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2.2.3.1 Fontes de coleta e dados coletados

ANALISANDO AS LINGUAGENS EXPRESSAS E CAPTADAS NOS ESPAÇOS COMUNIDADES E NOS ESPAÇOS ESCOLARES-COMUNITÁRIOS

3 CONHECENDO OS ESPAÇOS INVESTIGADOS: AS COMUNIDADES E AS ESCOLAS

“O pesquisador deve tentar encontrar meios para compreender o significado manifesto e latente dos comportamentos dos indivíduos ao mesmo tempo em que deve procurar manter sua visão objetiva do fenômeno.”

WILSON, STEPAN In: ANDRE, MARLI, (1978, p.10).

As observações e informações coletadas deram origem a dois grupos de dados, que agora apresentaremos e analisaremos, sendo que, neste 1º Volume, apresentaremos 1º Grupo

de dados (o espaço-comunidade e o espaço-escola) e, no 2º Volume, apresentaremos o

Grupo de dados (a configuração do trabalho pedagógico-educativo desenvolvido nas quatro

escolas).

Volume 1:

3.1 – 1º Grupo de Dados: O espaço-comunidade e o espaço-escola Neste grupo foram observados e agrupados os seguintes aspectos:

3.1.1 - O espaço-comunidade

3.1.2 - A “história das escolas” investigadas

3.1.3 - O espaço-escola e as linguagens encontradas

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O espaço-comunidade – Nosso objetivo foi o de nos aproximarmos um pouco das comunidades onde as escolas se encontram situadas, para conhecer aspectos da realidade sócio-cultural. Assim, visitamos as casas de crianças/adolescentes que estavam estudando nas escolas e começamos a conhecer, dentro do possível, um pouco da vida daquelas pessoas, suas dificuldades e esperanças.

A “história das escolas” investigadas – Nosso objetivo foi o de conhecer como e por que a escola nasceu; o que determinou sua existência naquela comunidade; como a escola estava estruturada em termos de espaço físico, mobiliário e material pedagógico; que atividades eram desenvolvidas no espaço escolar; qual a importância que a comunidade empresta à escola e como, por que e quando a escola se aproximava da comunidade.

O espaço-escola e as linguagens encontradas – Nosso objetivo foi o de conhecer

como a escola está organizada no aspecto físico (sua construção) e quanto à manutenção dos materiais e equipamentos que servem à escola e ao trabalho pedagógico-educativo. Buscamos, também, dentro deste item, observar que tipos de linguagens estavam, por exemplo, presentes nos murais, nos cartazes e nas paredes da escola.

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Para iniciar o nosso trabalho de visitas às comunidades, pedimos ajuda às gerentes administrativo-financeiras (responsáveis pelas escolas) e às professoras das escolas, que nos auxiliaram bastante; isso porque, sem sua ajuda, não poderíamos entrar em muitos lugares ou mesmo nos aproximar de muitas daquelas pessoas.

3.1.1. - O espaço-comunidade

Comunidade ALFA

Neste bairro, encontra-se um edifício com dois nomes e duas funções: Centro de Educação Irmã “Acácia”, que desenvolve o trabalho com a educação infantil, e a Casa de Acolhimento Irmã “Acácia”, que trabalha com o reforço escolar para alunos que estão fazendo da 1ª à 7ª séries do Ensino Fundamental em escolas públicas. Esse Centro/Escola tem como gerente administrativo-financeira, a Srª C.L.

Segundo documentos encontrados na escola, a comunidade ALFA é um bairro que fica situado na zona metropolitana da cidade de Salvador, com uma população de aproximadamente 139.451 (cento e trinta e nove mil, quatrocentos e cinqüenta e um) habitantes; registra-se aí a presença de uma grande quantidade de crianças e adolescentes.

Para efetivarmos as visitas à comunidade, contamos com a colaboração da Srª C.L., gerente da escola. A Comunidade ALFA apresenta atividades comerciais bastante diversificadas: bares, pequenos restaurantes, salões de beleza, mercearias, padarias, açougues, mini-mercados, armarinhos, lojas de roupas, sorveterias.

