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As eleições municipais de 1988 tinham como cenário um clima de desordem econômica e frustração política. A economia estava em crise e o governo Sarney, desacreditado. A população brasileira estava decepcionada com a participação dos partidos que conduziam o país: o PMDB e o PFL. A obviedade da manipulação da política econômica para fins eleitorais em 1986 fez com que os eleitores rejeitassem esses partidos. Neste contexto, as expectativas se voltam para os partidos de oposição: PDT e PT. Ao contrário do que ocorrera dois anos antes, o desgaste dos partidos dominantes provocou a formação de um sistema partidário fragmentado.

Refletindo o comportamento da economia nacional a receita de ICMS do Estado referente ao mês de novembro sofreu uma queda de 15,2%. O café que respondia por 35% da arrecadação é o principal responsável pelo desempenho negativo da receita, sofrendo individualmente uma queda de 77,3% em relação à outubro. A receita tem apresentado durante todo o ano índices de crescimento real negativos registrando uma perda real de 34% de janeiro a novembro (O ICM..., 1987, p. 37).

Na década de 60, cerca de 32% dos habitantes se concentravam na zona urbana e 68% na rural. Em 1980 essa relação se inverteu, com 64% na cidade e 36% no capo. Uma conseqüência disso é a tendência do Estado se transformar, gradativamente, em pólo industrial. Estima-se que, durante o ano de 87, o setor industrial tenha respondido por 39,59% do produto interno bruto, o agropecuário por 10,39% e o dos serviços por 50,02%. Em 1980, para se ter uma idéia, estes números eram respectivamente 34,27%, 11,05% e 54,68%, consagrando definitivamente a indústria como geradora de riquezas.

O problema da concentração populacional era evidente, exigindo que se tomassem providências enérgicas com relação à infra-estrutura básica para que as cidades não se tornassem inviáveis. A falta de propostas por parte do governo em relação a estas demandas preocupava a população de Vitória, era (COMEÇO..., 1988, p. 30- 32).

A eleição extraordinária de Vila Velha, realizada em 1987, havia sido uma prévia do que seria o pleito de 1988. Viabilizado pelo PDS através do ex-governador e advogado Eurico Rezende, em recurso impetrado no Tribunal Superior Eleitoral

alegando dupla vacância do cargo do prefeito e vereador Carlos Malta, uma vez que o prefeito eleito, Vasco Alves, havia renunciado ao cargo para uma vaga na Câmara federal, e seu vice, Aucélio Sampaio, falecido (A CONFUSA..., 1987, p. 7).

Na eleição de Vila Velha o Partido dos Trabalhadores venceu os demais candidatos obtendo a sua primeira prefeitura no estado. O candidato petista, Magno Pires da Silva, se elegeu prefeito com 26.663 votos, contra 19.609 votos de Luis César Mareto Coura do PMDB e 12.788 de Felício Correa de Costa Neto do PCB o que anunciou o fortalecimento do Partido dos Trabalhadores que viria pela frente. 53

Não se pode afirmar que a vitória na eleição de Vila Velha foi apenas pelo mérito do Partido dos Trabalhadores, que obteve 20,9% dos 128 mil votos e ficou em primeiro lugar. Efetivamente não se verificou sequer um crescimento da sigla: afinal, já nas ultimas eleições, o PT vinha se firmando neste patamar de 20% das preferências, chegando sempre em segundo lugar. Magno Pires tomou posse no dia 1º de janeiro, na condição de terceiro prefeito do Brasil pelo PT – o partido tinha apenas as prefeituras de Fortaleza (CE) e Diadema (SP). Para o prefeito eleito, o resultado era resultado da força dos movimentos de base. Os votos nulos somaram 23,5%, mais 9,1% de votos brancos e 13% de abstenções. Neste pleito uma maneira de protesto da população de Vila Velha foi o voto no “mosquito”. Diferentes formas de protestos que juntas mostraram quase 50% de população descrente (O ELEITOR..., 1987, p. 12).

