• Nenhum resultado encontrado

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E HIERARQUIA DAS CIDADES

No documento Colecao Diplomata - Tomo II - Geografia (páginas 96-116)

GEOGRAFIA URBANA

2.2. DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E HIERARQUIA DAS CIDADES

A urbanização é o processo em que os habitantes de um recorte territorial, seja município ou país, migram das áreas rurais para as cidades ou vilas. Uma vez urbanizado, o país, por meio de fenômenos migratórios, pode conhecer mudanças qualitativas nas dinâmicas urbanas, aumentando, por exemplo, a taxa de urbanização de municípios médios. Com a crise econômica recente, as pessoas, nos EUA, têm se dirigido para cidades em que o custo de vida é mais barato, saindo de áreas urbanas de Nova York e Los Angeles para cidades como Houston.

No caso brasileiro, o fenômeno recente relacionado às migrações e à urbanização foi o crescimento das cidades médias em detrimento do crescimento das grandes metrópoles. Estas não

deixaram de crescer, mas as cidades médias registraram taxas mais altas de crescimento, o que intensificou a unificação do território. Esta ocorre quando o campo é incorporado ao meio técnico- científico-informacional, ademais da reprodução de comportamentos e de modelos sociais urbanos no campo. Um dos exemplos mais chocantes é a drogadição por crack de trabalhadores que colhem cana no interior de São Paulo.

A unificação do território ocorre nos lugares em que houve a inserção no meio técnico-científico- informacional, e esses lugares especializados podem ocorrer no campo e na cidade. Contudo, é nesta que se concentram instituições de pesquisa e ensino e onde a circulação é mais intensa. Milton Santos (2002: 239) lembra que

[...] antes, eram apenas as grandes cidades que se apresentavam como o império da técnica, objeto de modificações, supressões, acréscimos, cada vez mais sofisticados e mais carregados de artifício. Esse mundo artificial inclui, hoje, o mundo rural. Segundo G. Dorfles, este é marcado pela presença de “materiais plásticos, fertilizantes, colorantes, inexistentes na natureza, e a respeito dos quais, de um ponto de vista organolético, táctil, ​cromático, temos a nítida sensação de que não pertencem ao mundo natural”. [...] Segundo Ernest Gellner, “a natureza deixou de ser uma parte significativa do nosso meio ambiente”. [...] Podemos então falar de uma cientifização e de uma tecnicização da paisagem. Por outro lado, a informação não apenas está presente nas coisas, nos objetos técnicos, que formam o espaço, como ela é necessária à ação realizada sobre essas coisas. A informação é o vetor fundamental do processo social e os territórios são, desse modo, equipados para facilitar a sua circulação.

Esta abordagem baseia-se na ideia de um continuum entre rural e urbano, cuja possibilidade de aproximação entre ambos ocorre devido à industrialização. Esse ​continuum fundamenta-se na transição do absolutamente rural para o absolutamente urbano, mas não foi a primeira abordagem teórica sobre o tema. De acordo com Roni Blume (2004: 18),

[...] os primeiros debates e reflexões surgem sistematizados por uma leitura que assume o rural como uma realidade específica e oposta ao urbano, embasada pelos estudos das diferenças entre comunidade e sociedade de Ferdinand Tonnies. Este antagonismo dualístico para o rural era o tema da corrente denominada de dicotômica. Deste modo de interpretar o rural, os estudos avançaram para questionamentos sobre estes limites rígidos entre os pares. Esta polaridade tão

bem demarcada passou a ser questionada pela corrente da teoria do continuum rural-urbano proposta por Sorokin e Zimmerman (1920-1930), que mais tarde também foi debatida por Redfield (1947). Nestas correntes, o rural foi tema de intensos debates, onde uma concordância em termos de classificações não era consenso, pois as explicações dadas para distinguir as características do rural e suas interações sempre encontravam dificuldades para as sistematizações [...]. [Assim,] o rural deixou de ser atrativo como objeto de pesquisa, pois começou a ser aceito que a urbanização do campo era uma questão de tempo.

