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Considerações sobre a análise do contexto de produção e dos níveis organizacional e enunciativo

PATRÍCIA

6. Uso efetivo do Livro Didático:

6.3 ANÁLISE DO NÍVEL ENUNCIATIVO

6.3.3 Considerações sobre a análise do contexto de produção e dos níveis organizacional e enunciativo

A análise dos níveis macrotextual, organizacional e enunciativo nos permitiu obter inúmeras informações sobre as representações do agir das professoras. Desde elementos que fazem parte do contexto de produção, como o mundo físico e o mundo sociossubjetivo dos sujeitos envolvidos nessa pesquisa, até questões de nível organizacional, que nos possibilitaram compreender que a fala das professoras se organiza a partir de um discurso interativo, quando há uma interação entre os agentes e a situação em que essa troca de informações acontece, bem como por um relato interativo, quando diz respeito a fatos passados ou futuros.

Além disso, essa análise nos possibilitou compreender os posicionamentos enunciativos dos sujeitos, demonstrando que nos discursos da professora Ana há uma predominância da posição pessoal da docente, identificada através do uso do pronome pessoal eu. Já a professora Patrícia opta por posições que valorizam o coletivo, inserindo-se no grupo de professores e compartilhando com todos as responsabilidades do agir.

A análise do nível organizacional também nos permitiu observar uma diferenciação entre as posições enunciativas das professoras. A professora Ana utiliza com maior frequência os modalizadores lógicos, que exprimem um caráter de verdade, de certeza ao discurso. Já o discurso da professora Patrícia organiza-se através de modalizadores apreciativos, que revelam uma posição subjetiva do sujeito.

Como é possível observarmos, com essa análise, já construímos diversas informações sobre o trabalho docente. Essas informações já analisadas servem de suporte para buscarmos respostas a outras questões, como as seguintes:

Quais são os elementos do trabalho do professor que são mais tematizados no texto (o próprio professor? os outros com os quais interage? os instrumentos? os artefatos?) quais são os papéis semântico-sintáticos que esses elementos desempenham nos enunciados? quais são as categorias da semiologia do agir atribuídas (razões, objetivos, motivos, capacidades etc.) aos actantes centrais? Quais são as diferentes formas de agir atribuídas a esses actantes? Quais de suas dimensões individuais (físicas, psicológicas etc.) são tematizadas? (MACHADO; BRONCKART, 2009, p. 65).

Questões como essas serão respondidas na próxima seção, em que buscamos apresentar uma análise do nível semântico, enfocando, primeiramente, os elementos constitutivos do agir e, na sequência, as figuras do agir.

6.4 ANÁLISE DO NÍVEL SEMÂNTICO

No nível semântico, primeiramente, analisamos os elementos constitutivos do agir, que caracterizam o agir, o actante, o trabalho, a tarefa, as razões para agir, as intencionalidades do agir e os recursos para o agir (MACHADO et al., 2009). Na sequência, buscamos analisar os verbos que descrevem o trabalho do professor, servindo de fundamentos os pressupostos de Mazzillo (2006) e Barricelli (2007), com relação às figuras do agir.

6.4.1 Elementos constitutivos do agir

Nesta seção, temos o objetivo de apresentar a análise dos elementos constitutivos do agir que fazem parte do agir das professoras. Para tanto, é necessário recuperarmos os seguintes elementos:

Quadro 14 - Elementos constitutivos do agir

Fonte: (MACHADO et al., 2009).

Agir (atividade e ação) Actante (agente e ator)

Trabalho Tarefas Razões para o agir Intencionalidade do agir

Com esses elementos, poderemos observar como o agir do professor é representado, isto é, quais actantes se encontram envolvidos nesse processo, quais os recursos utilizados, quais as tarefas e quais as intenções do sujeito enunciador.

De início, apresentamos uma análise dos elementos constitutivos do agir revelados no discurso da professora Ana.

6.4.1.1 Entrevista da professora Ana

No discurso da professora Ana, percebemos, inicialmente, a representação do processo de escolha do Livro Didático. Essa intervenção se caracteriza enquanto uma atividade, pois compete a um agir coletivo, realizado por vários agentes, aqui representados pelos professores que fazem parte do ambiente escolar.