Eurico Rezende ex-governador e advogado responsável pela realização da eleição extraordinária em Vila Vela em 13 de dezembro de 1987, assim avaliou o crescimento do PT em entrevista à imprensa: “Se a situação continuar assim, vamos

ter uma vitória muito grande da esquerda em 1988...A esquerda poderá não vencer em quantidade, mas o fará em qualidade, especialmente nos municípios de médio porte para cima” (O ELEITOR..., 1987, p. 12).

Voltando às eleições municipais de 1988 nas quais estavam pela primeira vez em disputa os cargos municipais de todo o território nacional após o Regime Militar, é importante ressaltar que os vereadores e prefeitos que haviam disputado as eleições

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Material coletado no arquivo do Secretaria Judicial do Tribunal Regional Eleitoral, Vitória,

de 1982, com exceção dos prefeitos das capitais que foram eleitos em 1985, permaneceram seis anos no mandato.

A proximidade com a eleição para Presidente da República, que ocorreria no ano seguinte acirrou a disputa entre as forças políticas conservadoras e as progressistas, uma vez que as conseqüências destas eleições teriam fundamental importância na definição do quadro político partidário que agiria na tão esperada eleição do Presidente da República após o Regime Militar. Uma espera de quase trinta anos, já que a última eleição presidencial havia ocorrido em 1960. Isto significa que para a maioria do eleitorado essa seria a primeira oportunidade de participar da escolha do representante que conduziria o destino do País.

Segundo Zorzal (1993, p. 81) uma grande busca pela consolidação de diversas forças político-partidárias presentes na arena política capixaba ocasionaram ampla profusão de candidaturas principalmente nos municípios de maior densidade eleitoral como Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Guarapari, Colatina, Linhares e São Mateus. Nestes municípios concorreram uma média de seis a oito candidatos pelos seguintes partidos: PMDB, PFL, PDT, PSDB, PTB, PT, PDC, PL, PDS.

O impacto da distância dos muros da universidade se fez sentir no resultado obtido na segunda candidatura para vereador de Estanislau Kostka Stein que havia sido o vereador mais bem votado da capital em 1982 com 3.919 votos. O resultado desta segunda eleição reduzido a apenas 922 votos foi avaliado por Stein (2006):

Um dos fatores poderia ser este: a Universidade enquanto vida acadêmica traz estudantes de vários lugares, e quando acaba a vida acadêmica, isso pulveriza e eu não consigo ter mais na reunião aquele cara que era de Ibiraçu, de Linhares, de Colatina, Cachoeiro... Há uma tendência quantitativa de esvaziamento em função disso. A gente não conseguiu substituir aquele que participava no campus universitário por outro que era daqui da vida da cidade (Informação verbal).

O desgaste do PMDB desde o início da Nova República era evidente. Segundo pesquisa contratada pela Revista Agora ao Instituto Enquête em janeiro de 1988 para avaliação das preferências de voto dos eleitores do município de vitória, o PT obtinha um índice de aceitação de 38,8 %, contra apenas 11% destinado ao PMDB (A ESTRELA..., 1988, p. 5-9). Ainda segundo a pesquisa, o PMDB era o partido que o eleitorado menos confiava, com um índice de rejeição de 41,5%, ganhando,

inclusive, do PDS, que apresentava um índice de rejeição de 12, 5%. Segundo os resultados, o eleitorado de classe média, com formação de nível superior, acima dos 50 anos, era o que menos confiava nos partidos políticos, representando 34,3% do universo pesquisado. Como os indecisos representavam apenas 3,5% do total, os incrédulos representaram o mais importante espaço eleitoral a ser trabalhado pelos partidos, ao contrário do ano de 1986.

Apesar da análise indicar a tendência do PT em receber uma maior quantidade de votos da classe média, com 41% das intenções deste segmento, a preferência também começava a incidir sobre os setores de renda mais baixa com 32% deste setor. E a preferência do eleitorado jovem com 36,8% do eleitor até 29 anos pelo Partido dos trabalhadores.

