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POSSE DE ÁREA DE SERVIDÃO MOVIDA PELA CTEEP EM FACE DE UMA COMUNIDADE, COM VÁRIAS

PRELIMINARES

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 3

a

Vara Cível do Foro de

Mogi das Cruzes, São Paulo.

Processo no 0000000-00.0000.0.00.0000 Ação de Reintegração de Posse

C. J. C. e Outros, já qualificados, todos por seu Advogado, que esta subscreve (mandato incluso), com escritório na Rua Francisco Martins, no 00, Centro, cidade de Mogi das Cruzes-SP, onde recebe intimações (e-mail: gediel@gsa.com.br), nos autos do processo que lhes move CTEEP – Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, vêm à presença de Vossa Excelência oferecer contestação, nos termos a seguir articulados:

Dos Fatos:

Em 00 de agosto de 0000, a autora ajuizou ação de reintegração de posse com pedido liminar asseverando, em apertada síntese, que os réus teriam invadido área de servidão da Linha de Transmissão denominada LT 000 Kv São José dos Campos/ Mogi das Cruzes. Argumentando, de forma mentirosa, que o esbulho aconteceu a menos de um ano e um dia, a recorrida pediu, em liminar, fosse expedido imediato mandado de reintegração de posse; no mérito, requereu que sentença confirmasse a reintegração de posse da área supostamente esbulhada.

Recebida a exordial, fls. 00/00, o douto Magistrado de primeiro grau deferiu, inaudita altera parte, a medida liminar, que aguarda cumprimento. Contra esta decisão, os réus interpuseram agravo de instrumento, que aguarda julgamento.

Em síntese, os fatos.

Preliminarmente/Da regularização do Polo Passivo:

Requer-se determine este douto Juízo a regularização do polo passivo da demanda, com escopo de fazer-se constar o nome de todos os identificados nesta petição, oficiando-se ao cartório distribuidor e alterando-se a capa do feito.

Registre-se, ademais, que outras pessoas residem no local, devendo este douto Juízo determinar que o Senhor Oficial de Justiça percorra a área a fim de identificá-

las e citá-las para os termos desta ação, sob pena de nulidade. Preliminarmente/Da Incompetência Absoluta:

Empresa estatal responsável pelo sistema de transmissão de energia elétrica em São Paulo, a autora foi parcialmente privatizada em 0000 (vendeu-se o seu controle), contudo manteve a qualidade de “concessionária de serviço público”, fato que demanda o deslocamento da competência para conhecer e julgar o presente feito para a vara especializada da Fazenda Pública desta Comarca, conforme norma prevista no artigo 35 do Decreto-Lei Complementar n. 03, de 27 de agosto de 1969 (Código Judiciário do Estado de São Paulo).

No mais, há que se considerar que o conflito existente entre as partes é anterior à venda do controle acionário (há moradores que residem no local há mais de vinte anos), ou seja, quando a autora ainda era exclusivamente “empresa estatal”; no mais, é a própria autora quem assevera na petição inicial que “servidão administrativa é ônus real que recai sobre a propriedade, ônus este estabelecido em favor da Administração Pública direta, indireta ou de seus delegados e, ainda, que se trata de interesse da Administração Pública que não deve jamais ser subtraído pelo interesse do particular” (fls. 07).

Em outras palavras, é a autora quem se coloca no mesmo patamar que a Administração Pública.

Também este douto Juízo tratou a área objeto deste feito, ao fundamentar a r. decisão de fls. 00/00, como “bem de domínio público” (segundo parágrafo de fls. 00). Ora, se o bem é público, se a autora é concessionária do serviço público, se colocando, na verdade, como Administração Pública, fls. 00, inarredável a aplicação a este processo da norma prevista no artigo 35 do Decreto-Lei Complementar n. 03, de 27 de agosto de 1969.

Destarte, requer-se, caracterizada a “incompetência absoluta” deste Juízo para conhecer e julgar o presente feito, sejam os autos imediatamente redistribuídos para a Vara da Fazenda Pública deste Foro.

