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Organograma 1 – Estrutura da Lei de Lavagem de Dinheiro

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme amplamente demonstrado, nos últimos anos, a luta contra a corrupção tornou-se uma questão central nas agendas dos governos e das organizações multilaterais. A crescente preocupação a esse respeito decorre, pelo menos em boa parte, da presença reiterada e frequente de casos escandalosos apresentados amplamente pelas mídias nacionais, gerando, consequentemente, uma crise de confiabilidade dos cidadãos em relação à classe política.

Em diversos momentos, a corrupção é abordada por meio de de índices que medem a “percepção da corrupção” pela população. Embora importante o peso destas pesquisas na avaliação das políticas públicas, apontando que a população, em geral, tem consciência e se preocupa com os efeitos decorrentes das condutas corruptivas em suas vidas, elas não proporcionam uma análise apurada dos mecanismos internos deste processo.

A construção do conceito de corrupção leva em conta fenômenos sociais/culturais complexos e globais, de modo que não há unanimidade. Em razão disso, é objeto de estudo dos mais diversos campos do conhecimento (Filosofia, Ciência Política, Economia, Sociologia, Antropologia, Ciências Jurídicas), sendo tarefa árdua a sua compreensão e sua definição.

Apesar da existência de quatro tipos de definições da corrupção, nos filiamos à concepção norte-americana, pois entendemos que a corrupção é um fenômeno multidisciplinar, resultante das mais variadas formas de quebra de confiança do sistema de direitos e garantias que decorrem de um contrato social, inclusive daquelas que são movidas por motivos não financeiros, haja vista a sua capacidade de expansão inimaginável, assim como os efeitos nefastos que esses atos produzem.

Por ser um fenômeno multifacetário, decorrente de um comportamento desviante de um conjunto de valores pautados tanto pelas normas legais, como também pelas normas socioculturais e expectativas, são inúmeras as causas que facilitam/condicionam a sua ocorrência, difusão e frequência, num determinado contexto social e histórico: causas antropológicas, causas geográficas, causas institucionais, causas políticas, causas socioeconômicas, o alto grau de discricionariedade da administração pública, o baixo nível de salários, o sistema político, a desigualdade social e de direitos. Além desses elementos gerais, existem outros fatores que são específicos de cada localidade, de modo que a aplicação de políticas e de ferramentas comuns, isto é, abordagens uniformes, a países nos quais os atos de corrupção e a qualidade de governança variam amplamente, tendem a falhar.

Recente estudo elaborado pela Universidade de São Paulo constatou um sistema bem engendrado de corrupção no Brasil, o qual não possui um personagem central, um líder, mas, sim, 404 nomes; dentre eles, políticos, empresários, funcionários públicos, doleiros e laranjas, envolvidos em 65 escândalos de corrupção, apenas entre os anos de 1987 a 2014. Em razão desses inúmeros casos mencionados, estima-se que o rombo nos cofres públicos brasileiros causados pela corrupção atinja aproximadamente a marca de cem bilhões de reais, ao ano - valor equivalente a 2,3% do PIB.

Essa constatação, sem dúvidas, correlaciona-se diretamente ao pensamento de que o Estado brasileiro tem como essência a figura do Estado Patrimonial. Neste tipo de estrutura estatal, a elite política considera que pode manusear os recursos como se fossem de propriedade particular. A explicação para esta cultura corruptiva se encontra no fato de que o processo de colonização implementado no Brasil nunca almejou a constituição de uma nação. Desta forma, a incidência da corrupção, ao longo da formação do país, e sua recorrência na vida contemporânea, cristalizaram a ideia de que ela resulta de uma espécie de destino transmitido pelas raízes da tradição portuguesa. Ao contrário da colonização norte-americana, em que os povoadores deixaram o Velho Continente por perseguição religiosa e, na Terra Nova, estabeleceram-se para fundar uma pátria, a colonização brasileira resultou em mera exploração da matéria-prima presente em nossas terras, como uma espécie de saqueamento das riquezas para exportação, já que os nossos colonizadores eram os encarcerados, marginalizados ou falidos, munidos de um único propósito: enriquecer.

