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Objetivos da higiene do trabalho

A higiene do trabalho ou higiene industrial, tem caráter eminentemente preventivo, pois objetiva a saúde e o conforto do trabalhador, evitando que adoeça e se ausente provisória ou definitivamente do trabalho.

Entre os objetivos principais da higiene do trabalho, estão: • eliminação das causas das doenças profissionais;

• redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas doentes ou portadoras de defeitos físicos;

• prevenção de agravamento de doenças e de lesões; e

• manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio de controle do ambiente de trabalho.

Para Baptista, esses objetivos poderão ser obtidos através de:

• educação dos operários, chefes, capatazes, gerentes etc., indicando os perigos existentes e ensinando como evitá-los;

• constante estado de alerta contra os riscos existentes na fábrica; e

• estudos e observações dos novos processos ou materiais a serem utilizados.

A higiene do trabalho envolve o estudo e controle das condições de trabalho, que as variáveis da situação que influenciam o comportamento humano.

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CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO

O trabalho das pessoas é profundamente influenciado por três grupos de condições: • Condições ambientais de trabalho: como a iluminação, temperatura, ruído etc.

• Condições de tempo: como duração da jornada de trabalho, horas extras, períodos de descanso etc.

• Condições sociais: como organização informal, status etc.

A higiene do trabalho ocupa-se do primeiro grupo: as condições ambientais de trabalho, embora não se descuide totalmente dos outros dois grupos. Por condições ambientais de trabalho queremos referir-nos às circunstâncias físicas que envolvem o empregado enquanto ocupante de um cargo, na organização. É o ambiente físico que envolve o empregado, enquanto ele desempenha um cargo.

Os três itens mais importantes das condições ambientais de trabalho são: iluminação, ruído e condições atmosféricas.

ILUMINAÇÃO

A iluminação refere-se à quantidade de luminosidade que incide no local de trabalho do empregado. Não se trata da iluminação em geral, mas a quantidade de luz no ponto focal do trabalho. Assim, os padrões de iluminação são estabelecidos de acordo com o tipo de tarefa visual que o empregado deve executar: quanto maior a concentração visual do empregado em detalhes e minúcias tanto mais necessária a luminosidade no ponto focal de trabalho.

A má iluminação causa fadiga à vista, prejudica o sistema nervoso, concorre para a má qualidade do trabalho e é responsável por razoável parcela dos acidentes. Um sistema de iluminação deve possuir os seguintes requisitos:

a) ser suficiente de modo que cada foco luminoso forneça toda quantidade de luz necessária a cada tipo de trabalho;

b) ser constante e uniformemente distribuída de modo a evitar a fadiga dos olhos, decorrente das sucessivas acomodações em virtude das variações da intensidade da luz. Deve-se evitar contrastes violentos de luz e sombra e as oposições de claro e escuro. Veja os níveis mínimos de iluminação para tarefas visuais no Quadro abaixo:

Classes

LUXES

1 Tarefas visuais variáveis e simples 250 a 500 2 Observação contínua de detalhes 500 a 1.000 3 Tarefas visuais contínuas e de precisão 1.000 a 2.000 4 Trabalhos muito delicados e de detalhes + de 2.000

Níveis mínimos de iluminação para tarefas visuais (em luxes).

A distribuição da luz pode ser:

I. Iluminação direta faz a luz incidir diretamente sobre a superfície iluminada. É a mais econômica e a mais utilizada para grandes espaços.

II. Iluminação indireta faz a luz incidir sobre a superfície a ser iluminada por meio da reflexão sobre paredes e tetos. É a mais dispendiosa. A luz fica oculta da vista por alguns dispositivos ou anteparos opacos.

121 III. Iluminação semi-indireta combina os dois tipos anteriores, pelo uso de globos translúcidos para refletir a luz no teto e nas partes superiores das paredes, que a transmitem para a superfície a ser iluminada (iluminação indireta). A luz é difundida diretamente pelo globo (iluminação direta), havendo, portanto, dois efeitos luminosos.

IV. Iluminação semidireta é aquela em que a maior parte da luz é dirigida diretamente à

superfície a ser iluminada (iluminação direta), havendo, todavia, alguma luz que é refletida por intermédio das paredes e do teto.

c) ser disposta no sentido de não causar ofuscamento ou resplandescência, que tragam fadiga à visão, em face da necessidade de constantes acomodações visuais.

Ruído

O ruído é considerado um som ou barulho indesejável. O som tem duas características principais: a freqüência e a intensidade. A freqüência do som é o número de vibrações por segundo, emitidas pela fonte de ruído, e é medida em ciclos por segundo (cps). A intensidade do som é medida por decibéis (db). A evidência e as pesquisas mostram que o ruído não provoca diminuição no desempenho do trabalho. Todavia, a influência do ruído sobre a saúde do empregado e, principalmente, sobre sua a poderosa. A exposição prolongada a níveis elevados de ruído produz, de certa forma, perda de audição, proporcional ao tempo de exposição. Em outros termos quanto maior o tempo de exposição ao ruído maior o grau de perda da audição.

O efeito desagradável dos ruídos depende da:

a) intensidade do som;

b) variação dos ritmos ou irregularidades; e c) freqüência ou tom dos ruídos.

A intensidade do som varia enormemente. A menor vibração sonora audível corresponde a 1 decibel (1 db), enquanto os sons extremamente fortes costumam provocar sensação dolorosa a partir de 120 db. A Figura abaixo permite uma idéia da intensidade do som:

Tipo de som Decibéis

Menor vibração sonora audível 1

Murmúrio 30

Conversação normal 50

Tráfego intenso 70

Início da fadiga causada por barulho 75

Ruídos industriais externos 80

Apitos e sirenes 85

Escapamentos de caminhões 90

Começo da perda de audição 90

Máquinas de estaquiamento 110

Serrarias 115

Limiar do estrondo doloroso 120

Prensa hidráulica 125

Aviões a jato 130

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