A pesquisa também indicou 12 nomes54 como possíveis candidatos à Prefeitura, e o então deputado federal Vitor Buaiz, dez meses antes do pleito já era o preferido na disputa com 31, 5% de intenção de votos. Apenas do PMDB foram indicados sete nomes, entre eles Rita Camata e José Ignácio, e juntos, não totalizaram 27,4% das intenções. O deputado Paulo Hartung obteve apenas 4% de aceitação. Já o ex- governador José Moraes foi o candidato de maior rejeição, com 19%.

Ainda na análise da pesquisa, o eleitorado do deputado Paulo Hartung, foi assim avaliado:

Ainda preserva o título de deputado mais jovem da Assembléia Legislativa, mas a pesquisa demonstra que o perfil do seu eleitorado mudou bastante desde que conseguiu o seu primeiro mandato, em 1982. Na época, seu discurso era voltado para a juventude, em especial para os estudantes da Universidade, de onde saiu, depois de ocupar o DCE. Hoje a preferência por Paulo Hartung se situa na faixa etária superior a 50 anos, e o maior índice de rejeição encontra-se exatamente no eleitorado jovem (7,7%). É o escolhido pela faixa com grau de instrução até o 1º grau e com renda nas faixas mais baixas (A ESTRELA..., 1988, p. 5-9).

Naquela eleição, Paulo Hartung recebe o segundo convite do Palácio Anchieta para ser o candidato do PMDB à Prefeitura de Vitória. Hartung (2007), sabedor da grande

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Os possíveis candidatos indicados pela pesquisa foram: Vitor Buaiz (PT) com 31,5% de aceitação, Rita Camata (PMDB) com 7,5%, José Moraes (PMDB) com 1,8%, Stélio Dias (PFL) com 4%, Jairo Maia (sem partido) com 2,5%, Nilton Gomes (PMDB) com 12,8%, José Ignácio (PMDB) com 7,5%, Rose de Freitas (PMDB) com 2,8%, Dilton Lyrio Netto (PMDB) com 2,3%, Nelson Aguiar (PDT) com 2,3%.

preferência do eleitorado nos candidatos do Partido dos Trabalhadores, mais uma vez prorroga a chegada ao executivo municipal:

Quando veio a eleição de prefeito, pela segunda vez, em 88, o Max Mauro me convidou para vir nessa casa (Residência Oficial) ... Cheguei aqui e estava ele e o Camilo Cola, e era para me convencer a ser prefeito de Vitória; E era a segunda vez que um Governador me convidava para ser prefeito de Vitória. Nessa segunda vez não precisei voltar ao grupo. Nós já tínhamos feito uma pesquisa de opinião, e na época ficava claro que o eleitorado, meu e do Vitor, era muito parecido. Vitor com bem mais aceitação do que eu, mas era um eleitorado que era muito assemelhado na cidade de Vitória. E eu falei: Olha Governador, eu não vou ser candidato porque vou tirar voto do Vitor. Vou impedir que o Vitor se eleja prefeito e vou permitir que algum projeto, não dos melhores, vá para frente na Cidade que eu moro nela....Eu já analisei esta opção com os meus amigos. Existe um movimento pedindo para eu ser candidato, mas eu não serei e vou apoiar Vitor. Acho que a chance de um projeto progressista chegar a prefeitura é agora (Informação verbal).

Com a decisão tomada Paulo Hartung recebeu em sua casa Vitor Buaiz e membros do PT para oficializar o apoio. Apesar do convite de Vitor Buaiz para compor a sua chapa, o nome de Hartung não recebeu muita aceitação nas fileiras petistas que ainda apresentava como argumento a participação do deputado como “[...] o mais ferrenho cabo eleitoral de Hermes Laranja nas eleições de 1985. E, principalmente, dos discursos contra a campanha do PT que tinha o mesmo Vitor como candidato (NA MIRA..., 1988, p. 14).

Ele, Rogério e Perly foram para me pedir apoio e eu disse que já tinha conversado com o Governador. E aí ele me convidou para ser o vice- prefeito dele. Mais uma vez o grupo, que sempre teve maturidade, desde o início....esta coisa de ser vice [...] o grupo sempre pensou: para ser vice a pessoa tem de ser vivida, experiente, resolvida, para não virar um problema para o titular.