Nesse bairro, percebe-se a presença de duas religiões – a católica e a protestante. Muitas pessoas afirmam não ter religião, contudo, acreditam em Deus. Muitas afirmaram, na ocasião das nossas visitas às suas residências, que vão à igreja porque precisam batizar os filhos ou porque a escola em que seus filhos estudam é ligada a essa ou aquela religião, e isso termina levando-os à igreja.

É um bairro com um grande número de famílias de baixa renda em situação de sub- emprego ou desempregados. Muitas famílias têm como provedora uma mulher, que, mesmo estando em casa o dia inteiro, faz artesanato, fabrica “doces e salgados” ou faz atividades de lavadeira/passadeira para dar sustento à família. Encontramos moradias pequenas e minúsculas, medindo aproximadamente entre 4,10 m2 a 2,40 m2, respectivamente, onde convivem/habitam entre 11(onze), 17 (dezessete) e mesmo 23 (vinte e três) pessoas.

No bairro há um número significativo de ruelas e escadarias mal conservadas, com o esgoto correndo a “céu aberto”. Muitas vezes, durante as visitas à comunidade, ficávamos sem saber como fazer para passar de um ponto para o outro e chegar a alguma casa, devido à má conservação das escadas ou passeios das ruas.

A Srª C.L., durante as visitas à comunidade, levou-nos a todas as casas das famílias das crianças e adolescentes matriculados na escola. A cada visita ficávamos impressionadas com o respeito e a admiração que ela havia conquistado na comunidade, e isso observávamos, como resultado de um trabalho desenvolvido há dez anos.

A Srª C.L., durante as visitas à comunidade, falava com todas as pessoas usando o nome de cada uma, sabia dos problemas de saúde e das dificuldades financeiras enfrentadas por todos eles. Sabia quem estava empregado, desempregado ou fazendo biscates para sobreviver. Sabia e nos falava: “agora a gente vai na casa de “fulano”. Você vai ver a bagunça que é. Não adianta a gente conversar, explicar como fazer a higiene porque eles não aprendem. Não tem jeito eu falo, falo, mostro exemplo, mas não aprendem de jeito nenhum”

ou então “a gente vai agora lá na casa de “fulano”. Você vai ver uma pobreza de doer. Nessa hora não tem nada nas panelas, mas a casa é um brinco, toda limpinha. A dona Y, aprendeu lá na escola a fazer artesanato e faz flores para vender. É daí que vem o mínimo sustento da família.”

Isso nos serviu para indicar o quanto a gerente da escola se mantêm próxima da comunidade e os resultados dessa aproximação. Muitas vezes, ouvi-a dizer que “saber da vida daquelas pessoas era tão importante quanto receber seus filhos na escola”. O saber da vida das pessoas, como resultado das nossas observações, indicava conhecer a comunidade para poder-saber como melhor trabalhar com ela e por ela, afinal, a vida da comunidade interfere positiva ou negativamente na vida da escola – que é uma comunidade dentro da comunidade maior.

Comunidade BETA

Nesse bairro está o Centro Comunitário Madre “Hortênsia” que desenvolve o trabalho com educação infantil e reforço escolar para alunos que estão fazendo da 1ª a 6ª séries do Ensino Fundamental. Esse Centro tem como gerente administrativo-financeira a Irmã Missionária C.B.

Segundo documentos encontrados na escola, a Comunidade BETA fica situada na zona metropolitana da cidade de Salvador; nela há uma população de aproximadamente 12.123 (doze mil cento e vinte e três) habitantes; registra-se aí a presença de uma grande quantidade de crianças e adolescentes.

Contando com a ajuda das Missionárias – Professoras C., E., S., realizamos visitas pelo bairro e pudemos conhecer um pouco da realidade sócio-cultural daquele espaço, visitando:

 A PRÁCATUN – Escola Profissionalizante de Músicos que atende as crianças, adolescentes e adultos da comunidade;

 O Candyall Guetto Square – um dos pontos de maior atração turística da cidade e que, segundo pessoas da comunidade, em épocas festivas como carnaval, é um dos locais de prostituição infanto-juvenil da cidade do Salvador;

 O Campo de Futebol – principal ponto de lazer para os moradores da região, principalmente às tardes e nos finais de semana;

 O Terreiro de Candomblé que fica ao lado da escola é motivo de certas brincadeiras pelas crianças que disseram ter medo do “caldeirão”, “do fogo”, “do diabo”, “do botão que a mulher tem preso na saia”... linguagens essas usadas pelas crianças que ficam gritando penduradas nos muros da escola para os transeuntes da calçada não passarem por perto daquele lugar.

