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Redes nas universidades e instituições educativas

A primeira rede social para estudantes universitários foi criada em 2001 na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos da América, tal como lembrou recentemente na sua obra Kirkpatrick (2011). Tratava-se do Club Nexus concebido por um estudante turco de doutoramento em ciências computacionais chamado Orkut Buyukkokten, que tinha como objetivo melhorar a vida social dos estudantes. Esta rede permitia criar perfis com o nome de cada um e fazer uma lista com os melhores amigos.

Em 2003 surge o Daily Jolt, comunidade de discussão, que funcionava como um boletim universitário e estava operacional em doze escolas. No mesmo ano surge o collegester, uma comunidade de serviços livres criado por dois estudantes da Universidade da Califórnia, e nessa altura estava a florescer um serviço de encontros online chamado WesMatch na Universidade de Wesleyan.

Como frisou Faerman (2011), o facebook, a rede social do momento, originalmente também foi um sítio web de redes sociais criado por Mark Zuckerberg para estudantes da Universidade de Harvard, mas agora é que está aberto à população em geral e às organizações e profissionais.

Na esfera das redes sociais internas, Lee (2012) afirma que o ning apresentado na secção 2.1 deste artigo também afeta positivamente a educação e as aprendizagens por transformar o ensino one-way em two-way colaborativo. A autora destaca também a capacidade da rede criar um repositório académico online do trabalho desenvolvido pelos estudantes a que podemos chamar de e-portfólio.

Uma das competências que os estudantes devem desenvolver nos dias de hoje é o saber pesquisar bem, algo que os ajuda ao longa da vida. Como refere Lee (2012), hoje há um constante fluxo e refluxo de infor- mação a ser absorvido dentro e fora da sala de aula. Ser flexível, impõe-se na atualidade, uma vez que a educação não é mais passiva e é preciso um processo contínuo de reaprendizagem em todos: estudantes e professores. Por isso, as aulas e as instituições educativas estão num processo de adaptação a novas tecno- logias e redes sociais.

O uso de redes sociais nas instituições educativas envolve não só o recurso a redes generalistas e privadas mas também à integração destas com os canais de televisão corporativa. Por exemplo, Tavares (2011) fez um estudo preliminar no Brasil que traça um esboço de uma proposta para integrar as televisões universi- tárias no padrão digital às redes sociais.

Este estudo muito recente propõe unir alguns elementos para apresentar uma proposta de TV Universitá- ria Digital Interativa, de modo que ela adote dinâmicas que possam ser utilizadas de forma mais ampla no que concerne à implementação de conteúdos televisivos integrados com as redes sociais, como o orkut, facebook, blogs e o twitter, ferramentas que têm sido muito populares entre os jovens. Portanto, estes fato- res reforçam o papel aglutinador da televisão e a perspetiva de ela agregar as redes sociais a partir de apli- cativos que desenvolvam interfaces possíveis de utilização e como referiu Orihuela (2011) para quem a abertura é um efeito das interações em rede nas universidades e instituições, as redes sociais derrubam no mundo virtual os muros que protegem as instituições no mundo físico facilitando o acesso e dando-lhe mais visibilidade.

Como diz Yang (2008) até os educadores de escolas primárias, que trabalham com estudantes mais jovens, à semelhança de professores universitários utilizam ferramentas de ensino como blogs educativos, sendo os estudantes encorajados por eles a criar comunidades virtuais e a refletir sobre as discussões das aulas acrescentando-lhe conhecimento especializado.

Conclusões

Este artigo conclui que é possível usar, com resultados, redes sociais menos visíveis nas instituições educa- tivas como as redes sociais internas com acesso mais ou menos restrito ou alargado a todos os públicos internos e outras mais visíveis como as usadas pela comunidade em geral. No entanto, qualquer uma das tipologias de redes sociais contribui para minimizar barreiras à comunicação e flexibilizar estruturas orga- nizacionais.

Botelho (2011) que escreveu recentemente sobre as novas gerações, falando da existência dos nativos digi- tais que nascem mergulhados em tecnologia, destacou que estamos perante jovens que falam e dominam a era da informação e as redes sociais. Esta geração não depende apenas da sua formação como dependeram os seus pais mas muito mais da sua motivação e criatividade para de uma forma autodidata serem os me- lhores. Hoje, esta geração tem as ferramentas e a liberdade para criar o seu próprio destino, investigar e conhecer em profundidade todos os temas que lhe interessam, podendo por isso prever melhor o mundo fazendo search no Facebook ou no Google ou falar com quem quiserem em fóruns e chats.

Portanto, com mais ou menos visibilidade, já não há maneira de evitar o uso das redes sociais nas institui- ções educativas em particular, e nas organizações em geral, porque a geração digital assim o exige.

Pela revisão bibliográfica e pelo estudo das redes sociais internas, constata-se que promovendo a integra- ção destas com os sistemas de informação das instituições e outros media, como os canais internos de tele- visão, melhor partido se poderá tirar das potencialidades das redes sociais e promover taxas de utilização mais elevadas.

Referências

Botelho, Inês (2011). Geração Extreme. Lisboa: Edições Sílabo.

Cross, Rob e Thomas, Robert (2010). Conduzir o desempenho através das redes sociais (Ferreira, Lisbeth, Trad.). Porto: Vida Económica.

Faerman, Juan (2011). Faceboom – facebook, o novo fenómeno de massas (Mira, Gonçalo, trad.). Matosinhos: QN Edições e Conteúdos.

Gratton, Sarah e Gratton, Dean (2012). De 0 a 100.000 social media para profesionales y pequeñas empresas. Madrid: ANAYA Multimédia.

Kirkpatrick, David (2011). O efeito facebook (Pacheco, Catarina, trad.). Lisboa: Edição Babel.

Lee, Christina (2012). Como é que os educadores usam os social media para mudar o paradigma da aprendizagem. Acesso em 26 de outubro de 2012. Disponível em: http://www.ning.com/about/resource- center/best-practices/ning-greater-than-you-reforming-education-community-social-media/

Lista de Recursos Yammer (2012). Acesso em 26 de outubro de 2012. Disponível em: https:// www.yammer.com/product/feature-list/

Luoma, Satu et al (2009). Social Media – Knowledge Management 2.0. MSKE 2009 – Managing Services in the Knowledge Economy, pp. 307-315.

Olga, Tavares (2011). A TV Universitária Digital Interativa & Redes Sociais: a convergência possível. Verso e Reverso, XXV(60)., pp. 165-171.

Orihuela, José Luis (2011). Mundo Twitter – Una guía para compreender y dominar la plataforma que cambió la red. Barcelona: Alienta editorial.

Vale, G., e Oliveira, L. (2010). Redes Sociais na Criação e Mortalidade de empresas.  RAE: Revista de Administração de Empresas, 50, pp.325-337.

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