Aí eu falei: Vitor, vice eu não quero ser, não, mas o nosso grupo participa da sua administração, vamos trabalhar para a sua eleição, depois você vê quem do nosso grupo deve participar. Nós participamos dessa eleição do Vitor e aí ele me pediu indicação do vice e eu indiquei o Rogério Medeiros que tinha muita vontade de ser vice dele e acabei preterindo o Coser, que também tinha vontade na época, eu acho (HARTUNG, 2007, informação verbal).

Durante o período eleitoral o grupo passa a anunciar a decisão de deixar a legenda do PMDB e partir para o novo partido em gestação: o PSDB, como veremos mais a frente. O grupo mantinha as discussões, mas já se utilizava de ferramentas profissionais como a pesquisa para direcionar as decisões e passou a integrar a composição da chamada “Frente Vitória” com a união dos Partidos PT/PSDB.

Figura 11 – Órgão informativo do Deputado Estadual Paulo Hartung. Fonte: arquivo pessoal de Paulo Hartung

No material acima (figura 11), produzido logo após a vitória de Vitor Buaiz, o deputado afirma que a eleição do petista representava a ruptura completa com “todas as velhas oligarquias que dominavam a vida política do Espírito Santo.” Ainda segundo o informativo a Frente Vitória era o maior exemplo de que era possível “superar as divergências e fazer política de forma madura e responsável”, mantendo como principal norteador da ação os” interesses da sociedade.”

O deputado também afirma que “declinou ele mesmo de ser candidato a prefeito em apoio ao nome de Vitor Buaiz.”, apesar de todas as divergências que compunham a Frente Vitória, porém como as eleições seriam realizadas em um único turno tornava-se indispensável que todos os segmentos políticos identificados com a “vontade popular” fossem capaz de oferecer a resposta política que o povo esperava.

Como a Frente Vitória tendia a ratificar o apoio à candidatura do petista Vitor Buaiz, o senador José Ignácio Ferreira, um dos fundadores do PSDB, não disputou a sucessão na capital, uma vez que defendia a tese de que o novo partido não deveria disputar as eleições naquele ano, mas apoiar a Frente.

Em 1988, na quinta eleição que disputava no Estado, o PT lançou candidatos a prefeito e vereador em 50 dos 63 municípios então existentes, conseguindo eleger os prefeitos de Vitória, Vitor Buaiz, e de Jaguaré, Túlio Pariz, além de dezenas de vereadores (VIEIRA, 1992, p. 98). No cenário nacional, o partido conquistou o executivo municipal de duas importantes capitais: São Paulo e Porto Alegre, além de Vitória.

Nome Votação Partido ou coligação

VITOR BUAIZ

Vice: Rogério Sarlo Medeiros

50.299 Frente Vitória – PT,PSDB NILTON GOMES

Vice: Laerce Bernardes Machado

38.493 PFL FERDINAND BERREDO DE MENEZES

Vice: José Ussiélio da Costa Neiva

13.162 PDT JOSÉ LUIZ KFURI

Vice: Wander José Bassini

9.759 PMDB

MÁRIO ALVES Vice: Atilar Palmeira

741 JOÃO CHRISOSTOMO CASAGRANDE

Vice: Rosicler maria Nunes do Amaral

545 PSL

TOTAL DOS CANDIDATOS 112.999 Quadro 3. Resultado da eleição municipal 1988

Fonte: Material coletado no arquivo do Secretaria Judicial do Tribunal Regional Eleitoral, Vitória, ES.

A responsabilidade do PT, com a confirmação da preferência apontada nas urnas seria ainda maior do que a do PMDB em 1982, que não conseguiu supri-la. Para descontar as falhas, o PMDB pode durante muito tempo utilizar argumentos inquestionáveis baseados na dificuldade de governar após anos de ditadura e desmandos administrativos. Para aquela eleição os argumentos foram esgotados e a população mostrou que não mais depositava a sua confiança no PMDB. Já o PT, como nova aposta, não poderia contar com a tolerância do eleitorado.