Isso não significa que as peculiaridades de ambos desaparecem, tanto que são encontradas as expressões urbanização do campo e ruralização da cidade. Assim, uma das dimensões utilizadas pelo IBGE para definir urbano/rural é a taxa de urbanização, porcentagem da população da área urbana em relação ao número total de habitantes de um recorte espacial. O censo de 2010 já disponibilizou dados a respeito da urbanização dos municípios brasileiros, sendo a taxa ou grau de urbanização brasileira de 84,4%.

As maiores populações urbanas estão em São Paulo, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, na Bahia e no Rio Grande do Sul, enquanto as maiores populações rurais encontram-se na Bahia, em Minas Gerais, no Maranhão, no Pará e no Ceará. Percentualmente, Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo, Goiás e Amapá apresentam os maiores graus de urbanização, ao contrário de Maranhão, Piauí, Pará, Bahia e Acre, que apresentam os menores. Quanto às macrorregiões, a tabela 10 (IBGE, 2011a) mostra os percentuais nos três últimos censos.

Outras duas dimensões utilizadas pelo IBGE para definir urbano e rural são a demográfica e a econômica. A dimensão demográfica classifica os municípios em três grandes classes – os com mais de 250 mil habitantes, denominados municípios de grandes dimensões demográficas; aqueles com população total entre 50 mil e 249.999 residentes, chamados de municípios de médias dimensões

demográficas; e os que possuem contingente inferior a 49.999 moradores, tipificados como municípios de pequenas dimensões demográficas.

Tabela 10: Taxa de urbanização por macrorregiões – 1991, 2000, 2010.

Grandes Regiões

Grau de urbanização (%)

Brasil 75,6 81,2 84,4 Norte 59,0 69,9 73,5 Nordeste 60,7 69,1 73,1 Sudeste 88,0 90,5 92,9 Sul 74,1 80,9 84,9 Centro-Oeste 81,3 86,7 88,8

A dimensão econômica para classificar um município em rural ou urbano obedece à divisão da PEA nos três setores econômicos – primário, secundário e terciário, como visto no capítulo anterior. Nesse quesito, há cinco classes possíveis: predominância primário, predominância secundário, predominância terciário, quando pelo menos 60% da PEA é ocupada no respectivo setor; equilibrada (média), quando cada um dos setores tem percentual igual ou superior a 25% e igual ou inferior a 40%; e, por fim, complexa (baixa), quando um setor é inferior a 25% e os demais são iguais ou inferiores a 60%.

Eduardo Paulon Girardi (2008: http://www2.fct.unesp.br/nera/atlas/index.htm; 2008a) elaborou o mapa 7 (GIRARDI, 2008a: 40) com base nessa classificação do IBGE que tipifica os municípios brasileiros em urbanos, rurais e em transição para urbanos. Os dados são do censo de 2000. É possível contrastar esse mapa com a tipologia proposta por José Eli da Veiga. Este classifica os municípios em indiscutivelmente urbanos, intermediários e essencialmente rurais, como vemos no mapa 8 (ibid.: 43). O autor não distingue a população dentro dos municípios e considera a densidade demográfica e o tamanho populacional como critérios de avaliação para definir urbano/rural.

Assim, na primeira classificação estariam centros urbanos com mais de 100 mil habitantes e os municípios pertencentes às aglomerações metropolitanas. Os intermediários englobariam os municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes e com densidade maior que 80 habitantes/km2, mesmo com contingente numericamente inferior a 50 mil. Já municípios

essencialmente rurais seriam aqueles com menos de 50 mil habitantes e densidade menor que 80 hab/km2.

