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a) necessidade de autorizações governamentais para o exercício das atividades e histórico de relação com a administração pública para obtenção de tais autorizações

As concessões de transmissão de energia elétrica são outorgadas pelo Poder Concedente. Dessa forma, a Companhia está sujeita à legislação concernente às atividades de prestação de serviços públicos. Além disso, a Companhia também está sujeita à regulamentação da ANEEL, que prevê a necessidade de anuência prévia do referido órgão em determinados casos, tais como alterações da estrutura societária e modificações no estatuto social. A Companhia procura atender de maneira tempestiva a todas as exigências solicitadas, bem como cumprir de forma correta a legislação e regulamentação aplicáveis, motivo pelo qual a Companhia acredita possuir uma boa relação com a ANEEL.

Adicionalmente, as atividades de transmissão de energia elétrica também estão sujeitas a prévio licenciamento ambiental. Para maiores informações a respeito, vide item 7.5(b) abaixo.

Segue abaixo descrição sobre o setor de transmissão de energia elétrica:

O SIN é um sistema de geração e transmissão de energia elétrica de grande porte, formado por empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte, responsável pelo atendimento de cerca de 96,6% do mercado brasileiro de energia elétrica, segundo o ONS. Apenas os Estados do Amazonas, Roraima, Acre, Amapá, Rondônia e parte do Pará ainda não fazem parte do SIN, correspondendo a apenas 3,4% da capacidade de produção de eletricidade do país. Nessa região, o abastecimento é feito por pequenas usinas termelétricas ou por hidrelétricas situadas próximas às suas capitais.

Em dezembro de 2011, a capacidade instalada do SIN alcançou a potência fiscalizada total de aproximadamente 101.670 MW, dos quais 75.857 MW correspondem a usinas hidrelétricas (incluindo 7.000 MW referentes a 50,0% da capacidade instalada de Itaipu destinada ao mercado brasileiro) e 17.154 MW a usinas termelétricas e nucleares.

Integram o SIN as instalações de transmissão de energia elétrica pertencentes à Rede Básica. A Rede Básica, utilizada para o transporte dos grandes blocos de energia dos centros de produção até os centros de consumo, é o conjunto de: (i) linhas de transmissão, barramentos, transformadores de potência e equipamentos de subestação em tensão igual ou superior a 230 kV; e (ii) transformadores de potência com tensão primária igual ou superior a 230 kV e tensões secundária e terciária inferiores a 230kV, a partir de 1º de julho de 2004.

As instalações de transmissão não integrantes da Rede Básica são denominadas Demais Instalações de Transmissão (“DITs”). As DITs compreendem: (i) as linhas de transmissão, barramentos, transformadores de potência e equipamentos de subestação, em qualquer tensão, quando de uso de centrais geradoras, em caráter exclusivo ou compartilhado, ou de consumidores livres, em caráter exclusivo; (ii) interligações internacionais e equipamentos associados, em qualquer tensão, quando de uso exclusivo para importação e/ou exportação de energia elétrica; e (iii) linhas de transmissão, barramentos, transformadores de potência e equipamentos de subestação, em tensão inferior a 230 kV, localizados ou não em subestações integrantes da Rede Básica. As DITs atendem a usuários determinados, como concessionárias de distribuição e consumidores industriais de grande porte.

Expansão do Sistema Interligado Nacional

A expansão do SIN é planejada com base no Programa de Expansão da Transmissão de Energia Elétrica - PET, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (“EPE”), abrangendo um horizonte de cinco anos, e no Plano de Ampliação e Reforços da Rede Básica - PAR, elaborado anualmente pelo ONS, para um período de três anos. Esses planos indicam as linhas de transmissão e subestações a serem construídas ou reforçadas para a adequada prestação dos serviços de transmissão de energia elétrica pela Rede Básica. Esses planos são submetidos à aprovação do MME e, uma vez aprovados, são encaminhados à ANEEL para outorga das respectivas concessões, mediante licitação pública ou autorizações diretas às transmissoras proprietárias das instalações a serem reforçadas.

