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CONTRATO DE APRENDIZAGEM 1 MENOR CONCEITO

Considera-se menor para os efeitos da legislação trabalhista o trabalhador de 14 até 18 anos, com redação dada pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000.

No entanto, desde a vigência da Emenda Constitucional n°20, de 16/12/1998, já era proibido o trabalho de menores de 14 anos, como aprendizes e de 16 anos como empregados.

2. TRABALHO DO MENOR

O trabalho do menor está regido pelas disposições contidas na CLT, compreendidas entre os artigos 402 a 441, devendo observar a proibição de qualquer trabalho a menores de 16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.

Aos menores a partir de 14 anos somente se dará o trabalho na condição de aprendiz, sendo assegurado a eles bolsa de aprendizagem, cujo valor deve ser ajustado entre a empresa e o responsável pelo menor, sem vínculo empregatício.

3. DA APRENDIZAGEM

Considera-se de aprendizagem o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 e menor de 18 anos, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar, com zelo e diligência, as tarefas necessárias a essa formação, de acordo com a Lei nº 10.097, de 19/12/2000.

3.1. VALIDADE DO CONTRATO DE APRENDIZAGEM

A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na CTPS, matrícula e freqüência do aprendiz á escola, caso não haja concluído o ensino fundamental, e inscrição em programa de

156 aprendizagem desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico- profissional metódica.

4. BOLSA DE APRENDIZAGEM

Ao menor aprendiz, exceto condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora.

5. PRAZO DO CONTRATO

O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 02 anos.

NOTA ITC: O contrato de aprendizagem celebrado por tempo superior ao estabelecido para a duração do curso que se submete o aprendiz é considerado nulo.

6. FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL

A formação técnico-profissional caracteriza-se por atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho.

7.CONTRATAÇÃO

A contratação do menor aprendiz poderá ser efetivada pela empresa onde se realizará a aprendizagem ou pelas entidades mencionadas abaixo, caso em que não gera vínculo de emprego com a empresa tomadora dos serviços.

7.1. ANOTAÇÃO NA CTPS

O Contrato de Aprendizagem deve ser anotado na Carteira de Trabalho do menor, sem o que não terá validade.

Dessa anotação deve constar o número do Contrato de Aprendizagem homologado pela Delegacia Regional do Trabalho - DRT, bem como, a data de sua homologação e a função a ser exercida. A mencionada anotação pode ser feita da seguinte forma:

“Menor aprendiz, contratado para desempenhar a função de ______com____anos de duração, conforme Contrato de Aprendizagem n° _____. /_____,homologado na DRT-_____em___/__/__”

______________________ Assinatura do Empregador

NOTA ITC: O registro do Contrato de Aprendizagem no Ministério do Trabalho deverá ser efetuado no prazo improrrogável de 30 dias.

8. OBRIGAÇÃO DE CONTRATACÃO PELAS EMPRESAS

Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem (SENAI, SENAC, SENAR) número de aprendizes equivalente a 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.

157 Este limite não se aplica quando o empregador for entidade sem fins lucrativos, que tenha por objetivo a educação profissional.

8.1. INSUFICIÊNCIA DE CURSOS OU VAGAS

Na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem Industrial (SENAI) ou Comercial (SENAC) não oferecerem cursos ou vagas suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos, estas poderão ser supridas por outras entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica, a saber:

 Escolas Técnicas de Educação;

 Entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

8.2. CERTIFICADO DE QUALIFICACÃO

Aos aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem, com aproveitamento, será concedido certificado de qualificação profissional.

9. DURACÃO DO TRABALHO

A duração do trabalho do aprendiz não excederá de 06 horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada.

9.1. FREQÜÊNCIA OBRIGATÓRIA

Os aprendizes são obrigados a freqüentar os cursos de aprendizagem em que estejam matriculados, mesmo nos dias em que não haja trabalho na empresa a que estejam vinculados. A falta reiterada no cumprimento do dever acima e nos trabalhos escolares, ou a falta de razoável aproveitamento, será considerada justa causa para dispensa do aprendiz.

10. FÉRIAS

As férias dos trabalhadores menores aprendizes devem coincidir com as férias escolares dos cursos em que os mesmos estejam matriculados.

11. TÉRMINO DO CONTRATO DE APRENDIZAGEM

O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz completar 18 anos, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses:

- Desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz; - Falta disciplinar grave;

- Ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; - A pedido do aprendiz.

Na ocasião da rescisão, o empregador pagará as parcelas normais que são devidas nesta modalidade de rescisão de contrato.

12. ENCARGOS SOCIAIS

Sobre a remuneração paga ao menor aprendiz incidirá as contribuições para o INSS, FGTS, bem como o IR/Fonte, quando a importância paga estiver sujeita a retenção em conformidade com a Tabela Progressiva.

158 Sendo que, para efeito do recolhimento do FGTS a alíquota será reduzida para 2%, com acréscimo de 0,5% de contribuição social para algumas empresas, de acordo com a Lei Complementar n° 11012001.

13. PRESCRIÇÃO

Contra os menores de 18 anos não corre nenhum prazo de prescrição.

14. PENALIDADES

Os infratores destas disposições concernentes à proteção do trabalho do menor ficam sujeitos à multa de valor igual a R$ 402,53; em razão do número de menores empregados em desacordo com a CLT.

A soma das multas não poderá exceder a R$ 2.012,66, salvo no caso de reincidência, circunstância em que esse total poderá ser elevado ao dobro.

Fica, ainda, sujeito à multa de valor igual a R$ 402,53 e ao pagamento de emissão de nova via a empresa que fizer na Carteira de Trabalho e Previdência Social do menor anotação não prevista em lei.

PROGRAMA PRIMEIRO EMPREGO