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4. Realização da Prática Profissional

4.4. Participação na escola e relação com a comunidade

4.4.3. Participação e dinamização de atividades

O Plano Anual de Atividades (PAA) apresenta um conjunto de atividades que propõem objetivos concretos sobre uma matéria de ensino ou tema de interesse de serviço público, obtendo o devido reconhecimento por parte da comunidade escolar. As visitas de estudo são parte integrante destas atividades, mostrando ser uma forma mais lúdica e diferente de aprendizagem. A ida ao teatro Sá da Bandeira, para assistir à peça “Auto da Barca do Inferno”, foi uma das participações que fiz ao longo do ano, acompanhando as turmas do 9º ano, do núcleo de estágio: “Foi um momento de convívio com os alunos

onde foi possível ter uma relação para além do professor-aluno que existe dentro da escola. Momentos como estes servem sobretudo para que o professor possa perceber um pouco mais como funciona a sua turma e até mesmo a juventude de hoje, podendo desta forma conciliar esta informação com a organização e programação das suas aulas” (Reflexão – ida ao teatro,

19 de Março 2015).

A visita de estudo à FADEUP com a minha turma de 9º foi mais um momento marcante. Para além deste acompanhamento, também tive a oportunidade de auxiliar na organização da visita de estudo, nomeadamente, acertando com a faculdade alguns pormenores importantes, tal como, a hora e atividades a desenvolver. Esta visita teve um sentido especial para mim, uma vez que os alunos iriam conhecer a casa que me acolheu durante 5 anos e que me conduziu até eles. Este foi um momento importante, pois ao caminhar pelos corredores com os alunos, percebi que a minha viagem académica está prestes a acabar e que naquele momento não era apenas aluna da FADEUP,

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como em tantos outros dias, mas sim uma professora que representava uma escola e era responsável por um grupo de alunos.

Quanto à turma do 6º ano, tive a oportunidade de os acompanhar em dois momentos distintos, um deles na visita de estudo ao IBMC, no Porto, e outro, numa ida ao parque da Pasteleira, onde foi realizado o XIII encontro dos alunos de EMRC, da diocese do Porto. Estas foram duas atividades completamente diferentes, uma com um caráter formal, ligado diretamente à disciplina de Ciências Naturais, e outra, com um caráter lúdico, onde o convívio e a interação com outras pessoas foi o principal objetivo.

Durante as atividades, foi visível a diferença em acompanhar turmas com faixas etárias distintas. A turma do 6º ano foi sempre capaz de perceber a importância destas atividades e vivências para o seu crescimento, enquanto que a turma do 9º ano, acabava por relativizar este tipo de situações, menosprezando a aprendizagem que se pretendia com estas visitas. Por esse motivo, considero que seja importante debater se realmente vale ou não a pena realizar estas atividades para todas as turmas, ou se, tendo em conta as caraterísticas de cada uma, não seria mais pertinente trocar estas visitas por outras atividades que fossem ao encontro das necessidades dos alunos.

Relativamente à dinamização de atividades, o projeto “Clara Solidária” foi uma das quais estive envolvida. Esta atividade ocorreu duas vezes durante o ano letivo, uma no mês de dezembro e outra no mês de maio, cujo objetivo era a recolha de alimentos para populações desfavorecidas na zona do Porto.

“Foi a primeira vez que participei num atividade de solidariedade, onde para além de contribuir com alimentos como tantas outras pessoas, também estive presente na parte burocrática e organizacional do projeto. Na verdade, realizar um projeto destes, seja em que local for, é sempre sinónimo de muito trabalho e dedicação. Momentos como este servem para refletirmos sobre aquilo que, de facto, significa a palavra “Solidariedade”. Considero que esta seja uma palavra que está ao alcance de todos nós, e se cada um contribuir, com a mais pequena coisas que seja, tenho a certeza que irá ajudar outras pessoas. Afinal o que pode significar pouco para nós pode também significar muito para os outros” (Reflexão – Clara Solidária, 5 de dezembro de 2014). Ainda dentro

desta vertente solidária, ajudei a dinamizar o projeto “Rota dos Povos”, que teve como objetivo a angariação de material escolar para as crianças