Girardi (2008a), por fim, propõe uma tipologia que classifica os municípios em rurais, rurais com economia baseada no terciário, urbanos, urbanos industriais/mineradores e pertencentes a regiões

metropolitanas, de acordo com o mapa 9 (ibid.: 62). Essa tipologia reduz a população rural quando contrastada com a tipologia oficial do IBGE – na classificação oficial para 2000, 81,22%; para Girardi, 74,6% (loc. cit.). Nas palavras do próprio autor (ibid.: 77-8):

[...] o alto grau de urbanização em um país com território predominantemente rural, cujas terras são subutilizadas, 39,69% da população total sofre de algum tipo de insegurança alimentar e que não consegue resolver os problemas sociais através de políticas urbano-industriais deve ser questionado. Soma-se a isso o intenso êxodo rural desencadeado a partir da década de 1950 e que prossegue sem nenhum sentido que não seja a falta de ação do Estado no incentivo às populações rurais. A continuação do êxodo paralelamente à diminuição dos empregos urbanos não significa outra coisa senão a fuga de uma situação de decadência extrema para um destino incerto. [...] Desta forma, a identificação e mensuração do rural e do urbano no Brasil são essenciais para as medidas que visem minimizar os problemas da questão agrária e da questão urbana no país.

Mapa 8: Classificação urbano/rural proposta por José Eli da Veiga.

Mundialmente, a população urbana predomina em áreas que experimentaram processos de modernização capitalista. A Europa Ocidental, a América do Norte, a Oceania e a maioria dos países da América do Sul são os países com taxas de urbanização mais elevadas. Outras regiões são relativamente menos urbanizadas, como grande parte da Europa Oriental e do Oriente Médio. A população rural predomina na África, no Subcontinente Indiano, no Sudeste Asiático, na Ásia Central e no Extremo Oriente (exceto República da Coreia do Sul e Japão), como vemos no mapa 10 (UNITED NATIONS, 2011):

Mapa 10: Taxa de urbanização em países do mundo, 1999-2008.

Em 1800, havia apenas três cidades com pelo menos um milhão de habitantes – Londres, Edo (Tóquio) e Pequim. Cem anos depois, havia dezesseis, todas no hemisfério norte, sendo as maiores Londres (6,5 milhões), Nova York (4,2), Paris (3,3), Berlim (2,7) e Chicago (1,7). Em 1950, havia 74 cidades com um milhão de habitantes ou mais, e figuravam entre as maiores do mundo Nova York (12,3), Tóquio (11,3), Londres (8,4), Paris (6,5) e Moscou (5,4). Em 2010, o número de cidades com pelo menos um milhão de habitantes quase sextuplicou, para 442. Estas se concentravam na China (89), Índia (46), EUA (42), Brasil (21) e México (12).

Em 2010, as maiores aglomerações urbanas do mundo eram Tóquio, com 36,7 milhões de pessoas; Nova Délhi, com 22,2; São Paulo, com 20,3; Bombaim, com 20; e Cidade do México, com 19,5. As cinco maiores conurbações, exceto por Tóquio, localizam-se em países subdesenvolvidos, bem diferente do verificado em 1950. Entre as maiores taxas de urbanização, estão Estados de pequena dimensão territorial, como Kuwait (98%), Bélgica (97%), Qatar (96%), Venezuela (93%), e Uruguai (92%), ademais de microestados como Cingapura, Mônaco, San Marino e Malta.

As cidades assumem formas e dimensões espaciais distintas, e podemos classificá-las em metrópole, conurbação, região metropolitana, macrometrópole e megalópole. Metrópole é a cidade que congrega diversas funções e apresenta grande porte econômico, tanto por razões endógenas quanto pela área de influência direta. Conurbação é o encontro das manchas urbanas de duas cidades

distintas, enquanto região metropolitana é o conjunto de municípios contíguos e economicamente integrados à metrópole. Macrometrópole é a conurbação de duas regiões metropolitanas e megalópole é a conurbação de diversas metrópoles ou regiões metropolitanas.