...normalmente a gente se reúne com os professores é faz uma uma análise de cada livro que nos é apresentado e temos que chegar a um denominador comum que nem sempre contenta a todos e na verdade a gente não encontra um livro cem por cento que satisfaça o trabalho do professor... (Professora Ana, texto 1, linhas 19 - 22).

Na sequência, percebemos que o trabalho do professor sofre coerções institucionais, uma vez que é destinado um determinado tempo para a escolha do Livro Didático.

normalmente em um período ou seja... manhã ou tarde a gente tem para fazer a escolha deste livro... então se formos analisar o tempo... uma vez

que nós trabalhamos ao longo de três anos o livro didático é insuficiente para a gente fazer uma uma escolha adequada... todo mundo está com pressa para fazer a escolha e:: acabamos não fazendo uma escolha minuciosa... (Professora Ana, texto 1, linhas 26 - 30).

Dando continuidade, percebemos a presença de uma atividade, no instante em que a professora informa qual o Livro Didático que está sendo utilizado pela escola. Essa atividade envolve um agir coletivo, realizado por vários agentes que fazem parte do respectivo educandário.

nós estamos utilizando o livro português linguagens de do william cereja e da thereza cochar... mas não é um livro que completa minhas

atividades... ele é apenas serve como um guia... (Professora Ana, texto 1, linhas 42 - 44).

Em seguida, percebemos mais um relato que comprova que o trabalho do professor sofre a influência de instâncias institucionais, responsáveis pela distribuição dos Livros Didáticos.

nós temos livros suficientes para cada aluno... todos os alunos tem sei que tem escolas que não tem livros suficiente... mas a nossa escola está

muito bem contemplada com os livros didáticos eles vem vieram em tempo hábil ou seja no primeiro dia de aula eu já tinha o livro didático...é inédito

porque em outros anos a gente levava às vezes dias e meses para começar um novo livro e esse ano o livro estava disponível para os alunos desde o primeiro dia de aula... (Professora Ana, texto 1, linhas 54

- 59).

O agir docente também está representado por tarefas, que dizem respeito às condutas verbais e não verbais que são prescritas aos professores. Identificamos a representação de diversos conteúdos que são organizados no plano de trabalho e seguidos pela professora.

é a gente tem um PLANO um plano de trabalho... que é elaborado com /

a direção da escola e demais professores... eu não participei desta elaboração o meu plano já estava previamente é pronto eu só peguei ele para é ter um embasamento e para saber o que eu devo trabalhar... mas entre os conteúdos que devem ser trabalhados lembro de alguns que não tenho aqui no momento mas assim ó... é:: a gente tem que fazer uma

revisão das classes gramaticais... temos que fazer estudar o período composto por coordenação e subordinação... temos que fazer uma abordagem sobre a regência verbal a regência nominal a crase a ortografia com destaque a ortografia nova que ainda os alunos não

pegaram ela na íntegra é:: (Professora Ana, texto 1, linhas 62 - 71).

Juntamente com essas tarefas, também identificamos, no relato seguinte, uma ação (individual) da professora, representada enquanto o ator que conduz o processo de aprendizagem, apresentando intenções, razões para determinado agir. Esse agir da professora também é motivado por questões internas, os motivos que influenciam a ação. No relato da professora, o trabalho com a produção textual, com os gêneros textuais e com a hora da leitura, explicita que ela está convencida da importância de se trabalhar com esses conteúdos.

é a gente tem um PLANO um plano de trabalho... que é elaborado com / a direção da escola e demais professores... eu não participei desta elaboração o meu plano já estava previamente é pronto eu só peguei ele para é ter um embasamento e para saber o que eu devo trabalhar... mas entre os conteúdos que devem ser trabalhados lembro de alguns que não tenho aqui no momento mas assim ó... é:: a gente tem que fazer uma revisão das classes gramaticais... temos que fazer estudar o período composto por coordenação e subordinação... temos que fazer uma

abordagem sobre a regência verbal a regência nominal a crase a ortografia com destaque a ortografia nova que ainda os alunos não pegaram ela na íntegra é:: eu trabalho BASTANTE com eles a produção textual trabalho

também bastante com gêneros é:: textuais é:: a hora da leitura eu não descarto também é uma hora por semana... é:: e você tem que trabalhar

as classes gramaticais em todas as séries de uma forma menos e mais aprofundada... (Professora Ana, texto 1, linhas 62 - 74).

