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2.4 Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Sócio-ambiental

2.4.1 Desenvolvimento Sustentável

A década de 70 tornou os assuntos que envolvem o meio ambiente um tema em evidência por causa da crise do petróleo, uma vez que começou a surgir a necessidade de assegurar formas de desenvolvimentos sustentáveis em longo prazo. Mas, foi na década de 80, que a idéia de desenvolvimento sustentável se popularizou através do relatório “Nosso Futuro Comum”, elaborado pela Comissão Mundial sobre o meio ambiente das Nações Unidas, que disseminou mundialmente o conceito de desenvolvimento sustentável que conhecemos. O qual discorre, resumidamente, sobre um desenvolvimento que satisfaça as necessidades presentes sem comprometer as necessidades futuras de outras gerações. (SIART, 2003).

Ainda para SIART (2003) a proteção ambiental passou de meramente punitiva à preventiva e tida pelos empresários como uma necessidade já que, poderia reduzir possíveis desperdícios com matérias-primas, além de garantir uma imagem positiva à empresa perante o consumidor que, já apresentava características mais seletas e exigentes quanto aos produtos e serviços que adquiriam.

Os problemas de preservação do meio ambiente são os problemas do desenvolvimento, os de um desenvolvimento desigual para as sociedades humanas e nocivo para os sistemas naturais. Esta realidade não revela um problema técnico, mas sim social e político. Não se trata, na atualidade, de ajustar nossos números, nossas aspirações e nossas necessidades à capacidade de sustentação do planeta. O que está em jogo é, mais do que a capacidade humana de adaptação, a possibilidade de imprimir uma mudança substancial em sua forma de organização social e de interação com as leis da natureza. BRASIL (1991, p.19-20).

Na Eco 92, Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, diversos documentos Internacionais foram criados. No entanto, merecem especial destaque: a Agenda 21, que identifica os principais problemas ambientais e propõe uma estratégia de transição com modelos de desenvolvimento aptos para preservar os recursos do planeta; E a norma ISO 14000 que estabelece, um correto posicionamento da empresa na

sociedade quanto a sua conduta, em relação ao meio ambiente, através da qualidade e competitividade de seus produtos e, quanto a sua postura baseada na responsabilidade solidária de forma positiva. (JULIÃO, 2005).

2.4.1.1 Agenda 21

A Agenda 21 é um processo de planejamento participativo que resulta na analise da situação atual de um País, Estado, Município, Região, Setor e planeja o futuro de forma sustentável. E esse processo deve envolver toda a sociedade na discussão dos principais problemas e na formação de parcerias e compromissos para a sua solução a curto, médio e longo prazo. (MORAIS, 2005).

Para fazer frente aos desafios do meio ambiente e do desenvolvimento, os Estados decidiram estabelecer uma nova parceria mundial. Essa parceria compromete todos os Estados a estabelecer um diálogo permanente e construtivo, inspirado na necessidade de atingir uma economia em nível mundial mais eficiente e eqüitativa, sem perder de vista a interdependência crescente das comunidades das nações e o fato de que o desenvolvimento sustentável deve tornar-se um item prioritário na agenda da comunidade internacional [...]. SENADO FEDERAL (p. 6, 2001)

A análise do cenário atual e o encaminhamento das propostas para o futuro devem ser realizados dentro de uma abordagem integrada e sistêmica das dimensões econômica, social, ambiental e político-institucional da localidade. Em outras palavras, o esforço de planejar o futuro, com base nos princípios da Agenda 21, gera inserção social e oportunidade para que as sociedades e os governos possam definir prioridades nas políticas públicas.

2.4.1.2 Norma ISO 14000

A Norma ISO 14000, como é conhecida, é um conjunto de padrões Internacionais e diretrizes que especificam as exigências de um sistema de gestão ambiental efetivo, para serem aplicáveis a todos os tipos de tamanho e organizações, visando estabelecer e avaliar a efetividade de processos e procedimentos estabelecidos para a aplicação da política ambiental e seus objetivos outros. Foi criada

pelo comitê Technical Commitee – TC 207 da International Organization for Stardization, com o objetivo de elaborar uma série de normas que ofereçam ferramentas para a gestão ambiental da indústria. (Vasconcellos, p.28, 2002).

A ISO 14000 – a série de documentos e normas relacionadas com o aspecto do meio ambiente, mas pode-se afirmar que esta norma internacional, elaborada com a participação de uma centena de países tornou ampla a necessidade de uma maior responsabilidade no trato da questão ambiental. Ao mesmo tempo, estas normas promovem uma aproximação a um consenso voluntário do controle de aspectos ambientais e a visão de prevenção. (Bello, Melo, Possamai & Selig, p.3, 1998).

A Norma ISO 14000 é comumente utilizada por organizações empresariais, mas também pode ser utilizada para a criação de modelos municipais voltados à gestão de políticas e ações que visem ao desenvolvimento sustentável. (Vasconcellos, p.28, 2002).

Contudo, a polivalência do conceito de desenvolvimento sustentável não atende às inúmeras realidades sociais de seus agentes em todos os diferentes contextos, nos quais se insere. O desenvolvimento sustentável explica o “ser” das coisas com o seu “dever ser”, descrevendo e qualificando a realidade, de acordo com o atual modelo de desenvolvimento e bem-estar social. Sendo por fim, um processo de troca em que todos os agentes sociais precisam colaborar para que as transformações sociais ocorram no meio em que atuam. Desenvolvimento sustentável não se refere a um estado estável ou fixo e sim, que enfatiza o caráter dinâmico do desenvolvimento e faz referência ao esforço necessário para que um processo se mantenha em avanço contínuo.

E o turismo é uma atividade que está diretamente envolvida nesse processo, pois cria incentivos econômicos nos destinos, fazendo com que outros benefícios sejam implantados em razão da necessidade de manter um fluxo positivo de visitantes nesses lugares, já que a economia cresce, gerando receitas e inúmeras vantagens no local visitado. Assim sendo, acredita-se que para proteger os recursos existentes não se precise de valor no mercado, pois os agentes envolvidos podem assumir a liderança na adoção de planejamentos sustentáveis aplicando-os junto à comunidade local e aos

visitantes para que adotem práticas sustentáveis desde o consumo de algum serviço e/ou produto à propagação do mesmo para os demais, ou seja, à forma de como comercializarão um destino, por exemplo.