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Diagnóstico psiquiátrico no contexto forense

No documento Psiquiatria Forense de Taborda (páginas 127-136)

A questão do diagnóstico psiquiátrico e da classificação dos transtornos mentais foi objeto de muita controvérsia ao longo do século XX. As razões para isso foram diversas, tanto tecnológicas – como a escassez de métodos de investigação que pudessem visualizar o funcionamento do cérebro ao vivo e o incipiente desenvolvimento das neurociências – quanto ideológicas, uma vez que as alterações mentais em geral se fazem acompanhar por alterações comportamentais, o que suscitava críticas sobre a validade dos diagnósticos realizados e até sobre a existência das doenças psiquiátricas. Além disso, no início do século XX, surgiu a psicanálise, método de investigação do funcionamento mental que atribuía os sintomas psiquiátricos a fenômenos psicológicos inconscientes. Essa corrente de pensamento pôde se desenvolver fortemente ao longo das décadas subsequentes e ocupar um vácuo deixado pelo incipiente desenvolvimento da psiquiatria. Em alguns locais, sua presença se fez tão forte que psiquiatria e psicanálise eram entendidas como sinônimos, e as pessoas leigas não sabiam compreender a diferença entre uma e outra. E pior: muitas vezes, os próprios profissionais também não sabiam...

Em decorrência da fraca compreensão das bases orgânicas das doenças mentais – afinal, com exceção dos quadros infecciosos, os diagnósticos de certeza quase sempre só podiam ser realizados post mortem –, havia uma discrepância muito grande entre os sistemas classificatórios das doenças mentais em cada país, mesmo entre os critérios

diagnósticos para uma determinada patologia. Essas discordâncias ficaram muito bem demonstradas por meio de um projeto para o estudo do diagnóstico de esquizofrenia nos Estados Unidos e na Inglaterra, no qual se constatou que o conceito norte-americano dessa patologia era bem mais amplo do que o inglês, o que produzia taxas de prevalência maiores da doença. Essa dificuldade de comunicação, associada ao desenvolvimento das neurociências, ao surgimento de métodos de neuroimagem e à síntese crescente de novos psicofármacos, impôs a necessidade de que critérios objetivos e uniformes para a diagnose de transtornos psiquiátricos fossem adotados. Os primeiros conjuntos de critérios diagnósticos surgidos, entretanto, eram eminentemente dirigidos à pesquisa médica e não tinham uma finalidade ordenatória,24 mas vieram a

constituir a base para as atuais classificações.

Atualmente, existem dois grandes sistemas diagnósticos: o proposto pela American Psychiatric Association (APA), denominado Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, atualmente em sua 5ª edição, DSM-5,25 e o patrocinado pela

OMS, Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10, conhecido como CID-10, apresentado em duas versões: as Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas (livro azul)26 e os Critérios diagnósticos para pesquisa (livro

verde).27 O sistema da APA, que remonta a 1980, por meio do DSM-III,28 seguido por

sua edição revisada, o DSM-III-R,29 em 1987, e depois por sua nova edição, DSM-IV,30

em 1994, seguida por sua edição revisada, o DSM-IV-TR,31 em 2000, e, por último, o

DSM-5,25 em 2013, apresenta extrema objetividade e é o que melhor atende às

necessidades do clínico; contudo, não é oficialmente adotado no Brasil. Assim, ao realizar uma perícia, o médico deverá se valer da classificação proposta pela OMS.

O advento de critérios diagnósticos psiquiátricos objetivos, além de sua enorme importância para o desenvolvimento da ciência, por favorecer a pesquisa e a comunicação entre os profissionais do campo, trouxe consequências muito positivas à atividade forense. Por meio deles, o diagnóstico deixa de ser inferencial e necessita ser demonstrado com clareza. Se, por exemplo, um perito afirmar que alguém está psicótico, precisa provar em que consiste a quebra do juízo de realidade, quais delírios ou alucinações estão ocorrendo. A simples afirmativa de que determinada pessoa estaria regredida a um nível psicótico de funcionamento, ou de que apresentaria ansiedades psicóticas, seria insuficiente para esse diagnóstico, pois não está claro em que consiste um nível psicótico de funcionamento ou uma ansiedade psicótica. Esse tipo de assertiva é resquício da prática psiquiátrica fortemente baseada nos pressupostos da

psicanálise e deve ser evitado com rigor no contexto judiciário, pela impossibilidade de ser sustentado de forma concreta.