 Casas bonitas e casebres onde o luxo, o lixo, a pobreza e a miséria humana se confundem no mesmo espaço social. Entre condomínios fechados onde é permitido o acesso apenas aos seus moradores e cubículos, onde moram de 11 (onze) a 16 (dezesseis) pessoas, encontra-se de tudo um pouco. Realidades diferentes, mundos diferentes, pessoas muito diferentes...

Em uma das visitas tivemos a infelicidade de encontrar, em um dos casebres, crianças e adolescentes “cheirando cola”, enquanto seus pais estavam no “lixão”, tentando trazer para casa aquilo que acreditavam poder, de alguma maneira, servir, se não a todos, pelo menos a alguns da casa.

Muitas outras vezes, encontramo-nos frente a frente com mães, senhoras de certa idade, procurando, nos vasos de lixo dos prédios bonitos, alguma sobra, como comida, roupas, sapatos velhos que pudessem servir para si e sua família. Cenas como essas e muitas outras nos fizeram perguntar: qual o sentido que realmente tem nossa pesquisa? Enquanto nos preocupávamos em garimpar dados que servissem à pesquisa, encontrávamos pessoas das mais diversas idades na garimpagem do lixo, procurando algo que fosse de alguma serventia para matar a fome e a necessidade de vestir e de calçar.

A pesquisa, no entanto, precisava continuar. Estudar linguagem é, também, abrir-se ao entendimento de que a linguagem é algo que traz as marcas do que somos e não somos e do que, acima de tudo, desejamos ou não desejamos ser, ter, querer, poder, fazer, dizer, sonhar.

Aquelas pessoas, das mais diferentes maneiras, estavam falando-nos das suas frustrações, necessidades e realidades. Relatavam histórias de vida que, se por um lado revelavam tristeza e angústia, por outro lado revelavam solidariedade, respeito ao próximo, reconhecimento de diferenças sociais, religiosas, econômicas nas quais se encontram cotidianamente envolvidas.

Comunidade GAMA

Neste bairro está a Creche-Escola Comunitária do Clube de Mães “Orquídeas”, que

desenvolve um trabalho de educação infantil; tem como gerente administrativo-financeira a Srª V.C.

Segundo documentos encontrados na escola, o Jardim Cruzeiro fica situado ao norte da cidade de Salvador, na zona metropolitana. Possui uma população de aproximadamente 136.331 (cento e trinta e seis mil, trezentos e trinta e três) habitantes; registra-se um numero considerável de crianças e adolescentes.

Para efetivarmos as visitas à comunidade, contamos com a participação da Srª V.C., gerente administrativo-financeira da Escola; de F. (Estagiária do Curso de Pedagogia – UNEB); I. (Nutricionista); E. (Socióloga), L. (Pedagoga) – profissionais do Projeto Ágata, que desenvolvem trabalho pedagógico-educativo em diversas escolas.

A Comunidade GAMA apresenta atividades comerciais bastante diversificadas: uma feira livre, muitos botecos, salões de beleza, sorveterias, pizzarias, boutiques, mini-mercados, pequenas indústrias de sabão, móveis e artesanatos. Existe, aí, uma variada gama de credos e religiões, pois os sujeitos freqüentam terreiros de Candomblé, Igrejas Católicas e Protestantes, o que demonstra uma diversidade cultural religiosa bastante significativa.

No bairro habitam famílias de baixa renda em situação de sub-emprego ou desempregados; muitos vivem da mínima aposentadoria por idade ou invalidez. Encontramos moradias minúsculas, com aproximadamente 3,5 a 5,0 m2, onde convivem/habitam 15 (quinze), 23 (vinte e três) e até 32 (trinta e duas) pessoas. E, existe, ainda, um número significativo de casas construídas em locais aterrados por lixo ou em ruas que não dispõem de saneamento básico, com esgotos correndo “a céu aberto” e construções e pavimentação não- acabadas.

