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A partir deste estudo, observou-se que há distintos conceitos relacionados à GC, evidenciando como esse modelo de gestão pode tornar as organizações (privadas ou públicas) um ambiente propício para que os sujeitos organizacionais alinhem a construção de conhecimento aos objetivos e crescimento da organização. Destaca-se que a GI está relacionada diretamente à GC, ou seja, atuam em conjunto, uma vez que uma não existe sem a outra, tanto em termos técnicos quanto em aplicados. A GC propicia espaços para o compartilhamento e a socialização do conhecimento, tornando a organização mais criativa e inovativa, cujo resultado obtido se constitui em diferencial organizacional.

Nessa perspectiva, a gestão do conhecimento é direcionada aos sujeitos organizacionais, ou seja, a cada indivíduo ou a grupo de indivíduos que pode contribuir com a organização, por meio

é uma atividade que visa desenvolver nos sujeitos organizacionais competências para que possam perceber e apropriar informação relevante, compartilhar e socializar o “novo” conhecimento construído, colaborando com o desenvolvimento da organização.

A cultura organizacional pode trazer benefícios signifi- cativos tanto para os sujeitos organizacionais quanto para seus stakeholders2. Nesse processo, é essencial envolver todas as pessoas,

as áreas, os departamentos etc. Para tanto, é necessário que a hierarquia seja flexibilizada, para que todos se sintam motivados a criar um ambiente colaborativo.

Ademais, é fundamental mapear os conhecimentos dos sujeitos organizacionais e os valorizar, bem como tornar o espaço propício ao compartilhamento de informações e conhecimentos a fim de gerar diferenciais competitivos e inovação. Vale lembrar que o indivíduo recém-chegado ao contexto organizacional poderá apropriar-se de informação e conhecimento dos demais, de maneira a aprimorar seus conhecimentos aprendidos até então, melhorando e desenvolvendo competências e habilidades para colaborar com a organização.

A capacitação deve ser uma constante, não deve ser aplicada apenas quando um novo indivíduo passa a atuar na organização, ao contrário, essa atividade deve ocorrer de maneira contínua. Assim, evidencia-se que a gestão do conhecimento envolve distintos elementos: estrutura, tecnologia, pessoas, cultura, entre outros.

2 Stakeholders refere-se a um grupo de pessoas que legitima as ações de uma

organização e que tem relação direta ou indireta na gestão e nos resultados da organização. Dessa maneira, o stakeholder pode ser afetado positiva ou negativamente, dependendo das políticas e da forma de atuação da organi- zação. Disponível em: https://www.significados.com.br/stakeholder/. Acesso em: 15 ago. 2018.

No que diz respeito à atividade de compartilhar conhe- cimento e de socializá-lo, muitos autores – como Cabral Vargas (2007); Pérez-Montoro-Gutiérrez (2008); Ponjuán-Dante (2009); Álvares, Baptista e Araújo Júnior (2010); Barbosa; Batista; Bakar et al. (2016) – trazem conceitos semelhantes enfocando a importância do compartilhamento e da socialização do conhecimento gerado na organização. Segundo esses autores, esse processo propicia benefícios importantes em relação à construção de novos conhe- cimentos, de inovação e de diferenciais competitivos.

Autores como Choo (2003); Castillo e Azkuenaga (2007); Scharf (2007); Pérez-Montoro-Gutiérrez (2008); Molina (2010); Barbosa (2013); Barrancos e Duarte (2013); Bastos, Bruno e Rezende (2013); Valentim (2005); e Bakar et al. (2013) enfatizam a importância da apropriação da informação para a construção de conhecimento, ou seja, o quanto é importante o sujeito organi- zacional ter competências para apropriar informações relevantes para gerar “novo” conhecimento. Nesse sentido, evidenciam a essencialidade de proporcionar espaços propícios ao comparti- lhamento e à socialização no ambiente organizacional.

No que tange aos modelos e métodos de gestão do conheci- mento, os autores Costa e Gouvinhas (2004); Castillo e Azkuenaga (2007); Scharf (2007); Pérez-Montoro-Gutiérrez (2008); Ponjuán Dante (2009); Hoffmann (2009); Garcia e Valentim (2010); Molina (2010); Barbosa (2013); Bastos, Bruno e Rezende (2013); Batista (2013); Corsatto e Hoffmann (2013); Valentim (2005); Amarante (2015); e Bakar et al. (2013) destacam o fato de que, para a gestão do conhecimento ser eficiente e sua implementação ocorrer efetivamente, é fundamental seguir um modelo ou um método para aplicar técnicas, instrumentos e ferramentas que possibilitem

identificaram-se correntes, conceitos e definições sobre gestão do conhecimento no âmbito da área de Ciência da Informação, cujo enfoque evidenciou que a GC é discutida a partir de experiências em contextos empresariais.

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