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Dissertação de Janete Cristina Geraldo Faccioli “Centro de Referência de Assistência Social de Cabreúva: reflexões sobre o território como estratégia para

Pequeno I I Médio Grande Metrópole

PRODUÇÕES CIENTÍFICAS ABORDANDO O TEMA: IMPLANTAÇÃO DE CENTROS DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)

2.1 Destaques dos trabalhos analisados

2.1.4 Dissertação de Janete Cristina Geraldo Faccioli “Centro de Referência de Assistência Social de Cabreúva: reflexões sobre o território como estratégia para

garantia de direitos sociais” (2009)

Objetiva analisar e refletir os resultados da pesquisa desenvolvida com famílias beneficiárias do PBF no Município de Cabreúva/SP, partindo da constatação da frágil identificação das famílias em relação ao território em que vivem. Apresenta a hipótese de que os moradores/usuários da Política de Assistência Social desconhecem os serviços ofertados no município e em seu território de moradia. A pesquisa parte do universo de beneficiárias do PBF que participaram de atividades socioeducativas e do projeto Reconhecendo o Nosso Território, ocorridos no –CRAS Bonfim.

O Município de Cabreúva/SP possui 38.898 mil habitantes, é de pequeno porte II, encontrava-se em Gestão Básica em 2009. O universo-alvo da pesquisa são 67 famílias beneficiárias do PBF, usuárias do CRAS Bonfim, e do projeto socioeducativo: Reconhecendo Nosso Território. A pesquisa qualitativa foi realizada com seis mulheres e o critério utilizado para a seleção foi o maior tempo de residência no território.

A implantação do CRAS no município ocorreu em 2006 e o trabalho socioeducativo foi iniciado em 2007 e 2008. A Secretaria da Ação Social contou, em 2008, com 3,55% do orçamento municipal para investimento na assistência social. O município apresenta índices de média vulnerabilidade social, a taxa de urbanização é de 83% e o crescimento populacional foi acentuado nos últimos anos.

O diagnóstico social do município foi elaborado pela Drads de Campinas e apresenta dados estatísticos estimados da situação socioeconômica e demográfica. A Secretaria de Ação Social elaborou o Plano Municipal de Assistência Social em 2005, considerando as informações do Cadastro Único, PBF, BPC, IPVS, que contribuíram para delinear as áreas de vulnerabilidades e riscos sociais.

O CRAS Bonfim fica distante 8 quilômetros do centro da cidade, em local com características de área rural, próximo a um grande loteamento popular (implantado em 1994), conta com 800 moradias, 3.500 pessoas. O território demonstra, enquanto características: alto crescimento populacional, alto índice de famílias de baixa renda e de extrema pobreza, moradia precária, subemprego, desemprego, desqualificação profissional, baixa escolaridade, dependência química, famílias numerosas, ausência de vínculo familiar e social, situações de violência, tráfico de drogas e ocorrência de crimes, atividades econômicas rurais, mercado informal, indústria e comércio, rede socioassistencial na maioria pública (saúde e educação).

O início do trabalho do CRAS foi divulgado com uso da mídia, contatos com usuários, Poder Legislativo, ONGs, comunidade e rede socioassistencial, das atividades dos Programas de Transferência de Renda e programas municipais.

No CRAS, é desenvolvido o Plantão Social, porém com uma proposta diferenciada, com atenção especial no primeiro acolhimento, apresentando o CRAS e suas atividades, não somente como serviço da PSB, mas também enquanto serviço da Proteção Social Especial, por inexistência na região.

A unidade apresenta: fácil acesso, placa de identificação, atendimento diário de 8 horas, de 2a a 6a feira; imóvel próprio, acessibilidades para idosos e pessoas com deficiência. A estrutura física é composta de: recepção, duas salas de atendimento, uma

sala para 15/20 pessoas, um salão para grupos com mais de 30 pessoas, uma sala de coordenação, equipe técnica ou administração, três banheiros (um adaptado).

Os equipamentos disponíveis são: telefones, computadores com internet, impressora, som, TV/DVD, datashow, fax, máquina fotográfica, filmadora, veículo, brinquedos, materiais pedagógicos, culturais e esportivos.