O lixo, o mau-cheiro, animais doentes e crianças descalças é o que mais se encontra pelas ruas. Com relação às crianças e adolescentes, tivemos por inúmeras vezes, a infeliz oportunidade de encontrá-las “cheirando cola”, ou “fumando maconha” ou “se exibindo em locais de prostituição”. Essas cenas trazem a imagem de um cotidiano em que o ato de agir da criança não conta com a atenção/orientação do adulto. As crianças e os adolescentes ficam soltos, sem direcionamento, e, ao que parece, ninguém percebe que elas precisam de orientação. Existe uma cultura de permissividade e silêncio. Tudo pode, tudo é permitido, e as crianças são deixadas à própria sorte. É errado, mas as crianças e adolescentes fazem e, se o fazem, é porque encontram espaço para fazer sem nenhuma orientação e/ou resistência.

Comunidade DELTA

Nesse bairro está a Creche-Escola Comunitária Frutos de Mães “Margaridas” que desenvolve um trabalho de creche e oferece educação infantil. Esta Creche-Escola tem como gerente administrativo-financeira a Srª M. A

Segundo documentos encontrados na escola, o bairro da Massaranduba fica situada ao norte da cidade de Salvado, na zona metropolitana. Nele há uma população de aproximadamente 155.341 (cento e cinqüenta e cinco mil trezentos e quarenta e um) habitantes, onde se registra a presença de uma grande quantidade de crianças e adolescentes.

Para efetivarmos as visitas à comunidade, contamos com a ajuda da Srª S., filha da gerente administrativo-financeira da Escola, e de alguns pais cujos filhos estudam na escola. A Comunidade DELTA apresenta atividades comerciais diversificadas, tais como: uma feira

livre, muitos botecos, salões de beleza, sorveterias, pizzarias, boutiques, mini-mercados, padarias, pequenos restaurantes, pequenas lojas de móveis e artesanatos...

Nesse bairro, a exemplo da Comunidade GAMA, e a ele contíguo, existe presença variada de credos e religiões: Candomblé, Catolicismo e Protestantismo, demonstrando uma diversidade cultural religiosa bastante significativa. Habitam, aí, famílias de baixa renda em situação de sub-emprego ou desempregados. Segundo moradores, há um grande índice de prostituição juvenil e adulta. Afirmam, ainda, que o lugar, em muitos pontos, é bastante perigoso, por se tratar de local de residência de muitos sujeitos procurados pela polícia, acusados de roubo, estupro, comércio ilegal (não informaram o tipo de comércio).

Nesse bairro, existe um montante significativo de casas pequenas construídas em locais aterrado com lixo com ruas apresentando pouca estrutura de saneamento básico onde se encontra, normalmente, esgotos correndo “a céu aberto” e construções e pavimentação não acabados, revelando um certo abandono por parte do poder público. Assim como na Comunidade GAMA, o lixo, o mau-cheiro, animais doentes (muitos cachorros) e crianças descalças pelas ruas sujas, é o que mais se encontra. Deparamo-nos, também aqui, por inúmeras vezes, crianças e adolescentes “cheirando cola” ou “fumando maconha” ou “se exibindo em pontos de prostituição”. A cultura de permissividade e silêncio é uma tônica. A cena se repete como algo do cotidiano, difícil de redimensionar. As famílias sabem o que crianças e adolescentes fazem durante o dia ou à noite, e comentam sobre esses fazeres, como algo que está distante de suas realidades - na verdade, indicando ser, seus filhos, um próximo- distante.

3.1.2 - A “história da escola” investigada

1ª ESCOLA/GRUPO – AREA 1 (1ª Escola Pesquisada) Centro de Educação Irmã “Acácia” (Educação Infantil) Casa de Acolhimento Irmã “Acácia” (Reforço Escolar)

Conforme mencionado anteriormente, na comunidade ALFA encontra-se a 1ª Escola/Grupo – localizada na ÁREA 1 (segundo classificação do Projeto Ágata Esmeralda). Nesse ano de 2003, a escola faz dez anos de fundada, e há dez anos é atendida pelo Projeto Ágata Esmeralda. Como sabemos, apesar de ser apenas uma escola, tem dois nomes: Centro

de Educação Irmã “Acácia”, que desenvolve o trabalho com a educação infantil atendendo a crianças na faixa etária entre 05 (cinco) a 09 (nove) anos de idade, e a Casa de Acolhimento Irmã “Acácia”, que trabalha com o reforço escolar atendendo a crianças na faixa etária entre 09 (nove) a 10 (dez) anos de idade, e adolescentes, na faixa etária entre 12 (doze) a 18 (dezoito) anos de idade, que estão fazendo da 1ª à 7ª série do Ensino Fundamental, em outras escolas.