Hodiernamente, o que vemos ainda são incontáveis casos de corrupção vindo à tona, mediante o uso indiscriminado da máquina pública para satisfazer interesses particulares. Quer dizer, ainda que há tempos o Brasil tenha superado os períodos colonial e imperial e transitado por modelos governamentais autoritários, como a ditadura militar, enfim adotando o modelo de Estado Democrático de Direito, com a vigência da Constituição Federal de 1988, a corrupção se apresenta com uma doença impregnada em nosso sistema público.

Não obstante os fatores histórico-culturais, a corrupção brasileira encontra outras características próprias, já que o Brasil é um país continental, que possui aproximadamente 8,5 milhões de quilômetros quadrados de território, contando com 5.570 municípios e mais de 190 milhões de habitantes. Realidade que facilita a prática dos atos corruptivos, pois, quanto maior o Estado, maiores são as possibilidades de atuação dos corruptos no âmbito do setor público.

Aqui temos perpetuada uma ideia de tolerância às condutas corruptivas que lesam o Estado, por se entender que ele “não é de ninguém”; no entanto, é evidente que cada um desses atos influencia diretamente na vida de todos, senão imediatamente, em longo prazo. Isso porque, quanto mais elevado o aumento do valor de uma obra pública, em razão do pagamento de subornos, escolas públicas, leitos hospitalares, segurança pública e outras tantas atividades executadas pelo poder público restam prejudicadas.

Outro fator determinante para a perpetuação de condutas corruptivas é a concepção de um Estado autoritário, presente em todas as atividades, possibilitando que o agente público detenha ampla discricionariedade para transitar na ilicitude, como se fosse o detentor exclusivo da Lei. Desta forma, a institucionalização das relações estatais ou, em outros termos, o excesso de burocracia favorece ainda mais a incidência da corrupção. Esses procedimentos burocráticos excessivos ou deficitários não só facilitam, como também induzem a corrupção, especialmente em áreas sensíveis que envolvam alto investimento econômico ou sofisticado conhecimento técnico, como os setores da saúde, da defesa, das telecomunicações e do transporte.

A verdade é que a formação de grandes aparatos burocráticos, por dentro do Estado e das instituições representativas (partidos políticos, sindicatos, governo, etc.), implica grande perigo à excessiva autonomização e insulamento dos agentes políticos e dos técnicos em face dos representados, criando núcleos de poder que não se comunicam ou não possuem adequado controle. Como consequência dessa burocracia gerencial, os instrumentos de responsabilização pública tornam-se ineficientes e acarretam no excesso de discricionariedade, causando vazios quanto às formas usuais de supervisão entre os Poderes e quanto ao controle social por parte do público em geral. Ademais, quando a lei estabelece taxas de confisco, controles sobre câmbio que levam ao quase total desaparecimento de poupanças ou tarifas absolutamente proibitivas, a corrupção, de forma direta, é engendrada pela mesma lei, pela ação de um Estado que parece querer destruir a herança ou a liberdade do povo.

Portanto, entendemos que a extensão territorial, o excesso de oportunidades para desviar recursos públicos, a burocracia exacerbada e a certeza de impunidade constituem causas reais para a manutenção da corrupção no Brasil em patamares elevados.

A amplitude conceitual da corrupção se dá pelo fato de que ela não está presente apenas no abuso ou desvio do exercício da função pública relacionada à atividade econômica ou política dos poderes públicos, utilizada em benefício de interesses privados. No entanto, a

corrupção, na política e no âmbito da administração pública, perpetuadas de forma organizada, com características de grupo empresarial voltado às práticas delitivas, são as faces corruptivas que mais trazem prejuízos ao nosso país. Em razão disso, o Estado não pode mais ser considerado como uma figura impessoal, nem entidade aética. Qualquer agente que atue em serviço do Estado deve saber distinguir o bem e o mal.

Em sua concepção clássica, a corrupção está ligada aos crimes cometidos no exercício das funções públicas, ocasião em que surgem as maiores oportunidades, por conta dos poderes e das faculdades públicas que são confiadas ao agente político. Ou seja, são crimes que caracterizam o abuso do poder político, de modo que o mau funcionamento das organizações do sistema político, em decorrência da corrupção, cria um incentivo para que esse tipo de comportamento se torne comum na política.