Na sequência, também observamos que a professora representa o seu agir através de algumas intenções. Nesse caso, o ator explicita que não trabalhará com alguns textos que fazem parte do Livro Didático, por não estar de acordo com a realidade dos alunos. É uma ação (individual) do sujeito enunciador, a fim de que a aprendizagem ocorra em sintonia com a realidade dos alunos.

eu vou acaba o ano sem trabalhar alguns textos no livro por considerar

ele não tão real a nossa realidade não tão adequado e os textos são

bastante direcionados para outras regiões eles não são direcionados para nós aqui do sul... então nem/ não tem nenhum texto que pudesse falar

sobre a nossa região... (Professora Ana, texto 1, linhas 117 - 121).

Por fim, o discurso é marcado por passagens que comprovam a presença de outros materiais, além do Livro Didático. Livros mais antigos, internet e videoaulas são instrumentos utilizados pela professora, que auxiliam em seu trabalho.

livros mais antigos dos quais a gente usou durante todo o nosso período

de magistério... é:: internet é outro recurso também... eu uso bastante

vídeos aula mas as vídeos aulas de professores que que eu pesquisei que sei que posso posso aproveitar do conhecimento deles... sempre

primeiro assisto a aula pra ver se de fato é porque nós como professores é:: não somos perfeitos e pra não haver é:: divergências de interpretação então eu prefiro ouvir à aula para levar para os alunos o mesmo pensamento que o professor da videoaula apresentou... (Professora Ana, texto 1, linhas 153 - 159).

No excerto acima, também percebemos que o agir da professora se efetiva pela presença de determinantes externos que orientam e auxiliam seu trabalho. As videoaulas de outros professores são um exemplo desse processo, uma vez que os docentes que organizam essas videoaulas são os determinantes externos que auxiliam no agir da professora.

Essa análise dos elementos constitutivos do agir nos permitiu observar como o agir da professora é representado a partir do texto. Percebemos que a professora revela tanto uma posição de agente como de ator. No processo de escolha do Livro Didático, a posição atribuída à professora é de agente, uma vez que não são

explicitadas as capacidades internas do sujeito enunciador. Entretanto, nos tópicos seguintes, que enfocam aspectos de descrição do Livro Didático e de uso desse material, identificamos que há uma predominância da posição de ator, de protagonista das suas práticas de ensino. Isso se deve ao fato de encontrarmos representações que apresentam os motivos e intenções para determinado agir.

Se focalizarmos as intenções da professora, veremos que a sua opção é de não trabalhar com alguns textos que se encontram no Livro Didático, por não estarem direcionados à realidade dos alunos. Sendo assim, torna-se visível que a professora busca trabalhar com outros textos, que estejam presentes em outros materiais e que se direcionam ao contexto dos educandos. O que se observa nesse discurso da professora é uma oposição às ideias defendidas pelo PNLD, uma vez que o guia prevê que os Livros Didáticos trabalhem com diversas temáticas sociais, direcionadas à realidade dos alunos.

Ainda, com relação às intenções do ator principal, percebemos que a professora explicita um trabalho com os gêneros textuais, com diversos textos que fazem parte do contexto social. Com essa prática, identificamos uma relação com o que é explicitado nos PCNs, uma vez que esse documento prevê um ensino a partir de textos de diferentes gêneros textuais. Isso no reporta a Machado (2009), no que concerne o sistema educacional, pois os PCNs são considerados um dos elementos prescritivos que orienta o agir do professor em sala de aula, em interação com os alunos e com o conhecimento.

