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CAPÍTULO II – RIO GRANDE DO NORTE: DA ORIGEM À COLONIZAÇÃO

1. A conquista

Em virtude do fracasso do sistema de Capitanias Hereditárias, grande parte do Brasil, principalmente ao norte da capitania de Pernambuco, não foi povoada pelos colonizadores portugueses. Essa área do Brasil era constantemente ameaçada de invasão por outras nações européias, principalmente os franceses. Em 1549, a Coroa portuguesa instituiu o sistema de Governo-Geral, através do qual procurava recuperar o controle da colônia; a cidade de Salvador, na capitania da Bahia, passou a ser o centro administrativo da colônia. Esse sistema possibilitou um maior controle sobre o litoral brasileiro, expulsando os invasores estrangeiros e catequizando os índios.18

Durante os séculos XVI e XVII, a região mais rica e desenvolvida do Brasil era o litoral das capitanias da Bahia e Pernambuco, devido à bem sucedida empresa açucareira. Quase que ao mesmo tempo, os colonos desenvolveram a pecuária, através da criação de gado bovino, para atender às necessidades de alimentação e transporte dos engenhos, além de força de trabalho para girar moendas em alguns tipos de engenho, bem como para obtenção do couro, com o qual se faziam vestimentas e utensílios.

Paulatinamente, o gado foi sendo levado para o interior, à procura de novas pastagens, como também para evitar a destruição das plantações de cana-de-açúcar. Com isso, os fazendeiros de gado alcançaram o rio São Francisco, que desempenhou um importante papel na expansão e xação da pecuária no interior do Brasil. Partindo de Pernambuco e da Bahia, o interior dos atuais estados nordestinos (Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí e Ceará) foi ocupado através desse movimento.

França, Inglaterra e Holanda contestavam com freqüência o que cara estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. Os franceses eram os mais açodados em suas tentativas, principalmente após a eclosão do movimento protestante na primeira metade do século XVI, que quebrara a unidade religiosa européia, desencadeando uma sucessão de conitos que, entre outras, tinham motivações religiosas. Ademais, a presença francesa na costa brasileira até 1550 limitara-se à extração de pau- brasil, através do escambo com os índios. Mas a partir de 1555, os interesses franceses eram outros, dada a tentativa de ocupação e colonização do Rio de Janeiro (WEHLING, 1994, p. 71).

18A criação do Governo-Geral não extinguiu o sistema de capitanias hereditárias. A última capitania, São Vicente, foi extinta

em 1791. Os direitos dos donatários, no entanto, foram sendo sistematicamente “limitados pelos governadores-gerais, ciosos de seus privilégios” (SILVA, In: LINHARES, 1990, p. 67).

Tentando fugir das perseguições religiosas, os protestantes franceses, liderados por Gaspar  de Coligny e Nicolau Villegaignon invadiram o Rio de Janeiro em 1555, fundando aí uma colônia (França Antártica), de onde foram expulsos em 1567 por Estácio de Sá, sobrinho do governador- geral, Mem de Sá. Expulsos do Rio de Janeiro, os franceses voltaram-se então para o Nordeste que, à exceção de Pernambuco e Bahia, estava por povoar. Estiveram os franceses em Sergipe e, em seguida, na Paraíba, tendo sido expulsos nas duas ocasiões por Cristóvão de Barros. Aqui rmaram uma aliança com os índios locais, os potiguares, e passaram a explorar e contrabandear pau-brasil. Em 1594, liderados por Jacques Riffault e Charles de Vaux, os franceses tentaram implantar um núcleo colonizador no Maranhão. A pressão, segundo Pandiá Calógeras (apud MEDEIROS, 1985, p. 200), era tão forte, que havia dúvidas sobre o Brasil, se permaneceria português ou se passaria ao domínio francês.