Segundo a Srª C.L., a escola nasceu com o objetivo de cuidar de crianças carentes, através de um projeto de Evangelização Concreta. O Nome de Deus nunca poderia ser colocado à prova.

A Srª C.L. contou-nos que falar em Deus e não colocar Seu Nome à prova não parecia uma atitude tão fácil para os moradores da comunidade, uma vez que era muito difícil bater e entrar nos barracos do bairro e encontrar famílias desprovidas de alimento, passando necessidade extrema e, em casos como esses, a Fé em Deus era sempre colocada à prova, quando não era incomum ouvir daquelas pessoas “Deus deu essa vida de miséria prá gente”, “Deus abandonou a gente”, “Por que Deus faz isso com a gente?”

A Srª C.L. contando-nos a história da escola nos falou: “Se os nossos governantes nada fazem por esses pequeninos pobres miseráveis, eu depois que assisti a missa me coloquei de joelho, me entreguei ao Senhor e na minha oração, disse: - Senhor, fala comigo e diz o que queres de mim?”

Depois disso, continuou a Srª C.L., “senti que Deus usou a Ir. Romana [Missionária] para me testar [querendo saber] se eu seria capaz de transformar minhas palavras de oração em ações evangelizadoras concretas para a promoção humana, porque ela conversou comigo e eu respondi que poderia contar comigo para o que desse e viesse”.

A Srª C.L. conta-nos que no dia seguinte estava pelo bairro, fazendo visitas domiciliares, tomando os dados das famílias, tirando fotografias das crianças e falando para os moradores que tinha sido feita, pelos italianos, uma proposta de trabalho, mas que não podia dar certeza de que todas elas seriam escolhidas porque tudo dependia da aprovação da Itália.

A Srª C.L. informou-nos que, há dez anos, época da fundação da escola, para iniciar um trabalho com amor e seriedade, inicialmente atenderiam 30 (trinta) crianças, porque acreditavam que era necessário dar realmente uma assistência àquelas famílias que tinham sido visitadas e catalogadas como as mais necessitadas naquele momento. Segundo a Srª C.L., a escola oferece para a comunidade, o acompanhamento escolar-comunitário, priorizando o atendimento na área da saúde, educação, alimentação e melhorias habitacionais, ajudando no resgate da auto-estima e contribuindo para o exercício da cidadania.

Dentro da escola é desenvolvido, junto às crianças, aos adolescentes e à comunidade, um trabalho pedagógico-educativo, com atividades ludo-educativas, como por exemplo, Aula de Música, de Teatro, de Inglês, de Computação, Curso de Artesanato, Corte e Costura e Acompanhamento Familiar. As aulas de música, de teatro e de inglês, de computação, de artesanato e de corte e costura são ministradas por moradores da comunidade. As aulas de acompanhamento familiar são ministradas por médicos ou enfermeiros que podem ser ou não ser moradores da comunidade.

As aulas de música, de teatro, de inglês são sempre nos dias de sexta-feira e sábados nos períodos da manhã e da tarde, em horários previamente agendados, dando oportunidade para os inscritos fazerem mais de um curso, se desejarem. As aulas de computação, artesanato e corte e costuras são sempre aos sábados à tarde e, às vezes, aos domingos, nos períodos da tarde, em horários previamente agendados. Participam dessas aulas pessoas que estão desempregadas ou querendo aprender algo para ajudar no sustento da família, bem como crianças e adolescentes que não faltam à escola e têm boas notas.

Segundo a Srª C.L., hoje a escola atende a 125 (cento e vinte e cinco) crianças e adolescentes. Desses 125, 48 (quarenta e oito) estudantes não recebem o apoio do Projeto Ágata Esmeralda, e 77 (setenta e sete) estudantes recebem o apoio do Projeto Ágata Esmeralda.

