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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 3

a

Vara Cível do Foro de

Mogi das Cruzes, São Paulo.

Processo no 0000000-00.0000.0.00.0000 Ação de Divórcio Litigioso

N. R. de L., já qualificada, por seu Advogado, que esta subscreve (mandato incluso), com escritório na Rua Francisco Martins, no 00, Centro, cidade de Mogi das Cruzes-SP, onde recebe intimações (e-mail: gediel@gsa.com.br), nos autos do processo que lhe move F. J. de L., vem à presença de Vossa Excelência oferecer contestação, nos termos a seguir articulados:

Dos Fatos:

O autor ajuizou a presente ação em face da ré asseverando, em apertada síntese, que as partes estavam separadas há aproximadamente 05 (cinco) meses, não havendo interesse em reconciliação. Requereu, por fim, fosse decretado o divórcio do casal, regulamentando-se a guarda dos filhos para ele, fixando-se a pensão alimentícia a favor dos filhos menores.

Recebida a exordial, este douto Juízo designou audiência de conciliação, em que, não obstante os esforços da ré e dos conciliadores, não foi possível obter-se a conciliação, iniciando-se o prazo para apresentação da defesa.

Em síntese, os fatos. Preliminarmente/Da Conexão:

Após ter deixado o lar conjugal em razão de “grave” agressão física imposta pelo marido, a mulher contratou advogado e ajuizou “ação de divórcio litigioso”, conforme fazem prova documentos anexos. O feito foi distribuído para a 1a Vara Cível desta Comarca, tendo o processo recebido o no 0000000-00.0000.0.00.0000, para onde devem os presentes autos ser encaminhados em razão da ocorrência de “conexão”.

Com efeito, normatiza o art. 58 do Código de Processo Civil que “a reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente”; já o artigo 59 do mesmo diploma legal declara que “o registro ou a

distribuição da petição inicial torna prevento o juízo”.

A ação proposta pela mulher foi distribuída em 00.00.0000, enquanto o presente feito foi distribuído apenas em 00.00.000; ou seja, segundo a norma legal supracitada, o juízo da Primeira Vara Cível deste Foro é prevento, portanto o competente para conhecer e julgar o presente feito.

Sendo assim, requer-se a redistribuição deste feito para a 1a Vara Cível desta Comarca, com instrução de que seja autuado em apenso ao processo no 0000000- 00.0000.0.00.0000, com escopo de evitarem-se decisões conflitantes sobre o mesmo pedido (divórcio e guarda dos filhos comuns).

Preliminarmente/Impugnação do Valor da Causa:

O autor atribuiu à causa o valor simbólico de apenas R$ 1.000,00 (um mil reais).

Data venia, o valor deve ser alterado com escopo de expressar o valor econômico discutido na causa. Com efeito, o autor deixou de indicar na exordial o valor dos bens móveis do casal, que, como se demonstra a seguir, estão avaliados em aproximadamente R$ 8.000,00 (oito mil reais); não fosse tal fato suficiente para a revisão do valor da causa, há ainda que se considerar que o presente feito envolve também a discussão da guarda e dos alimentos devidos aos filhos menores do casal. A ré, que detém a guarda legal das crianças, pleiteia alimentos mensais no valor de 1/2 (meio) salário mínimo.

Em resumo, a presente ação de divórcio envolve a partilha de bens móveis e a fixação de alimentos para os filhos, sendo que o valor da causa deve expressar, ao menos, estes pedidos, avaliados em R$ 13.280,00 (treze mil, duzentos e oitenta reais).

Destarte, considerando o claro erro na atribuição do valor da causa, REQUER-SE proceda este douto Juízo com a retificação do valor da causa, determinando, nos termos do art. 293 do CPC, a complementação das custas.

Do Mérito:

Douto Magistrado, o autor não contou todos os fatos na sua exordial.

Na verdade, o autor agrediu física e moralmente a sua mulher por mais de 10 (dez) anos. Em agosto de 0000, o varão, em mais uma crise de ciúmes, jogou água quente na mulher; não satisfeito, ainda lhe deu um soco direto no rosto. Este último soco deixou sequelas permanentes (perda de visão e um derrame no olho).

Subjugada, dominada, humilhada, ela não tinha mais forças nem mesmo para reagir, procurar ajuda; contudo, nesta última ocorrência, foi conduzida por uma de suas patroas à delegacia para lavratura do boletim de ocorrência. Os policiais aconselharam a autora a não voltar para sua casa, sendo então esta acolhida por um irmão.

os seus filhos, porém o autor se recusou a entregá-los.

Desesperada para ver seus filhos, a mulher ajuizou ação de divórcio litigioso com pedido liminar de busca e apreensão; o feito foi distribuído para o douto Juízo da 1a Vara Cível, que, diante da gravidade dos fatos, concedeu a limitar. Desde então os filhos estão sob os cuidados da mãe.

Como se percebe, o autor não possui condições morais de ter a guarda dos filhos; na verdade, por ora ele não merece nem mesmo visitá-los, visto que agrediu impiedosamente a mãe deles (na frente das crianças).

Ao contrário do declarado na exordial, o casal possui bens a partilhar, justamente os móveis que guarnecem o lar conjugal, são eles: um jogo de quarto completo (cama, guarda-roupa, dois criados-mudos); sofá de duas peças; um rack; dois televisores, sendo um de 42 polegadas e outro menor de 32 polegadas; uma mesa com seis cadeiras; armários de cozinha; geladeira; fogão; máquina de lavar roupas. Todos os bens são usados e têm valor total de aproximadamente R$ 8.000,00 (oito mil reais).

Registre-se, por fim, que o réu trabalha como pedreiro autônomo, auferindo boa renda mensal, embora a mulher não saiba indicar o seu montante total. Dos Pedidos:

Ante o exposto, requer-se a procedência do pedido de divórcio, fixando-se, no entanto, a guarda dos filhos menores do casal para a mulher, “suspendendo-se” por prazo indeterminado o direito de visitas do genitor e condenando-o a pagar pensão alimentícia para os filhos no valor de 1/3 (um terço) de seus rendimentos líquidos, incluindo-se férias, 13o salário, horas extras e FGTS, quando empregado, e ½ (meio) salário mínimo, com vencimento para todo dia 10 (dez), no caso de desemprego ou emprego sem vínculo.

Reitera-se, outrossim, o pedido da concessão dos benefícios da justiça gratuita, vez que se declara pobre no sentido jurídico do termo, conforme declaração de necessidade já juntada aos autos, fls. 00.

Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos (anexos), perícia psicossocial, oitiva de testemunhas (rol anexo) e depoimento pessoal do autor.

Termos em que p. deferimento.

Mogi das Cruzes, 00 de abril de 0000. Gediel Claudino de Araujo Júnior OAB/SP 000.000

10.12 CONTESTAÇÃO DE AÇÃO DE DIVÓRCIO MOVIDA

PELA MULHER EM FACE DO MARIDO, COM