O sucesso da produção açucareira nas capitanias de Pernambuco e da Bahia, paralelamente à contínua presença francesa no litoral ao norte de Pernambuco, levou a coroa portuguesa a patrocinar  expedições militares para afastar os invasores, pois os franceses praticamente ocuparam todo litoral ao norte de Pernambuco, inclusive a capitania do Rio Grande (do Norte). Era necessário expulsar  os franceses, sob pena de, em não o fazendo, perder o território, de grande importância estratégica, pois facilitava a conquista do litoral norte do Brasil e abria caminho para a região amazônica, e derrotar e pacicar os indígenas. Gabriel Soares de Sousa (apud WEHLING, 1994, p. 77) reforça que a conquista da Paraíba (a qual eu acrescento a do Rio Grande) deveria ser um posto avançado que desse proteção à lavoura canavieira de Itamaracá e Pernambuco, freqüentemente atacada pelo índios potiguares. A expulsão dos franceses do litoral do Rio Grande, logo depois de sua expulsão da Paraíba, tornou-se a pedra-angular da colonização, pois só assim estaria conrmada a conquista da região pelos portugueses,

porque era o Rio Grande que eles procuravam de preferência, pela sua proximidade dos estabelecimentos e portos paraibanos e pela cordialidade de relações com os potiguares, cujo apoio e auxílio lhes eram valiosos. Aliás, essa cordialidade de relações dava-se com quase todas as tribos, não porque os franceses fossem mais hábeis do que os portugueses, mas porque, sem outro intuito que não fosse encontrar facilidade no contrabando, se abstinham de empregar a violência, de usar a força (LYRA, 1998, p. 33).

“Os principais acontecimentos relativos à conquista do Nordeste e do Norte”, segundo um dos mais respeitados historiadores brasileiros, demonstra

que esta conquista foi feita aos franceses e ao mesmo tempo aos índios chamados “bárbaros”, muitas vezes aliados dos franceses (...).

Na conquista da Paraíba, onde os franceses possuíam conexão organizada com os índios, e principalmente na região do Rio Real, os índios foram vencidos ao mesmo tempo que as conexões dos franceses com eles foram desmanteladas. Tentando este primeiro estágio da conquista, inicia-se a marcha visando o  Amazonas e em direção ao local onde os franceses tratavam com os índios

Potiguares (HOLLANDA, 1989, p. 182).

A combinação de forças entre portugueses e espanhóis foi decisiva para que em 1586 estivesse garantida a conquista da Paraíba e abrisse caminho em direção à capitania do Rio Grande, a partir daí o objetivo principal dos portugueses. E novamente o grande obstáculo que se agurava à pretensão portuguesa era a resistência franco-indígena. Em 1587, os portugueses pensaram que a situação na Paraíba estivesse estabilizada, afastados os franceses e os índios potiguares.

Enganaram-se, pois dez anos depois os potiguares e os franceses, com um armada de treze navios, desembarcaram no litoral paraibano e atacam o fortim lusitano, o que demonstrava “a fragilidade da ocupação da orla marítima na região imediatamente ao norte da Capitania de Itamaracá.” Urgia empreender um ataque à capitania do Rio Grande para expulsar os franceses daquela localidade, visto que ela “se convertera aos poucos em trampolim dos seus assaltos” (HOLLANDA, 1989, p. 192-193).

 A coroa francesa foi a que contestou de maneira mais veemente a divisão do mundo efetuada em Tordesilhas. A presença de tracantes de pau-brasil no litoral brasileiro, de modo geral, e no Rio Grande do Norte, de modo particular, remonta à década de 1520. Medeiros Filho (2001, p. 21) chega a dar o ano de 1503 como o do início das incursões francesas na costa norte-rio-grandense e 1516 como o momento em que “tracantes e corsários vindos da França agiam na Costa dos Potiguares, como era então conhecido o território habitado por aqueles silvícolas, dele fazendo parte o atual Rio Grande do Norte”. Portugal reagia como podia às investidas francesas, nanciando “varreduras costeiras” entre Pernambuco e o rio da Prata, de 1516 a 1519 e de 1526 a 1528, ambas realizadas por Cristóvão Jacques.19

