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4.4. Características estatísticas da amostra

4.4.2. Discussão da estatística descritiva

A análise da tabela 4.2 permite verificar que cerca de 14% das empresas atribuíram opções de acções durante o período de 2003 a 2006. A média e a mediana para a variável DESEMP é de 0,1% e 0,1%, respectivamente, e a amplitude entre o 1.º e o 3.º quartil corresponde a cerca de 0,2%, o que sugere uma fraca variação no desempenho (rendibilidade das acções) das empresas no período em análise. A variável ACGEST apresenta uma média de 5,6% e uma mediana de 0,3%. Esta diferença entre a média e a mediana evidencia para a variável ACGEST uma assimetria positiva, o que sugere a existência de elevadas percentagens de acções detidas pelos gestores para algumas empresas (como se pode confirmar pelo valor máximo da variável). Cerca de 34,9% (com uma mediana de 40%) dos membros dos conselhos de administração das empresas portuguesas com valores cotados no período de 2003 a 2006 são não executivos. Os conselhos de administração compreendem aproximadamente 9 membros (com uma mediana de 7 membros). A média e a mediana para a variável POLDIV é de 23,6% e 7,8%, respectivamente. Assim, a variável POLDIV revela uma considerável assimetria positiva, o que sugere que algumas empresas distribuem elevadas percentagens de dividendos (como se pode confirmar pelo valor máximo da variável). As empresas portuguesas com valores cotados no período de 2003 a 2006 apresentam uma significativa variação na política de dividendos, dado que o valor máximo corresponde a 1,251 e o valor do 3.º quartil ser "apenas" de 41%; devemos, ter, seguramente um número elevado de observações com valor muito baixo. O ENDIV representa em média 4,546 da capitalização bolsista das empresas no período de 2003 a 2006 (com uma mediana de 2,142). A média e a mediana para a variável RISEMP é de 3,1% e 1,7%, respectivamente. Os CONSTLIQ representam em média 21,4% (com uma mediana de 19,5%) do valor de mercado da empresa. A diferença entre o valor do 1.º e do 3.º quartil, conjugada com os valores de mínimo e de máximo, sugere que as empresas portuguesas com valores cotados no período de 2003 a 2006 apresentam uma considerável variação no valor dos constrangimentos de liquidez. A média da capitalização bolsista das empresas (DIMEMP) com valores cotados no período de 2003 a 2006 é de 1,434 milhões de euros. O CXEQUIV representa em média 5,6% (com uma mediana de 10,4%) da capitalização bolsista da empresa e, a amplitude

entre o 1.º e o 3.º quartil corresponde a cerca de 20,6% o que sugere que as empresas portuguesas com valores cotados no período de 2003 a 2006 apresentam uma considerável variação no valor de caixa e seus equivalentes. A variável DIVERSIF apresenta uma média de aproximadamente 4 e uma mediana de 4. Em cerca de 31% das empresas verifica-se a existência de separação de funções de supervisão e de gestão. Verifica-se a existência de INVINST em cerca de 63% das estruturas accionistas das empresas portuguesas com valores cotados no período de 2003 a 2006. Finalmente, a variável CONACC apresenta uma média de 68,7% e uma mediana de 73,4%, o que sugere a existência de uma elevada concentração de capital nas estruturas accionistas das empresas portuguesas com valores cotados.

4.5. Resumo e Conclusões

Este capítulo apresenta o procedimento utilizado na recolha de dados, na organização e processamento da informação bem como na selecção da amostra. Adicionalmente discute-se a estatística descritiva da amostra.

A fonte de informação para todas as variáveis utilizadas nas várias análises empíricas é obtida no sítio da CMVM na Internet e junto da Euronext Lisboa. O sítio da CMVM na Internet permite aceder aos relatórios anuais de prestação de contas e das práticas de governo das sociedades e junto da Euronext Lisboa obtém-se informação sobre as cotações diárias das acções das empresas utilizadas na amostra.

Os dados relativos ao período de 2003 a 2006 são utilizados conjuntamente. Das empresas com valores cotados no mercado das cotações oficiais no final do período de 2003 ao do de 2006, excluem-se as empresas estrangeiras e as que não têm valores cotados para todo o período compreendido entre 2002 a 2007. Consequentemente, no total a amostra contempla 160 observações.

Apresenta-se, adicionalmente, a estatística descritiva para todas as variáveis utilizadas nas várias análises empíricas, a qual inclui a média, a mediana, o desvio padrão, o mínimo, o máximo, o primeiro e o terceiro quartil.

Resumindo, este capítulo apresenta o procedimento utilizado na recolha de dados e na selecção da amostra, o qual permite mensurar as variáveis e aplicar a metodologia

apresentada no capítulo três, para testar empiricamente as hipóteses definidas no referido capítulo. Nos três capítulos seguintes apresentam-se os resultados empíricos da análise dos determinantes da atribuição de opções de acções, do impacto da atribuição de opções de acções no desempenho da empresa e da potencial endogeneidade entre atribuição de opções de acções, desempenho da empresa e outros mecanismos de monitorização, respectivamente.

Capítulo Cinco Determinantes da atribuição de opções de acções – Análise empírica

CAPÍTULO CINCO

DETERMINANTES DA ATRIBUIÇÃO DE OPÇÕES DE ACÇÕES – ANÁLISE EMPÍRICA

5.1. Introdução

Neste capítulo são testados empiricamente os determinantes da atribuição de opções de acções. São utilizados dados conjuntos relativos ao período de 2003 a 200657. O estudo empírico deste capítulo consiste na análise de regressão logística, na qual a percentagem de acções detidas pelos gestores, a composição do conselho de administração, a dimensão do conselho de administração, a politica de dividendos, o endividamento, o risco da empresa, os constrangimentos de liquidez, a dimensão da empresa e o desempenho da empresa são tratadas como variáveis independentes e, deste modo, como potenciais determinantes da atribuição de opções de acções.

Este capítulo tem a seguinte estrutura. Na secção 5.2. são apresentados os resultados da regressão logística. Na secção 5.3. apresenta-se a discussão dos resultados. A secção 5.4. mostra as principais análises de sensibilidade. Finalmente, na secção 5.5. são apresentados o resumo e as conclusões do capítulo.