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1 INTRODUÇÃO 1.1 TEMA

CARACTE RÍSTICAS

7. Do sentido referente a ferramentas ou instrumentos

2.5 O CONCEITO DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

2.5.3 Condicionantes da Estrutura

O processo de organização da estrutura organizacional envolve determinados elementos condicionantes, a partir da análise dos quais é possível compreender as estruturas organizacionais constituídas.

Sobral; Peci (2008, p. 189) destacam como condicionantes da estrutura organizacional: a estratégia, o ambiente, a tecnologia de produção e a dimensão. Sobre estes condicionantes explicitam os autores (2008, p. 189- 193): Estratégia, Ambiente, Tecnologia e Tamanho.

Hall (2004, p. 80) afirma que a compreensão das estruturas recai em duas categorias principais: Contexto e o Projeto.

O Contexto, segundo Hall (2004, p. 80-81), significa a situação em que se encontra a organização, e envolve: o tamanho, a tecnologia, a cultura interna (o clima organizacional), o ambiente e os fatores culturais nacionais.

Com relação ao Tamanho Hall (2004, p. 81) demonstra que vai além do número de pessoas em uma organização; considera-se também a capacidade física da organização, a capacidade de pessoal disponível, que pode significar um orçamento ampliado, um tamanho mínimo a fim de reduzir custos; e considera-se ainda os insumos ou resultados organizacionais ou recursos para investimento. Estes componentes podem, segundo o autor,

serem inter-relacionados. Hall (2004, p. 80) descreve os estudos que envolvem o tamanho organizacional, dos quais destaca, ainda que sejam questionáveis, que: o tamanho possui relação com a complexidade, o que direciona a uma necessidade maior de controle e coordenação, que se relacionam a maiores custos fixos administrativos; que o tamanho pode se relacionar a uma maior formalização e menor centralização;

Acerca da Tecnologia, Hamptom (1992) afirma que estáimplica na ordenação de talentos especializados de um fluxo de trabalho. Para Hall (2004, p. 84), é a relação entre tecnologia e estrutura, destacando que os estudos constatam que a tecnologia de operações, referentes às técnicas utilizadas nas atividades relativas ao fluxo de trabalho na organização, interfere no tamanho, o que não ocorre com o elemento administrativo nas grandes organizações, a qual é mais afetada pela tecnologia do conhecimento. Hall (2004, p. 88) afirma que a tecnologia e a mudança tecnológica afetam não apenas setores, mas afeta como um todo, nações e o próprio mundo.

A respeito da Cultura Interna, Hall (2004, p. 88) afirma que o contexto organizacional é constituído por culturas internas, que formam as estruturas, e conjuntamente com o tamanho e a tecnologia, constituem uma variável de contingências internas que afeta as preferências, como a centralização ou descentralização, e interage com outros fatores na estruturação da organização.

Sobre o Ambiente, Hamptom (1992) ressalta sobre a previsibilidade deste. Segundo o autor, quanto mais previsível for o meio ambiente em que está inserido a organização, mais fácil será para a organização se pautar em funções e processos permanentes, no entanto, quanto mais instável e turbulento maior é a necessidade para organizar em bases mais temporárias, que possibilitam uma percepção e reação rápida às mudanças ambientais externas. Para Hall (2004, p. 89), as implicações dos ambientes organizacionais para a estrutura referem-se tanto o ambiente social, como o ambiente físico, como o clima e a geografia. Dos estudos sobre este tema, Hall (2004, p. 89) aponta a análise do ambiente social em termos hostilidade ou amabilidade, tendo o ambiente hostil uma tendência a uma estrutura mais rígida e centralizada. Destaca também a influência da concorrência no Mercado e fatores econômicos, que tendem a alterar as estruturas.

No que se refere à Cultura Nacional, Hall (2004, p. 90) ressalta que nas organizações que atuam internacionalmente, os decisores precisam considerar a diferença das culturas na definição de seus ambientes, ainda que os estudos sobre a influência das diferenças culturais nas estruturas organizacionais sejam muito controversos. Por outro lado, o autor (HALL, 2004, p. 92) aponta que as pesquisas mencionadas demonstram que a cultura nacional está se tornando primordial para as explicações sobre a estrutura

organizacional e organizações, todavia sem descartar a atenção aos outros fatores como tamanho, tecnologia e condições ambientais.