Segundo Lenine Pinto e Gerardo Pereira (1998, p. 11), os franceses demoraram a serem expulsos do Rio Grande do Norte por três motivos: porque Portugal tinha uma população diminuta e grande parte dela estava envolvida “em manter conquistas ultramarinas desde o Marrocos à China”, pela importância do comércio de especiarias orientais e pela tibieza do Estado português em se fazer respeitar pela coroa francesa. Um outro fator era que aliança com os índios potiguares garantia uma boa retaguarda para os franceses. Para a professora Fátima Martins Lopes, o escambo praticado entre franceses e índios foi uma solução economicamente viável para ambos, pois permitiam aos franceses “explorar o pau-brasil com total apoio e trabalho dos Potiguara, e estes conseguiam utensílios, armas e prestígio social por estarem aliados aos estrangeiros”. Ademais, ambos viam-se como aliados na guerra que moviam contra os portugueses, e o apoio recíproco “era imprescindível, seja pelo conhecimento da terra e número de guerreiros disponíveis dos Potiguara, seja no municiamento e conhecimento das táticas européias dos franceses” (2003, p. 38-39).

Era tão forte a presença francesa que muitos recantos de nossa costa

foram batizados com nomes como porto Velho dos Franceses e porto Novo dos Franceses (ambos no Rio Grande do Norte), rio dos Franceses (na Paraíba), baía dos Franceses (em Pernambuco), boqueirão dos Franceses (em Porto Seguro), ou praia do Francês (próximo à atual Maceió, em Alagoas). Outro ponto no qual os navios normandos ancoravam com muita freqüência era a praia de Búzios, no Rio Grande do Norte, a cerca de 25 km ao sul de Natal (BUENO, 1998b, p. 99-100).

 Ao porto localizado na praia de Búzios podiam “surgir navios de 200 toneladas”, registra João Teixeira I (apud PINTO & PEREIRA, 1998, p. 49). Os franceses usavam o porto da desembocadura do rio Pirangi (aproximadamente 25 km de Natal) para o “resgate do pau” como os portugueses se referiam aos locais de corte e estocagem de pau- brasil.

19Almeida Reis (apud PINTO & PEREIRA) diz que D. João III foi feliz na escolha de Jacques para patrulhar o litoral brasileiro,

visto ser “ele um perfeito animal, cuja selvageria não conhecia limites. Logo na primeira tacada capturou três navios carregando pau-brasil, enforcou parte dos cerca de trezentos homens que formavam as equipagens, e desta vez o relato é de Morison –, aos demais ‘enterrou vivos até os ombros, usando-os como alvo para a prática [de tiro] dos seus arcabuzeiros’.” Mesmo com toda violência empregada, “Jacques destroçou os franceses “por curto prazo, causando enormes prejuízos a armadores do peso de Jean Ango, um dos mais inuentes homens de negócios marítimos da costa normanda, e patrocinador  de viagens exploratórias capazes de rivalizar com aquelas de portugueses e espanhóis” (PINTO & PEREIRA, 1998, p. 36).

Câmara Cascudo e Horácio de Almeida, (apud PINTO & E PEREIRA, 1998, p. 47), diferenciando ocupação de incursão, argumentam

as primeiras tentativas de ocupação de sítios na área do saliente tenham ocorrido depois do fracasso da França Antártica: “empurrados do sul os franceses se xaram no litoral norte-rio-grandense, especialmente no estuário do Potengi”(Cascudo); “quando os franceses foram lançados do Rio de Janeiro (1567) passaram-se para Cabo Frio e daí para o Rio Real, entre Bahia e Sergipe. Escorraçados dessas paragens, procuraram estabelecer-se nas costas da Paraíba e do Rio Grande do Norte” (Almeida).

Hélio Galvão identicou numa área rural, distante cerca de 2 km da foz do rio Pirangi, os restos de uma casa-forte que fora utilizada pelos franceses, como sugere Jerônimo de Barros em documento enviado ao rei de Portugal20, e semelhante a uma por eles deixadas em Cabo Frio

depois da malfadada experiência da França Antártica (PINTO & PEREIRA, 1998, p. 49).

