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O nível de complexidade das aprendizagens eleva-se em cada ciclo de progressão do ensino-aprendizagem, razão pela qual, a autonomia da autorregulação das aprendizagens pelos alunos torna-se cada vez mais essencial, conforme estes avançam nos ciclos de estudo, para incidir numa concreta e efetiva preparação destes para e para além da SC, cientes dos condicionalismos socioecónomicos que esta introduz.

Pozo (2009, p. 50) argumenta, ao realçar que vivemos numa Nova Sociedade da Aprendizagem, que para atender as solicitações desta nova sociedade, os alunos devem ter capacidades de gestão do conhecimento, que aliada a apropriação concreta de conhecimentos, permitirão que estes suportem as exigências e desafios da SC. Ressalta, entretanto, que a mudança de aprendizagem que esperamos que aconteça nos alunos exige uma alteração na forma de ensinar dos professores.

Consideramos, mais, que a utilização consciente pelos alunos de estratégias de aprendizagem e o desenvol- vimento de métodos de autorregulação, pela sua complexidade, ultrapassam a ação isolada dos docentes, exigem, sobretudo, uma conjugação de contribuições multidisciplinares e coordenadas na Escola.

Mas não só, a ação institucional da Escola, também esta autorregulada, deve promover e consumar uma transformação de práticas que desenvolvam um ensino-aprendizagem para, para além, e mais ainda, ape- sar da SC e dos seus agentes políticos, nomeadamente, na sua pouco desenvolvida vertente socio- económica.

Como polo estruturante e disseminador do conhecimento, a Escola deve fornecer os meios de instrução, apoio pedagógico, acesso a informação, espaços de reflexão e construção de conhecimento, em ambientes enriquecidos com tecnologia, fornecendo, assim, subsídios que permitam ao aluno investir na solução da sua equação metacognitiva, e refletir, por meio do desenvolvimento do Pensamento Complexo.

É importante que o aluno consiga ter a capacidade de concentrar-se no problema, e ao mesmo tempo con- jeturar sobre as ligações que este transporta com o conhecido, que arrisque, crie e intervenha na aprendi- zagem, o erro significa a necessidade de ponderar e rever o conhecimento, formal ou informal, o medo de falhar trava o desenvolvimento da aprendizagem.

Sendo a autorregulação um processo contínuo e de longo prazo, necessita de uma mudança efetiva dos Modelos Mentais existentes na Escola, estes passam pela sua transformação em espaço relacional, supor- tado em interfaces cognitivas e de gestão do conhecimento, campo de investigação de práticas autorregu- latórias, explorando o campo da Autonomia, prescrita de forma pouco consistente.

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