A atividade se evidencia no processo de escolha do Livro Didático, composta por um agir coletivo, motivado por diversos agentes. Entretanto, durante os relatos, percebemos diversas passagens que condicionam a uma ação, motivada por um agir individual, pelas intenções do ator principal do texto, a professora. Nesses excertos, identificamos que a professora não segue todas as propostas que são apresentadas no Livro Didático, uma vez que faz uso de outros materiais que podem dar o suporte necessário.

Exposta essa análise, apresentamos, na sequência, os elementos do agir que fazem parte do discurso da professora Patrícia.

No discurso da professora Patrícia, observamos, inicialmente, a descrição do processo de escolha do Livro Didático. Ao realizar essa descrição, percebemos que esse processo é composto, inicialmente, por uma ação (individual), cada agente realiza uma análise individual do Livro Didático. Realizada essa análise, observamos a presença de uma atividade, pois todos os agentes se reúnem para a escolha de um determinado exemplar.

olha as editoras mandam pra escola... né e daí nós analisamos ele...

primeiro cada um / analisa ele individualmente depois nós fizemos uma reunião por área... daí/ discutimos analisamos o livro em conjunto... e

daí depois a gente então escolhe o que / a gente então acha que é a melhor opção que nos enviaram né... (Professora Patrícia, texto 2, linhas 7 - 11).

sim:: nós né sempre tentamos reunir todos os professores... marcar um dia onde todos possam estar... (Professora Patrícia, texto 2, linhas 13 - 14).

Na representação da professora, também identificamos a presença de

determinantes externos que se configuram como razões externas que influenciam

e orientam o processo de escolha dos Livros Didáticos. No relato, o Livro Didático é escolhido levando em consideração a presença de textos atuais e propostas didáticas que estejam direcionadas para o que é exigido no Enem e em outros vestibulares. Nesse sentido, há a presença de determinantes externos de ordem

social, os textos atuais, e institucionais, Enem e vestibulares, que acabam

orientando o agir do professor.

olha:: assim até / nós:: pegamos assim escolhemos então o livro que tem

/ mais textos atuais né que está mais de acordo com que é cobrado

depois... né / dos alunos em outras tipo no Enem nos vestibulares né... esses critérios a gente tenta mais mas mesmo assim tá é difícil né... essa escolha... (Professora Patrícia, texto 2, linhas 16 - 19).

Dando continuidade, identificamos que o trabalho do professor sofre a influência de instâncias institucionais, que organizam e orientam o agir docente. Isso se comprova no processo de escolha do Livro Didático, uma vez que a agente informa que há um tempo determinado para a escolha desse material. Do mesmo modo, no processo de distribuição dos Livros Didáticos, percebemos que, em alguns momentos, ocorre a falta de exemplares, pois a agente menciona que é necessário buscar livros em outras escolas, para que todos os alunos possam ser contemplados.

isso tudo depende como a:: editora manda né... que nem por exemplo esse ano / nós tínhamos até seis de setembro mas início de setembro daí alguns ainda enviaram né / mas a maioria é mais ou menos um mês... né... mas tem uns então que mandam um pouquinho mais tarde que chega então a dar dez dias se a gente não tem tanto... tanto tempo pra escolher né... (Professora Patrícia, texto 2, linhas 21 - 25).

olha ali até eu acho que assim não é... às vezes /... no início do ano então

os livros não estão disponíveis ainda na escola ou a gente faz uma

tipo... pede... vamos supor 30 livros pro primeiro ano daí só vem 20 daí

gente tem que ir atrás ver se / não tem em outras escolas né mas...

poderia ser mais organizado... pra que no início do ano todo mundo tivesse o seu livro... (Professora Patrícia, texto 2, linhas 47 - 51).