7.5 - Efeitos relevantes da regulação estatal nas atividades

Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica do MME (“PDE”), a ampliação da oferta de energia elétrica prevista até 2015 continuará a ser realizada essencialmente por meio da exploração do potencial hidráulico, uma vez que apenas 25% de tal potencial é atualmente explorado no Brasil. Segundo dados do PDE, no período entre 2011 e 2020, aproximadamente 32 GW virão de novas hidrelétricas. O crescimento da oferta de energia elétrica demandará a ampliação das redes de transmissão, bem como o reforço das redes existentes.

Segundo dados do MME, estima-se que será necessária a construção de cerca de 42.553 km de linhas de transmissão para o período de 2011 a 2020. A tabela a seguir, informa os investimentos previstos para os setores de geração e transmissão.

Investimentos Totais Período 2011-2020 R$ Bilhões %

Oferta de Energia Elétrica 236,4 100

1. Geração 190 80

2. Transmissão 46,4 20

2.1. Linha de Transmissão 30 65

2.2. Subestações 16,4 35

Fonte: MME

Essa expansão do sistema de transmissão brasileiro vem sendo implementada principalmente por meio de licitações conduzidas pela ANEEL, mediante delegação do Poder Concedente. A participação em licitação é permitida a qualquer interessado, incluindo agentes não atuantes no setor elétrico, desde que apresentem compromisso ou contrato com empresa que demonstre capacidade técnica para operar e manter o empreendimento, além de demonstrar capacidade financeira.

Em 1999, a ANEEL realizou os dois primeiros leilões para investimento em redes de transmissão, envolvendo três linhas e uma subestação, que representavam a expansão de 764 km do sistema de transmissão, sendo um deles o leilão referente à linha de transmissão da ETEO (Taquaraçu – Sumaré). Os vencedores dos leilões comprometeram-se a investir um total de R$411,3 milhões na construção das instalações de transmissão.

Desde então e até o fim de 2011, a ANEEL licitou e contratou pouco mais de 40 mil km de linhas de transmissão. Para 2012, a ANEEL pretende elaborar editais de licitação de novos empreendimentos. No primeiro semestre de 2012 está prevista a licitação de aproximadamente 4.500 km de linhas de transmissão.

Fundamentos Históricos

A Constituição Federal determina que as atividades de geração, transmissão e distribuição de energia podem ser assumidas diretamente pelo Governo Federal ou indiretamente por meio da outorga de concessões, permissões ou autorizações. Historicamente, o setor de energia elétrica do Brasil tem sido dominado pelas concessionárias de geração, transmissão e distribuição de energia controladas pelo Governo Federal. Nos últimos anos, o governo tomou diversas medidas visando aumentar o papel do investimento privado e a eliminação das restrições ao investimento estrangeiro no setor.

De forma a viabilizar novos investimentos privados necessários para o desenvolvimento da infraestrutura brasileira, foram promulgadas, em 13 de fevereiro de 1995, a Lei nº 8.987/95 (“Lei de Concessões”) e, em relação ao setor elétrico, em 7 de julho de 1995, a Lei nº 9.074/95 (“Lei do Setor Elétrico” ou a “Lei de Concessões de Energia”) que, em conjunto:

• exigiam que todas as concessões para fornecimento de serviços relacionados à energia fossem outorgadas por meio de processos de licitações públicas;

• gradualmente permitiam que certos consumidores de energia com demanda significativa, designados consumidores livres, comprassem energia diretamente de fornecedores detentores de uma concessão, permissão ou autorização;

7.5 - Efeitos relevantes da regulação estatal nas atividades

• estabeleciam a criação dos produtores independentes de energia, que, por meio de uma concessão, permissão ou autorização, podem gerar e vender por sua própria conta e risco, toda ou parte da energia que geram a consumidores livres, concessionárias de distribuição, agentes de comercialização, entre outros;

• concediam a Consumidores Livres e fornecedores de energia acesso aberto a todos os sistemas de distribuição e transmissão; e

• eliminavam a necessidade de uma concessão para construir e operar projetos energéticos com capacidade de 1 MW a 30 MW denominados Pequenas Centrais Hidrelétricas.

