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4.1 A ESCOLHA DOS TEXTOS

4.1.1 Critérios gerais

O primeiro critério adotado foi o do tipo de texto a ser analisado. Em geral, os trabalhos científicos mais comuns são as monografias. Estas são particularmente interessantes porque, usualmente, compreendem trabalhos, cuja abordagem se reduz a um único assunto e/ou problema. As monografias podem ser de três tipos: trabalhos de conclusão de curso (TCC), comumente utilizado para o desenvolvimento de conhecimentos adquiridos durante um curso (graduação e/ou pós-graduação Lato Sensu), envolvendo habilidades de pesquisa; as dissertações de mestrado, vinculadas a uma fase de iniciação à ciência e a um exercício diretamente orientado; as teses de doutorado, principalmente constituídas como investigações originais acerca de um determinado tema, contribuindo para o desenvolvimento do mesmo (FARIA, et. al. 2011). Esses dois últimos tipos são utilizados na pós-graduação Stricto Sensu. Em função de estarmos trabalhando com a BDTD, nesse trabalho de pesquisa todas as monografias analisadas são de Stricto Sensu (teses e dissertações).

O outro tipo de texto científico analisado no trabalho também é reconhecido pela comunidade acadêmica. O artigo científico é considerado um gênero de texto da esfera acadêmica e científica, que tem como uma de suas características, divulgar resultados de uma pesquisa científica em determinada área do conhecimento, a partir de uma atividade de pesquisa sistematicamente desenvolvida (EDMUNDSON, 2009). Além dessa função básica, o artigo científico é empregado como critério de análise de desempenho profissional e institucional. Separados por categorias e reunidos em periódicos de diversos níveis, o artigo científico é atualmente sinônimo de produtividade cientifico-acadêmica3. A despeito de uma série de problemas e críticas sobre o uso instrumental desse tipo de texto como índice de medição da competência de pessoas e instituições, o artigo científico ainda continua a ser um dos meios mais propícios para o desenvolvimento e expansão do conhecimento por pesquisadores e universidades.

Nosso segundo critério foi o do assunto do texto. Nesse quesito foi utilizada uma escolha dos textos a partir da análise dos títulos. Para essa análise elencamos 20 expressões semanticamente associadas às ideias “ensino”, “aprendizagem”, “filosofa” e “filosofar”.

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Exemplo disso é o Qualis da Capes que mede a qualidade da produção intelectual dos programas de pós- graduação. Essa produção se verifica na quantidade e qualidade dos artigos nos programas. A avaliação da qualidade dessa produção é realizada de forma indireta. O Qualis afere a qualidade dos artigos e de outros tipos de produção, a partir da análise da qualidade dos veículos de divulgação, ou seja, periódicos científicos. A classificação de periódicos é realizada pelas áreas de avaliação e passa por processo anual de atualização. Estes são classificados por indicadores de qualidade, sendo A1, o mais elevado, passando pelos níveis A2, B1, B2, B3, B4, B5, até chegar a C, cujo peso é zero.

Foram pré-selecionados os textos cujos títulos contêm pelo menos um desses descritivos:

“ensino de filosofia”, “aprendizagem de filosofa”, “ensino-aprendizagem de filosofia”, “ensino e aprendizagem de filosofia”, “ensino da filosofia”, “aprendizagem da filosofia”, “ensino filosófico”, “aprendizagem filosófica”, “ensino-aprendizagem filosófico”, “ensino e

aprendizagem filosóficos”, “aprendizagem e filosofar”, “filosofar”, “experiência do filosofar”,

“experiência filosófica”, “filosofia e ensino”, “filosofia e aprendizagem”, “ensino e filosofia”, “aprendizagem e filosofia”, “aprendizado de filosofia”, “aprendizado filosófico”.

As expressões foram inseridas separadamente nas ferramentas de busca4, aplicando-a nos campos dedicados ao título e ao assunto, como mostra o exemplo retirado do portal da Capes (figura 4).

O terceiro critério geral adotado foi o da data de publicação. Em 20 de dezembro de 1996 foi promulgada a atual LDB (N. 9394), restaurando o ensino de filosofia no país. Por essa razão, os textos reunidos foram publicados entre janeiro de 1997 e dezembro de 2013.

