instrumento, a lista de verificação e recorri à observação direta e a meios audiovisuais, para que além da observação na aula, pudesse mais tarde confirmar e voltar a analisar, se necessário, um ou mais alunos. O registo nas listas de verificação era realizado após a observação dos alunos. Sempre que a resposta comportamental do aluno ia ao encontro do critério definido, registaria na lista como “executa”, caso a resposta

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fosse contrária colocaria “não executa”. Por exemplo, no futebol, uma das habilidades avaliadas foi a progressão no campo, atacando diretamente o adversário ou a baliza (penetração), este tinha um impacto de 20% na nota final da modalidade. Caso o aluno cumprisse com esse objetivo ser-lhe-ia atribuída a percentagem correspondente. Os conteúdos presentes no instrumento de avaliação foram divididos quantitativamente em concordância com a importância que lhes foi atribuída durante as aulas, ou seja, os conteúdos mais exercitados foram também os mais relevantes para o processo de avaliação.

Os conteúdos e critérios aqui definidos eram semelhantes aos da avaliação diagnóstica, diferenciando apenas quando existiam casos de alunos dispensados ou situações de diferenciação pedagógica. Uma vez que, o ensino era diferenciado, também a avaliação deveria de patentear essas diferenças. Relativamente aos alunos dispensados, estes eram avaliados através de relatórios de aula, da cooperação e participação na aula (e.g. arbitro) e através do teste escrito.

Por norma, os alunos encaravam o momento de avaliação com alguma seriedade e responsabilidade. Considero que, este momento tem especial importância para o aluno e para o professor, uma vez que é o momento (formal) em que os alunos colhem os resultados do seu empenho e onde o professor verifica o resultado do seu ensino.

Em termos gerais, tanto na AD como na AS, fui sentido algumas dificuldades no registo e análise do desempenho dos alunos. A complexidade de observar, qualificar e registar em tempo real, foram sem dúvida um obstáculo enquanto avaliava: “Durante a fase final da aula foi realizado jogo,

mais uma vez a dificuldade em observar ações ofensivas, como o passe corta por exemplo, foi evidente.” (DB, Semana 9). Estas dificuldades foram sentidas,

essencialmente, durante as primeiras avaliações, em que demorava muito tempo para registar, uma vez que tinha necessidade de observar inúmeras vezes cada aluno até me certificar que cumpria com os objetivos propostos. Com o passar do tempo, o processo foi-se tornando mais fácil, ou seja, conseguia observar mais rapidamente e centrar-me apenas nos critérios a serem avaliados. Para isso, além da experiência que fui acumulando, foi importante definir criteriosamente aquilo que ia ser avaliado e ter presente

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esses mesmos critérios, evitando inúmeras perdas de tempo ao rever constantemente a grelha de verificação.

Segundo Gonçalves et al. (2010, p. 69), “Antes da classificação ser feita,

deve determinar-se o método a utilizar, atribuindo percentagens e ponderações a cada parâmetro de avaliação. Esta ponderação deve ser feita de acordo com a dificuldade da tarefa e a classificação não deve resultar de um único momento de avaliação, mas sim de vários, tentando ser o mais fiável possível”.

Com efeito, os alunos eram avaliados numa escala de 1 a 5, conforme os conteúdos definidos, para o domínio psicomotor e cognitivo. Cada nível era representado por uma percentagem, que era obtida conforme os alunos fossem cumprindo com os critérios definidos. O primeiro nível da escala, o nível 1, correspondia a uma percentagem entre os 0% e 19%; o nível 2, entre os 20% e 49%; o nível 3, percentagens de 50% a 69%; o nível 4, entre os 70% a 89%; e, finalmente, o nível 5, percentagens entre os 90% e os 100%.

Relativamente ao domínio cognitivo, foi avaliada a literacia dos alunos (25% da nota final), nomeadamente nas regras básicas, história, objetivo e principais ações técnicas e táticas das modalidades. Para este domínio recorri ao teste teórico, realizado uma vez por período.

Quanto ao domínio psicomotor (75% da nota final) foram avaliados os conteúdos específicos das modalidades (habilidades motoras). Como referido anteriormente, o tipo de avaliação utilizada foi a criterial.

No que ao domínio psicossocial diz respeito, foi avaliada a assiduidade, pontualidade, empenho, comportamento, respeito e cooperação, que teve apenas uma apreciação qualitativa, influenciado positiva ou negativamente as classificações entre dois patamares. Ou seja, sempre que existia uma dúvida relativamente ao nível a atribuir, a avaliação deste domínio determinava a classificação final. Aqui, os instrumentos de avaliação utilizados foram a grelha de presenças e as reflexões das aulas, em que eram registados os comportamentos dos alunos que se distinguiam positiva ou negativamente. Desta forma, a grelha de presenças permitia-me averigua a assiduidade e pontualidade dos alunos, enquanto que as reflexões das aulas, permitiam-me registar o empenho do aluno, o respeito pelos colegas ou a cooperação.

Para Lemos (1998), há que analisar e pensar todos os resultados obtidos na avaliação e conjuga-los num só resultado. Desta forma, a

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classificação final da disciplina inclui a soma das classificações de todas as modalidades, a classificação do teste teórico e a apreciação qualitativa do domínio psicossocial.