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desfavorecidas e residentes no continente africano. A dinamização destas atividades acrescenta valor ao papel do professor, para além do valor associado ao papel que desempenha na sala de aula. Aqui, ele tem o poder da palavra que pode fazer a diferença para muitas pessoas. A divulgação destes projetos de solidariedade foi um dos pontos altos do meu crescimento pessoal. Afinal, a escola não desenvolve apenas o conhecimento, ela promove também diversos valores.

O torneio de futebol foi o maior evento que eu e os meus colegas de núcleo de estágio dinamizamos. Este teve como objetivo proporcionar aos alunos da escola um maior contato com a realidade desportiva e com a envolvência num espetáculo de futebol, com carater competitivo. Este consistia na realização de jogos de futebol 5x5 para as turmas do 5º, 6º,7º e 8º anos e futebol 7x7 para as turmas do 9º,10º,11º e 12º anos.

Aqui estiveram envolvidas mais de 80 turmas e cerca de 400 alunos de ambos os géneros. O nosso núcleo ficou responsável por todos os capítulos de desenvolvimento deste torneio, desde a divulgação até a sua concretização. Este foi um evento incrível que decorreu, ao mesmo tempo, em dois locais diferentes (escola e complexo desportivo do Bessa). Os locais dos jogos foram geridos tendo em conta a situação de jogo e o ano de escolaridade. Só era permitida a ida para o Bessa a partir do 9ºano, uma vez que durante o ano estas turmas tinham aulas nesse espaço. Por esse motivo, as turmas do 5º, 6º, 7º e 8º realizaram os jogos na escola, enquanto as restantes jogaram no complexo desportivo do Bessa.

Para que a concretização deste torneio fosse possível contamos com a ajuda dos professores de EF da escola, que com a sua experiência acabaram por se tornar peças essenciais para o desenrolar de todo o torneio. Estes desempenharam todo o tipo de papéis, desde árbitro, a juízes de mesa, mantendo o torneio em total funcionamento e permitindo que tudo o que estava proposto, fosse efetivamente realizado dentro do tempo previsto. Apesar de ser a nossa primeira experiência neste tipo de atividades, considero que realizamos um ótimo trabalho. O torneio foi pensado ao pormenor, o que facilitou depois o trabalho realizado durante o dia do evento. A distribuição das águas e das bolachas foi pensada para que fossem entregues no início de cada jogo aos alunos que estavam no banco de suplentes, desta forma, estes

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ficariam responsáveis por distribuir aos restantes colegas. O uso de coletes para os voluntários, foi pensado para que estes fossem facilmente identificados por qualquer participante. A vedação do terreno do jogo com fita sinalizadora, permitiu o desenrolar do jogo sem qualquer perturbação por parte daqueles que se encontravam a ver o jogo. E a chamada dos jogadores ocorria durante a realização do jogo anterior para que não ocorressem atrasados.

A nossa maior dificuldade foi encontrar voluntários que nos auxiliassem no dia do evento. Pois, trabalhar com inúmeros alunos, ao mesmo tempo, acaba por ser complicado quando não temos recursos humanos suficientes. Neste contexto, penso que deveríamos ter encontrado estratégias que levassem os alunos a participar mais. Por exemplo, impondo a regra da inscrição de um ou dois voluntários por cada equipa.

Considero que, este tipo de atividades exige de nós uma visão diferente daquelas que temos aquando do planeamento das aulas. Planear, organizar e dinamizar atividades desta amplitude requer muito cuidado e dedicação para que tudo decorra na perfeição. Este foi também momento de grande aprendizagem, pois envolveu novas situações que, de outra forma, não seriam vivenciadas. Como profissionais, estas atividades acrescentam valor, experiência e conhecimento, tornando-nos pessoas capazes de enfrentar novos e mais desafios no futuro.