• Nenhum resultado encontrado

PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO PPP

1. INTRODUCÃO

Diante das alterações introduzidas pela Instrução Normativa/INSS n° 99, de 05/12/2003, na concessão do benefício de aposentadoria especial e da elaboração do Perfil Profissiográfico Previdenciário, teceremos comentários sobre as novas rotinas que deverão ser adotadas pelas empresas.

164

2. FINALIDADE

O PPP tem como finalidade:

Comprovar as condições para habilitação de benefícios e serviços previdenciários, em especial, o benefício de aposentadoria especial;

Prover o trabalhador de meios de prova produzidos pelo empregador perante a Previdência Social, a outros órgãos públicos e aos sindicatos, de forma a garantir todo direito decorrente da relação de trabalho, seja ele individual, ou difuso e coletivo;

Prover a empresa de meios de prova produzidos em tempo real, de modo a organizar e a individualizar as informações contidas em seus diversos setores ao longo dos anos, possibilitando que a empresa evite ações judiciais indevidas relativas a seus trabalhadores;

Possibilitar aos administradores públicos e privados acesso a bases de informações fidedignas, como fonte primária de informação estatística, para desenvolvimento de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como definição de políticas em saúde coletiva.

3. CONCEITO

O Perfil Profissiográfico Previdenciário é um documento histórico-labora) individual do trabalhador, segundo modelo instituído pelo INSS, que, entre outras informações, registra dados administrativos, atividades desenvolvidas, registros ambientais com base no LTCAT e resultados de monitorização biológica, com base no PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional e no PPRA - Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais, previstos, respectivamente na Norma Regulamentadora nº 07 e na Norma Regulamentadora n. 09 de Segurança e Saúde no Trabalho.

3.1. ABRANGÊNCIA

As empresas e suas equiparadas que exercem atividades que exponham seus empregados a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, origem da concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, deverão preencher o formulário PPP para a comprovação da efetiva exposição do empregado a agentes nocivos.

NOTA ITC: Após a implantação do PPP em meio magnético, pela Previdência Social, esse documento será exigido para todos os segurados, independentemente, do ramo da atividade da empresa e da exposição a agentes nocivos.

No caso das cooperativas de produção onde seus cooperados no exercício de atividades, sejam expostos a condições especiais, deverão elaborar o PPP destes cooperados. O PPP das cooperativas de trabalho será elaborado com base nas informações fornecidas pela empresa contratante.

4. OBRIGAÇÃO DA EMPRESA

A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiogràfico previdenciàrio, abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho ou do desligamento do cooperado, cópia autêntica deste documento, sob pena de multa.

4.1. VIGÊNCIA

PPP contemplará informações pertinentes aos antigos formulários SB-40, DISES BE - 5235, DSS 8030, DIRBEN 8030, os quais foram aceitos pelo INSS até de 31 de Dezembro de 2003.

Perfil é exigido desde Janeiro de 2004, somente dos empregados, trabalhadores avulsos e cooperados expostos a agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de aposentadoria especial.

165

4.2. PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO

O PPP respalda ocorrências e movimentações na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações da Previdência Social - GFIP, sendo elaborado pela empresa empregadora, pelo órgão Gestor de Mão de Obra - OGMO, no caso do Trabalhador Portuário Avulso - TPA, e pelo respectivo sindicato da categoria, no caso de trabalhador avulso não portuário. O PPP deve ser elaborado pelo empregador com base no LTCAT e nas demais demonstrações ambientais. Será assinado pelo representante legal da empresa ou seu preposto, indicando o nome do médico do trabalho e do engenheiro de segurança do trabalho, em conformidade com o dimensionamento do SESMT, previsto na Norma Regulamentadora n. 04 de Segurança e Saúde no Trabalho.

4.3. ATUALIZAÇÃO DO PPP

O PPP deve ser atualizado sempre que houver alteração que implique mudança das informações contidas nas suas seções, com a atualização feita pelo menos uma vez ao ano, quando permanecerem inalteradas suas informações.