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Ambos os repositórios permitem esses dois tipos de pesquisa: com o termo exato ou pelas palavras que a expressão contém.

Figura 4- Exemplo de pesquisa no Portal de Periódicos da Capes.

Embora, a maior parte dos textos seja contemporânea à lei da obrigatoriedade de 2008 (N. 11684), há textos dos anos 2000 e 2001.

Os dois últimos critérios gerais utilizados foram o do idioma e o do país de publicação. O Portal de Periódicos da Capes, em sua ferramenta de busca avançada, permite que sejam pesquisados textos em diversos idiomas, bem como possui uma base de dados internacional. A BDTD, também na busca avança, permite que sejam escolhidos textos em português, inglês, francês e italiano. Com uma pesquisa voltada para a produção científica nacional, visando compreender o ensino de filosofia na realidade brasileira, selecionamos somente textos em Português e publicados no Brasil.

O quadro a seguir (Quadro 7), apresenta um resumo de todos os critérios utilizados para essa seleção dos textos no Portal de Periódicos da Capes e na BDTD:

Quadro 7 – Critérios utilizados para seleção dos textos na pesquisa documental.

a) Tipo de texto Artigos, Dissertações e Teses.

b) Expressões pesquisadas nos

títulos dos textos

“Ensino de filosofia”, “aprendizagem de filosofa”, “ensino-aprendizagem de filosofia”, “ensino e aprendizagem de filosofia”, “ensino da filosofia”,

“aprendizagem da filosofia”, “ensino filosófico”, “aprendizagem filosófica”, “ensino-aprendizagem

filosófico”, “ensino e aprendizagem filosóficos”, “aprendizagem e filosofar”, “filosofar”, “experiência do filosofar”, “experiência filosófica”, “filosofia e ensino”,

“filosofia e aprendizagem”, “ensino e filosofia”, “aprendizagem e filosofia”, “aprendizado de filosofia”,

“aprendizado filosófico”.

c) Data das publicações Entre janeiro de 1997 e dezembro de 2013.

d) Idioma Português.

e) País Brasil.

Fonte: o próprio autor (2013).

Utilizando esses critérios, foram encontradas um total de 43 produções acessíveis para download5. No Portal de Periódicos da Capes foram localizados 24 artigos, sendo o mais antigo deles de 2000 e os mais recentes de 2012. Na BDTD encontramos nove teses e dez

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No Portal de Periódicos da Capes nem todos identificados durante a busca estavam disponíveis para download

dissertações. A tese mais antiga é de 2001 e a mais recente de 2011. No caso das dissertações, a mais antiga é do ano 2000 e as mais recentes de 2011.

Tabela 1 - Quantitativo de publicações sobre ensino de filosofia entre 1997 e 2013.

Fonte Artigos Teses Dissertações Total

CAPES 24 0 0 24

BDTD 0 9 10 19

Total geral 24 09 10 43

Fonte: o próprio autor (2013).

Na sequência, identificamos cada um dos textos selecionados (Quadros 8,9 e 10). Para organizar os resultados obtidos, elaboramos uma classificação desses textos através de uma classificação por letras, números (alfanumérica). As letras A, D e T se referem aos tipos de textos (artigos, dissertações e teses, respectivamente) e correspondem à primeira letra de cada tipo. A ordem numérica dos textos corresponde ao ano de publicação dos textos, do mais antigo ao mais recente (crescente). Os quadros a seguir apresentam os textos identificando o ano sua publicação, título, autoria e classificação:

Quadro 8 – Relação dos artigos selecionados no Portal de Periódicos da Capes.