Na entrevista, também percebemos a presença de diversas tarefas que envolvem o agir docente. Essas tarefas dizem respeito às condutas, tanto verbais quanto não-verbais, que são prescritas à professora. A tarefa de dar aula é constituída por diversos atos, por diversos conteúdos e processos que fazem parte do ensino de Língua Portuguesa. No discurso da agente, identificamos essa descrição da tarefa de dar aula, de diversos atos que fazem parte de seu agir enquanto docente.

olha nós temos então assim / um plano de trabalho né mais ou menos unificado a gente vai /... os professores na verdade se reúnem né e vão distribuindo a gente vai tipo seguindo mais ou menos o livro né / mas a gente inicia / com orações subordinadas daí vão as orações

coordenadas estrutura e processo de formação de palavras nós já

entramos na questão de / produção textual / textos dissertativo

argumentativo... né / daí tem o debate regrado... trabalhamos vários tipos de textos né inclusive até graMÁtica gramática em si não tem tanta

no 9ª Ano... é mais interpretação produção textual né e / algumas

figuras de linguagem a gente já / porque é fundamental né a gente vai

introduzindo porque depois no ensino médio a gente vai aprofundando... (Professora Patrícia, texto 2, linhas 54 - 63)

Na sequência, percebemos as intenções da professora, ao revelar que trabalha com os textos que se encontram no Livro Didático. O ator desenvolve um trabalho com os textos, por acreditar que eles se direcionam para a realidade dos alunos, para temáticas que se aproximem de sua faixa etária e de seu contexto social.

olha..dizia assim um livro razoável até:: / eu gosto particularmente assim

dos textos ele traz ele textos assim bem na realidade deles..eles até ai só podia ser sobre adolescente e sobre / a tecnologia... né trata bem

assim sempre digo assim é descreve os TEXTOS descrevem realmente

como eles são e as vidas que eles levam né... eles as vezes resmungam

de novo né mas é a vida deles... e textos bem bons de trabalhar... (Professora Patrícia, texto 2, linhas 65 – 70).

olha / nós:: / trabalhamos bastante então os textos né assim... a gramática em si ela não... (Professora Patrícia, texto 2, linhas 93 - 94).

No discurso da professora, também identificamos a presença de diversos

instrumentos que fazem parte de seu agir. A agente revela, em diversas

passagens, que busca suporte em outros materiais, em outras atividades que possam complementar os conteúdos apresentados no Livro Didático.

SOMENTE o livro / o livro em si como é que vou te dizer de repente... pras MÍNINAS coisas SIM né mas não assim porque a gente tem que ir atrás

tem que pesquisar em outras... na internet tem que ir atrás de outros livros né mas assim o MÍnimo sim... o mínimo ele... (Professora Patrícia,

texto 2, linhas 73 - 76).

até assim as próprias editoras mandaram cds... né pra nós também com / atividades extras né... então essas a gente pega a gente imprime né/ na

internet/ sites então que quando a gente faz cursos eles recomendam “ó tal site tem atividades assim” então/ daí eu pego o/ computador é meu aliado praticamente né então nós temos retroprojetor eu projeto as

atividades no quadro daí tem muitas vezes vídeos também que explicam

o conteúdo as vezes de uma se eles veem de uma outra forma eles

entendem melhor né... mas/ mais a internet então esses meios que a gente usa mas também a gente pesquisa e faz curso onde eles indicam

bastante material né que usamos na sala de aula... (Professora Patrícia,

texto 2, linhas 141 - 149).

Nesse contexto, percebemos que a professora utiliza outros instrumentos além do Livro Didático. A busca de materiais na internet e em outros livros auxilia na seleção dos conteúdos e nas atividades propostas pelo Livro Didático.

A partir dessa análise, compreendemos como o agir da professora é representado a partir de textos. No momento em que são explicitadas as intenções do sujeito enunciador, a posição atribuída à professora é de ator. No restante do discurso, a posição é de agente, por não explicitar capacidades internas do sujeito.

Percebemos uma preocupação com a realidade do aluno, uma vez que a

intenção da professora é de trabalhar com os textos que se apresentam no Livro

Didático, por acreditar que eles se aproximam do contexto em que os alunos vivem e se relacionam. Nesse sentido, há uma relação com o que é explicitado no Programa Nacional do Livro Didático, uma vez que esse guia prevê que as unidades que compõem os livros trabalhem com diversas temáticas sociais, que se direcionem à realidade dos alunos.

A professora, ao revelar que trabalha com diversos textos que se apresentam no livro Português Linguagens, poderá estar desenvolvendo diversas estratégias de

leitura, uma vez que esse exemplar valoriza, no eixo leitura, a identificação de