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3. Enquadramento da prática profissional

3.2. Enquadramento funcional do Estágio Profissional

3.2.2. Local de Estágio – a minha primeira escola

No ano letivo 2004/05, a escola onde realizei o EP passou a ser a sede do Agrupamento e mudou a sua designação para escola secundária com 2º e 3º ciclo. Para além da escola designada como sede do agrupamento, este agrupamento é constituído por uma escola básica do 1º ciclo.

Inicialmente designada como escola Técnica Elementar, esta foi criada em 1949, surgindo como uma escola anexa a outra, com o objetivo de ministrar o ensino do ciclo preparatório do ensino técnico a uma população escolar exclusivamente feminina.

Entre 1949 e 1959 a escola funcionou em dois locais diferentes, adquirindo a sua autonomia no ano letivo de 1959/60, quando ocupou as atuais instalações na Rua Primeiro de Janeiro. Em 1966, foi convertida numa escola industrial continuando, no entanto, a obedecer a um projeto de difusão do ensino técnico com o curso de formação feminina. Três anos mais tarde, em 1969, para além do regime industrial já existente, a escola passou a possuir um regime comercial, com a criação do curso geral de comércio. Com os acontecimentos decorrentes da revolução dos cravos em abril de 1974, surgiram novas perspetivas ao sistema educativo com a supressão das duas vias escolares, encaradas como sinónimo de um desigual prestígio e de discriminação social.

Atualmente, a escola situa-se numa zona central do Porto, a Boavista. A sua área envolvente encontra-se rodeada de infraestruturas de renome como a Associação de Futebol do Porto (AFP), Associação de Andebol do Porto, o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), o Bessa Hotel e o

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Estádio do Bessa Século XXI, usado também para a lecionar aulas de EF. Desta forma, esta revela ser uma zona com uma grande afluência populacional.

A população que frequenta esta escola secundária com 2º e 3º ciclo é bastante diversificada, sendo preenchida com cerca de 1100 alunos do 5º ao 12º ano de escolaridade. É uma escola caraterizada por uma elevada heterogeneidade, acolhendo pessoas de diversas classes sociais, alunos institucionalizados, alunos com necessidades educativas especiais (NEE) e alunos com diferentes nacionalidades, para quem existe uma disciplina específica denominada de Língua Portuguesa não materna. Os alunos provêm das mais variadas zonas do Porto, desde as mais centrais até as zonas periféricas da cidade.

Normalmente o contato dos pais é feito única e exclusivamente com o diretor de turma (DT), mas a escola possui uma particularidade na sua cultura organizacional que quebra a “norma” e permite o contato com todos os professores, através do evento denominado “Pais na Escola”. Trata-se de uma reunião que ocorre nos dois primeiros períodos e dá aos pais ou encarregados de educação a possibilidade de, num horário definido, falarem com todos os professores da turma do seu educando. Uma outra particularidade é a participação da comunidade escolar na organização de um evento: “Clara Solidária”, que apresenta um cariz social, cujo objetivo primordial é a recolha de bens materiais e alimentares para entregar a instituições de solidariedade. Ainda dentro da “Clara Solidária”, surge outra ação também de cariz social, a “Rota dos Povos”. Este consiste na angariação de material escolar e didático para entregar em zonas desfavorecidas de África.

Os professores desta escola são caraterizados pela sua preocupação com os alunos e pela constante procura de métodos para o desenvolvimento académico, profissional e humano dos seus discentes, através da formação específica e contínua. O pessoal não docente, que está distribuído por várias funções na escola, tais como Assistentes Operacionais, são agentes vistos como um grupo de pessoas que demonstram grande motivação e uma participação ativa no papel da escola, sempre dispostos a ajudar e a auxiliar quem a eles recorrer.

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Relativamente às instalações da escola, foram construídas para que fosse possível o acesso a todos os locais sem sair de um espaço coberto, por isso, todos os pisos estão ligados uns aos outros, permitindo um acesso mais cómodo e mais rápido entre os vários pontos da escola. Na zona de acesso principal, encontra-se a Secretaria, a Biblioteca, a Sala de Pais e Encarregados de Educação, gabinetes dedicados à Direção e o Ginásio. No piso superior, encontra-se a Sala de Professores, Sala de Diretores de Turma, Gabinetes de atendimento aos pais e salas de alguns grupos de departamentos disciplinares. No piso inferior, existe o auditório, a reprografia/papelaria, a cantina/bufete, o parque de estacionamento e balneários para as aulas de EF lecionadas no exterior, onde está localizada a pista e o campo exterior. Entre o piso inferior e o superior existem dois corredores por onde estão distribuídas varias salas equipadas com retroprojetores e/ou quadros interativos. Existem também algumas salas específicas, tal como a sala de expressões dramáticas, Educação Visual, Educação Musical, sala de Tecnologias da Informação e Comunicação, sala de estudo e os Laboratórios dedicados essencialmente às disciplinas de Biologia e Físico-Química.

Quanto às instalações específicas para a disciplina de EF, estas reportam-se ao ginásio, ao campo de jogos exterior, à pista de atletismo com 50 metros e os balneários. Estes espaços apresentam algumas condicionantes que, por vezes, causam constrangimentos no planeamento e realização das aulas. O ginásio tem dimensões de um campo de voleibol exceto na altura, que é inferior. Este é revestido por vidro num dos lados e por espaldares colocados na outra parede. Por esta razão, quando usamos este espaço, temos de ter em atenção as portas de vidro e não podemos colocar os alunos a rematar ou a servir nessa direção. Também precisamos de ter em atenção aos alunos que frequentemente se penduram nos espaldares. O campo de jogos exterior não é totalmente coberto e em dias de chuva o pavimento fica molhado nas extremidades, limitando a sua utilização, uma vez que a humidade do piso fica acentuada. Neste caso, por vezes, somos obrigados a partilhar o local com a turma que esta na pista, diminuindo ainda mais o espaço disponível. Aqui, somos obrigados a condicionar a PP, incidindo mais em exercícios analíticos ou jogos reduzidos. A pista de atletismo tem apenas dois corredores e como solução para o espaço reduzido utilizamos o espaço destinado para o recreio.

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Assim, na pista só podemos ter dois alunos a realizar a tarefa proposta. Por exemplo, quando é corrida de velocidade, dois alunos realizam e o resto da turma fica parada a observar ou a realizar outro exercício, obrigando o professor a repartir-se por diferentes tarefas. Durante as aulas de 100 minutos, os alunos que se encontram na hora de intervalo, usam outra parte do recreio ao lado da pista. Durante esses minutos de intervalo, os professores colocam uma fita para dividir o espaço, mas o barulho que se faz sentir continua perturbar a aula. Em algumas situações os alunos que saem das salas de aula para o recreio acabam por interferir nas aulas de EF.

Para além destas instalações a escola conseguiu, através de um protocolo com o Boavista Futebol Clube, ter à sua disposição, um campo relvado sintético e dois pavilhões de ginástica no estádio do Bessa. O material desportivo que existe é, na sua maioria, em variedade e número suficiente.