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Dissertação de Elizete de Fátima Rangel “A implementação e implantação dos CRAS – Centros de Referência de Assistência Social em São José dos

Pequeno I I Médio Grande Metrópole

PRODUÇÕES CIENTÍFICAS ABORDANDO O TEMA: IMPLANTAÇÃO DE CENTROS DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)

2.1 Destaques dos trabalhos analisados

2.1.3 Dissertação de Elizete de Fátima Rangel “A implementação e implantação dos CRAS – Centros de Referência de Assistência Social em São José dos

Campos: um estudo do CRAS – Eugênio de Melo” (2009)

A pesquisa relata o processo de implementação e implantação de CRAS no Município de São José dos Campos. Objetivou analisar as dificuldades e possibilidades que emergiram no referido processo; destacou a relevância da implantação dos CRAS no processo de consolidação da Política de Assistência Social no Brasil, principalmente da proteção social básica, conforme normatizado na PNAS (2004) e NOB/SUAS (2005).

A implementação dos CRAS em São José dos Campos iniciou-se pelo estudo da documentação do MDS sobre Política Nacional de Assistência Social e Guias de Orientação Técnica.

Foram implantados dois CRAS na região leste do município – em territórios de média vulnerabilidade, com focos de alta vulnerabilidade. Facilitou o fato de existir um prédio público disponível em Eugênio de Melo e foi realizado um levantamento no território da situação de muito alta e alta vulnerabilidade.

Os dados utilizados para o levantamento estavam embasados no IBGE, Seads, Cadastro Único, mapa de vulnerabilidade social elaborado pelo governo estadual, uma pesquisa municipal sobre qualidade de vida, promovida pela Univap, que tratou da incidência de territórios com famílias de renda familiar até três salários mínimos e situação de moradia precária. Ressalta-se que um dos CRAS implantados (Vila Industrial) é referência de situações de média vulnerabilidade.

Quanto ao planejamento, não houve preparação prévia da população, a divulgação da unidade foi realizada posteriormente pela equipe técnica, bem como o trabalho com a rede socioassistencial e as demais políticas públicas. Destaca-se também que não houve um plano de ação para implantação dos CRAS.

Em relação aos recursos humanos, materiais e financeiros, foram utilizados os recursos já disponíveis. O reordenamento institucional da Secretaria de Desenvolvimento

Social também não ocorreu, para implantação dos CRAS. A equipe foi alocada segundo interesse do profissional. O trabalho com famílias já ocorria através de programas desenvolvidos pela secretaria, anteriores ao CRAS.

O processo de implantação se desenvolveu de forma gradual, adequando e alterando os programas que já existiam. A capacitação da equipe concretizou-se através da contratação de assessoria, quando foi realizado um trabalho com os técnicos sobre a metodologia de implantação da unidade e o trabalho a ser desenvolvido. O plantão social foi transferido para entidade social, com o repasse de recursos.

Houve investimento na capacitação dos profissionais para o desenvolvimento da metodologia do trabalho com famílias/grupos e a integração da equipe. No município, há quatro CRAS, dois implantados em 2007, um em 2008 e um em 2009.

As famílias participam por meio de grupos e atendimentos individuais, principalmente as inseridas em programas sociais (PBF e Programa de Renda Mínima – PRM municipal), priorizando as que estão em descumprimento das condicionalidades do PBF.

A equipe trabalhou na elaboração de um planejamento estratégico 2009-2014, apontando as seguintes dificuldades:

- espaços físicos inadequados,

- falta de agilidade da secretaria na tomada de decisões,

- falta de profissionais técnico-operativos;

- comunicação interna precária,

- fragilidade no sistema informatizado,

- fragilidade na integração da rede socioassistencial,

- falta de interface da secretaria com as demais secretarias,

- falta de equipamentos adequados,

- falta de estabelecimentos de indicadores de monitoramento e avaliação,

- falta de verba específica para manutenção de equipamentos,

- falta de apoio efetivo para questões administrativas.

O CRAS Eugenio de Melo possui equipe técnica formada por: três assistentes sociais, uma psicóloga e uma coordenadora. No primeiro momento, a equipe assumiu a tarefa de elencar as famílias cadastradas no Sistema Informatizado da Assistência Social (Sias). Sequencialmente, iniciou um trabalho com grupos do território para apresentar o CRAS.

A população acessa os serviços por procura espontânea e busca ativa, sendo que são priorizadas as famílias dos Programas de Transferência de Renda (PTR). No tocante ao atendimento individual e acompanhamento familiar, são desenvolvidas as ações de: atendimento de acolhida, acompanhamento familiar, visita domiciliar, encaminhamento para atendimento em grupo, inserção em programas sociais, encaminhamentos para outros serviços da rede socioassistencial. Destaca-se que o psicólogo não referencia território e famílias, mas participa da acolhida, de atendimentos individuais e grupais.

As ações socioeducativas são desenvolvidas em grupos de convivência com pré- adolescentes (9 a 12 anos), jovens, adultos e idosos, desenvolvendo temas relacionados com educação, saúde, violência e outros. As ações de capacitação e inserção produtiva ocorrem por meio de atividades artesanais com o objetivo de gerar renda.

As ações intersetoriais e de parceria com a rede local realizam-se pelas atividades de mapeamento da rede do território, reuniões mensais, visitas institucionais e eventos.

Ressalta-se que falta adequação do espaço físico, que é um prédio público, mas em condições precárias de funcionamento para a proposta de CRAS.

A vigilância social efetivamente não é realizada, para gerar indicadores, sistematizar informações e índices de vulnerabilidade.

A autora considera que falta investimento do órgão gestor da política municipal de Assistência Social, principalmente nas ações que efetivem a Política Nacional de Assistência Social e consolidem o SUAS. Aponta a necessidade de discussão ampla, abordando a totalidade do município no tocante à Proteção Social Básica. Indica também a importância da revisão dos itens de terceirização dos serviços e dos recursos humanos.

Conclui apresentando que a demanda do município apresenta-se para mais 15 CRAS e que não há iniciativas e movimentos para efetivação e providências. Observa que falta vontade política para implementação do SUAS, que abarca três aspectos (político, administrativo e provimento de recursos) e que falta investimento no controle social.

2.1.4 Dissertação de Janete Cristina Geraldo Faccioli - “Centro de Referência de

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