Preliminarmente/Da inexistência de Posse da Autora (“Falta de Legitimidade”):

Mesmo que eventualmente se venha provar que os réus ocupam total ou parcialmente a área da servidão da Linha de Transmissão denominada LT 000 Kv São José dos Campos/Mogi das Cruzes, fato que se aceita apenas para contra argumentar, há que se registrar que a autora nunca teve efetivamente a posse do imóvel objeto desta ação, visto que jamais praticou quaisquer atos de exteriorização do domínio.

Com efeito, não basta, para a caracterização da posse, como exercício de fato de um dos poderes do domínio, e, por conseguinte, exteriorização da propriedade, a tão só presença das torres de transmissão de energia elétrica no imóvel.

Quando muito, se poderia reconhecer, em favor da autora, a posse das próprias torres de transmissão, mas não do solo onde elas estão instaladas. Com efeito, as

torres de transmissão, como construções incorporadas artificialmente ao solo, são, em relação a este, bens acessórios (art. 92, CC). Presumir-se a posse do solo pela posse das construções incorporadas a ele seria inverter-se o princípio geral do direito, de que o acessório segue o principal, e, portanto, desafiar uma regra de experiência comum (art. 375, CPC).

De fato, nunca houve nenhuma sinalização por parte da autora de que seria proprietária do imóvel, ou melhor, do solo onde se encontravam instaladas as torres de transmissão. E, como já se disse, o tão só fato da instalação das torres não é indicativo do exercício de fato do domínio do solo, pois este não é usado, ou quando menos, sinalizado o seu uso potencial: ele apenas servia como base de sustentação das torres.

Ou seja, a interação entre a torre de transmissão, como construção, e o solo ao qual resta incorporada, é insuficiente para se tomar como possuído o solo a partir do uso das torres de transmissão. Com efeito, apenas uma pequena fração do solo, justamente aquele que serve de base às torres, é usada: em todo o resto não há nenhuma aparência de domínio, nenhum exercício dos poderes inerentes à propriedade.

De modo que, como já se disse, se a autora teve a posse do imóvel, não procurou conservá-la, praticando atos de exteriorização do domínio, e assim dela se demitiu, perdendo-a. O abandono, diga-se, se caracteriza pela tão só ausência de poder sobre o bem (art. 1.223, CC). Decerto, a voluntariedade da renúncia não deve ser pesquisada na consciência do agente, tal como funciona em relação à aquisição da posse: neste, como naquele, o que importa não é exatamente a vontade, mas a sua manifestação, ainda que inconsciente.

Ora, na medida em que o imóvel jamais teve qualquer sinalização de domínio, pelo contrário, tendo sido descuidado a ponto de ter sido alvo de intensa ocupação (aceitando-se, por hipótese, que a área ocupada é de fato a área da servidão), sem que a autora opusesse qualquer resistência, o imóvel passou, a toda e maior evidência, a ser considerado como coisa sem dono.

Informa o art. 561 do CPC que incumbe ao autor, entre outras coisas, “provar a sua posse”; ora, percuciente análise dos autos demonstra, à evidência, que a autora nunca teve efetivamente a posse do imóvel “supostamente” ocupado pelos réus.

Comentando o referido artigo, o eminente Desembargador Federal do Tribunal Regional Federal da 3a Região, Dr. Nelton Agnaldo Moraes dos Santos, no livro Código de Processo Civil Interpretado, assevera que “as demandas de reintegração e de manutenção não prescindem da alegação de que o autor a exerceu ou ainda a exerce; aquele que nunca exerceu a posse não dispõe de interditos possessórios; poderá, sim, ajuizar demanda reivindicatória, v.g., desde que seja titular do domínio” (página 2.415, Editora Atlas: 2004).

Como demonstrado, A AUTORA, E SEUS ANTECESSORES, NUNCA EXERCERAM A POSSE DA ÁREA DE SERVIDÃO OBJETO DESTA DEMANDA, que instituída formalmente nunca foi realmente efetivada; sendo assim, falta, como se disse, à autora legitimidade para o presente feito.

Preliminarmente/Da Falta de Pressuposto Processual:

Superada a preliminar de carência de ação, fato que se aceita penas para contra argumentar, forçoso reconheça este douto Juízo que a petição inicial da autora é inepta.

De forma muito clara, o artigo 561 do CPC enumera os requisitos para a obtenção da proteção possessória, quais sejam: (I) a posse (prévia); (II) a turbação ou esbulho praticado pelo réu; (III) a data da turbação ou do esbulho; (IV) a perda da posse na ação de reintegração.