Outra denominação recorrente é a de megacidades, utilizada pela ONU (UU2005) para descrever aglomerações urbanas com mais de 10 milhões de habitantes. Nessa lista estão Tóquio, México, Nova York, São Paulo, Bombaim, Nova Délhi, Xangai, Calcutá, Jacarta, Buenos Aires, Dacca, Los Angeles, Karachi, Rio de Janeiro, Osaka-Kobe, Cairo, Lagos, Pequim, Manila e Moscou. Essas áreas urbanas são os locais em que se percebem as maiores contradições do capitalismo globalizado, já que grande parte dos seus tecidos urbanos está alijada das benesses que a contemporaneidade traz.

Entre as principais manchas urbanas do mundo estão as megalópoles americanas, como vemos no mapa 11 (LEMARCHAND, 1999: 101) – de BosWash, entre Boston e Washington, com centro em Nova York; ChiPitts, entre Chicago e Pittsburgh, com centro em Detroit e se estendo ao território canadense até Ottawa e Quebec; San-San, na costa oeste estadunidense, ligando San Francisco e San Diego, com centro em Los Angeles. No continente americano, há ainda as concentrações urbanas da Cidade do México, de São Paulo e Rio de Janeiro, e de Buenos Aires.

No continente africano, as principais aglomerações populacionais são o Vale do Nilo egípcio, embora nem toda a população seja urbana, e o golfo da Guiné, cujo eixo Lagos-Abidjã tende a se tornar uma grande conurbação, inclusive com eixos perpendiculares, conectando cidades do interior do continente. Outras grandes cidades, fora dessas áreas, são Kinshasa, Luanda, Cartum e Johannesburgo, conforme o mapa 12 (COLIN, 2009: 181).

Mapa 12: Metropolização do continente africano e previsões para 2025.

Em relação ao Extremo Oriente e ao Sudeste Asiático, apesar da predominância da população rural, há grande número de cidades com mais de um milhão de habitantes, como se percebe no mapa 13 (COLIN, 2009: 220). Na Ásia, a megalópole Tóquio-Kitakyushu, constituída já na década de 1970, como vemos no mapa 14, é a maior concentração urbana (ABRIL CULTURAL, 1971: 2216). Na Índia, em 2010, 400 milhões de pessoas viviam em áreas urbanas, o que perfaz 31% da população do país e dois terços do PIB, e 13% do contingente total indiano moravam em cidades com mais de um milhão de habitantes. Em 1950, esse percentual era de apenas 3,1%, atingindo 5,8% em 1980. O mapa 15 mostra esta evolução (KAZMIN, 2011: A12).

Mapa 13: Grandes cidades do Sudeste Asiático e do Extremo Oriente.

Mapa 15: Grandes cidades da Índia.

Na Europa, as concentrações urbanas estão marcadas pela cor roxa, no mapa 16 (GfK GEOMARKETING, 2010), e concentram-se no Reino Unido, Benelux, norte da Itália, e em boa parte da Alemanha. Percebem-se também as áreas metropolitanas de muitas grandes cidades como Madrid, Paris e Roma. Essas grandes cidades “ao redor do mundo são terreno onde uma multiplicidade de processos de globalização assumem formas localizadas, concretas” (SASSEN, 2000: 91). Assim, podemos pensá-las

Mapa 16: Áreas de maior densidade populacional na Europa, coincidentes, nas maiores concentrações, às áreas urbanas.

[...] também como um dos locais para as contradições da globalização do capital. Por um lado, elas concentram uma parcela desproporcional do poder corporativo e são um dos locais-chave para a sobrevalorização da economia corporativa; por outro, elas concentram uma parcela

desproporcional dos desafortunados e são um dos locais-chave para a própria desvalorização. Essa presença dupla acontece em um contexto em que a transnacionalização das economias tem crescido fortemente e as cidades tem-se tornado crescentemente estratégicas para o capital global; e pessoas marginalizadas têm encontrado as próprias vozes com mais frequência e estão criando demandas para a cidade também (loc. cit.).

