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A Planta de Condicionantes da cidade do Porto (Figura 63) pretende identificar as servidões e restrições de utilidade pública em vigor que possam constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma específica de aproveitamento. No território abrangido pelo Plano Director Municipal do Porto são observadas as disposições referentes a servidões administrativas e restrições de utilidade pública em seguida identificadas: Imóveis Classificados ou em Vias de Classificação, Edifícios Públicos, Rodovias, Ferrovias, Domínio Hídrico, Infraestruturas de distribuição, Equipamentos, Defesa nacional, Zonas acústicas sensíveis, Espécies arbóreas classificadas ou protegidas, Área crítica de recuperação e reconversão urbanística, Protecção de recursos naturais e Unidades operativas de planeamento e gestão.

Assim, as áreas que abrangem as respectivas restrições, servidões de utilidade pública e regimes prevalecem sobre as demais disposições dos regimes de uso do solo das categorias onde se inserem. A seguir, segue-se uma breve descrição e objectivos de cada restrição presente na Planta de Condicionantes. Deste modo, as Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG’s) têm como função principal “informar a gestão municipal, em geral, e a urbanística em particular, dos objectivos predefinidos para cada área, que podem ser de variada ordem, tais como coerência da malha urbana a criar, integração urbanística, homogeneidade tipológica para nova edificação, concretização de um programa

154 de rede viária ou de transportes, concentração de determinado tipo de actividades, equipamentos públicos ou espaços de lazer de vocação específica, entre outros”. A cidade do Porto apresenta 24 UOPG’s. Destas apenas algumas poderão ser adaptadas para a delimitação e consolidação da Rede Municipal de Hortas Urbanas, pois destinam-se à criação de áreas verdes e equipamentos de usos colectivo, designadamente Requesende norte/ Viso, Prelada, Bouça, Fontinha, Doze Casas, Areosa, Mercado Abastecedor, Campanhã e Parque Oriental.

Figura 63 – Planta de Condicionantes da Cidade do Porto.

1. Requesende norte/ Viso (UOPG 4): pretende-se promover a estruturação de uma significativa área de expansão da cidade, que abrange a sul da ribeira da Granja e as áreas envolventes ao Quartel do Viso, compatibilizando-a com o atravessamento e a requalificação da ribeira da Granja, criando uma zona verde de ligação ao Parque da Prelada, como elemento estruturador de um espaço verde e dos equipamentos a criar nesta área.

2. Prelada (UOPG 5): tem como objectivo viabilizar a ligação entre as duas margens da VCI, o seu acesso ao nó do Regado e criação de uma área verde pública associada à Quinta da Prelada.

3. Bouça (UOPG 8): pretende-se criar uma área verde pública e a colmatação do tecido urbano junto da Rua de Cervantes e a Rua de Salgueiros.

155 4. Fontinha (UOPG 11): pretende-se a requalificação de uma área urbanística degradada cujo potencial paisagístico é assinalável, contribuindo desta forma para a requalificação da Baixa.

5. Dozes Casas (UOPG 12): tem como objectivo a recuperação do interior do quarteirão delimitado pela Rua de Santa Catarina, pela Rua da Alegria e pela Rua das Doze Casas, permitindo o seu atravessamento.

6. Areosa (UOPG 14): pretende-se estruturar a área, sob o ponto de vista viário, integrando um equipamento desportivo e criando uma área verde de utilização pública que respeite as espécies arbóreas existentes, integrando as áreas verdes de enquadramento do nó da A3 com a Circunvalação.

7. Mercado Abastecedor (UOPG 19): pretende-se a estruturação da área actualmente destinada ao mercado abastecedor do Porto, bem como os terrenos localizados entre a VCI e a Praça da Corujeira e o antigo matadouro.

8. Alameda 25 de Abril (UOPG 20): deve ter como objectivo a urbanização das margens da Alameda 25 de Abril, tendo em consideração as ligações viárias à envolvente indicada no Plano Director Municipal do Porto, e deve ser contemplada a criação de um corredor verde entre a Estação da Campanhã e o Parque de São Roque.

9. Campanhã (UOPG 21): pretende-se a requalificação e reestruturação dos quarteirões de Campanhã, compatibilizando as diversas iniciativas já em curso para o local e promovendo a integração desta área na cidade através da reformulação da sua estrutura viária e da requalificação dos seus tecidos urbanos.

10. Parque Oriental (UOPG 23): pretende-se a recuperação e estabilização da zona oriental do concelho.

A Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbanística também constitui uma condicionante no espaço urbano do Porto. Deste modo, dentro do perímetro desta área a apreciação das operações urbanísticas terá de ter em consideração o sistema de informação multicritério da cidade do Porto – SIM-Porto. Este constitui um sistema multicritério de informação e análise de operações urbanísticas, caracterizado pelo estabelecimento “das condições específicas a observar nas operações urbanísticas, tendo como referência as conclusões de uma vistoria integrada, o interesse para a cidade das operações urbanísticas que se proponham para a área crítica de recuperação e reconversão urbanística e a execução de um sistema compensatório pelo interesse público da operação urbanística”.

156 As Zonas Especiais de Protecção representadas na Planta de Condicionantes são definidas no Plano Director Municipal como os perímetros legalmente definidos para imóveis classificados, compreendendo assim o perímetro de protecção da área classificada do centro histórico do Porto. Apesar de não estarem representadas na Planta de Condicionantes é importante também destacar as Zonas Automáticas de Protecção. Estas correspondem aos perímetros das zonas de protecção de 50 metros de imóveis classificados ou em vias de classificação para os quais não esteja estabelecida a Zona Especial de Protecção.

A Rede Ferroviária corresponde, de acordo com o PDMP, à infraestrutura existente ou a construir pela REFER e sobre a qual operar os sistemas de transporte por comboio explorados pela CP. A Rede de Transporte de Energia Eléctrica é constituída pelas linhas e subestações de tensão superior a 110 kV. O uso do solo onde esta se encontra fica assim sujeito a condicionantes de segurança afectando as edificações em geral, a existência de recintos escolares e desportivos e cruzamentos e vizinhanças com outras servidões, tais como rede viária, rede ferroviária, linhas de alta tensão, linhas de telecomunicações, rede de gás e condutas de água.

Deste modo, devem ser observadas as zonas de protecção e outros condicionalismos em relação às infra-estruturas e suas componentes, bem como as espécies arbóreas protegidas e classificadas e a protecção dos recursos naturais.