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Considerações Finais:

“As realidades do século XXI, as grandes problemáticas do conhecimento, da aprendizagem, da criação e da diversidade trazem os professores de novo para o centro do processo educativo”.

António Nóvoa, (2006). Entrevista à Página da Educação:6.

Estamos perante “um novo paradigma da política educativa e da inovação, sustentada por um equilíbrio entre as pressões externas, que estimulam a melhoria com a necessária autonomia escolar, e onde os proc- essos de ensino e aprendizagem se tornam no foco do desenvolvimento” (Bolívar, 2011:9).

Assim, à escola, nesta segunda década do século XXI, colocam-se essencialmente três grandes desafios: ser capaz de conjugar a racionalidade económica com uma regulação que se pretende crítica e democratizante e que associe a(s) (re)construção(ões) da profissionalidade docente com a (re)organização da escola; criar a capacidade de mudança na própria escola e fazer com que essa mudança seja sustentável, ou seja, a capaci- dade de a escola continuar a adaptar-se e a encarar a melhoria face a novos desafios e a novos contextos – school’s capacity for managing change - (Bolívar, 2012:22). Assume-se, como fundamental, um esforço coletivo de apropriação do futuro para que este se torne melhor e em que os professores têm de assumir,

cada vez mais, aquilo que designamos como uma “postura P.O.P.” (Plasticidade; Organização e Posi- tividade).

Conjugar os três desafios supramencionados, é particularmente difícil, como evidencia a análise da pro- speção da educação para 2020, no estudo desenvolvido pela União Europeia, sob o sugestivo epíteto de School is Over.

Nesta era, a geração “Y”, os nativos digitais, na expressão de Prensky, estão nas nossas salas de aula, a co- existir com uma geração de professores, cuja média de idades ronda os quarenta e cinco anos. A escola e os espaços escolares convivem assim com uma realidade fragmentada, onde todos parecem andar à procura de uma nova “paideia,” em detrimento da ideia de polis e de participação na cidade.

As contínuas mudanças, que vão sendo introduzidas, (re)definem o(s) papel(éis) do professor no contexto da escola (organização), bem como as necessidades emergentes à sua formação e ao seu plano de desenvol- vimento profissional (PDP), aceitando e adaptando-se às novas circunstâncias e exigências de uma geração, para que, a escola tem de assumir uma postura cada vez mais desafiadora apoiada na web, numa geração de atenção cada vez mais dispersa.

Assim, acreditamos que as novas técnicas e metodologias de aprendizagem e de formação, de que o e- learning e o b-learning são exemplo, associadas à partilha em comunidades de prática, dentro e fora da escola, são alguns dos desafios que se colocam aos professores nesta segunda década do século XXI. Perante esta avalanche de mudanças desafiadoras, torna-se cada vez mais necessário abrandar a marcha, perder tempo para ganhar tempo, conscientes de que a inovação tecnológica deverá ser um apoio às práti- cas pedagógicas assentes em modelos inovadores, nas tecnologias que os sustentam e nas teorias pedagógi- cas que os fundamentam.

Neste contexto, o autoconhecimento e a automotivação, associados a modelos de liderança partilhada (Bolívar, 2011), são fundamentais para romper preconceitos e esteriótipos ao nível micropolítico da vivên- cia da escola (Day, 2001:129).

Agradecimentos

À Direção da Escola Secundária Augusto Gomes, em Matosinhos, na pessoa do seu diretor, José Casimiro Martins Caldas, agradecemos a possibilidade de dinamizar esta experiência no terreno, bem como a possi- bilidade de participarmos neste encontro através da divulgação do trabalho que nos encontramos a desen- volver.

À ESEPF, na pessoa da Profª Doutora Daniela Gonçalves, a partilha e o feedback repletos de olhares [com]sentidos…fonte de incentivo para novos desafios!

À Fernanda Alas, à Lurdes Lopes e ao Raúl Macedo que se deixaram contagiar pelo meu entusiasmo e em- barcaram nesta aventura.

Aos nossos alunos… para quem, tudo continua a valer a pena!...

Referências Bibliográficas

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Webgrafia

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