Esses 48 não recebem assistência direta do Projeto, porque, apesar de serem pobres, suas famílias não são consideradas “as mais pobres dentre as pobres” – requisito necessário para a entrada das famílias no Projeto-, mas, mesmo assim, essas famílias e esses estudantes recebem da escola o mesmo tratamento que as demais crianças e adolescentes atendidos pelo Projeto

Esses 48 (quarenta e oito) estudantes que são atendidos na escola, sem receber diretamente a assistência do Projeto Ágata Esmeralda, encontram-se distribuídos da seguinte maneira:

1. Na Educação Infantil encontram-se 06 (seis) crianças do sexo masculino e 11 (onze) crianças do sexo feminino, na faixa etária entre 05 (cinco) e 09 (nove) anos de idade, perfazendo um total de 17 (dezessete) crianças.

2. No Reforço Escolar encontram-se 16 (dezesseis) crianças do sexo masculino na faixa etária entre 09 (nove) a 10 (dez) anos de idade e 15 (quinze) adolescentes do sexo feminino, entre 12 (doze) e 17 (dezessete) anos de idade, perfazendo um total de 31 (trinta e um) estudantes entre crianças e adolescentes.

Os 77 (setenta e sete) estudantes que são atendidos na escola, recebendo diretamente a assistência do Projeto Ágata Esmeralda, encontram-se assim distribuídos:

1. Na educação infantil estão 22 (vinte e duas) crianças do sexo masculino e 20 (vinte) crianças do sexo feminino, na faixa etária entre 05 (cinco) e 09 (nove) anos de idade, perfazendo um total de 42 (quarenta e duas) crianças.

2. No reforço escolar estão 12 (doze) crianças do sexo masculino na faixa etária entre 09 (nove) a 10 (dez) anos de idade e 23 (vinte e três) adolescentes do sexo feminino, na faixa etária entre 12 (doze) e 18 (dezoito) anos de idade, perfazendo um total de 35 (trinta e cinco) estudantes entre crianças e adolescentes.

Em resumo, contando direta e indiretamente com o apoio do Projeto Ágata Esmeralda, a escola atende a:

a) 87 (oitenta e sete) crianças, sendo na educação infantil 59 (cinqüenta e nove), assim representados: 28 do sexo masculino e 31 do sexo feminino e, no reforço escolar, 28 (vinte e oito) todos do sexo masculino, com idades que variam entre 09 (nove) a 10 (dez) anos de idade, em ambos os cursos.

b) 38 (trinta e oito) adolescentes, apenas no reforço escolar, sendo 23 do sexo masculino e 15 do sexo feminino, com idades que variam entre 12 (doze) a 18 (dezoito) anos de idade, perfazendo um total de 125 (cento e vinte e cinco) estudantes.

A situação familiar dessas crianças e adolescentes é a seguinte: dos 77 (setenta e sete) estudantes atendidos diretamente pelo Projeto Ágata Esmeralda, 45,40% moram com a avó; 26,00% moram com tios; 16,90% moram somente com a mãe, e apenas 11,70% moram com pai e mãe. Portanto, quase metade das crianças tem a avó como responsável, fazendo o papel de mãe e responsável.

14ª ESCOLA/GRUPO – AREA 6 (2ª Escola Pesquisada)

Centro Comunitário Madre “Hortênsia” (Educação Infantil e Reforço Escolar)

Conforme mencionado anteriormente, na comunidade BETA localiza-se a 14ª Escola/Grupo – localizada na ÁREA 6 (segundo classificação do Projeto Ágata Esmeralda). Nesse ano de 2003, a escola faz 15 anos de fundada e há 08 anos é atendida pelo Projeto Ágata Esmeralda.

O Centro Comunitário Madre “Hortênsia” desenvolve um trabalho com classes de educação infantil, atendendo crianças na faixa etária entre 05 (cinco) a 09 (nove) anos de idade e classes de reforço escolar, atendendo a adolescentes na faixa etária entre de 12 (doze) a 15 (quinze) anos de idade, que estão fazendo da 1ª a 6ª série do Ensino Fundamental, em outras escolas.

Segundo a Irmã C.B., gerente administrativo-financeira da escola, esta escola nasceu