A autora alega posse prévia, embora não indique como vem exercendo a sua posse, fala ainda que os réus teriam esbulhado a sua posse, porém deixa claramente de especificar a data do suposto esbulho. Nesse aspecto em particular, há que se registrar que a longeva posse dos réus não foi fruto de esbulho, mas de pacífica e pública ocupação.

A autora não informou a “data do esbulho”, tendo se limitado a afirmar que a posse dos réus seria nova, isto é, menor que ano e dia. Na verdade, o que é recente nesta questão é o interesse da autora em tirar os réus do local que ocupam; para tanto, mandou alguns de seus prepostos ao local a fim de notificá-los de que as suas construções estariam irregulares em razão da já citada servidão.

De qualquer forma, lendo-se a petição inicial, de forma estritamente objetiva, fica evidente o não atendimento dos requisitos indicados no artigo 561 do CPC, mormente aquele que fala sobre a data do suposto esbulho, razão pela qual deve este douto Juízo extinguir o feito sem julgamento de mérito (art. 485, IV, CPC).

Do Mérito:

Douto Magistrado, o pedido de reintegração de posse deve ser julgado improcedente, expedindo-se em favor dos réus, considerando-se a natureza dúplice das ações possessórias (art. 556, CPC), mandado de manutenção de posse, conforme se demonstrará a seguir:

“Da localização da área ocupada.”

A área ocupada pelos réus não está localizada dentro da servidão da Linha de Transmissão denominada LT 000 Kv São José dos Campos/Mogi das Cruzes; na verdade, as áreas são contíguas, limítrofes, mas totalmente distintas.

Tratando-se de áreas distintas, como se provará por meio de perícia técnica, o pedido de reintegração de posse deve ser julgado improcedente, expedindo-se, em atenção à natureza dúplice das ações possessórias, mandado de manutenção de posse em favor dos réus.

“Da posse dos réus.”

Como se disse anteriormente, mesmo que eventualmente se venha provar que os réus ocupam total ou parcialmente a área da servidão da Linha de Transmissão denominada LT 000 Kv São José dos Campos/Mogi das Cruzes, fato que se aceita apenas para contra argumentar, há que se registrar que os réus exercem verdadeira “posse”, como

reconhecido pela autora em sua petição inicial (veja-se que ela sempre se refere à “posse” dos réus).

Na qualidade de posseiros antigos, os réus já adquiriram o direito de requerer que a área que ocupam lhes seja cedida por meio da “concessão de uso especial”, conforme norma prevista no art. 4o, inciso V, alínea “h” da Lei no 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), regulado pela Medida Provisória 2.220/2001.

A constituição deste direito envolve a “posse de imóvel público” e a vontade de ter a coisa como sua (art. 1o da MP 2.220/01); ambos os requisitos estão presentes neste caso (considerando a hipótese, não provada, de que a área ocupada é pública).

Inegável que o legislador buscou por meio do Estatuto da Cidade estabelecer instrumentos jurídicos fundamentais de política urbana, voltados à regularização fundiária e urbanística; esses instrumentos devem ser tomados como ferramentas de uma reengenharia social arrimada em valores jurídicos fundamentais, voltados para a realização dos princípios fundamentais da cidadania e da dignidade da pessoa humana (art. 1o, inc. II e III, CF), na perspectiva da construção de uma sociedade mais justa e solidária.

Com efeito, a Constituição Federal declara, ao tratar da ordem econômica (art. 170), que ao Estado cabe “assegurar a todos existência digna”, observando o princípio da função social da propriedade.

Comentando sobre o tema, o mestre José Afonso da Silva, na sua obra Curso de Direito Constitucional Positivo, Editora Malheiros, 1991, página 239, declara, in verbis:

“O regime jurídico da propriedade tem seu fundamento na Constituição. Esta garante o direito de propriedade, desde que esta atenda sua função social. Se diz: é garantido o direito de propriedade (art. 5o, XXII), a propriedade atenderá à sua função social (art. 5o, XXIII), não há como escapar do sentido de que só se garante o direito de propriedade que atenda sua função social.”