O sistema proposto pela APA, a partir do DSM-III,28 adota uma formulação

semelhante à utilizada nas demais áreas da medicina por meio de um raciocínio conectivo: se A + B + C, então D; na qual D seria o diagnóstico clínico, e A, B e C seriam seus elementos constitutivos. O psiquiatra, então, somente poderá afirmar a realidade D se, ao mesmo tempo, puder demonstrar com clareza que A, B e C estão presentes. Esse modelo (utilizado também no DSM-III-R, no DSM-IV, no DSM-IV-TR e na versão atual, DSM-5)25,28-31 adapta-se muito bem ao contexto forense, visto que retira

ao máximo a carga de subjetividade do diagnóstico e, principalmente, permite que as afirmativas do perito possam ser criticadas ou endossadas de forma objetiva tanto pelos assistentes técnicos quanto por juízes, promotores e advogados. Acima de tudo, torna o diagnóstico psiquiátrico algo compreensível para o leigo, que, recebendo noções básicas sobre a estrutura e o funcionamento de dado sistema classificatório, terá condições de se manifestar com segurança sobre as conclusões de uma perícia psiquiátrica.

O sistema da APA mostrou-se tão eficaz que, apesar das críticas que recebeu e das discussões que suscitou, acabou servindo de inspiração à OMS ao revisar sua Classificação internacional de doenças e publicar a CID-10,26 em 1992. Até então, as

diversas CIDs referiam os distintos quadros clínicos de forma essencialmente descritiva e impressionista, e, apesar do constante aperfeiçoamento a cada edição, restava margem para muita imprecisão e divergência. A CID-10 foge por completo do formato de suas antecessoras, busca ser estritamente objetiva, mas, mesmo assim, o livro azul,26 seu documento fundamental, ainda não consegue alcançar o grau de

eficiência do DSM-5.25 Isso por uma singela razão: algumas vezes, os elementos A, B

ou C que integrarão o diagnóstico D estão mencionados de forma não tão clara e direta quanto em sua congênere norte-americana. Quando essa situação estiver por ocorrer – ou seja, a formulação de um diagnóstico pela CID-1026 que não esteja descrito com

total objetividade naquele manual –, para prevenir futuro questionamento por parte de assistente técnico ou mesmo objeções e pedidos de esclarecimento pelas partes, os quais talvez não possam ser contestados de forma absolutamente clara, é recomendável que seja também consultado o livro verde da CID-1027 para verificar se os critérios

diagnósticos ali explicitados estão preenchidos de maneira efetiva. Justifica-se essa providência pelo fato de o livro verde ser tão objetivo quanto o DSM-5,25 pois é

A ideia, enfim, que norteia os parágrafos anteriores é a de que o diagnóstico psiquiátrico deve ser um processo fundamentalmente objetivo, lógico, com base em sinais e sintomas claramente perceptíveis, passível de ser entendido e criticado pelo leigo, em vez de dotado de características fantasiosas, mágicas, pelas quais apenas poderia ser formulado por pessoas que entendessem os mistérios da mente e os fenômenos inconscientes.

Considerações finais

Neste capítulo, procurou-se demonstrar que o exame pericial psiquiátrico é dotado de características especiais, as quais o distinguem sobremaneira do exame psiquiátrico padrão. A principal delas é sua natureza probatória, o que o torna passível de amplo escrutínio pelas partes e pelos profissionais do direito. Em decorrência disso, há importantes modificações técnicas em sua execução, e deve-se atribuir grande importância a sua objetividade. Observa-se, também, a atuação de diferentes questões de natureza ética, o que demanda adoção de novos paradigmas, novos referenciais e novas medidas preventivas.