Importante reforçar que a presença francesa nas costas da capitania do Rio Grande não seria possível não fosse a aliança estabelecida com os índios potiguares que viviam por todo o litoral norte-rio-grandense, cando a taba principal na Aldeia Velha, área que se estende entre o atual bairro de Igapó e a praia da Redinha. De todos os franceses que estiveram por essas bandas, Charles de Vaux e Jacques Riffault foram os mais constantes, sendo que este último, no dizer  de Medeiros (1973, p. 25), “tracante, aventureiro comerciante de Diepe, fundeava suas naus um pouco mais ao sul da curva do Rio Potengi, resguardando-as de possíveis eventualidades. Um topônimo gravou o local e xou o fato inconteste: diz-se Nau dos Refoles, ou simplesmente Refoles, até hoje, a parte do bairro do Alecrim (Natal) onde se ergue a Base Naval.” Com os corpos nus, expostos ao sol forte e abrasador, os índios potiguares viviam em contato próximo e intenso com a natureza bonita e hostil. Não tinham uma agricultura desenvolvida, e plantavam ruas roças de mandioca, batata-doce, jerimum e outras, após derrubarem e queimarem os troncos e galhos de árvores. Grande parte de seus mantimentos vinham da caça e pesca.

Os franceses utilizavam a mão-de-obra indígena na extração do pau-brasil. A aliança era tão próxima que alguns franceses chegaram a casar com índias, estabelec endo a primeira miscigenação na capitania, atestam historiadores como Rocha Pombo, Frei Vicente Salvador, Sérgio Buarque de Holanda e outros. As relações amistosas e comerciais, segundo Cascudo (1984, p. 20), vêm desde os tempos em que os lhos de João de Barros empreenderam as suas tentativas de colonização. E a empatia entre franceses e potiguares ultrapassava as relações comerciais. Frei Vicente do Salvador diz que os franceses “andavam em chamego com as cunhãs potiguares”, e Capistrano de  Abreu sugere que a “miscigenação proveniente das relações entre franceses e índias (fora) bem

maior que a dos amengos” (apud PINTO & PEREIRA, 1998,, p. 52). Diz ainda Capistrano de Abreu (apud HOLLANDA, 1989, p. 194): “Muitos franceses mestiçaram com as mulheres indígenas no Rio Grande do Norte, muitos lhos de cunhãs se encontravam já de cabelo louro: ainda hoje resta um vestígio da ascendência e da persistência dos antigos rivais dos portugueses na cabeleira da gente encontrada naquela e nos vizinhos sertões de Paraíba e do Ceará”. As relações eram ainda mais facilitadas porque os franceses não tinham nenhuma “exigência moral para o indígena nem pretendiam fundar cidade, impor costumes, obrigar disciplina”, enquanto os portugueses, ao se depararem com os nativos tentavam logo moldá-los, tentando catequizá-los e ensinar-lhes algumas normas de conduta. Os franceses só queriam fazer comércio e, talvez por isso, respeitavam

20Um fragmento do documento enviado por Jerônimo de Barros diz: da costa dos Potiguares (...) os franceses todos os anos

a vida selvagem, protegendo-a, tornando-se familiar, amigo, indispensável, obtendo mais baixo preço nos rolos de ibirapitanga, o pau-brasil vendido em ducados de ouro na Europa, ávida de cores vibrantes para os tecidos em voga. O português vinha para car, criando ambiente, à sua imagem e semelhança, construindo fortes, plantando cidade, falando em leis, dogmas, ordenações e alvarás. Os deuses vagos e sonoros de teogonia tupi estariam ameaçados de morte pelo avanço dos missionários, os “abaúnas”, vestidos de negro, ascéticos, frugais, armados de pequeninas cruzes, entrando pelas matas, cantando ladainhas.

Além de extraírem pau-brasil, os franceses praticavam com os índios potiguares escambo de diversos produtos, tais como: algodão, os e redes do mesmo material; cereais, tabaco, pimenta, gengibre, plantas medicinais, óleos balsâmicos (...); peles de onça e de outros animai; papagaios e aves exóticas; macacos e sagüis; etc (MEDEIROS FILHOS, 2001, p. 21).

Sérgio Buarque de Hollanda, após a citação de uma carta do capitão-mor da Paraíba, Feliciano Coelho, a qual maldiz o pouco auxílio que recebeu das autoridades portuguesas no Brasil, refere-se à tática de aliança empregada pelos franceses no continente americano e, mais particularmente no Brasil:

 Ali, com em tantos outros lugares da América, aventureiros da Normandia e da Bretanha andavam em íntima promiscuidade com os grupos indígenas estabelecidos na marinha ou mesmo no sertão, afeiçoando-se aos usos e cerimônias gentílicas, valendo-se em tudo de seus préstimos, falando mal ou bem, sua língua, esposando e principalmente explorando, em proveito próprio, sua animosidade contra os portugueses. Em contraste com muitos colonos anglo-saxões e holandeses do Novo Mundo, não se mostravam eles esquivos ao convívio e mestiçagem com as populações nativas. (...)

 A outros não escaparam, é certo, os benefícios de semelhante política, tolerada e às vezes estimulada pela coroa francesa: Gaffarel chega a pretender que, se aos seus compatriotas fora dado fundar um estabelecimento sério no Canadá, deveram-no unicamente à fusão das raças. (...)

Não é, pois, de admirar se também no Brasil souberam os franceses disputar, e às vezes com melhor sucesso do que os próprios lusitanos, a simpatia e o apoio de certas tribos indígenas (1989, p. 193-194).

Lopes (2003, p. 40), citando registros do Mapa de Jacques de Vaulx de Claye, de 1579, refere-se a “disponibilidade de guerreiros Potiguar e também tapuias”. Há referências a 600 índios potiguares arregimentados nas proximidades da Lagoa de Guaraíras, entre 800 e 1.000 guerreiros próximo ao rio Açu e em torno de 10.000 “‘selvagens’ prontos a desferir a guerra contra os portugueses” numa área entre o rio São Domingos (rio Paraíba) e o rio Acaraú (CE). 21

Mesmo se contassem com o auxílio do Estado, os portugueses enfrentariam grandes diculdades para desembarcar, ocupar e colonizar o Rio Grande, como armam Lenine Pinto e Gerardo Pereira (1998, p. 28-29), ao descrever uma das expedições enviadas por João de Barros para tomar posse de sua capitania. Os índios potiguares rejeitavam os lusitanos. Achavam que eles vinham “assaltar”, retirando-lhes a terra, seqüestrando-os e tornando-os cativos. Segundo Lopes (2003, p. 36), os índios resistiam por que sabiam “das quebras das relações de troca que já vinham ocorrendo nas regiões limítrofes ao sul, como em Pernambuco”, capitania na qual os familiares de

21Olavo Medeiros (apud LOPES, 2003, p. 40) arma que o Mapa de Jacques de Vaulx de Claye representava a “ existência

Duarte Coelho, donatário, “deagraram uma verdadeira guerra, onde mortes e escravidão eram comuns”. Para a historiadora, essa notícias chegaram ao Rio Grande, o que explica essa resistência potiguar “ao convívio dos portugueses”.

No confronto com os franceses e os índios foram criadas diversas forticações que, com o passar dos anos, transformaram-se em importantes cidades do Nordeste e Norte do Brasil. “Ao ndar-se o século XVI”, segundo Hollanda (1989, p. 197), “é esta Capitania do Rio Grande a extrema da colonização portuguesa no Brasil” e, como é a pior terra para cultivo que há no Brasil, no dizer de frei Vicente do Salvador (apud HOLLANDA, 1989, p. 197), daqui poderiam, na ausência do cultivo da cana-de-açúcar ou de outro produto de bom valor comercial, ser conquistados novos territórios.

No documento Historia Do Rio Grande Do Norte (páginas 36-41)