Desenvolveram-se serviços e atividades de comando organizacional entre essas grandes cidades mundiais e, por isso, elas são chamadas de cidades globais, cuja rede constitui antes um sistema que um complexo de centros competindo entre si. Segundo Saskia Sassen, essas cidades estão mais ligadas a outros centros urbanos globalizados que à hinterlândia nacional. Para esta autora, no topo da hierarquia urbana global estão Nova York, Londres e Tóquio, que desenvolveram, nos anos 1980, uma relação em tríade. Segundo Sassen (apud ROBINSON, 2009: 17),

Tóquio “emergiu como o principal centro para a exportação de capital; Londres como o mais importante centro para processamento de capital...; e Nova York tornou-se o principal recebedor de capital, o centro de decisões sobre investimento e o centro para a produção de inovações que podem maximizar a lucratividade”.

Cabe ressaltar, contudo, que a constituição dessa economia global possui características específicas quanto à composição de seus contingentes demográficos, formação econômica e papel na centralidade econômica mundial. Ademais, não há consenso acerca das cidades que se situam hierarquicamente abaixo da tríade NY-Londres-Tóquio. Selecionamos a hierarquia urbana mundial elaborada por Foreign Policy, Kearney e Chicago Council on Global Affairs (2010a). A lista das cidades segue na tabela 11 (loc. cit.), mostrando também a hierarquia dessas cidades globais de acordo com a população e com o PIB: A metodologia adotada por esse trabalho é descrita a seguir (id.: 2010b):

[...] o Global Cities Index hierarquiza áreas metropolitanas de acordo com 25 variáveis em cinco categorias. A primeira é atividade econômica: incluindo o valor do seu mercado de capitais, o número de firmas Fortune Global 500 sediadas nelas, e o volume de bens que circulam na cidade. A segunda dimensão mensura capital humano, [...] [o que] inclui o tamanho da população imigrante, a qualidade das universidades, o número de escolas internacionais e a percentagem de residentes com formação universitária. A terceira dimensão é a troca de

informações – quão bem notícias e informações são veiculadas sobre e para o resto o mundo. O número de escritórios de notícias internacionais, o nível de censura, a quantidade de notícias internacionais nos principais jornais locais e a taxa de inscrição em serviços broadband caracterizam esta dimensão. As duas áreas de análise são incomuns para a maioria dos rankings de cidades ou Estados globais. A quarta dimensão é a experiência cultural, ou o nível de atrações diversas para residentes estrangeiros e viajantes. Isso inclui tudo desde quantos grandes eventos esportivos a cidade recebe ao número de espaços de artes e de estabelecimentos culinários variados que ela possui. A última dimensão – engajamento político – mensura a que grau a cidade influencia o diálogo e a elaboração de políticas globais. Como? Ao examinar o número de embaixadas e consulados, importantes think-tanks, organizações internacionais e conferências políticas que a cidade sedia.

Tabela 11: Ranking elaborado por Foreign Policy et al.

Posição mundial Cidade Hierarquia população Hierarquia por PIB Posição mundial Cidade Hierarquia população Hierarquia por PIB

1 Nova York 6 2 34 Munique 35 18

2 Londres 28 5 35 São Paulo 3 9

3 Tóquio 1 1 36 Bangkok 32 42

4 Paris 20 6 37 Copenhagen 60 59

5 Hong Kong 31 14 38 Houston 40 17

6 Chicago 25 4 39 Taipei 53 26 7 Los Angeles 12 3 40 Atlanta 39 15 8 Cingapura 38 23 41 Istambul 21 30 9 Sydney 43 24 42 Milão 52 39 10 Seul 22 19 43 Cairo 17 36 11 Bruxelas 54 48 44 Dublin 62 55 12 San

Francisco 46 16 45 Nova Délhi 2 32

13 Washington 42 10 46 Mumbai 4 25

15 Pequim 13 33 48 Kuala Lumpur 57 65

16 Berlim 48 46 49 Rio de Janeiro 14 27

17 Madrid 34 22 50 Tel Aviv 50 40

18 Viena 55 40 51 Manila 15 34 19 Boston 41 11 52 Johannesburgo 45 43 20 Frankfurt 64 20 53 Jakarta 24 47 21 Xangai 7 21 54 Bogotá 29 45 22 Buenos Aires 11 12 55 Caracas 51 62 23 Estocolmo 59 52 56 Nairóbi 47 64 24 Zurique 61 58 57 Guangzhou 27 38 25 Moscou 19 13 58 Bangalore 30 53 26 Barcelona 37 31 59 Lagos 18 63 27 Dubai 56 49 60 Karachi 10 50