Em 27 de maio de 1998, foi promulgada a Lei nº 9.648 (“Lei nº 9.648/98”), que buscou revisar a estrutura básica do setor elétrico. Dentre outras disposições, a Lei nº 9.648/98 determinou:

• o estabelecimento de um órgão autorregulador responsável pela operação do mercado de energia de curto-prazo;

• uma exigência de que as empresas de distribuição e geração firmassem contratos de fornecimento de energia inicial, ou os contratos iniciais, em geral compromissos do tipo “take or pay”, a preços e volumes aprovados pela ANEEL;

• a criação do ONS;

• o estabelecimento de processos de licitação pública para concessões para construção e operação de usinas de energia elétrica e instalações de transmissão; e

• a separação das atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica (desverticalização).

Em 2001, o Brasil enfrentou uma grave crise de energia que durou até o fim de fevereiro de 2002. Como resultado, o governo implantou medidas que incluíram:

• um programa para racionamento de consumo de energia nas regiões mais afetadas pela baixa quantidade de chuva, a saber as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil; e

• a criação da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica - GCE, que aprovou uma série de medidas emergenciais que estabeleceram metas para consumo reduzido de energia para consumidores residenciais, comerciais e industriais nas regiões afetadas, introduzindo regimes tarifários especiais que incentivavam essa redução.

Em março de 2002, a GCE suspendeu as medidas emergenciais e o racionamento em virtude do grande aumento no fornecimento (decorrente de um aumento significativo nos níveis dos reservatórios) e de uma redução moderada na demanda.

Finalmente, em 15 de março de 2004, o governo promulgou a Lei nº 10.848/04 (“Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico”), a fim de fornecer incentivos aos agentes privados e públicos para construir e manter capacidade de geração e garantir o fornecimento de energia no Brasil a tarifas moderadas, por meio de processos competitivos de leilões públicos de compra e venda de energia. Essa lei foi regulamentada por inúmeros decretos a partir de maio de 2004, e está sujeita à regulamentação posterior a ser emitida pela ANEEL e pelo MME, conforme detalhado neste item 7.5 deste Formulário de Referência.

Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico

A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico introduziu alterações relevantes nas normas do setor elétrico com o objetivo (i) de proporcionar incentivos a empresas privadas e públicas para construção e manutenção da capacidade geradora; e (ii) assegurar o fornecimento de energia elétrica no Brasil, por meio de processos licitatórios. As principais modificações introduzidas pela Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico incluem:

• criação de dois ambientes paralelos para comercialização de energia elétrica, sendo: (i) um mercado de venda de energia elétrica para distribuidores, de forma a garantir o fornecimento de energia elétrica para consumidores cativos, o Ambiente de Contratação Regulado (“ACR”); e (ii) um mercado especificamente destinado aos demais agentes do setor elétrico (por exemplo, produtores independentes, Consumidores Livres e agentes comercializadores), que permitirá um certo grau de concorrência entre seus participantes, tal mercado denominado Ambiente de Contratação Livre (“ACL”);

7.5 - Efeitos relevantes da regulação estatal nas atividades

• restrição de atividades para distribuidoras, determinando um prazo para o processo de desverticalização de atividades, através do qual não é permitida a sua participação nas atividades de geração e transmissão de energia elétrica, de modo a assegurar que as distribuidoras se concentrem exclusivamente na prestação do serviço público de distribuição, para garantir um serviço mais eficiente e confiável aos consumidores cativos e evite a contaminação dos custos no momento das revisões tarifárias anuais; e

eliminação do direito à chamada auto-contratação (self-dealing), de forma a incentivar as distribuidoras a comprar energia elétrica pelos menores preços disponíveis ao invés de adquirir energia elétrica de partes relacionadas.

A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico não alterou de forma significativa o regime legal aplicável às atividades de transmissão de energia elétrica, que continuarão a ser exploradas por meio de concessões outorgadas pelo Poder Concedente (representado pela ANEEL) por meio de licitações ou autorizações. Ademais, a Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico determina que os contratos de concessão firmados anteriormente à sua promulgação serão respeitados, de forma a garantir segurança jurídica às operações.

Principais Entidades Regulatórias

A Companhia acredita que mantém um bom relacionamento com a administração pública. Fato que comprova o bom relacionamento é que nenhum pedido de autorização necessária aos negócios da Companhia ou suas Controladas foi negado até a presente data.

Segue abaixo a relação das principais entidades da administração pública com as quais a Companhia se relaciona:

Ministério de Minas e Energia – MME

O MME é o órgão do Governo Federal responsável pela condução das políticas energéticas do País. Suas principais obrigações incluem a formulação e implementação de políticas para o setor energético, de acordo com as diretrizes definidas pelo Conselho Nacional de Política Energética – CNPE. O MME é responsável por estabelecer o planejamento do setor energético nacional, monitorar a segurança do suprimento e definir ações preventivas para restauração da segurança de suprimento no caso de desequilíbrios conjunturais entre oferta e demanda de energia.

Nos termos da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, o MME assumiu recentemente certas obrigações que estavam previamente sob a responsabilidade da ANEEL, destacando-se a outorga de concessões e a emissão de instruções regulando o processo de licitação para concessões referentes aos serviços públicos. Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL

O setor de energia elétrica do Brasil é também regulado pela ANEEL. Depois da promulgação da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, a principal responsabilidade da ANEEL passou a ser de regular e supervisionar o setor de energia elétrica em linha com a política a ser ditada pelo MME. As atuais responsabilidades da ANEEL incluem, entre outras:

• administrar concessões para atividades de geração, transmissão e distribuição de energia, inclusive com o controle das tarifas praticadas por referidos agentes;

• fiscalizar a prestação de serviços pelas concessionárias e impor as multas aplicáveis; • promulgar normas para o setor elétrico de acordo com a legislação em vigor;

• implantar e regular a exploração de fontes de energia, inclusive o uso de energia hidrelétrica; • promover licitações para novas concessões;

• resolver disputas administrativas entre os agentes do setor; e

• definir os critérios e a metodologia para determinação de tarifas de transmissão. Conselho Nacional de Política Energética – CNPE

Em agosto de 1997, o CNPE foi criado para assessorar o Presidente da República no desenvolvimento da política nacional de energia. O CNPE é presidido pelo MME, e a maioria de seus membros é formada por ministros do Governo Federal. O CNPE foi criado para otimizar o uso dos recursos de energia do Brasil e para garantir o fornecimento de energia no País.

7.5 - Efeitos relevantes da regulação estatal nas atividades

Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS

Criado em 1998, o ONS é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos que exerce as atividades de coordenação do Sistema Interligado Nacional (SIN), sendo integrado pelos agentes conectados à rede básica. A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico concedeu ao Governo Federal poder para indicar três diretores para a Diretoria Executiva do ONS.

Cabe ao ONS realizar a administração dos serviços de transmissão na Rede Básica, o que inclui a gestão dos contratos de uso do sistema de transmissão por geradores, distribuidores e Consumidores Livres, bem como os contratos de prestação do serviço de transmissão, por parte dos proprietários da rede de transmissão. Também envolve a gestão de novas solicitações de acesso e conexão à rede e o estabelecimento de padrões de desempenho. Inclui ainda a contabilização e liquidação dos encargos de transmissão e os serviços ancilares.

Os objetivos e as principais responsabilidades do ONS incluem:

• ordenar os despachos dos agentes geradores, inclusive termelétricos, quando despachados centralizadamente;

• planejamento operacional para o setor de geração; • organização do uso do SIN e interligações internacionais;

• garantir aos agentes do setor acesso à rede de transmissão de maneira não discriminatória; • assistência na expansão do sistema energético;

• propor ao MME os planos e diretrizes para extensões da Rede; e

• apresentação de regras para operação do sistema de transmissão para aprovação da ANEEL. Mercado Atacadista de Energia - MAE e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE Originalmente uma entidade autorregulada, o órgão de mercado, a partir de 2002, passou a estar sujeito à supervisão e regulamentação da ANEEL. O MAE era responsável pela contabilização e pela liquidação das diferenças no mercado de energia de curto prazo entre seus agentes participantes.

Em 12 de agosto de 2004, o Governo Federal editou um decreto estabelecendo a regulamentação aplicável à nova CCEE e, dessa forma, em 10 de novembro de 2004, o MAE foi sucedido pela CCEE e suas atividades e ativos foram absorvidos por esse novo órgão de mercado. Tal como o MAE, a CCEE é constituída por agentes de geração, distribuição, comercialização e Consumidores Livres.