A corrupção política também está presente nas campanhas eleitorais, pois é neste momento que os partidos políticos buscam recursos para ser utilizados em suas campanhas e, via de regra, existe uma contrapartida a ser estabelecida por conta deste “auxílio”. Assim, o exercício do mandato político passa a ser voltado à representação das vontades dos financiadores da campanha ao invés de seus eleitores, de modo que os interesses da população são deixados de lado, colocando em dúvida a legitimidade do processo político.

Desse modo, quanto maior o desinteresse da população, maior será a participação dos financiadores ilegais nas campanhas políticas, mantendo-se um círculo vicioso de perpetuação.

Por seu turno, a corrupção no setor público, como um sintoma de falha na governança, depende de uma multiplicidade de fatores, como a qualidade da gestão do setor público, a natureza das relações de prestação de contas entre o governo e os cidadãos, o arcabouço legal e o grau em que os processos do setor público são acompanhados de transparência e divulgação de informações.

É improvável que os esforços, para lidar com a corrupção que não respondem adequadamente a esses fatores subjacentes, gerem resultados profundos e sustentáveis.

No Brasil, essa classe corruptiva se apresenta como um ponto extremamente preocupante, pois envolve, exatamente, por meio de atos concretos e executórios, uma atividade voltada aos interesses públicos. Ocorre que, em nossa realidade, os atos corruptivos cometidos no âmbito da administração pública têm assumido conotações surpreendentes e desalentadoras. Observamos que são inúmeras as possibilidades para obtenção de ganhos ilícitos, valendo-se dos benefícios da condição de agente público. E isso ocorrerá sempre que

uma autoridade pública possuir poder discricionário sobre a distribuição de um benefício ou de um custo para o setor privado. Portanto, a corrupção depende da magnitude dos benefícios e dos custos sob o controle de autoridades públicas.

De outra banda, não resta dúvida que as condutas corruptivas apresentam uma estreita relação com a criminalidade organizada, fenômeno este que vem ganhando maior notoriedade no cenário mundial, diante do qual o Estado se vê muitas vezes impotente em face da insuficiência do aparato disponível para combatê-lo. O revestimento de características de qualificação de atividade potencialmente perigosa, sob a ótica social, fez com que o delito organizado moderno empregasse técnicas e meios sofisticados para a consecução dos seus objetivos ilícitos, bem como ocultar a ilicitude.

No território nacional, notamos que os atos corruptivos praticados contra o Estado, seja por meio de servidores públicos, seja por intermédio de agentes políticos, cada vez mais apresentam estas características estruturais empresariais, em que cada qual possui uma função específica e atua de forma especializada para atingir as finalidades da organização criminosa. Exemplo disso são os inúmeros casos de desvios de verbas públicas realizadas no âmbito da Petrobras.

Deste modo, importante a concepção de medidas estruturantes ao combate desta espécie de crime, as quais tenham o condão de abalar sua estrutura financeira, eis que as organizações criminosas e a lavagem de dinheiro não coexistem separadamente. Ou seja, é necessário agir contra os seus bens, o seu dinheiro e as formas de lavagem dos valores provenientes de condutas ilícitas, eis que de nada adianta a obtenção de vantagem econômica ilícita se não for possível a sua fruição.

A prevenção e o combate à lavagem de dinheiro constituem o cerne do enfrentamento à criminalidade organizada, apresentando-se como as medidas mais eficazes à desarticulação destes grupos criminosos. Portanto, a Lei de Lavagem de Dinheiro tem papel fundamental, como ferramenta de controle à corrupção e ao crime organizado.

Como principais características, o crime de lavagem de dinheiro apresenta: a) internacionalização das atividades, tendo em vista que a sua prática ultrapassa as fronteiras nacionais dos países em que a infração penal antecedente é cometida, culminando na alteração da soberania, assim como da jurisdição; b) vocação de permanência, em decorrência própria do “crime organizado”; c) complexidade ou variedade dos métodos utilizados, por conta da luta constante dos países contra a lavagem de dinheiro, obrigando que as organizações criminosas criem novos mecanismos para elidir a origem ilícita dos ativos financeiros; d)

grande volume de capitais, em face da estrutura montada e das características dos crimes subjacentes; e e) conexão entre redes criminais, já que as estruturas modernas criminais não atuam de forma isolada.