No mesmo sentido a lição abalizada dos doutos Gustavo Tepedino e Anderson Schreiber, expressa no artigo “Função Social da Propriedade e Legalidade Constitucional”, publicado na Revista de Direito, Estado e Sociedade da PUC-RJ, volume 17, agosto de 2000, página 49, in verbis:

“Disso decorre que se uma determinada propriedade não cumpre com sua função social perde seu título justificativo. De fato, se a função social é noção que exsurge exatamente da busca de uma legitimidade da propriedade privada, não seria excessivo afirmar que, em sua ausência, seja retirada a tutela jurídica dominical, em situações concretas de conflito, para privilegiar a situação do bem, que justamente do título de propriedade, condiciona-se e atende ao interesse social.”

Merece ainda menção expressa a lição do eminente Ministro do Colendo Supremo Tribunal Federal Eros Roberto Grau, na sua obra A ordem econômica na Constituição de 1988 – Interpretação e Crítica, 2a Edição, RT, 1991, páginas 244, 249, 251 e 361, in verbis:

“O primeiro ponto a salientar no tratamento da matéria, respeita ao fato de que, embora isso passe despercebido da generalidade dos que cogitam da função social da propriedade, é ser pressuposto necessário à propriedade privada.

Já a propriedade dotada de função social é justificada pelos seus fins, seus serviços, sua função.

Em razão disso – pontualizo – é que justamente se justifica e legitima essa propriedade.

Assim, se a partir deste ponto deixarmos fluir coerentemente o raciocínio, forçosamente concluiremos que a propriedade não dotada de função social, que não esteja a cumpri-la, já não será mais objeto de proteção jurídica. Ou seja, não haverá mais fundamento jurídico a atribuir direito de propriedade ao titular do bem (propriedade) que não está a cumprir sua função social. Em outros termos, já não há mais, no caso, bem que possa juridicamente ser objeto de propriedade.”

Constatado conflito de interesses nas dimensões que o presente caso apresenta, o Magistrado deve considerar, quando da sua decisão, os princípios constitucionais que regem o nascedouro da sociedade. Neste sentido, a lição dos mestres Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald que afirmam, no livro Curso de Direito Civil – Direitos Reais, da Editora JusPodivm, 9a edição, página 109, que “o magistrado deverá incorporar os direitos fundamentais como fundamento hábil a legitimar qualquer decisão, mesmo que o princípio não se encontre positivado em qualquer norma processual”. Dizem, ainda, que “em qualquer litígio envolvendo situações proprietárias e possessórias em antagonismo, perscrutará o magistrado se há ou não o exercício da função social, em uma dimensão de proporcionalidade”.

No presente caso, e seguindo a lição dos renomados doutrinadores citados, conclui-se que a posse dos réus é a mais pura expressão de direitos garantidos na própria Constituição; ou seja, mesmo que autora consiga provar que os réus estão ocupando área de servidão, a posse deles não é ilegal e deve ser protegida.

“Indenização pelas acessões feitas no imóvel.”

Na remota hipótese de ficar estabelecido que de fato os réus ocupam a área de servidão e, ainda, decida este douto Juízo pela impossibilidade de aplicar ao caso a norma que possibilita a “concessão de uso especial” previsto do Estatuto da Cidade, fato que se aceita apenas para contra argumentar, deve, ao menos, condenar a autora ao pagamento de indenização das muitas acessões feitas no imóvel, após realização de perícia técnica para apuração do seu valor de mercado.

A perícia se faz necessária, vez que as acessões foram feitas por etapas, muitas vezes pelos próprios moradores com a ajuda de vizinhos e amigos; os materiais foram comprados em parcelas, ao longo do tempo, sendo impossível a apresentação dos recibos e das notas fiscais.

A construção das casas representou o ápice da realização pessoal dos réus, que nelas investiram não só todo o seu dinheiro, mas dezenas e dezenas de horas de trabalho, com escopo de buscar a realização de um sonho básico de todo ser humano, qual seja, a aquisição da casa própria.

Não envolvem, portanto, as referidas acessões apenas um monte de pedras e madeiras, mas a realização de uma vida; na verdade, de muitas vidas.