A CCEE foi criada para viabilizar a comercialização de energia elétrica no SIN, tanto no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) quanto no Ambiente de Contratação Livre (ACL), além de atuar, também, como agente promotor dos leilões, mediante delegação da ANEEL e administrador dos Contratos de Compra e Venda de Energia (CCEAR).

Empresa de Pesquisa Energética – EPE

Em 11 de dezembro de 2003, com a Medida Provisória nº 145, foi criada a Empresa de Pesquisa Energética, a EPE, responsável por conduzir estudos da matriz energética de longo prazo e estudos de planejamento integrado dos recursos energéticos, envolvendo tanto energia elétrica quanto petróleo, gás, carvão e fontes energéticas renováveis. As pesquisas realizadas pela EPE serão usadas para subsidiar o MME em seu papel de elaborador de programas para o setor energético nacional.

Comitê de Monitoramento do Setor de Energia – CMSE

A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico autorizou a criação do CMSE, que atua sob a direção do MME. O CMSE é responsável pelo monitoramento das condições de fornecimento do sistema e pela indicação das providências necessárias para a correção de problemas identificados.

Concessões

7.5 - Efeitos relevantes da regulação estatal nas atividades

concessão pela ANEEL, na qualidade de representante do Poder Concedente. A outorga de concessão de transmissão é sempre precedida de licitação, na qual o critério determinante para a outorga é a menor RAP oferecida pela empresa licitante.

Excepcionalmente, é admitida a concessão de novas instalações de transmissão pela ANEEL mediante autorização direta, mas somente em caráter emergencial e para concessionárias de transmissão já existentes. Neste caso, a RAP é definida previamente pela própria ANEEL.

A outorga de concessões é formalizada mediante a celebração de contratos de concessão entre o Poder Concedente, representado pela ANEEL, e as concessionárias de serviços públicos de transmissão. Esses contratos definem o regime regulatório a ser observado na exploração dos serviços públicos, em conformidade com a Lei de Concessões. Os contratos de concessão conferem direitos para explorar determinadas instalações de energia elétrica durante um período de até 30 anos. De acordo com as normas atuais, uma concessão existente pode ser renovada discricionariamente pelo Poder Concedente, mediante solicitação prévia da concessionária, com antecedência mínima de 36 meses. A ANEEL deverá se manifestar sobre a solicitação de renovação até o 18º mês anterior ao término do prazo da concessão. Em caso de renovação dos contratos de concessão, as condições econômicas desses contratos, inclusive a RAP, serão ajustadas com base em fatores que afetem o equilíbrio econômico e financeiro da concessão, incluindo a amortização dos investimentos realizados pelas concessionárias nas instalações de transmissão.

A Lei de Concessões estabelece, dentre outras disposições, as condições que a concessionária deverá cumprir na prestação de serviços de energia elétrica, os direitos dos consumidores de energia elétrica, e as obrigações da concessionária e do Poder Concedente. Ademais, a concessionária deverá cumprir com os regulamentos vigentes do setor elétrico. As principais disposições da Lei de Concessões estão descritas de forma resumida, abaixo:

Serviço adequado. A concessionária deve prestar serviço adequado a fim de satisfazer parâmetros de regularidade, continuidade, eficiência, segurança e acesso ao serviço.

Servidões e desapropriações. O Poder Concedente pode declarar os bens necessários à execução de serviço ou obra pública de necessidade ou utilidade pública para fins de instituição de servidão administrativa ou de desapropriação, em benefício de uma concessionária. A responsabilidade pelas indenizações cabíveis pode ser atribuída à concessionária ou ao Poder Concedente, dependendo de cada concessão.

Responsabilidade objetiva. A concessionária é responsável direta, independentemente de culpa, por todos os danos que sejam resultantes da prestação de seus serviços.

Mudanças no controle societário. O Poder Concedente deverá aprovar qualquer mudança no controle societário da concessionária.

Financiamento e garantias. A Lei de Concessões, com vistas a viabilizar o financiamento das