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Situar-se no tempo e no espaço requer lançar um olhar para a história. Ao referenciar a história da cidade de Laguna, busco contextualizar a cultura, os sentidos e significados atribuídos por este povo. É deste lugar que falo e de onde o início dos fios são tramados.

O município de Laguna chamava-se, quando de sua fundação, Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, tendo sua história associada ao povoamento das vastas terras do sul do Brasil em um processo de desbravamento das terras sulinas. O Vicentista Domingos de Brito Peixoto, com seus filhos e genros, foram os responsáveis pela consolidação do povoamento, na segunda metade do século XVII, em 1683, quando requereu as terras de Laguna à Coroa Portuguesa. Em 1720, Laguna foi elevada à categoria de Vila. Com a chegada dos imigrantes açorianos, em 1748 e 1756, o contingente populacional aumentou consideravelmente.

No século XIX, Laguna sediou a República Juliana ou República Catarinense, tornando-se um Estado Republicano proclamado dentro do Estado de Santa Catarina, do dia 24 de julho a 15 de novembro de 1839. A criação da República foi uma estratégia para dominar o último porto capaz de abastecer as tropas Farroupilhas.

Laguna, com grande potencial para o turismo, apresenta diversos pontos históricos e turísticos amplamente visitados. Atualmente, o município conta com uma extensão

territorial 440.000 km², aproximadamente. Sua maior atividade econômica é a pesca e o turismo, devido às extraordinárias possibilidades que oferece.

A história da Educação Infantil no Município de Laguna, segundo os registros da Secretaria de Educação, teve início em maio de 1992 através do Decreto n°12, onde foram criados os CEBEM (Centros do Bem-Estar do Menor), que pertenciam à Assistência Social e, no mesmo ano, pelo Decreto n°188, foram instituídos os Pré-Escolares na Rede Municipal de Ensino. No ano de 1999, através do Decreto n° 0596, de 05 de setembro, o prefeito em exercício reconhece a criação de creches no Município, muitas ainda ligadas à Assistência Social, ficando, assim, extintos os antigos CEBEM; e pela Resolução n° 001/99, de 30 de abril, o Conselho Municipal de Educação de Laguna reconhece e fixa as normas para Educação Infantil no Sistema Municipal.

O Município de Laguna, acompanhando tais mudanças, investiu na Educação Infantil, ampliando o número de vagas nos Centros de Educação Infantil, reativando 05 Centros de Educação Infantil (CEI) e municipalizando de 02 CEI que pertenciam à Assistência Social, também assumiu o Pré-Escolar da Localidade do KM 37, que pertencia a Rede Estadual de Ensino. Atualmente, o município tem 18 CEI e 16 Pré-Escolas que funcionam em Escolas da Rede Municipal de Ensino, atendendo aproximadamente 1600 crianças na faixa etária de zero a seis anos18 (LAGUNA, 2013).

As instituições pesquisadas localizam-se na zona urbana de Laguna, áreas carentes e pouco assistidas pelo município. Acredito ser necessário trazer um pouco do contexto histórico da instituição, sabendo que o espaço pode ser revelador, materializa tempos e opções pedagógicas (VIÑAO FRAGO; ESCOLANO, 1998). Neste sentido, procuro fazer um resgate histórico e pedagógico das instituições para melhor contextualizar o campo pesquisado.

Inicio pelo Centro de Educação Infantil caracterizado como o menor do município de Laguna, que tem o nome em homenagem a uma religiosa que, nos anos oitenta, veio transferida para o município de Laguna, que trabalhava em um Colégio em Minas Gerais e iniciou suas atividades em um Colégio próximo a comunidade de Ponta das Pedras.

Residindo no bairro, a religiosa pôde perceber que havia muitas crianças pelas ruas, pois seus pais, em sua maioria pescadores, saíam para seus trabalhos sem ter com quem deixá-los. Ela começou, então, um trabalho com estas famílias e, com ajuda de alguns moradores do local onde funciona o CEI atual, iniciou uma construção de madeira que começou a abrigar estas crianças para que elas fossem protegidas e alimentadas.

Nos dias atuais, continua seu funcionamento como Centro de Educação Infantil caracterizado como o menor do município de Laguna, com o objetivo de cuidar e educar as crianças da comunidade e localidades próximas a ela, já contando com profissionais formados e comprometidos para o melhor andamento de suas funções.

As crianças atendidas pelo Centro de Educação Infantil caracterizado como o menor do município são provenientes de todas as faixas socioeconômicas que, em sua maioria, possui pais/responsáveis trabalhadores, em jornadas muitas vezes ampliadas, como é o caso das beneficiadoras de pescado, facções, construção civil, domésticas, serviços temporários provenientes do turismo, dentre outros empregados convencionais da área do comércio e funcionalismo público.

As crianças que são atendidas no CEI Centro de Educação Infantil caracterizado como o menor do município têm de dois a seis anos incompletos, com expectativa em torno de 48 crianças atendidas por dia, sendo o Maternal em período Integral e uma pré-escola no período matutino e outra no período vespertino. Algumas crianças frequentam meio período e outras o período integral, conforme a necessidade do trabalho dos pais.

A outra instituição campo de pesquisa é o Centro de Educação Infantil caracterizado como o maior do município, foi fundado em 1995, assim que o Governo Federal firmou convênio com a Prefeitura Municipal para funcionamento do centro integral de Atendimento a Criança (CAIC), onde mantém seu funcionamento, atendendo todos os bairros da cidade. A Instituição tem como meta Educar e Cuidar de crianças de 4 meses aos 6 anos de idade, atendidas em período integral no horário das 07hs às 18hs, tendo em vista a necessidade de os responsáveis entrarem no mercado de trabalho.

Em 2011, o CEI foi incorporado ao Sistema Municipal de Ensino de Laguna, através do decreto nº 3.004 de 22 de fevereiro de 2011, em conformidade com o Artigo 68 da Lei Orgânica, ficando vinculado à Escola de educação Básica Elizabeth Ulysséa Arantes.

No ano de 2013, através do decreto nº 3649, de fevereiro de 2013, em seu Artigo 1º, o Centro é desvinculado da escola, continuando ambos a funcionarem no mesmo prédio e pertencendo à Rede Municipal. A Instituição atende grande parte da população com pequeno poder aquisitivo. A economia da comunidade restringe-se à pesca, pequenas confecções, casas comerciais, atividades domésticas em casas de família e empregos temporários. O desemprego faz parte do quadro social na maioria das famílias, levando, muitas vezes, à violência e acarretando em detenções, prostituição, tráfico e, consequentemente, à desestrutura familiar.

Atende crianças das comunidades do Portinho, Progresso, Malvina, entre outros bairros próximos, na faixa etária entre quatro meses a seis anos, de berçário I à Pré II.

Os professores recebem as crianças em suas salas e, em seguida, por volta das oito horas, é servido o lanche da manhã elaborado pela nutricionista da Prefeitura, bem como todas as outras três refeições. Em sala, recebem o atendimento dos professores de acordo com a idade e orientados pelo material Positivo.