Feitas as acessões com o consentimento da autora (que acintosamente ignorou a ocupação da área, deixando que esta se perpetuasse no tempo), é de rigor que seja obrigada, no caso eventual de obter mandado de reintegração de posse, a indenizá-las em valor a ser apurado em liquidação de sentença, mediante realização de perícia técnica que considere não só o custo da construção, mas também o necessário para se conseguir outro imóvel semelhante.

“Do direito de retenção/Do plano de desocupação.”

Pessoas pobres e de poucos recursos, os réus investiram tudo o que possuíam no imóvel em que ocupam há tantos anos. Fizeram isso à luz do dia durante anos, alguns por décadas, sem que a autora, ou seus antecessores, tomassem qualquer atitude para detê-los; a área não estava murada, não estava cuidada, não demonstrava qualquer sinal de posse, muito ao contrário.

Destarte, requer-se a este douto Juízo que no caso eventual de vir a determinar a desocupação da área, fato que se aceita apenas para contra argumentar, garanta aos réus, na qualidade de possuidores de boa-fé, o direito de RETER, permanecer, no imóvel até serem final e cabalmente indenizados pelas acessões feitas no bem (conforme item retro).

Considerando, ademais, que no local formou-se uma pequena comunidade, que envolve muitas crianças e idosos, pessoas “especialmente protegidas” pela lei (art. 18, ECA/art. 10, Estatuto do Idoso), considerando ainda que a autora é “concessionária de serviço público”, requer-se que eventual reintegração de posse seja condicionada à apresentação de “plano de desocupação”; tal plano deve envolver a remoção responsável dos moradores e seus bens, bem como a sua instalação em outro local, mesmo que provisório, ou o pagamento de “aluguel social”.

Oportuno, neste momento, a citação das palavras do Ilustre Desembargador Luiz Sergio Fernandes de Souza, proferidas no julgamento de caso semelhante (ação de reintegração de posse de área de servidão movida também pela CTEEP – Agravo de Instrumento no 0287059-62.2011.8.26.0000), in verbis: “necessário lembrar que existem dezenas de famílias instaladas no local, o que demanda cautela na estratégia de desocupação, sob pena de se investir contra direitos e garantias individuais”.

Disse mais: “necessário, pois, que a concessionária apresente um plano para a desocupação, o que envolve o transporte, esclarecendo acerca da possibilidade de garantir aos ocupantes, que não podem ficar ao desabrigo, uma espécie de aluguel social”.

Dos Pedidos:

Ante todo o exposto, e mais pelas razões que este douto Juízo saberá lançar sobre o tema, requerem seja a autora declarada carecedora de ação e/ou indeferida a petição inicial por falta de pressuposto processual específico, extinguindo-se o feito sem julgamento de mérito, ou superadas as preliminares, fato que se aceita apenas para contra- argumentar, seja o pedido julgado improcedente, seja porque os réus não ocupam a área de servidão, ou, no caso de se provar estarem os réus ocupando a área de servidão, por ser regular a posse, concedendo-se a eles a chamada “concessão de uso especial”; na hipótese de eventual procedência do pedido, o que se aceita apenas para contra argumentar, garanta-se aos réus o direito de retenção até que sejam indenizadas todas as acessões feitas no imóvel, assim como se “condicione” a reintegração de posse à apresentação de “plano de desocupação” que garanta aos moradores, entre eles crianças e idosos, os meios para deixarem o local com seus bens, bem como a sua instalação em outro local, mesmo que provisório, ou o pagamento de “aluguel social”.

Requerem, ainda, os benefícios da justiça gratuita, vez que se declaram pobres no sentido jurídico do termo, conforme declarações anexas.

Provarão o que for necessário, usando todos os meios de provas admitidos em direito, em especial pela juntada de documentos (anexos), oitiva de testemunhas (rol anexo), perícia social, perícia técnica e depoimento pessoal do representante da autora.

Termos em que p. deferimento.

Mogi das Cruzes, 00 de abril de 0000. Gediel Claudino de Araujo Júnior OAB/SP 000.000

10.31 CONTESTAÇÃO DE AÇÃO REIVINDICATÓRIA MOVIDA

EM FACE DE UMA COMUNIDADE DE DEZENAS DE

PESSOAS, COM VÁRIAS PRELIMINARES

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1

a

Vara Cível do Foro de