Referências

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10. Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Lei n° 8.455, de 24 de agosto de 1992. Altera dispositivos da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, referentes à prova pericial [Internet]. Brasília: Casa Civil; 1992 [capturado em 20 jun. 2015]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1989_1994/L8455.htm. 11. Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM n° 2.057/ 2013. Consolida as diversas resoluções da área da Psiquiatria e reitera os princípios universais de proteção ao ser humano, à defesa do ato médico privativo de psiquiatras e aos critérios mínimos de segurança para os estabelecimentos hospitalares ou de assistência psiquiátrica de quaisquer naturezas, definindo também o modelo de anamnese e roteiro pericial em psiquiatria [Internet]. Brasília: CFM; 2013 [capturado em 20 jun. 2015]. Disponível em: http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2013/2057_2013.pdf. 12. Conselho Federal de Medicina. Processo-consulta n° 2.210/09. Parecer n° 34/10. Pagamento de honorários para emissão de laudos periciais para fins de apresentação junto a repartições públicas da União, Estado e/ou municípios [Internet]. Salvador: CFM; 2010 [capturado em 20 jun. 2015]. Disponível em: http://www.portalmedico.org.br/parecere s/CFM/2010/34_2010.htm.

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16. Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Lei n° 11.343, de 23 de agosto de 2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. [Internet]. Brasília: Casa Civil; 2006 [capturado em 20 jun. 2015]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm.

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19.Telles LE, Day VP, Folino JO, Taborda JG. Reliability of the Brazilian version of HCR-20 Assessing Risk for Violence. Rev Bras Psiquiatr. 2009;31(3):253-6.

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LEITURAS SUGERIDAS

Gowers SG. Assessing adolescent mental health. In: Bailey S, Dolan M, editors. Adolescent forensic psychiatry. London: Arnold; 2004. p. 3-13.

Rosner R, editor. Principles and practice of forensic psychiatry. 2nd ed. London: Arnold; 2003.

Simon RI, Gold LH. Part 1: introduction to forensic psychiatry. In: Simon RI, Gold LH, editors. Textbook of forensic psychiatry. 2nd ed. Washington: American Psychiatric; 2010.

[NT1] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 149. “São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam

determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.”

[NT2] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 156. “O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender

de conhecimento técnico ou científico.”

[NT3] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 468. “O perito pode ser substituído quando:

[NT4] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 144. “Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções

no processo:

I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;

VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

§ 1° Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.

§ 2° É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.

§ 3° O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.”

[NT5] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 148. “Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:

II – aos auxiliares da justiça [...]”

[NT6] Artigo 145. “Há suspeição do juiz:

I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

§ 1° Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. § 2° Será ilegítima a alegação de suspeição quando:

I – houver sido provocada por quem a alega;

II – a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.”

[NT7] orrespondência no novo CPC2 – Artigo 145.

[NT8] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 145.

[NT9] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 157. “O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe

designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.”

[NT10] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 448. “A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos:

I – que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau [...]”

[NT11] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 448. “A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos:

II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.”

[NT12] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 157.

[NT13] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 466. “O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi

§ 1° Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição.”

[NT14] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 473. “O laudo pericial deverá conter:

§ 3° Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.”

[NT15] Artigo 477. “O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

§ 1° As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer.”

[NT16] Artigo 466. “O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso.

§ 2° O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.”

[NT17] Artigo 465. “O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.

§ 2° Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: I – proposta de honorários;

II – currículo, com comprovação de especialização;

III – contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais.”

[NT18] Correspondência no novo CPC2 – Artigo 157.

[NT19] Artigo 61 (Resolução CFM n° 2.056/2013).6 “Os serviços públicos que praticam a medicina pericial estão

No documento Psiquiatria Forense de Taborda (páginas 127-136)