Ano da

publicação Título Classificação

2000 Filosofar é olhar para, ad-mirar; educar é atrair o olhar para, seduzir. A1

2002 A vivência como princípio metodológico no filosofar com crianças. A2

2004 O ensino de filosofia e a criação de conceitos. A3

2004 Ensino de filosofia no Ensino Médio nas escolas públicas no Distrito

Federal: história, práticas e sentidos em construção. A4

2004 O professor de filosofia: o ensino de filosofia no Ensino Médio como

experiência do filosofar. A5

2004 Para um ensino de filosofia do caos e da força: uma leitura à luz da

filosofia nietzschiana. A6

(continuação)

2005 O ensino da filosofia segundo Hegel: contribuições para a atualidade. A8

2005 Einstein e as interfaces entre história, filosofia e ensino de física. A9

2006 O ensino de filosofia: a leitura e o acontecimento. A10

2006 Cinco ferramentas para o ensino-aprendizagem da filosofia. A11

2007 Ensino de filosofia para não-filósofos. Filosofia de ofício ou ofício de

professor: os limites do filosofar. A12

2007 Ensina-se a filosofar, filosofando. A13

2008 A imanência como “lugar” do ensino de filosofia. A14

2008 Pensar sem pressupostos: condições para problematizar o ensino da

filosofia. A15

2010 Ensino de filosofia e cidadania nas “sociedades de controle”: resistência

e linhas de fuga. A16

2010 A questão da experiência no ensino da filosofia: um problema

contemporâneo. A17

2010 Notas sobre o problema da explicação e da experiência no ensino da

Filosofia. A18

2010 O cidadão Sócrates e o filosofar em uma democracia. A19

2012 Criar saídas e um ensino de filosofia. A20

2012 O ensino de filosofia na perspectiva hegeliana: a negatividade da prática

pedagógica como matriz hermenêutica. A21

2012 O ensino da filosofia no Brasil no contexto das políticas educacionais

contemporâneas e suas determinações legais e paradigmáticas. A22 2012 Produção discursiva sobre ensino e aprendizagem filosófica. A23

2012 Agostinho de Hipona e as ambivalências do seu filosofar. A24

Quadro 9 – Relação das dissertações selecionadas na BDTD.

Ano da

publicação Título Classificação

2000 O ensino de filosofia e a “educação de si mesmo”: refletindo com

(continuação)

2006

O pensamento filosófico e o ensino de filosofia na escola secundária brasileira: uma intepretação dos programas de ensino do Colégio Pedro II (1835-1951).

D2

2009 Por uma propedêutica poética no ensino de filosofia para crianças e

jovens. D3

2011 O ensino de filosofia – uma prática na escola de aplicação da FE-USP. D4

2011 Ensino de filosofia no nível médio: por uma cidadania da praxis. D5

2011 Formação cultural e ensino de filosofia: perspectivas a partir da teoria

crítica de Theodor W. Adorno. D6

2011 A obrigatoriedade do ensino de filosofia e a formação de professores

desta disciplina que atuam em uma região da Grande São Paulo. D7

2011 O trivium como método propedêutico para o ensino de filosofia no

Ensino Médio. D8

2011

Contribuições do ensino de filosofia para educação profissional técnica de nível médio, no contexto do instituto federal de educação, ciência e tecnologia do Estado do Maranhão.

D9

2011 O ensino de filosofia na educação escolar: a questão da linguagem a

partir de Wittgenstein e Lipman. D10

Quadro 10 – Relação das teses selecionadas na BDTD.

Ano da

publicação Título Classificação

2001

O ensino de filosofia na educação do Brasil: uma análise dos programas de ensino de filosofia da educação dos cursos de pedagogia do Estado de São Paulo, 1988-1998.

T1

2003 Formação filosófica e crítica: Adorno e o ensino de filosofia em nível

introdutório. T2

2004

O ensino de filosofia na escola fundamental: o projeto de educação para o pensar de Santa Catarina (1989-2003): a proposta, a crítica, contradições e perspectivas.

T3

2008 A formação do discernimento: Jean Maugüé e a gênese de uma

experiência filosófica no Brasil. T4

2009

O ensino da filosofia na formação do agente religioso no Brasil colônia: uma identidade política entre a vassalagem epistemológica tradicional e a experimentação pedagógica heroica (1549-1599).

(continuação)

2009 A infância do sentido: aportes para o ensino de filosofia a partir de

uma racionalidade estética. T6

2009 (In)tensões críticas no e do interior do pensamento kierkegaardiano ou

o filosofar crítico encravado em uma filosofia abstrata. T7

2010 O ensino de filosofia no Ensino Médio mediado pela literatura

sartriana. T8

2011 Filosofar em tempos de informação. T9