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Considerações finais

Denise Lucena Cavalcante 1 1 Considerações iniciais

9 Considerações finais

Avanços legislativos significativos são concedidos no setor das energias renováveis, contudo, não basta

54 Disponível em: <http://www.abradee.com.br/setor-eletrico/visao- geral-do-setor>. Acesso em: 15 jun. 2016.

55 NOTA TÉCNICA EPE. Análise da inserção da geração solar na

simplesmente oferecer incentivos sem observar os resultados auferidos em prol do meio ambiente. É preciso comprovar o lucro ambiental e, ainda, se os motivos que fundamentaram os incentivos ainda prevalecem.

Checar, por exemplo, se os incentivos concedidos na energia eólica garantem o aumento deste tipo de energia no País; da mesma forma, os incentivos decorrentes em outros setores devem ser avaliados, tais como o previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, por exemplo, eles ensejam um melhor controle dos resíduos no País? A isenção do IPVA para os carros elétricos estimula a compra desses veículos e melhora a qualidade do ar? A redução do ICMS para o papel reciclado diminui o preço para o consumidor final? Enfim, são inúmeras avaliações que devem ser feitas com o rigor necessário para que os incentivos e subsídios com fundamento na proteção ambiental não se convertam simplesmente em lucro para as empresas em vez do esperado lucro ambiental.

Não basta atuar na elaboração da lei, pois é preciso também e, principalmente, checar os resultados. A tributação ambiental tem que avançar e se preocupar com as consequências das leis fiscais ambientais. Está no momento de incluir o Direito Financeiro nesta discussão e controlar os gastos públicos e o lucro ambiental em matéria de tributos com fins ambientais, principalmente no setor elétrico cujos valores financeiros envolvidos são elevados, tanto do lado do Governo como das empresas.

Incentivos fiscais sem controle desequilibram a economia. Os incentivos têm que ser coordenados e com prazos limitados.

O que é certo, porém, neste momento de consolidação das energias renováveis no país, é a necessidade de incentivos para que o setor se desenvolva na velocidade que o meio ambiente exige e o torne competitivo no mercado nacional e internacional.

Políticas públicas adequadas são imprescindíveis para tornar o mercado das energias renováveis competitivo, permitindo maior segurança e fomentando novos investimentos, tudo de maneira a contribuir para a necessária transição das energias tradicionais para as energias renováveis.

Considerando o compromisso assumido pelo Brasil na COP21 em reduzir a emissão de CO2 nos próximos

anos, o governo e o mercado brasileiros têm que se adequar as novas tecnologias das energias renováveis.

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A EXTRAFISCALIDADE COMO