28 Roma 49 37 61 Ho Chi Minh 33 56

29 Amsterdã 63 60 62 Shenzhen 26 28

30 México 5 8 63 Calcutá 8 44

31 Montreal 44 35 64 Dacca 9 50

32 Genebra 65 61 65 Chongqing 23 57

33 Miami 58 54

Há duas cidades globais no Brasil: São Paulo e Rio de Janeiro. Estas também situam-se no topo da hierarquia urbana brasileira. De acordo com o IBGE, São Paulo foi classificada em grande metrópole nacional e o Rio de Janeiro, juntamente com Brasília, foi classificado como metrópole nacional. As outras metrópoles brasileiras são Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre. Nesse estudo sobre a Região de influência das cidades, o IBGE classificou-as em cinco grupos, subdivididos, por sua vez, em duas ou três classes.

O primeiro grupo, o das metrópoles, listadas acima, é composto pelos doze “principais centros urbanos do País, que caracterizaram-se por seu grande porte e por fortes relacionamentos entre si, além de, em geral, possuírem extensa área de influência direta” (IBGE, 2008). Entre as metrópoles,

há os três subníveis listados acima. As classificações restantes são: capital regional, subdividida em três subníveis; centro sub-regional, subdividido em duas subclasses; centro de zona, também com duas subclasses; e, por fim, centro local.

O mapa 17 (loc. cit.) mostra a Região de Influência de São Paulo, a mais importante metrópole brasileira. As duas linhas vermelhas que se dirigem para fora deste mapa marcam as conexões de São Paulo com Porto Velho e Cuiabá. Cabe, por fim, informar sobre a metodologia utilizada pelo IBGE. Nesse último estudo, o IBGE privilegiou as funções de gestão do território. Centro de gestão territorial, segundo Roberto Lobato Corrêa (apud IBGE, 2008)

[...] é aquela cidade onde se localizam, de um lado, os diversos órgãos do Estado e, de outro, as sedes de empresas cujas decisões afetam direta ou indiretamente um dado espaço que passa a ficar sob o controle da cidade através das empresas nela sediadas. [...] [Avaliaram-se] níveis de centralidade do Poder Executivo e do Judiciário no nível federal, e de centralidade empresarial, bem como a presença de diferentes equipamentos e serviços. [...] A oferta de distintos equipamentos e serviços capazes de dotar uma cidade de centralidade – informações de ligações aéreas, de deslocamentos para internações hospitalares, das áreas de cobertura das emissoras de televisão, da oferta de ensino superior, da diversidade de atividades comerciais e de serviços, da oferta de serviços bancários, e da presença de domínios de Internet – complementa a identificação dos centros de gestão do território.

Mapa 17: Região de influência da cidade de São Paulo.

hierarquicamente, fortalecendo a rede urbana brasileira, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Entre essas cidades, estão Porto Velho, Rio Branco, Marabá e Santarém, Macapá, Imperatriz e Barreiras. No caso de Boa Vista, Araguaína, Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timóteo, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Palmas a ascensão foi ainda maior. Ao contrário, algumas cidades caíram de posição, entre elas Floriano, Garanhuns, Jequié, Anápolis e Santa Rosa. Quanto ao alcance das redes, as principais mudanças apontadas pelo IBGE (loc. cit.) atestam que Manaus

[...] tem sua área dividida pela ascensão de Porto Velho, que, incorporando a rede de Rio Branco, passa a vincular-se, preferencialmente, não mais a Manaus, mas a São Paulo e a Brasília.

No documento Colecao Diplomata - Tomo II - Geografia (páginas 96-116)