Por seu turno, as suas consequências são diversas, já que seus reflexos: a) podem causar reações nos mercados financeiros quando são objetos de movimentos de caráter especulativo, com oscilações nas taxas de câmbio e/ou juros; b) influenciar negativamente nas atividades das empresas, pois há uma contaminação à livre concorrência; c) afetar as entidades de crédito condicionando sua liquidez e operatividade; d) cercear a independência econômica nacional ao afetar as macropolíticas; e) influenciar negativamente no funcionamento ordenado da economia; f) auxiliar no financiamento da criminalidade organizada; e g) resultar na diminuição de investimentos públicos em benefício da sociedade, como saúde, segurança, educação, entre outros.

Em razão destes fatores, o delito de lavagem de dinheiro pode ser definido como o ato de dar aparência lícita aos produtos financeiros – não apenas dinheiro – oriundos de infração penal, que pode ser praticada pelo próprio agente que cometeu o ilícito penal subjacente, denominado de autolavagem, assim como por terceiros.

Os métodos utilizados para a realização do processo de lavagem de dinheiro podem ser subdivididos em duas categorias: a conversão dos ativos ilícitos em bens ou/e a movimentação de dinheiro em espécie. Na conversão dos ativos ilícitos em bens, o agente criminoso realiza a troca dos ativos financeiros obtidos ilicitamente por bens materiais, cujos valores, muitas vezes, são dificilmente auferíveis, como obras de arte, objetos que pertenceram a pessoas famosas, joias, dentre outros. Já na movimentação de dinheiro em espécie, o agente criminoso busca o trânsito dos ativos financeiros ilícitos através de bancos, países e praças por diversas vezes, de maneira fracionada e em nomes e contas diversas, dificultando o descobrimento de sua origem.

Em ambas as categorias, existe a necessidade de articulação de um sistema complexo, cuja composição é realizada em três fases: 1. colocação; 2. ocultação; 3. integração. Na primeira fase, os criminosos buscam introduzir os ativos ilícitos no sistema econômico, com o intuito de afastarem-se da materialidade de expressivas somas de dinheiro provenientes das atividades ilícitas. É um processo que busca cortar a relação existente entre a infração penal subjacente e os ativos ilícitos produzidos por esta conduta. Na segunda fase, existe a criação de revestimento múltiplo de operações que buscam o distanciamento dos fundos de sua origem. Seu objetivo é dificultar a reconstrução do caminho percorrido pelo dinheiro e a sua

vinculação à infração penal da qual foi resultado. Na última etapa, os fundos ilícitos retornam ao patrimônio de seus “destinatários” como se lícitos fossem, por meio de investimentos a serem realizados no mercado financeiro em que ocorreu o crime antecedente, ora destinados às atividades legais, ora retornando ao circuito do crime organizado, onde finalmente o dinheiro está apto a ser utilizado.

Importante ressaltar que este modelo trifásico tem apenas valor didático, cujo objetivo é auxiliar na compreensão do processo. Isso porque é possível que essas fases não ocorram, necessariamente, em momentos distintos e temporalmente separados, ou, ainda, há casos em que esse modelo nem mesmo é aplicável. Em razão disso, entende-se que a consumação do crime de lavagem de dinheiro não exige que os fundos ilícitos alcancem a plena aparência de licitude. Basta que o agente pratique qualquer ato que vise à lavagem de dinheiro, para que incorra nas sanções penais previstas em lei.

O enorme acúmulo de capitais proveniente de condutas ilícitas requer uma constante diversificação do modus operandi deste processo, de modo que inúmeras são as possibilidades de ocultação e dissimulação dos ativos financeiros oriundos da prática de infração penal e, por certo, a técnica mais eficiente é aquela que ainda é desconhecida. Nesse sentido, o primeiro alerta que se faz é que a lavagem de dinheiro não se utiliza de meios ilegais em si. Prova disso, é que as modalidades comumente utilizadas são: a) mescla; b) empresa de fachada ou fictícia; c) operações em centros de Offshore; d) Bolsa de Valores; e e) utilização de criptomoedas; cujas atividades são revestidas de legalidade, mas desviadas para fins ilícitos.