Com relação ao Projeto, Stoner; Freeman (1999, p. 240) consideram que este envolve a determinação da estrutura organizacional “mais apropriada dentre todas para a estratégia, o pessoal, a tecnologia e as tarefas de uma organização”. Consideram os autores que o projeto é um processo contínuo, pois o ambiente e as estratégias da organização mudam continuamente. Segundo os autores, o projeto alterou-se ao longo da história, conforme as abordagens: Clássica (que acreditavam ser possível elaborar o projeto ótimo, para qualquer situação; Neoclássica (que buscaram melhorar o projeto clássico sugerindo maior independência e poder aos membros da organização); Ambiental (que defendem que as diferentes estruturas serão mais eficazes se conforme seu ambiente: estável, mutável ou turbulento); Tecnologia de Produção (que defendem a concentração em um elemento do ambiente interno da organização: a tecnologia utilizada para produção de bens).

A respeito do Projeto, Hall (2004, p. 81) afirma que este se refere as escolhas feitas na organização no que se refere a forma como deve ser estruturada: a escolha estratégica e os modelos de estrutura.

Sobre a Escolha Estratégica, Hamptom (1992) afirma que os departamentos devem ser organizados de modo a atender a estratégia estabelecida pela organização. Para Hall (2004, p. 94), a ideia de racionalidade limitada presente na escolha estratégica, como afirma diversos autores, não representa necessariamente as escolhas ótimas, parecem ótimas por serem consequência de decisões tomadas por processo político. Explicita o autor que a organização depara-se com várias pressões ambientais e necessita escolher entre diversas opções, para optar por um de seus objetivos, portanto a noção de escolha é importante, assim o contexto político do processo de tomada de decisões possui uma relação importante com a estrutura. Nas organizações, acrescenta, as pessoas que detêm o poder, a coalizão dominante, decidem ou não por uma escolha estratégica, o que não seria uma democracia representativa, mas sim a preferência desta coalização, que engloba o centro de poder da organização. Segundo o autor, afirma-se que os decisores na coalização dominante podem selecionar estratégias para lidar com o ambiente que pretende preocupar-se, inclusive com a utilização de tecnologia apropriada para implementar esta estratégia. Acrescenta o autor que as decisões envolvem estratégias na atribuição de papéis, controle e coordenação das tecnologias utilizadas.

Com relação aos Modelos de Estrutura, o desenho organizacional, segundo Hall (2004, p. 94) foi repensado pelo viés marxista, pelo viés do downsizing. Dentre as propostas dos marxistas, destacadas pelo o autor,

ressalte-se a afirmação de que a maquinaria e a regulamentação da burocracia são originárias da vontade gerencial de se realizar o controle sobre características do mercado de trabalho e atitudes dos trabalhadores. Afirma que autores corretamente destacam que há múltiplas fontes para as políticas de pessoal das organizações e que argumentos pautados em uma única causa são inadequados (HALL, 2004, p. 96). Com relação ao viés downsizing, Hall (2004, p. 96) resgata a discussão de que recentemente na escolha estratégica as organizações estão optando pelo enxugamento de suas operações (downsizing), envolvendo dispensa de empregados, terceirização de atividades, aquisição de produtos e serviços fora da organização, entre outras ações, e, no caso de governos realizam privatização.

O modelo institucional, segundo Hall (2004, p. 97), é visto atualmente pela perspectiva institucional, como um processo de pressões externas e internas o qual resulta em organizações de um campo com semelhanças entre as organizações ao longo do tempo. Para o autor esta perspectiva tem se tornado autoritária na área de teoria organizacional, e algumas vezes é atribuído às “forças institucionais” o que não se consegue explicar por outras razões.

Ressalta o autor que não somente os fatores contextuais como: tamanho, tecnologia, nem somente os fatores referentes ao desenho organizacional como: escolha estratégica e isomorfismo institucional, seriam apropriados para explicar a estrutura organizacional, mas explicações referentes aos fatores citados devem ser consideradas em conjunto, pois não possibilitam uma explicação significativa, mas sim combinadas e inseridas no contexto, então possibilitarão compreender as razões das organizações assumirem as formas que adotam (HALL, 2004, p. 100).

Enfim, para Hall (2004, p. 101) a estrutura afeta o fluxo de informações, e as relações de poder nas organizações, as decisões tomadas relativas a determinadas estratégias afetam a estrutura, ou seja, as estruturas encontram-se em movimento.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS