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Para obter uma compreensão do problema proposto neste trabalho, desenvolveu-se um conjunto de questões secundárias. Essas questões, por sua vez, objetivaram gerar respostas para se chegar aos objetivos.

Para o primeiro objetivo, caracterizar as dimensões analíticas do contexto

institucional para a formação de joint ventures internacionais; foram formuladas

as seguintes questões:

1. Quais os fatores políticos e econômicos dos países de origem das empresas-mãe que influenciaram o processo de formação da joint

venture?

2. Quais são as principais instituições que regulam as atividades econômicas, políticas e sociais no país hospedeiro da joint venture, capazes de afetar o seu processo de formação?

3. Quais as principais características sociais, econômicas, políticas e culturais dominantes no país hospedeiro da joint venture?

4. Como se apresenta a compatibilidade entre as normas e os valores dominantes no país hospedeiro da joint venture e as práticas dos dirigentes da empresa parceira estrangeira, e como essa compatibilidade afetou o processo de formação da joint venture?

Para o segundo objetivo, que consistiu, uma vez especificadas as dimensões analíticas relevantes do contexto institucional, investigar as formas pelas quais as

relações de poder entre empresas–mães e outras organizações interessadas moldam decisões e não decisões estratégicas envolvidas em entrar em joint ventures internacionais; e investigar como a interação entre os aspectos institucionais e as relações de poder influenciam a formação de joint ventures internacionais, formularam-se as seguintes questões:

5. Qual o nível de assimetria nas relações de poder entre as empresas- mãe em relação a joint venture?

6. Quais eram os principais recursos de poder das empresas-mãe durante o processo de formação da joint venture?

7. Como as empresas-mãe utilizaram os seus recursos de poder para influenciar a formação da joint venture?

8. Qual o grau de autonomia e quais mecanismos de controle para a joint

venture foram formalmente definidos pelas empresas-mãe?

9. Até que ponto outros atores externos (concorrentes, clientes, fornecedores, governo) exerceram pressões diretas sobre o processo de formação da joint venture?

Para o terceiro objetivo, investigar a influência do estágio de

desenvolvimento dos países de origem das empresas-mãe na formação de joint ventures internacionais, as seguintes questões foram definidas:

10. A empresa-mãe estrangeira tinha restrições com relação ao estágio de desenvolvimento do país hospedeiro da joint venture?

11. A opção pela formação de uma joint venture, em lugar de investimentos diretos pela empresa-mãe, estava associada a algum receio dos dirigentes quanto à instabilidade política e econômica, freqüente em países em desenvolvimento?

Para facilitar a compreensão do processo de investigação e dos seus resultados, apresentam-se, nos próximos subitens, as definições constitutivas dos termos que compõem a pesquisa.

4.1.1 Definindo Ambiente Técnico

Do ponto de vista de Scott e Meyer (1991) ambientes técnicos

são aqueles nos quais um produto ou serviço é produzido e trocado em um mercado tal que organizações são recompensadas pelo controle efetivo e eficiente dos seus sistemas de produção. (...) Organizações operando em tais ambientes são esperadas concentrarem suas energias em controlar e coordenar seus processos técnicos e são prováveis de tentar amortecer ou proteger esses processos centrais dos distúrbios ambientais. (SCOTT;

MEYER, 1991, p.123).

Em outras palavras, constitui um sistema que enfatiza a competição de mercado, a mudança de nicho e as medidas de desempenho. Resulta da interação entre as forças concorrenciais e está centrado nas trocas de bens e de serviços e no intercâmbio econômico (adaptado de Scott, 1992 e Machado da Silva et al., 1999).

A operacionalização da dimensão técnica do ambiente, nesta pesquisa, ocorreu a partir da investigação das características do setor de perfumaria em termos de nível de competição, da natureza dos ativos considerados mais relevantes nas disputas entre as empresas, de nível de concentração do setor, de nível de estruturação dos canais de distribuição e da natureza dos fluxos de troca entre empresas.

4.1.2 Definindo Ambiente Institucional

Ainda segundo Scott e Meyer (1991) ambientes institucionais são, por definição,

aqueles caracterizados pela elaboração de regras e requerimentos para os quais organizações individuais deverão conformar-se se elas estão para receber apoio e legitimidade. Os requerimentos podem vir de agências reguladoras autorizadas pelo estado-nação, de associações profissionais ou de negócio, de sistemas de crenças generalizados que definem como tipos de organizações específicas estão para conduzirem-se, além de outras fontes similares. (SCOTT; MEYER, 1991, p.123).

Ambiente institucional, portanto, configura-se como um espaço de disputa por poder político e legitimidade institucional, referindo-se a uma realidade socialmente construída. A ênfase está na difusão de normas que conduzem à legitimidade organizacional (adaptado de Scott, 1992 e Machado da Silva et al., 1999).

A operacionalização da dimensão institucional do ambiente foi feita a partir da identificação das organizações que exerceram influência social, política e cultural no processo de formação da aliança; da identificação de traços culturais dos países capazes de moldar o processo de negociação e formação da aliança e de aspectos relevantes da legislação capazes de influenciar o processo.

4.1.3 Definindo Joint Venture

Joint venture é definida como um tipo de estratégia de cooperação, estabelecida

formalmente, envolvendo duas ou mais organizações legalmente distintas, conhecidas como empresas-mãe, as quais participam ativamente nas atividades de tomada de decisão da firma criada em conjunto.

Rodrigues (1999) complementa esta definição ao descrever joint venture como um tipo de aliança estratégica na qual uma ou mais firmas entram com capital para formar uma terceira, mas sem que as empresas componentes percam a sua identidade.

Este conceito foi operacionalizado através da identificação da existência de mais de um parceiro, da verificação da criação de uma nova entidade e da verificação da existência de compartilhamento de ativos tangíveis, ou não, e do compartilhamento da gerência da nova entidade.

4.1.4 Definindo Poder

Poder pode ser definido como a habilidade de pessoas ou grupos para extrair para si próprios resultados estimados de um sistema, no qual outras pessoas ou grupos buscam esses mesmos resultados ou prefeririam expender seus esforços em direção a outros resultados. Poder é exercido para alterar a distribuição dos resultados, para estabelecer uma distribuição desigual ou mudar os resultados (Perrow, 1998, p.259).

A operacionalização da variável poder deu-se com base nas formas de controle exercidas pelas empresas-mãe, na identificação da extensão do controle – total ou parcial –, no foco do controle – sobre tecnologia, gestão, marcas, mercados – e na identificação dos mecanismos de controle empregados pelas empresas-mãe.