4.4. EMISSÃO DO PPP

O PPP será impresso nas seguintes situações:

 Por ocasião da rescisão do contrato de trabalho ou da desfiliação da cooperativa, sindicato ou OGMO, em 02 vias, com fornecimento de uma das vias para o empregado mediante recibo;

 Para fins de requerimento de reconhecimento de períodos laborados em condições especiais;

 Para fins de concessão de benefícios por incapacidade, a partir de 1° de janeiro de 2004, quando solicitado pela Perícia Médica do INSS.

 Para simples conferência por parte do trabalhador, pelo menos uma vez ao ano, quando da avaliação global anual do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, até que seja implantado o PPP em meio magnético pela Previdência Social;

 Quando solicitado pelas autoridades competentes.

NOTA ITC: O PPP e a comprovação de entrega ao trabalhador, na rescisão de contrato de trabalho ou da desfiliação da cooperativa, sindicato ou OGMO, deverão ser mantidos na empresa por 20 anos.

5. LAUDO TÉCNICO

Desde 10 de Dezembro de 2003, para as empresas obrigadas ao cumprimento das Normas Regulamentadoras do MTE, nos termos da NR-01 do MTE, o LTCAT será substituído pelos programas de prevenção: PPRA, PGR e PCMAT.

As demais empresas poderão optar pela implementação dos programas referidos no caput, em substituição ao LTCAT.

Os documentos referidos acima deverão ser atualizados pelo menos uma vez ao ano, quando da avaliação global, ou sempre que ocorrer qualquer alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização, por força da NR-09, da NR-18 e da NR-22, todas do MTE.

5.1. CONTEÚDO DO LTCAT

As empresas desobrigadas ao cumprimento das NR's do MTE deverão elaborar LTCAT, respeitada a seguinte estrutura:

a) Reconhecimento dos fatores de riscos ambientais;

166 c) Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

d) Especificação e implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; e) Monitoramento da exposição aos riscos;

f) Registro e divulgação dos dados;

g) Avaliação global do seu desenvolvimento, pelo menos uma vez ao ano ou sempre que ocorrer qualquer alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização, contemplando a realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades.

Para o cumprimento da alínea "a", deve-se contemplar:  A identificação do fator de risco;

 A determinação e localização das possíveis fontes geradoras;

 A identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho;

 A identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos;  A caracterização das atividades e do tipo da exposição;

 A obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde decorrente do trabalho;

 Os possíveis danos à saúde, relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica;

 A descrição das medidas de controle já existentes.

Quando não forem identificados fatores de riscos o LTCAT poderá resumir-se a alguns itens, declarando a ausência desses.

O LTCAT deverá ser assinado por engenheiro de segurança do trabalho, com o respectivo número da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) junto ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CRER) ou por médico do trabalho, indicando os registros profissionais para ambos.

6. PENALIDADES

A prestação de informações falsas no PPP constitui crime de falsidade ideológica, nos termos do art. 297 do Código Penal.

As informações constantes no PPP são de caráter privativo do trabalhador, constituindo crime nos termos da lei n° 9.029, de 1310411995, práticas discriminatórias decorrentes de sua exigibilidade por outrem, bem como de sua divulgação para terceiros, ressalvado quando exigida pelos órgãos públicos competentes.

O responsável por infração a qualquer dispositivo do RPS, para a qual não haja penalidade expressamente cominada, está sujeito, conforme a gravidade da infração, a multa variável de R$ 991,03 a R$ 99.102,12.

Contudo, será aplicada multa a partir de R$ 991,03 quando deixar a empresa de elaborar e manter atualizado Perfil Profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e de fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica deste documento. Será aplicada multa a partir de R$ 9.910,21 quando deixar a empresa de manter Laudo Técnico Atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou de emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo.

167

7. NOVO FORMULÁRIO

A Instrução Normativa/INSS n° 99, de 05/12/2003 modificou o formulário do perfil profissiográfico previdenciário com a finalidade de facilitar o seu preenchimento, trazendo no seu verso as Instruções de Preenchimento, campo a campo (Anexo XV).

Lembramos que o preenchimento do formulário é obrigação da empresa e que deverá ser preenchido de acordo com as informações contidas no LTCAT e nos programas de Segurança e Saúde no Trabalho, a saber: PCMSO, PPRA, PGR, PCMAT.

SALÁRIO-MATERNIDADE