• Nenhum resultado encontrado

A Emergência de Valores Éticos

6.1 F ORMAÇÃO DE C ONCEITOS E C ONSTRUÇÃO DE C ONHECIMENTOS

6.1.9 A Emergência de Valores Éticos

196. S1 - … ah…

197. S2 - … Let´s play??

198. Let´s play …and then … 199.… vamos comer amendoim?

a aula diagnóstica, a HI utilizada foi The Very Busy Spider, na qual as propostas fe

68

(Aula Diagnóstica – Data 14/10/03)

N

itas pelos animais para a aranha eram decorrentes de suas principais características: o pato nada, o porco gosta de lama, e assim por diante. Por compreenderam este aspecto (ainda que este não tenha sido explorado na aula em questão ), os alunos, a partir da sugestão da professora, começam a imaginar quais seriam as propostas de outros animais não presentes na história, no caso, um elefante, se estes viessem a se encontrar com a aranha.

Portanto, pode-se observar que, por ser o assunto animais algo de interesse das crianças e por elas já possuírem diferentes conhecimentos sobre vários deles, o fato de tal tema estar sendo abordado em uma LE, ainda não absolutamente dominada por eles, não é uma caracteriza uma interferência negativa ou uma forma d

stam e que já conhecem parc

gência de Valores Éticos

e possível limitação da exploração do tema.

Ao contrário, por se tratar de algo de que eles go

ialmente, tais conhecimentos fortalecem a segurança emocional das crianças, assegurando-as de que são capazes de participar ativamente da aula e, mais além, como motivação para a aprendizagem da nova língua.

O trabalho docente, em qualquer que seja o nível de ensino, é eria ser, por noções que ultrapassam conhecimentos , como, por exemplo, no caso do ensino de LE, saber aticalmente correta.

izemos isto não somente por ser algo explicitamente recomendado pelos Parâmetr

os que o ensino da LE não pode ser visto como sinônimo de ensino da es

éticos e morais69, as HIs oferecem oportunidades ricas para que a língu

s da nossa pesquisa e que vieram à tona justamente pelo tipo de instrumento

endo valores éticos, ejam viabilizadas por meio de temas que, por fazerem parte da realidade infantil,

permeado, ou pelo menos dev sistematicamente formalizados construir uma frase gram

D

os Curriculares Nacionais, mas também por ser uma convicção pessoal de que é na interação com outros sujeitos sócio-historicamente constituídos e que, por este motivo, carregam percepções e valores diferenciados, que as trocas contribuem para a (re) constituição ininterrupta dos indivíduos.

Entendem

trutura da língua apenas, mas sim, da multiplicidade de fatores que compõem um determinado sistema lingüístico como, por exemplo, aspectos culturais inerentes aos países falantes da LE a ser ensinada.

Nesta perspectiva, por abordarem temas que propiciam discussões variadas acerca de valores

a seja ensinada/aprendida e utilizada com um propósito. Ainda que seja para discussões dentro da sala de aula de LE.

Por termos tais representatividades, não pudemos deixar de observar, nas transcrições das aulas, características sinalizadores dos valores que constituíam os sujeito

mediador utilizado naquele momento: uma HI.

Deste modo, entendemos que atividades propostas em torno de uma HI possam contribuir em muito para que discussões, envolv

s

69 Conforme apresentado no capítulo 1, item 1.4.

permitem que o ensino/aprendizagem da LI seja feito de forma contextualizada e significativa.

por exemplo, a situação de com vários animais diferentes.

lo de que maneira tal

podia até querer dividir, mas acho que ela não devia ( ) e ela ter chegado primeiro ela se propôs a quê?

51. S3 - A ofertar... Dividir...

52. T - To share... O que é que a outra que chegou por último poderia ter dito... Olha só... Ela chegou depois, a “friendly ladybug” já estava lá comendo. O que ela poderia ter dito?

253. S10 - Posso comer com vocês?

(Aula 3 – Data 03/

uilo que provavelmente faria se estivesse naquela determinada sit

Ao defendermos a importância de se ensinar uma LE de maneira contextualizada, distinguimos duas razões: além de ser algo que o aluno muito provavelmente não irá esquecer, a contextualização do saber a ser ensinado/aprendido pode proporcionar o contato com certos aspectos da língua inglesa que talvez não apareçam em um outro contexto,

se encontrar

Selecionamos o recorte abaixo como exemp situação pode ser observada:

Recorte 46:

246. T - Quem chegou por último?

247. As - The Grouchy

248. T - E ela já chegou falando o quê?

249. S3 - Ô “teacher” ela 250. T - Pois é... Apesar d 2

2

11/03)

Esta opinião a respeito do comportamento do personagem só foi mobilizada de forma tão espontânea (“mas acho que ela não devia”) em decorrênciados valores inerentes a S3. Ao afirmar “ela podia até querer dividir, mas acho que ela não devia”, S3 revela aq

uação: não dividiria. Já que o personagem questão chegara depois, o que justificaria o que chegou primeiro dividir o alimento?

Talvez um outro sujeito fizesse um comentário totalmente diferente, por ter uma outra concepção daquele momento. Alguém poderia levantar a questão

da bondade, da boa educação, das boas maneiras. Ou ainda o oposto, partiria também para a briga como a joaninha emburrada.

Vemos aí valores que vão sendo não apenas revelados, como também construídos ou reforçados a partir das interações do grupo.

Tal questão foi confirmada por meio da análise dos dados coletados na realização do Grupo Focal. Diante do questionamento da

professora-esquisadora “Além disto, o que mais vocês puderam tirar da história?”, S3, S1 e S9 izem o que a HI trouxe para eles em termos de ensinamento além do aspecto

106. S3 - Que não é bom ficar brigado...

107. S1 - Que não é bom ficar brigado... Que não dão bola para você... Você vai perdendo as amizades...

108. Ss - ( ) 109. S9 - Ela levou

(Grupo Focal – Data 25/11/03)

Recorte 48:

269. T - What can you say? Can I…

No recorte acima, percebe-se que, ao responder ao questionamento da professora, S

p

d

lingüístico:

Recorte 47:

um chute.

265. T - What can you say? Instead of getting it?

266. S9 - This is mine!

267. T - This is mine, L.? Is it polite?

268. S9 - @@@

270. S6 - We can share…

271. S7 - Humm! I’m hungry!

(Aula 3 – Data 03/11/03)

9 diz em LE o que se deve dizer quando se deseja algo. No entanto, ao ser confrontado por uma nova pergunta igualmente vinda da professora, S9 responde com risos (@@@), o que nos parece indicar que ela sabia não ser este um modo educado70 de agir.

Nas aulas analisadas, estes valores emergiram significativamente demonstrando que os alunos estavam compreendendo o que era dito em LE; caso

70 Dentro do que seja considerado polido em uma determinada cultura. Neste caso, a cultura brasileira.

contrário, não poderiam participar com opiniões. Também o assunto era significativo e interessante, se não fosse, os alunos também não se envolveriam com tanta naturalidade e motivação.

Diante de tais considerações, acreditamos que o professor possa valer-se deste gênero para que a aula de inglês deixe de ser compreendida como sinônimo de regras gramaticais e transmissão de listas de vocabulário e passe a ser considerada com