Os serviços realizados no CRAS: PAIF, capacitação e inclusão produtiva, convivência (socioeducativo) para criança acima de 9 anos, adolescentes, jovens, idosos e pessoas com deficiência.

As principais ações desenvolvidas: recepção e acolhida, acompanhamento a famílias e indivíduos, oficina de convivência e atividades socioeducativas com famílias, grupos geracionais e intergeracionais, visitas domiciliares, busca ativa, atividades de inclusão digital, encaminhamentos de famílias e indivíduos à rede socioassistencial e outras políticas públicas, encaminhamento de famílias para inserção no Cadastro Único, orientação ou acompanhamento para inserção no BPC, acompanhamento dos encaminhamentos realizados, articulação e fortalecimentos de grupos sociais locais, produção de material socioeducativo, campanhas socioeducativas e palestras. Os cursos de geração de renda são realizados com as modalidades de: culinária, artesanato costura industrial, manicure e pedicuro.

Os instrumentais de documentação utilizados ainda são registrados por meio físico, porém, há uma proposta de se implantar os instrumentais para o meio eletrônico: atendimento diário, relatórios e prontuários. O CRAS conta com rede informatizada para acesso aos dados do CadÚnico e demais programas e benefícios.

É realizado o acompanhamento das famílias em descumprimento das condicionalidades do PBF e busca ativa. A prioridade de atendimento e acompanhamento está voltada às famílias inseridas em Programas de Transferência de Renda.

O CRAS tem procurado realizar um trabalho articulado em rede com as áreas de Saúde, Educação, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

(CMDCA), Conselho Tutelar (CT), órgãos relacionados ao trabalho e emprego, Conselho Municipal do Idoso (CMI).

A equipe é composta por dez agentes: um coordenador, dois assistentes sociais, um psicólogo, dois instrutores de ensino, um administrativo, um motorista, dois de serviços gerais.

O PBF realiza atividades socioeducativas desde 2007, envolvendo um trabalho intersetorial entre ação social, educação e saúde. O projeto Reconhecendo Nosso Território foi proposto diante da ausência do sentimento de pertencimento ao território, idealizado como meio de promover a convivência comunitária, conhecimento do local e recursos, integração das pessoas e famílias, necessidades e reivindicações do bairro.

As famílias entrevistadas são de baixa renda, com alta densidade familiar, média de seis membros, arranjos familiares diversificados, alta presença de jovens e adolescentes, baixa escolaridade e desqualificação profissional. Elas demonstraram, no atendimento do CRAS: sentimento de acolhida, boa adesão, CRAS como referência no território, identificação com a oferta dos cursos.

As famílias abordadas apontam como reivindicações e sugestões: o desenvolvimento de trabalho socioeducativo voltado para homens, para os jovens e atividades integradas para crianças, a integração das políticas públicas principalmente a habitação, construção de creches, mais oportunidades para as mulheres no mercado de trabalho.

Quanto aos projetos de vida e as perspectivas futuras, as aspirações dessas famílias estão voltadas para os filhos, principalmente, e para as demais familiares, ou seja, há presente uma projeção nos filhos, com maior nível de escolaridade, melhores empregos, melhores salários e casa própria.

A autora aponta em suas considerações finais que Cabreúva é um município privilegiado, pois sendo de pequeno porte contou com a construção do CRAS, os equipamentos disponíveis e a equipe constituída na unidade. Houve disponibilidade de recursos financeiros municipais para a estruturação do CRAS e conta com recursos do

cofinanciamento para o desenvolvimento dos serviços e atividades. O trabalho inter- setorial no PBF apresenta perspectiva integrada, em parceria, e possui a abrangência esperada. Há o reconhecimento e identificação com o território de instalação do CRAS, que vem sendo trabalhado como estratégia para a garantia de direitos sociais.

Avalia que há vontade política e empenho do Poder Executivo na efetivação do SUAS e aponta ao final algumas necessidades para aprimoramento do processo:

- atualização do diagnóstico do território;

- efetivo trabalho intersetorial para definir políticas públicas que colaborem para: baixa escolaridade, ausência de creche, necessidade de ampliação do horário escolar, programa de educação para adultos, desqualificação profissional, insegurança;

- divulgação e ampliação dos serviços do CRAS.

2.1.5 Dissertação de Márcia da Silva Pereira Castro - “Implementação da Política

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