Com a crescente preferência do eleitorado, uma legião de novos filiados passara a se alistar na nova sigla em busca da vitória como vereadores no vácuo da liderança da administração municipal. O que ameaçava a homogeneidade ideológica petista.

Em Vila Velha, o deputado federal Vasco Alves, que visava a sucessão do governador Max Mauro ao Governo, articulou um esquema de apoio a nomes do PT no município, em Cariacica e em Vitória. No entanto Vasco Alves concorre à prefeitura de Cariacica pelo PSDB e Jorge Anders, também pelo PSDB disputa e vence a Prefeitura de Vila Velha (NA MIRA..., 1988, p. 14).

As eleições de 1988 no Espírito Santo consolidam mudanças no que diz respeito à força eleitoral dos partidos. O quadro político se modifica evidenciando um maior equilíbrio no quadro político partidário, emergindo novas tendências políticas em um cenário, até então, conservador.

Segundo Zorzal (1993, p. 82), o redesenho do mapa político-eleitoral e partidário que se configurou após o pleito expressou a manifestação de uma “face nova – moderna e mais politizada da sociedade brasileira”, que veio se constituindo ao longo das ultimas décadas, para qual o Espírito Santo também passou a contribuir mais acentuadamente. Assim, as tendências verificadas no plano nacional rumo à consolidação do pluripartidarismo, pela quebra do bipartidarismo artificial, se verificaram no cenário estadual pelo fortalecimento de partidos como: PFL, PTB, PSDB e PDT, diminuindo o desempenho do PMDB nas eleições majoritárias perdendo grande número de prefeituras.

Das 40 administrações municipais conquistadas no pleito de 1984 o PMDB passou para apenas 16 em 1988. Além dos reflexos negativos dados pela conjuntura nacional como identificação com o Governo Sarney, tendências hiperinflancionárias da economia, o partido teve também como contrapesos negativos, no plano estadual, as conseqüências dos rachas e fissuras intrapartidárias entre os grupos de Max Mauro e Gerson Camata (ZORZAL, 1993).

A derrocada do PMDB evidenciou um sintoma provocado pelo fato de admitir o ingresso em massa de políticos da ARENA e do PDS. O PMDB viabilizou sua retumbante vitória nas eleições de 86, mas se tornou extremamente heterogêneo do ponto de vista ideológico-partidário, pois aglutinava grupos de extrema esquerda até a extrema direita.

Principal adversário do PMDB, o PFL conquistou vitórias significativas no âmbito do Espírito Santo, dos 36 candidatos que concorreram, 23 foram eleitos. Ainda no âmbito Estadual, o PTB conquistou dez prefeituras. O PSDB conquista importante espaço na Grande Vitória, com candidatos parlamentares, disputando um total de nove municípios, com destaque para a prefeitura de Vila Velha e, no interior com a conquista das prefeituras de Cariacica e Itapemirim. O PDT elegeu quatro prefeitos, o PDS em foi eleito em sete municípios, o PL em dois e o PDC também em dois. O

PT, que disputou o governo de 50 municípios, conquista dois, com destaque para a capital do Estado, vitória obtida por Vitor Buaiz com a coligação Frente Vitória, formada por PT, PSDB, PSB, PCB, PC do B, PV (ZORZAL, 1993, p. 83).

Na avaliação de Zorzal (1993), do perfil eleitoral capixaba percebe-se uma divisão em dois grandes grupos “o interior continuou expressando mais acentuadamente o conservadorismo político, na medida em que privilegiou partidos mais tradicionais como PDS, PFL e PMDB. Inversamente nas cidades como Vitória, Vila Velha e Cariacica ocorreu um grande avanço dos partidos mais progressistas, elegendo não só os prefeitos como também a maioria dos vereadores. Ainda segundo a autora, no interior a importância dos partidos é reduzida, prevalecendo praticas de caráter personalizado, centrando a decisão na figura do candidato e tornando quase nulo o peso do partido.