O combate à lavagem de dinheiro funciona de modo semelhante como a vacina está para a doença. Isso porque, quando surge uma nova doença, cientistas passam bom tempo estudando suas causas e consequências, para entender exatamente o seu funcionamento e buscam desenvolver uma vacina para combatê-la. No entanto, até a criação desta vacina, os danos causados pela doença são significativos e o mesmo ocorre com a lavagem de dinheiro, pois até as autoridades desenvolverem os mecanismos para sua repreensão e controle, muitos ativos já foram lavados e inseridos no mercado financeiro. Assim, podemos afirmar que o combate à lavagem de dinheiro é uma luta incessante, que se renova a cada dia, tamanho o avanço da tecnologia e a criação sucessiva de novos métodos que são empregados no mundo inteiro. Em consequência disso, nasce a necessidade de uma ação conjunta internacional para criação de mecanismos capazes de minimizar a fruição dos ativos advindos de atividades ilícitas.

No âmbito internacional, o pioneirismo do combate à lavagem de dinheiro se deu por meio da edição de legislação penal, na Itália, no ano de 1978; posteriormente, os EUA editaram Anti-Drug Abuse Act of 1986, a qual contém a norma que criminalizou a lavagem de dinheiro nos Estados Unidos, o chamado Money Laundering Control Act, tendo em vista a necessidade de combate ao tráfico de drogas, da exploração dos jogos de azar e da corrupção de servidores públicos. Após a constatação de que o dinheiro obtido ilicitamente pelo tráfico de drogas era utilizado justamente para incrementar a “indústria do tráfico”, concluiu-se que somente buscando a apreensão desses ganhos seria possível exercer o combate efetivo e eficiente dessas organizações criminosas.

Com a realização da Convenção de Viena, em 1988, cuja discussão centrou-se na indústria do tráfico de drogas e na utilização dos ganhos auferidos nesta atividade para o incremento de suas operações, o combate internacional à lavagem de dinheiro tomou força. Não obstante a ausência de cogência e o seu caráter facultativo, suas recomendações são consideradas os pilares do combate à lavagem de dinheiro no sistema financeiro até hoje, inclusive influenciando o trabalho de outros organismos que detêm a responsabilidade de combater a lavagem de capitais.

Logo após a Convenção de Viena, em 1989, a Organização das Nações Unidas designou um grupo de trabalho formado pelos sete países mais ricos do mundo àquela época (G-7), criou o Financial Action Task Force (FATF), ou Grupo de Ação Financeira (GAFI), com o objetivo de promover constantemente, quer a nível nacional, como a nível internacional, melhores técnicas de combate à lavagem de dinheiro, assim como acompanhar a sua implementação. Para atingir seus objetivos, este organismo intergovernamental realiza estudos e diagnósticos, elabora planos e estratégias e desenvolve sistemas de avaliação e controle das atividades financeiras em diversos países.

Nessa mesma linha, a América Latina criou o Carebean Financial Action Task Force (CFATF) ou Grupo de Ação Financeira do Caribe (GAFIC), para atuação exclusiva no território continental. Composta por vinte e cinco Estados-membros, localizados na costa do Caribe, América Central e América do Sul, a organização tem como objetivo a implementação efetiva do cumprimento de suas recomendações, para prevenir e controlar a lavagem de ativos ilícitos e combater o financiamento do terrorismo.

Posteriormente, no ano de 1995, em reunião realizada no Palácio Egmont-Aremberg, em Bruxelas, foi criada uma rede internacional informal integrada por Unidades Financeiras de Inteligência (FIU) de cada país, denominada Grupo Egmont. Pautado pela simples ideia de

que, se descoberto o caminho percorrido pelo dinheiro gerado pelo narcotráfico ou de outros crimes graves, poder-se-ia chegar aos seus donos; ou seja, os grandes criminosos. O Grupo