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CONTESTAÇÃO DE AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER ENVOLVENDO TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO

PRELIMINAR DE CARÊNCIA DE AÇÃO

10.20 CONTESTAÇÃO DE AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER ENVOLVENDO TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 3

a

Vara Cível do Foro de

Mogi das Cruzes, São Paulo.

Processo no 0000000-00.0000.0.00.0000 Ação de Obrigação de Fazer

F. V. R., brasileiro, solteiro, segurança, portador do RG 00.000.000-SSP/SP e do CPF 000.000.000-00, titular do e-mail fvr@gsa.com.br, residente e domiciliado na Rua Lara, no 00, Centro, cidade de Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, por seu Advogado, que esta subscreve (mandato incluso), com escritório na Rua Francisco Martins, no 00, Centro, cidade de Mogi das Cruzes-SP, onde recebe intimações (e-mail: gediel@gsa. com.br), nos autos do processo que lhe move E. I. dos S., vem à presença de Vossa Excelência oferecer contestação, nos termos a seguir articulados:

Dos Fatos

Em janeiro de 0000, o autor ajuizou o presente feito asseverando, em apertada síntese, que, em 00.00.0000, havia adquirido um veículo marca “fusca”, placa CWX 0000, do réu e que este lhe entregou, no momento da compra, apenas o CRLV, prometendo para os próximos dias o “recibo de compra e venda.” Narrou, ainda, que não obstante suas muitas tentativas amigáveis para haver o referido documento, não obteve êxito. Requereu, por fim, fosse imposta pena pecuniária ao réu até que efetivasse a entrega do referido documento.

Recebida a exordial, concedeu este douto Juízo a liminar, determinando ao réu que entregasse ao autor, no prazo de 48 horas, todos os documentos relativos ao automóvel mencionado na inicial, inclusive o CRLV, sob pena de multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais). Designou-se, ainda, audiência de conciliação, quando, não obstante os esforços dos conciliadores e do réu, não foi obtido acordo, iniciando-se então o prazo para apresentação de defesa.

Em síntese, os fatos. Do Recibo de Compra e Venda:

Inicialmente, em atenção à decisão deste douto Juízo, fls. 00/00, requer-se a juntada do original do “recibo de compra e venda” do veículo VW Fusca 1200, placa CWX 0000, devidamente firmado e preenchido, já, inclusive, com firma reconhecida do proprietário, possibilitando a imediata transferência do registro do veículo para o autor.

Observa, ademais, que este era o único documento que estava na posse do Sr. “A”, sendo o próprio autor quem reconhece na sua exordial que no ato da compra recebeu o CRLV (certificado de registro e licenciamento do veículo).

Do Mérito:

Data venia, não agiu bem este douto Juízo ao conceder a liminar arrimada unicamente nas mendazes afirmações do autor, que declarou em sua inicial apenas os fatos que lhe interessavam, procurando, com certeza, levar este douto Juízo a erro.

De fato, quando o réu vendeu o “fusca” para o autor lhe entregou o documento de circulação (CRLV), onde consta o nome do Sr. A. de S., de quem o réu, por sua vez havia comprado o carro. No entanto, o negócio envolvia a quitação de uma dívida junto à Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes (documentos anexos), assumida pelo Sr. “A”, quando este, por sua vez, havia adquirido o veículo.

O autor não só foi informado da referida dívida, como foi levado até o Sr. “A”, detentor do recibo de compra e venda; acertando as partes que o referido recibo seria entregue ao autor quando da quitação final da referida dívida junto à PMMC.

Tudo certo, negócio fechado.

Nessa altura dos fatos, o réu havia feito a sua parte. Apresentou ao autor o detentor do documento de transferência, tendo ele assumido o compromisso de quitar a dívida junto à PMMC. Todavia, algum tempo depois, o réu foi procurado por um desesperado Sr. “A”, que recebeu em sua casa notificação de multa por infração de trânsito praticada pelo autor, que, como se viu, estava na posse do veículo (veja-se documento anexo).

Juntos procuraram o autor querendo apressar a transferência do registro do veículo. Para tanto requereram ao mesmo que fornecesse cópia de carteira de habilitação, RG e CPF, a fim de preencher o recibo e também para possibilitar ao Sr. “A” livrar-se da multa e da pontuação.

O autor foi evasivo e disse que não poderia fornecer os referidos documentos naquele momento, pedindo que lhe fosse entregue o recibo em branco. Com isso não concordou o Sr. “A”, acertando-se então que o autor iria depois à casa do Sr.” A” levar os documentos e acertar a transferência.

Claro que assim não procedeu, muito ao contrário, continuou usando de forma inadequada o carro, tomando outras multas, inclusive uma de natureza gravíssima, que tem como consequência a apreensão da carteira de habilitação (veja-se documento anexo).

O réu e o Sr. “A” continuaram procurando o autor para proceder com a transferência, mas este continuou fugindo, negando-se a fornecer cópia dos documentos e insistindo que o documento de transferência lhe fosse entregue em branco.

Finalmente com a citação neste feito, o réu e o Sr. “A” conseguiram o número do RG e do CPF do autor, que constam dos autos, possibilitando o preenchimento

do recibo de compra e venda, cuja cópia vai ajudar o Sr. “A” a se livrar da responsabilidade pelas muitas infrações perpetradas pelo autor.

Registre-se, por fim, que o autor não honrou o seu compromisso de pagar a dívida no PMMC, sendo que tal encargo foi assumido pelo réu, que era corresponsável junto ao Sr. “A”.

Da Entrega do Recibo de Compra e Venda

Como pode facilmente perceber este douto Juízo, o autor não é pessoa de confiança e, considerando o valor das multas que tomou, pode facilmente retirar o original do “recibo de compra e venda”, anexado a esta petição, e deixar de providenciar a transferência do registro, mantendo em suspense o bom nome do Sr. “A” e a corresponsabilidade do réu. Destarte, requer-se a este ilustre Juízo que, ao liberar o documento, fixe prazo para que o autor comprove nos autos a regularização da transferência do registro, sob pena de pagamento de multa diária no valor de 1/2 (meio) salário mínimo.

Dos Pedidos:

Ante o exposto, considerando que o autor não cumpriu integralmente o negócio com o réu (deixou de quitar a dívida no PMMC, documentos anexos), e, portanto, não tinha o direito de exigir a entrega do recibo de compra e venda (exceção do contrato não cumprido), mormente em branco, requer-se seja seu pedido julgado improcedente, condenando-o nos ônus da sucumbência.

Requer, outrossim, os benefícios da justiça gratuita, vez que se declara pobre no sentido jurídico do termo, conforme declaração anexa.

Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos (anexos), perícia técnica, oitiva de testemunhas (rol anexo) e depoimento pessoal do autor.

Termos em que p. deferimento.

Mogi das Cruzes, 00 de fevereiro de 0000. Gediel Claudino de Araujo Júnior

10.21 CONTESTAÇÃO DE AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER